CAPÍTULO 2 – VÁ A MERDA!

Se chamava Helena Roy. Era uma mulher de 33 anos, corpo real, afinal não era modelo, tinha curvas nos lugares certos, nem magra nem gorda demais, usava pouca maquiagem, somente para realçar sua beleza natural, seu cabelo era longo e naturalmente ondulado, gostava dele daquele jeito, era impulsiva, determinada, tinha foco, e não precisava de nenhum príncipe encantado, tampouco fazia questão de homem em sua vida, porém se aparecesse, ele teria que acompanhar seu ritmo. Era uma mulher de atitude. E quem mandava era ela.

Era excelente profissional e estava em sua melhor fase. Era sócia da maior imobiliária do país, negociavam imóveis de luxo.

Ela entra em seu escritório na segunda-feira, já sabendo a agenda daquele dia. Encontra seu sócio sentado em sua mesa, mexendo em suas coisas, ela para e fica observando por um tempo, o cretino não tinha se dado conta que ela tinha entrado.

Helena: E então? Achou o que procurava?

Felipe: Hã? E-eu....

Helena: Anda seu cretino, fala o que você quer!

Felipe: Eu só quero aquele contrato daquela casa lembra?

Helena: Não era mais fácil ter me pedido?

Felipe: Ok, você pode por favor me dar aquele contrato?

Helena: NÃO!

Felipe: Viu porque mexi nas suas coisas? 

Helena: Esqueça esse assunto, você sabe que vender aquela casa está fora de questão. Eu quero achar um comprador perfeito para ela, não um rico de merda metido a besta! Ainda não senti que chegou a hora. Vou escolher a dedo. Aquele lugar é especial.

Felipe: Mas a casa vale milhões, e temos um comprador em potencial, não podemos perder essa venda, seria um lucro e tanto para nós.

Helena: Então me passa o contato que eu mesma faço questão de avaliar se ele merece aquela casa ou não. Sabe qual é o seu problema? Você é muito intrometido, e agora saia daqui antes que eu enfie um desses papéis você sabe onde!

Felipe: Maluca! – Diz saindo de cara feia, sabendo que seria inútil, ela não cederia.

Helena passava o dia fazendo visitas com seus clientes, a maior parte do tempo ela gostava de passar na rua mostrando pessoalmente os imóveis, onde ela chegava os clientes se surpreendiam pois em seu cartão apenas tinha seu sobrenome e o de seu sócio, e um número de telefone, as visitas eram combinadas por sua secretária e quando ela chegava os clientes tinham uma agradável surpresa.

...ROY & BIANCHI...

...Xx xxxxx- xxxx...

Seus dias eram sempre cheios, muitas visitas, contratos, e negociações, a hora mais feliz do dia era quando ela andava de patins ao amanhecer, e quando chegava em casa e encontrava Bacon abanando seu minúsculo rabinho.

Dois meses na mesma rotina, entre contratos e visitas, o tempo ia passando rápido demais.

Helena chega em casa, joga sua pasta no sofá, tira seus saltos, e corre abraçar Bacon, senta numa poltrona e começa a fazer carinho em sua pequena cabecinha, de repente dá um pulo quase derrubando o pequeno bichinho de seus braços.

Helena: Putz, esqueci o presente da pirralha! E o aniversário é amanhã. 

Helena dorme naquela noite pensando num presente ideal para uma criança de cinco anos. O que se dava para uma criança de cinco anos? Bonecas ela tinha aos montes, ursos de pelúcia, bolas, carrinhos, jogos, quebra-cabeças, enfim nada faltava. Estava quase dormindo quando uma ideia lhe vem à cabeça, ela sorri sozinha pensando que seu irmão iria surtar, porém o que importava era que sua sobrinha gostasse.

A manhã foi corrida, foi patinar como sempre, voltou para casa, levou Bacon para o petshop, pois iria à festa de aniversário com ela; Enquanto Bacon foi se embelezar, foi atrás do presente de sua sobrinha.

Por onde ela passava com o presente, provocava risos, porém ela adorou a sensação. Helena volta ao petshop, pega Bacon e vai para o apartamento se arrumar para a festa.

Helena ria para si mesma o tempo todo, mal podia ver a cara de seu irmão! Ele teria um treco.

Ela escolhe uma saia jeans rasgada, uma regata branca e um All Star branco nos pés, afinal seria uma festa de criança e teria centenas de pirralhos correndo para todo canto.

Ela chega à casa de seu irmão, novamente o jardim apinhado de carros, porém dessa vez acha uma vaga fácil.

Ela desce do carro, pega Bacon no colo, todo cheirosinho, com gravatinha e tudo, em seguida pega o presente de Francis no banco de trás do carro. 

Ela abre a porta da casa e uma criança vem correndo em sua direção esfregando sua pequena mão suja de chocolate em sua blusa, ela olha para o garoto e mostra a língua, o menino retribui e sai correndo, ela ria por se comportar tão imaturamente.

Francis: Tiaaaa, você veio e o Bacon também!

Helena: Sim princesa da tia, o Bacon estava morrendo de saudades de você!

Francis: Tia e o que é isso aí?

Helena: É seu presente, feliz aniversário princesa, você gostou?

Francis: É fofinho, mas o que é tia?

Helena: É um bode princesa, um bodinho preto, o que achou? 

Francis: Obrigada, é meu mesmo tia? Posso mesmo ficar com ele? E se meu pai brigar?

Helena: Seu pai é um banana mas, fique tranquila que com ele eu me resolvo. Ih, olha ele vindo aí, promete que vai fazer biquinho e carinha de triste se ele achar ruim?

Francis: Prometo tia, combinado!

Fernando: Helena, o que significa isso? O que você faz em minha casa com um porco e um bode?

Helena: Porco não, esse é o Bacon e você sabe disso, e esse lindo bodinho preto é o presente de sua filha, você gostou?

Fernando: Você ficou maluca? Como você pode dar um bode para uma criança de cinco anos? Perdeu o juízo, ela não vai ficar com esse bicho não.

Francis usa todo seu charme, faz sua carinha mais triste, um biquinho e tenta convencer seu pai.

Francis: Papai, deixa? Ele é tão fofinho, e é meu aniversário né?

Fernando: Isso é coisa sua né sua maluca? Você induziu minha filha a me chantagear.

Helena: Eu? Nunca, agora com licença que vou procurar sua esposa, ih olha ela ali, fui.

Ela sai de fininho rindo da reação de seu irmão, sabia que ele ia detestar o presente, porém sua sobrinha havia adorado, tinha até escolhido o nome do bodinho. Cookie. Se chamaria cookie. Andava com ele para cima e para baixo, mostrando para todo mundo seu presente.

A festa estava uma barulheira só, crianças correndo para todo canto, comendo açúcar o tempo todo, fazendo com que a pilha delas não acabasse nunca.

Helena pega seu porquinho Bacon no colo e vai para o jardim dos fundos, lá ela teria mais privacidade, pois os adultos estavam todos reunidos lá, enquanto as crianças ficavam no salão de festas da casa com os monitores.

Assim que ela chega no jardim dos fundos, ela reconhece um rosto. Ele vem em sua direção, abrindo um sorriso.

Homem: Então quer dizer que nos encontramos de novo?

Helena: Não por vontade minha e sim azar mesmo.

Homem: E esse porquinho, não me diga que é seu?

Helena: Algum problema com isso? 

Homem: Não, você é mesmo surpreendente, gosto disso, eu...

Helena: Ah vá a merda! – Diz já saindo de perto dele o deixando falando sozinho, encontra Amanda e senta ao seu lado. A conversa flui normalmente, ela conhecia a maioria dos convidados, todos amigos e parceiros de negócios de seu irmão. Mas e aquele embuste, quem era ele?

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Comments

Maria Maura

Maria Maura

mal educada ao extremo pra tudo tem limite

2024-02-26

2

Polly

Polly

Não deixou nem o cara terminar de falar. essa é doce igual limão e calma feito furacão 🤣🤣🤣🤣

2024-02-24

0

Eliza Castro / Beth

Eliza Castro / Beth

Helena mulher kkkkkk vc é muito desaforada kkkkkkkk coitado

2024-02-04

1

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