CAPÍTULO 7- AJUDA INESPERADA

Após o jantar Helena já em seu quarto e deitada na cama, começa a repassar seu dia, como ele poderia ter começado tão agradável, e logo depois tinha se transformado numa tristeza só? Pelo menos ela tinha Álvaro com ela, ela só pensava em como era engraçado que quando haviam se conhecido, ela o desprezara, e agora se não fosse ele, provavelmente estaria sozinha e se sentindo muito pior. As vezes a gente julga mal as pessoas, nem sempre quem te ajuda é seu amigo, e nem sempre quem te prejudica é seu inimigo. 

Álvaro deitado em sua cama também repassava seu dia em sua cabeça, de uma hora para outra a mulher que tanto lhe tirava o sono e que havia lhe dado o fora, agora estava dormindo no quarto ao lado.

Helena acordou no mesmo horário de sempre, pois seu corpo já estava acostumado, deu um beijinho em Bacon que dormia tranquilamente em sua caminha ao lado da sua, tomou seu banho, se arrumou e saiu com seus patins pelo condomínio. Ia patinando e dançando no ar, seu pensamento viajava e tentava entender porque era tão difícil sua família respeitar seu jeito. O que de tão grave ela fazia que não merecia o carinho deles? Tudo bem que era impulsiva, mas isso era motivo para terem vergonha dela? Sem perceber chorava, pois não ser aceita pela família doía, ela já estava acostumada a se virar sozinha, mas mesmo assim era uma sensação de rejeição terrível.

Volta para casa de Álvaro, e o encontra parado no meio da sala andando de um lado para o outro. 

Álvaro: Onde você se meteu?

Helena: Nossa, bom dia para você também. Eu fui patinar como faço todos os dias, andei pelo condomínio mesmo. Eu não avisei porque saí muito cedo.

Álvaro: Eu fiquei preocupado, bati na porta do seu quarto hoje de manhã para saber se estava bem e você não respondeu, aí resolvi entrar e não te achei.

Helena: Me desculpe, agora você já sabe que eu patino todos os dias, é o meu momento, onde me sinto livre, quase como se pudesse voar, você deveria tentar, topa?

Álvaro: Eu acho que não consigo!

Helena: Que nada, eu te ajudo. Está decidido, amanhã patinaremos juntos. Depois vamos comprar um belo par de patins para você, será um presente meu.

Álvaro: Não estou gostando disso não, mas vamos ver no que dá. E você como está por causa do que aconteceu ontem? Está melhor? – diz indo os dois para a cozinha.

Helena: Olha, eu sei que minha família não aprova meu jeito não é de hoje, e eu sempre dei uma de machona, que não me importava, mas ouvir do meu irmão que tem vergonha de mim e que não me suporta, me deixou muito mal. Mas você quer saber de uma coisa? Não estou fazendo nada de errado, se eles não podem respeitar minha forma de viver que nem é tão absurda assim, problema deles, não vou me anular só para caber no mundo deles. Eu sou maluca? Às vezes, mas e daí?

Álvaro: Você tem razão, seu irmão pegou pesado com você ontem, ele não tinha o direito de te machucar daquela forma, mesmo seu presente destruindo a casa dele, mas foi pesado. E se ele te pedir desculpas?

Helena: O problema não é me pedir desculpas ou não, mas sim o que ele falou ontem, que tem vergonha de mim e que não me suporta, na hora da raiva ele só revelou o que ele realmente sente. Ele apenas me tolera, e eu não quero que me tolere, o mínimo que eu espero é que ele goste de mim, mas se ele não consegue gostar não vou ficar mendigando nada de ninguém. Só sinto muito por Amanda que nunca tem voz para nada, pois o obedece como um cão fiel, e a minha sobrinha, que tanto gosto, mas não tem jeito, vou ter que me afastar. O problema nunca foi o bode, e sim o que pensam de mim. O bode foi somente uma desculpa que ele usou.

Álvaro: Sinceramente não entendo o comportamento do seu irmão. Será que ele quer que as pessoas sejam como as famílias de comercial de margarina, todas perfeitas?

Helena: Não sei, mas ontem ele ficou com tanta raiva, ficou tão vermelho, que tive medo que ele botasse um ovo!

Álvaro ri do comentário, e começa a preparar o café da manhã, enquanto isso ela sobe para trocar a fraldinha de Bacon, e tomar um banho. Ela não tinha ideia do que faria pois não estava acostumada a tirar férias nunca.

Quando desce a mesa já está posta, parecia mais um banquete, muitos tipos de pães, bolos, frutas variadas, iogurtes, sucos enfim, tinha comida para um batalhão.

Helena: Nossa você está esperando mais alguém para tomar café da manhã? 

Álvaro: Não, por que?

Helena: Pela quantidade de comida que tem aqui, achei que viesse mais umas trinta pessoas.

Álvaro: Eu não sabia do que você gostava, então coloquei de um pouco de tudo.

Helena: Olha, assim vou ficar muito mal acostumada, pode parar por aí.

Álvaro: Vou adorar mimar você.

Tomaram café num clima leve e descontraído, assim que terminaram, Helena foi lavar toda a louça, afinal quem cozinha não lava a louça, logo após Helena sobe e liga na imobiliária avisando que não trabalharia por tempo indeterminado, seu sócio não havia gostado pois sobraria mais trabalho para ele, porém não tinha nada a fazer para convence-la. 

Depois disso saíram para comprar o par de patins, pois no dia seguinte ela lhe ensinaria a se equilibrar em cima deles.

O dia foi muito agradável, eles foram em diversas lojas, comeram fora, compraram um brinquedinho para Bacon, e voltaram para casa quando já estava anoitecendo.

Realmente um adorava a companhia do outro, era como se já se conhecessem há muito tempo. 

Na manhã seguinte Helena bate na porta do quarto de Álvaro ainda de madrugada, porém sem sucesso, ela então entra sem fazer barulho, abaixa em seu ouvido e chama baixinho para que ele acordasse, ele continuava sem se mexer. Ela então lhe chacoalha com força, o coitado acorda assustado sem entender nada, apenas a encara com raiva.

Helena: Você está atrasado! Anda, temos que ir.

Álvaro: Precisava me acordar desse jeito?

Helena: Eu te chamei baixinho e você não ouviu, aí tive que apelar.

Álvaro não responde nada, apenas pega Helena pela cintura e a faz se deitar em sua cama, ela cai sobre ele os dois ficam um longo tempo apenas olhando um nos olhos do outro, palavras naquele momento não tinham necessidade. Álvaro estava apreensivo de tentar alguma coisa pois isso poderia afastar Helena de vez, porém nem precisou pois Helena é que deu o primeiro passo, ela simplesmente beijou Álvaro com vontade, ele apenas retribuiu o beijo cheio de paixão. Aquela mulher realmente era surpreendente.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***