CAPÍTULO 5 – ME FAZ UM FAVOR?

Começa mais uma semana. Helena tem a mesma rotina ao acordar, até a hora de voltar para a casa. Ela ainda não tinha tido coragem de buscar seu carro na casa de seu irmão, sabia que ele estava furioso pois desde o dia da festa havia ligado mais de quarenta e cinco vezes para ela. O sermão com certeza viria. Ela estava andando de taxi, mas se recusava a enfrenta-lo ainda. Talvez fosse um pouquinho covarde, mas só um pouquinho.

Chega a quarta feira. Álvaro aparece pontualmente às três da tarde para busca-la, para em frente ao prédio da imobiliária e a espera descer. Assim que Helena aparece, o encontra parado do lado de fora do carro, quando a enxerga, seu rosto se transforma, o semblante leve e descontraído dá lugar a um semblante indecifrável. 

Ela estava linda, Álvaro tinha perdido o fôlego, ela estava numa saia lápis preta, dando contorno ao seu corpo, uma camisa branca onde revelava somente o início de seus seios, e nos pés um scarpin preto de saltos finíssimos. Junto com ela um sorriso matador. Não se parecia em nada a maluca de antes.

Helena: Olá! Eu demorei? 

Álvaro: Não, eu acabei de chegar, podemos ir?

Eles partem em silêncio, o trajeto levaria cerca de quarenta e cinco minutos. Helena estava feliz por poder pisar novamente na casa em que crescera, e também triste pois não queria se desfazer daquele lugar. Álvaro por sua vez, entendia o sofrimento dela em ter que se desfazer da casa, então resolve quebrar o silêncio.

Álvaro: Se a casa é tão importante para você, por que simplesmente não fica com ela?

Helena: A casa é imensa, não tem sentido eu morar lá sozinha, sem contar que os custos para mante-la seriam altíssimos, e eu gosto do meu apartamento, tem o tamanho ideal, eu moro muito bem.

Álvaro: Mas se você se casasse, você moraria lá?

Helena: Não sei, como te disse a casa é muito grande, eu morei minha infância toda lá com meus avós e meus pais, aliás aquela casa minha avó me deixou de herança, meu irmão não tem parte, ele ganhou uma outra casa, que inclusive ele já se desfez faz tempo e investiu na empresa dele, a minha eu ainda não consegui me desfazer. Eu vou vender, até porque o mais importante são as lembranças que eu guardo na memória daquele lugar, mas só queria achar alguém que cuidasse com tanto carinho como o que eu tenho por aquele lugar.

Álvaro nada falou, somente ouvia sua explicação, será que ele estava à altura de comprar a casa?

Chegam à casa e assim que abrem os portões, Álvaro fica mais encantado ainda, a casa tinha um lago particular, um chalé mais afastado da casa principal, um imenso jardim, sem contar a casa principal que parecia ser belíssima.

Descem do carro, e começam a visita, Helena conhecia cada canto daquela casa, em cada lugar que iam ela tinha uma história para contar, e ele claro ficava imaginando as cenas em sua cabeça. Depois de visitarem todos os cantos da casa, eles vão até o lago e se sentam num tronco de árvore em frente a ele.

Helena: E então, o que achou da casa?

Álvaro: Eu estou maravilhado até agora, sem dúvidas é um belo imóvel. Você acha que eu tenho chance de ficar com ela?

Helena: Uma coisa de cada vez, eu não sei nada sobre você, não sei para que fins você quer a casa.

Álvaro: Não seja por isso, o que quer saber de mim?

Helena: Pode começar me dizendo qual seu ramo de negócio por exemplo, eu sei que possui um restaurante, mas o que você faz exatamente? 

Álvaro: Como eu disse, eu fiz faculdade com seu irmão, estudamos administração juntos, depois disso tive oportunidade fora do país para trabalhar, e desde então eu sigo no mesmo ramo, administrando, porém, tenho uma paixão que é a gastronomia então, me especializei na França e aí uma coisa levou a outra, e hoje tenho três restaurantes, as vezes eu cozinho, mas só numa ocasião especial, mas sigo administrando todos os restaurantes, acompanho tudo de perto.

Helena: Então é melhor do que eu pensava, além de eu poder comer de graça, você ainda vai cozinhar para mim? Nossa, eu realmente tenho sorte!

Álvaro: Ah é? Não sabia que ia cozinhar para você! Me explique isso melhor.

Helena: Relaxa eu estou brincando com você. Te desejo sucesso em seus negócios.

Álvaro: E você como foi parar no ramo imobiliário? 

Helena: Fui parar nesse ramo porque tudo que eu planejei deu errado! Meu sonho é conhecer o mundo, colocar uma mochila nas costas e sair sem rumo. Meus pais nunca viram isso com bons olhos, sempre quiseram que eu me casasse e tivesse uns 17 filhos, e eu queria outras coisas, aí você entende a implicância do meu irmão comigo, ele é todo certinho e eu...

Álvaro: Você é espontânea, engraçada, linda...

Helena: Sem puxar meu saco, deixa eu continuar. Então, quando terminei o colégio, tirei um ano para entender o que queria fazer da vida, nem todos tem esse privilégio, porém eu tive, mas nada me encantava a não ser viajar e conhecer lugares diferentes, nesse meio tempo eu comecei faculdade de letras e parei, depois fiz arquitetura e também desisti, aí decidi fazer turismo, mas a teoria é muito diferente da prática, nunca terminei também. Nessa época meu pai estava vendendo uns imóveis, e eu sempre gostei muito de falar né, não sei se você percebeu, por brincadeira eu apostei com meu pai que conseguiria convencer um amigo dele a comprar um imóvel, e adivinha? Eu consegui.

Álvaro: Gostar de falar tem suas vantagens!

Helena: Sim, meu pai desconfiou que eu tivesse trapaceado e contado para o amigo dele, e por dó tivesse comprado, mas não foi nada disso, eu realmente desenvolvi bem na conversa, aí meu pai me pediu para negociar mais um, e mais um, e mais um, quando vi estava trabalhando com isso sem perceber.

Álvaro: Mas ele te pagava comissão pelas vendas?

Helena: Sim, era tudo certinho, aí ele me disse que eu deveria montar uma imobiliária, porém não tinha dinheiro suficiente para um grande negócio, a princípio com o dinheiro das comissões que ele me pagava montei uma pequena com imóveis populares mesmo, até que nesses acasos da vida encontrei com Felipe, meu sócio, ele topou de entrar de sócio e com o que nós tínhamos conseguimos abrir a ROY & BIANCHI, não foi fácil porque não tivemos apoio de ninguém, mas conseguimos.

Álvaro: Meus parabéns, não é porque você veio de família rica que se acomodou.

Helena: Pelo menos meus pais se conformaram de eu ter meu próprio negócio e estar trabalhando, mas eles querem mesmo que eu me case e tenha os 17 filhos! Mas ainda sim meu comportamento espontâneo é motivo de muitas críticas, não gostam que eu seja assim. Implicam com minha roupa, como eu falo, enfim, tudo é motivo para implicarem.

Álvaro: E você não quer ter filhos?

Helena: Não é minha prioridade, eu gosto de crianças, pode não parecer porque as evidências estão contra mim, mas eu gosto sim, se um dia eu tiver tudo bem, mas se não acontecer eu me conformo em ter o Bacon.

Álvaro riu ao se lembrar de Bacon, só pensava em como aquele porquinho era sortudo em ter uma dona tão linda que o agarrava e beijava sem parar.

Helena: Bom, está escurecendo, acho melhor irmos embora, antes queria te pedir um favor, prometo que será o último.

Álvaro: Claro, o que quiser.

Helena: Você pode por favor me levar a casa do meu irmão? Eu preciso pegar meu carro, Amanda providenciou gasolina para mim, já até encheu o tanque, porém eu não tive coragem de aparecer por lá depois do incidente da festa de aniversário. 

Álvaro: Claro, vou com prazer, e se ele brigar com você, prometo te defender! – falava e ria já sabendo que Fernando faria um escândalo.

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Comments

Milene Souza

Milene Souza

olha meninas! eu não sei se vocês compartilham da mesma opinião que eu, mas quando as autoras investem nas protagonistas um poco mais velhas tipo.... 30 e poucos anos .... o romance fica mais interessante,por que eu acredito que a maioria das leituras já são mulheres mais maduras que curtem uma leitura mais rica e desenrolada e essa leitura as protagonistas sendo mais maduras nós proporciona mais prazer a leitura. bom essa e minha opinião

2022-05-21

150

Eliza Castro / Beth

Eliza Castro / Beth

menina gizah amandooooo kkkkkkk
Helena e Álvaro vão causar kkkkkk

2024-02-04

3

Eliza Castro / Beth

Eliza Castro / Beth

olha que Álvaro acredita kkkkkk

2024-02-04

1

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