Capítulo 17-O veneno que mata

Estou parada em frente ao espelho,nos últimos dias fiz de tudo para não mostrar a tensão que sinto dentro de mim,para Eron não desistir do plano,sim fui eu quem deu a sugestão para fazermos isso,mas agora estou com medo,nunca desmaiei antes,e pensar em tomar algo que vai me apagar e me deixar inconsciente não é nada agradável,mas tenho tentado manter o pensamento positivo.

Coloco os brincos...

Sinto os braços de alguém a minha volta e dou um salto.

-Porque está tão assustada,sou apenas eu.

-Ah...Eron...não chegue assim de fininho,eu estava perdida em pensamento.

-Desculpa...queria apenas dizer que você está linda..

-Ah...obrigada,já estou terminado de me arrumar.

Ele me vira agora para eu ficar de frente para ele.

-Está preocupada com nosso plano?Se estiver com medo ou não quiser mais fazer,não precisa,não vale a pena se...

-Não... não vamos fazer isso,essa e a nossa melhor forma de colocar meu pai na cadeia,só....só cuida de mim quando eu desmaiar...

-Está claro que está sim apavorada-ele me olha seriamente.

-Não comece sim,já está tudo organizado não está?Vamos fazer como o combinado,por favor.

Digo no final e pego a sua mão...

Ele respira fundo.

-Tudo bem,vamos fazer como o combinado,mas...

Sempre tem um mas.

-Me diga a verdade,você está mesmo apavorada?

-O problema não é se eu tenho medo ou não,eu estarei em suas mãos Eron,porque confio em você,por mais que eu tenha medo, também tenho confiança.

Ele me olha mais profundamente.

-Muito bem,vamos seguir como o plano.

Ele está sério,talvez preocupado comigo,não tiro a razão dele,quem quer ver alguém que gosta,ter que enfrentar um dos seus maiores medos sem fazer nada?

Quando entro na casa dos meus sogros,tudo parece muito animado, e normal,já há alguns convidados.

-Desculpe minha sogra..chegamos um pouco em cima do horário que planejavamos.

-O que isso Maria,não precisa se preocupar hoje é dia de festa,não há o que fazer aqui além de conversar com os convidados,está tudo sobre controle.

-Ainda assim queriamos chegar mais cedo para ajudar a receber os convidados...acho que a culpa foi minha eu atrasei Eron.

-Pare com isso,já disse que não precisa se preocupar,além do que você está estonteante minha nora,então atraso justificado,vejo que Eron gosta mesmo de você,acho que sempre gostou mesmo antes do casamento...sabe eu sempre pensei que minha relação com a minha nora seria como a relação de cão e gato,mas isso me faz feliz,de Eron ter encontrado você,que é uma boa menina,e sei que também cuida e ama ele,e é isso que importa.

Eu sinto um pouco de culpa,mal sabe minha querida sogra que daqui a alguns minutos eu estragarei a festa de aniversário do seu marido,e tenho envolvido ele por mais que ele não queira nas brigas da minha familia.

-Obrigada sogra,a senhora e tão gentil,me sinto em família quando a senhora fala essas palavras...

-Você é parte da nossa família querida.Apesar de eu saber dos últimos acontecimentos e desentendimento com sua família...mas fique firme, toda família tem suas brigas,seus segredos,não fique triste.

-Claro que não,esses acontecimentos já deixei no passado.

-Isso minha querida viva o presente.

Me desculpe minha sogra,quando eu desmaiar e as suspeitas vinherem a tona,você vai se assustar,mas não posso disser nada.

-Obrigada.-e só o que posso disser.

Depois disso eu e Eron damos o presente de aniversário para o pai de Eron,que na maior parte da festa fica conversando com os amigos,Eron igualmente e o irmão de Eron também,a festa vai seguindo,o que me faz lembrar a cada segundo que está chegando a hora...

Me sinto igual no dia do meu casamento,nervosa,sem sossego,sem conseguir comer ...apesar do clima está tranquilo,não haver nenhuma animosidade no ar...talvez esse silêncio seja mas preocupante que a agitação do inimigo se movendo.Eu estaria feliz e muito relaxada se não soubesse o que me há de acontecer daqui a alguns minutos.Fico pensando que não saberia de nada se houvesse um detetive espiando as ações do meu pai,sendo assim eu estaria há alguns minutos de verdadeiramente ser envenenada e morrer.Meu pai ou aquele que chamo de pai na verdade é um mostro ele não sente remorso,ou arrependimento por seus atos?

Depois de tudo o que descobrir e depois do que ele fez comigo não acredito nisso.

-Minha querida Eron parece mesmo te amar.

-Dona Anastásia?Porque diz isso?

-Ele não para de te olhar,apesar de estar conversando ou fazendo algo ele sempre arruma uma forma de olhar para você.

Eu sorrio para ela .

-Eron é mesmo muito gentil,um homem verdadeiramente responsável,sempre acho que tenho muito o que agradecer por ser sua esposa.

-Você é uma moça incrível Maria,também devemos agradecer por fazer parte e aumentar a nossa família...em falar em aumentar a família,quando nos dará a alegria de segurar um netinho nós braços...

-Sogra...

Digo sem graça.

-O que isso não precisa ficar sem jeito, vocês já estão casados a um tempo,eu sei que ainda vai demorar um pouco,mas não custa perguntar.Sabe o irmão de Eron é muito novo,então espero neto da parte dele daqui a mais alguns anos,quanto a vocês....

-Claro sogra,creio que daqui algum tempo quem sabe teremos boas notícias para contar.

Respondo meia sem graça se ela soubesse que nem mulher de verdade de Eron sou ainda.

Nesse momento ouvimos um tilindar de vidro chamando a atenção de todos.

-Meus queridos amigos e família,queria oferecer um brinde a presença de todos a minha festa de aniversário...

Chegou a hora,e isso me faz começar a tremer um pouco,saio do lado da minha sogra e vou até ao lado de Eron.

Eu apenas olho para ele e ele para mim.

-Está na hora.

-Não se preocupe eu estou aqui .

Balança a cabeça afirmando.Seguro no seu braço como se conseguisse mais força.

Os garçons começam a servir a todos,eu já sei que a um garçom o comparsa do meu pai que servir a taça para mim,especialmente para mim.

Todos são servidos, até que o garçom para na minha frente com a taça.Eu fico parada olhando para a taça,mal consigo me mexer para pega la como se nela houvesse mesmo veneno,mas estendo minha mão que está trêmula,e pego a taça.

Meu sogro começa a falar seu discurso,eu não ouço nada só sei que estou a minutos de apagar e desmaiar na frente de todos.É quando Eron segura minha mão a que está com a taça.

-Escute me,eu sei que está apavorada,você está tremendo,não precisa fazer se não quiser,não quero que sofra,podemos arrumar outra forma de pegar ele.

Eu coloco minha mão sobre a mão dele que segura a minha.

-Você é mesmo gentil.-Tiro sua mão da minha mão que está com a taça.-Mas essa é a melhor forma que temos para pegar lo,sendo assim continuamos com o combinado,por favor não me deixe cair no chão me segure sim meu marido.

Ele parece surpreso com minhas palavras

-Nunca vou deixa la cair.

Eu sorrio,apesar de ele estar sério por estar preocupado comigo.

-Brinde!!

-Brinde!!!

Ouvimos todos falarem,hora de beber o drink que vai me fazer dormir,eu estou mesmo com medo,muito mais medo de por algum motivo eu dormir e não voltar.

Todos bebem a taça,eu fico parada olhando para a taça,eu respiro fundo,mas antes de beber a taça,tenho algo mais que eu preciso fazer.

Jogo meus braços sobre o ombro de Eron,e o beijo,ele é meu marido há meses,mas nunca o beijei de verdade,nesse momento me sinto chateada por não ter feito isso antes,talvez seja o medo da escuridão que me fez ter essa atitude, independente disso,sou grata,grata por ter Eron ao meu lado,grata por apesar de tudo estar dando errado ao redor,não estar sozinha.

Eron retribuí com tal entusiamo que me faz esquecer que estamos em público,no fundo acho que ele quer me demover do meu medo.

Quando Eron me solta,algo que parece que não queria.

-Cuida de mim.

Dou mais um beijo rápido nele e bebo a taça toda sem exitar.

Eron apenas me olha com as sombrancelhas levantadas.Eu me viro para olha para os convidados,agora vejo todos ao redor batendo palma para algo que o pai de Eron disse,vejo alguns assobiando.Não levou nem um minuto,ouço um zumbido no ouvido,e começo a sentir uma tontura.

-Eron?!

Sinto os braços dele a minha volta.

-Maria,o que foi?.-ele fala em meu ouvido.

-Eu acabei de beber a taça o efeito é tão rapido assim?

-Não esperava que fosse tão rápido,talvez a dose que colocaram tenha sido alta,mas não se preocupe....

Eu perco as forças em minhas pernas,Eron me segura.

-Aiii.

-Maria?

-Meu estômago está doendo...muito.

-Como?Isso...o remédio é apenas para faze la dormir,não dá dor no estômago.

A verdade é que me o efeito foi muito rápido,me sinto mal e ao mesmo tempo meu corpo adormecendo,e isso é terrível,além do desespero de apagar a dor que parece mais que alguém me deu um soco no estômago.

-Isso não deveria acontecer...Eron tem certeza que trocaram o remédio pelo veneno?

Eu estou ficando sonolenta,o que aumenta meu desespero, será mesmo que fui envenenada de verdade? Será que algo deu errado?

-O que está acontecendo ...-Ouço vozes ao nosso redor.

-Ela está bem?...

-Maria está me ouvindo?Você vai ficar bem.

Eu tento manter me acordada,mas isso não importa o quanto tente,não consigo me manter acordada,eu me apego a camisa de Eron como se fosse de alguma forma um objeto de salvação,porque estou apavorada,medo não se aplica mais a essa situação,se o veneno não foi trocado,eu estou mesmo morrendo,e esse é meu último pensando antes de eu apagar,e isso é desesperador.

Respirar e viver é um privilégio,percebo isso agora.

Acordo tossindo muito.

Sinto a mão de alguém nas minhas costas fazendo carinho e ao mesmo tempo acalentando.

-Fica tranquila Maria, você está bem.

-Eron...?!

Viro os olhos para olha lo,sentado em uma cadeira a alguns centimetros de mim.

-Como está se sentindo?

Olho para ele,o quarto está escuro então não posso ver muito bem,olho para mim,estou em uma cama de hospital em um quarto branco.

- Ainda me sinto um pouco zonza...e estou com sede.

Muito sede na verdade

-Ah sim,você não pode beber muita água ainda,mas um pouco não deve fazer mal.

Eu ainda estou meia zonza por isso algumas coisas só vão me ocorrendo agora.

Ele pega um copinho bem pequeno e me dar um pouco de água.

-O que houve depois que eu desmaiei?

Eu pego o copo de água e bebo um pouco.

-Posso disser que foi um desespero completo,da minha parte e da parte de todos da festa,minha família ficou desesperada,a festa acabou naquele momento,meus pais insistiram em vir comigo até o hospital.Você parecia mesmo estar partindo,eu te peguei no colo e trouxe você as pressas para o hospital,você me deu um susto sabia,pensei mesmo que o remédio não tinha sido trocado,e que você bebeu o veneno.

-Desculpe,depois que bebi a taça,estava mesmo me sentindo mal,como se tivesse bebido o veneno,antes de apagar fiquei desesperada pensando que estava mesmo morrendo.

-Só fiquei tranquilo depois que meu empregado disse com toda certeza que tinha trocado o veneno,e depois de eu gritar com ele.

Eron é um homem tão tranquilo que imaginar ele gritando com alguém me faz rir,apesar de nada disso ter graça.

-Porque está rindo?

-Nada,e só que estou grata por te lo ao meu lado.

-Eu estaria arrependido de ter concordado com você se o plano não tivesse funcionado,mas tudo deu certo,e o mais importante seu pai está preso.

-É mesmo?Porque não me disse antes!

Eu grito depois me lembro que estou em um hospital.

-Calma Maria,você acabou de acordar foi uma noite difícil,não vou sair despejando as notícias assim,e agora não precisamos ter pressa.

-Mas algo assim importante você deveria me contar,além do mais fizemos tudo isso justamente para ele ser preso.

-Claro,mas agora você precisa de repouso que o médico disse,caso contrário vai ficar mais um tempo aqui .

-Porque eu tenho que ficar tanto tempo,eu só tomei remédio para dormir,eu estou bem.

-Bom na verdade...

-Na verdade?...

-Hm...meu empregado trocou o veneno pelo remédio para dormir,mas ele não pode trocar o frasco caso contrário haveria suspeita...sendo assim ainda ficou um pouco do resquisio do veneno... então...

-Eu fui mesma envenenada!-digo assustada.

-Basicamente,mas a quantidade era muito pequena,mas o veneno era muito forte por isso ainda que pouco lhe fez mal imediatamente....por partes teve um ponto positivo que ninguém desconfiou ou duvidou que foi envenenada,e com as provas que tínhamos,não havia dúvidas a respeito da responsabilidade do seu pai,mas o médico teve que fazer uma lavagem estomacal,caso contrário você ficaria passando mal por dias.

Agora entendi porque não pude beber muita água.

-...e você estava desmaiada também,então foi tudo meio complicado.

Agora que olho mais atentamente vejo que ele ainda está com a roupa da festa.

-Você está aqui desde ontem?Deve estar morrendo de cansaço,porque não descansa eu estou bem.

-Não estou tão cansado,tirei um cochilo de madrugada,além do mais o médico disse que você ia acordar só de manhã então..

-Você dormiu...fez bem,além do que se eu tomei só um pouco de veneno então vou mesmo ficar bem.

-Sim que bom que está bem,minha esposa.

Com isso me lembro o que fiz na festa..

-Ah...Eron ontem a noite ...

Ele começa a rir.

- O que foi?

-Não nada, só queria agradecer mais uma vez por ontem,por não me deixar cair.

-Não precisa agradecer,o que eu puder fazer farei por você.

-Quando mesmo poderei ir embora?

-Logo logo,por enquanto descanse.

Eu acinto,me deito de lado para ficar olhando para Eron.

-O que foi porque está me olhando assim?

-Nada, só estou admirando meu marido.

Ele ri.

-Você não sabe o quanto eu me sinto bem quando você me chama de seu marido.

Eu sorrio.

-Então sempre lhe chamarei assim,meu marido.

Ele se levanta e me dá um beijo na testa.

Depois de tantas reviravoltas como é bom ter um pouquinho de paz.

Pelo menos por enquanto.

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Comments

Luciana Santos

Luciana Santos

até q enfim tá aceitando o esposo em Maria

2023-05-07

0

Vanildes Ramos

Vanildes Ramos

Estou encantada com essa história 😀

2022-05-11

2

Pollyanna Moreira

Pollyanna Moreira

j

2022-04-05

1

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