Capítulo 5-Lua sem mel

Quando Eron me pega de meu pai na dança,eu fico talvez um pouco mais leve,talvez porque não haja o que fazer mais.

Ele é apenas um estranho,não tenho mais família,nem uma casa,isso é desolador.

-Eron?Podemos parar um pouco.

-Claro,está tudo bem?

-Eu não estou me sentindo muito bem.

Ele me ajuda a sair da pista de dança onde a muitos casais estão dançando agora.

Ele me leva de volta ao sofá e pede uma água para o garçom.

Eu bebo a água,que melhora um pouco.

-Você não parece muito bem,comeu algo hoje?

Respondo que pouco,acho que nenhuma noiva come muito no dia do casamento .

O garçom a pedido dele me traz um prato.

-Vamos coma,não quero que minha esposa desmaie no meio da festa de casamento .

Eu balanço a cabeça,preciso me cuidar,não haverá ninguém para cuidar de mim agora.

Eron se levanta.

-Bom vou andar um pouco por aí,você fica bem um pouco sozinha?

Balanço a cabeça afirmando.

Ele vai e fico olhando seu progresso ele fala com algumas pessoas,para conversar com amigos e conhecidos.

Essa festa por mim já poderia ter acabado,mas parece que será infinita.

Algumas das minhas amigas vem falar comigo,e mais alguns conhecidos de Eron que eu não faço a menor ideia de quem sejam.Eu estou quase cochilando sentada quando sou acordada por um garçom.

-Sim?

-O senhor Eron a espera na entrada da propriedade é hora da saída dos noivos.

A claro,ainda bem,os noivos saem antes da festa acabar,pelo modo como as coisas vão,pode durar até o resto da madrugada essa festa.

Eu me levanto e sigo o garçom que ajuda e me levar até onde Eron está.

Quando chego até ele,vejo que os convidados estão todos atrás de nós.

-Bom querida,vamos embora?

Percebo que ele não está completamente sóbrio já deve ter bebido umas taças de vinho.

Eu aceno.

Ele segura minha cintura.

Os convidados gritam,batem palmas,dizem vivam os noivos.

A mãe de Eron vem trazendo o meu bouquet para fazer a tradicional jogada do bouquet.

Pela tradição noivas jogam o bouquet para passar a frente a felicidade do casamento para quem pegar o bouquet.Porém no meu caso desejo jogar fora esse bouquet ao invés de joga lo.Mas como tudo nesse casamento eu faço mesmo sem ter a menor vontade.

Eu jogo o mais forte que posso talvez assim ninguém consiga pegar,mas que inocência da minha parte todas as moças se aglomeram e se jogam para tentar pegar,no final quem pega e uma jovem que não conheço.

-Que ótimo,o bouquet pelo menos ficou na família,quem não sabe vai achar que foi combinado.

-Como?

-Ela é prima de Eron.

-Ah que ótimo.

-Minha querida,hoje começa sua vida a dois com meu filho,eu tive muito pouco tempo para te conhecer,mas haverá muitas oportunidades para isso...

Ela segura minhas mãos ...

-Cuide bem de Eron para mim,agora o dever que até hoje era meu está com você,cuide dele,e sejam felizes.

Isso quase me leva as lágrimas,primeiro pela sua clara preocupação com seu filho,coisa que perdi a um tempo dos meus pais,e segundo por ela mesmo sem me conhecer,ser tão gentil comigo e me aceitar em sua família sem muitas críticas ou avaliações.

-Eu farei tudo o que for possível.

-Bom agora vai antes que nos duas comecemos a chorar aqui,e Eron está te esperando.

Ela me puxa para um abraço,eu me sinto incrivelmente surpresa,mas feliz,de toda festa essa foi de longe a melhor parte.

-Agora vai minha queria já me despedir de Eron.

Eu dou um tchauzinho com a mão e vou para a saída onde Eron está a espera.

-Noite longa não ?

-Muito... podemos ir?

-Sim.

Quando entramos no carro por parte me sinto aliviado,e por outro me sinto apreensiva,o que será da minha vida agora?Como será minha vida,o que devo esperar,ou mesmo o que devo fazer?

-Vamos para a propriedade no centro .-Ele diz ao motorista.

-Não vamos viajar?

-Vamos amanhã,por hoje vamos descansar o dia já foi muito cansativo.

Eu balanço a cabeça.

Ao invés de descansar minha mente começa a trabalhar,apesar de casada,não consigo nem pensar em consuma lo,então preciso mesmo arrumar uma forma de fugir disso,só não sei por quanto tempo conseguirei fazer isso.

A viagem até a propriedade não é tão longo,e quando chegamos vejo que a família de Eron e muito rica mesma,uma linda propriedade no centro da cidade com um jardim,um lago,e uma casa enorme ao fundo

Eron pega minha mão e me puxa com ele,me levando para dentro da casa.

Por dentro claramente a casa é de bom gosto,móveis em madeira nobre, tapeçarias por quase todo o chão.

-Bem vinda senhora...

-Essa e a casa da sua família?

-Uma delas,aqui e o centro da cidade então ficamos mais quando temos muitos assuntos para resolver por aqui,ou quando vamos viajar que é o nosso caso .

-Ah claro.

Ele me leva para o segundo andar da casa,é uma casa com muitos quartos.

Ele me leva para um quarto no meio do corredor.

Ele abre a porta para mim.

Eu entro quando ele acende a luz eu tomo um susto,giro para trás para olha lo.

-O que foi Maria?

No quarto a pétalas de rosas,e a um perfume no ar muito bom,porém eu não gosto nada disso.

-Esse quarto...?

Ele fecha a porta o que me dá mais vontade de sair correndo daqui,talvez eu deva me prender no banheiro.

-Não ligue para isso,nossas mães prepararam tudo mesmo.-ele parece descontraído,tira o terno e se joga na cama cheia de pétalas de rosas,ele levanta um pouco a cabeça para falar comigo.

-Você não quer vir deitar comigo?

Eu gelo,mas nesse momento eu preciso ser um pouco fria para fugir dessa situação.

Eu me sento na cama ao lado dele.

-Eron,se eu for sincera com você, você tentaria me entender?

Ele deita de novo mas vira para olhar para mim.

-O que tem a dizer para mim minha esposa?

-Bom hoje já foi um dia muito cansativo para nós dois,e você não está o que pode se dizer completamente sóbrio.Se eu lhe dissese que quero que minha primeira vez seja com nós dois sóbrios e fisicamente em um estado melhor o que você diria?

Apesar de escolher muito bem as palavras para que ele entenda,eu não sei como ele vai reagir então estou me preparando para correr dele se necessário e me trancar no banheiro.

Apesar de ele semicerrar os olhos para mim,ele abre um leve sorriso.

-Diria que talvez você esteja certa,que tal apenas descansarmos hoje.

Ele está falando sério?Ele não vai nem mesmo retrucar?

-Obrigada.

-Não há o que agradecer...

Ele já parece estar caindo no sono pela sua voz,talvez ele tenha bebido mais do que eu poderia ter notado.

Ele não diz mais nada,e depois de alguns minutos,percebo que ele começa a resonar.

Dormindo...

Eu chamo algumas vezes baixinho,mas ele não responde nem se mexe.

Eu me levanto,vou na ponto dos pés até a porta e saio do quarto,olho para os lados,e vou até o quarto mais distante de onde está Eron dormindo e entro,ainda bem que não está trancada.

É um quarto menor mais ainda é luxuoso,entro e fecho a porta atrás de mim.Antes de cair na cama,tiro o vestido de noiva,com alguma dificuldade,como estou com um sobre vestido por baixo,pelo menos não fico só com minha roupas de baixo,me deito na cama e me cubro até a cabeça,pela primeira na minha vida a incerteza do futuro me toma,e agora que parei depois de todas as coisas forçadas e todas as loucuras,posso perceber o quão desalentada eu estou,e como se não tivesse lugar algum para estar,mesmo essa casa,meu marido arranjado no outro cômodo,e como se não fossem meus,me sinto como o vento agora,suspensa no ar,sem terra ou lugar algum para firmar os meus pés.

Antes de cair no sono penso que pensei mal a respeito dos homens ou pelo menos de Eron,achei que homens eram como animais se tratando de certos assuntos,incontroláveis ,mas Eron hoje realmente me surpreendeu,em não fazer questão de termos algo em nossa noite de núpcias.Assim eu durmo,com a incerteza de um amanhã melhor.

-Minha amada?

Eu estou ouvindo coisas,sonhando que estou de novo em casa e meu pai está me chamando ?

-Maria?

Não é sonho eu só percebi quando abro os olhos e dou de cara com Eron com o rosto basicamente a centímetros do meu.Eu dou um salto da cama,e sem perceber acabo caindo para fora da cama.

Eron dar a volta e vem me ajudar.

-Não,não se aproxime.-eu digo e olho para os lados,minha mente ainda está lenta por ter acordado de supetão ,mas aos poucos me lembro da noite passada,olho para o quarto,e ele e o quarto em que dormi não o de núpcias.

Olho de novo para Eron e ele parece não entender muito.

-Você está mesmo acordada ou está sonhando?

-Eu...eu...você me assustou,o que está fazendo aqui?

Eu acordei e você não estava ao meu lado, então comecei a procurar nos outros quartos.

Ele se aproxima e me levanta,suas mãos permanecem em mim e quando começa a me apertar de certo modo eu olho para ele.

-O que você está fazendo?

-Ontem a noite não foi viável fazer nossa casamento se tornar real,o que haja dele se tornar real agora.

Toda a boa impressão que tive dele ontem a noite sumiu,acho que no fundo eu tinha razão sobre o pensamento que tive sobre os homens.

-Eron eu...eu não estou preparada .

-É impressão minha ou você está fugindo de mim?

Eu não sei o que fazer ele parece estar ficando irritado com minha recusa,e já que ele basicamente está me agarrando não sei para onde posso correr,ou como fugir.

-Eron não é isso...

-Se não é isso é o que então..me fale.

Ele se aproxima cada vez mais.

-Eu não estou pronta para dormir com alguém assim.

-Você é uma mulher casada...

-Eron não me entenda errado e só que...

Ele me solta o que traz um certo alívio.

-Como não vou entender errado se minha mulher se recusa a consumar o casamento comigo,alegando mil desculpas para tal,Maria quero que seja honesta comigo,porque está fugindo do seu compromisso como esposa comigo.

Eu olho para os lados,ele quer a sinceridade .

-Eron nosso relacionamento ou nosso compromisso foi tudo tão rápido,não houve um namoro como os outros e nem um noivado como os outros,eu mal te conheço e pensar em ter minha primeira vez me assusta sem conhecer a quem estarei me entregando.

Custa muito para mim dizer essas palavras,se tivesse sido um casamento normal,minha mãe deveria ter me dado conselhos sobre as núpcias,sobre o casamento,mas me sinto completamente no escuro.

-Você está com medo de dormir comigo porque seria a sua primeira vez com um homem?

Isso me faz olhar para ele,o modo como ele fala e como se eu estivesse omitindo algo,ou escondendo algo,isso me levou ao momento dos meus pais falando comigo,desconfiados e se recusando a da credito ao que eu dizia.

-Sim,acho que isso seja normal e aceitável não?

-Maria eu pedi para ser honesta comigo,o que de verdade há para você se recusar a dormir com seu legítimo marido.

Com isso eu fico verdadeiramente irritada.

-Eu te disse a verdade mas se você não acredita então acredite no que quiser.

-Então há mesmo outro motivo.

Achei que tivesse depois dos meus pais me livrado desse julgamento que nem sei pelo quê.

-Porque não me diz já que parece que sabe mais do que eu.

Ele se aproxima de novo e me segura pelos ombros.

-Você diz que é virgem,e por isso tem medo de dormir comigo mesmo eu sendo seu marido...

-Sou.Mas por quê dúvida da minha pureza?Se eu fosse uma mulher desonrada não acredito que aceitaria se casar comigo não ?

Ele tira as mãos dos meus ombros e dá uns passos para trás.

Isso e quase uma confirmação,mas ...

-Você pensa que sou uma mulher desonrada?

Agora sou eu que o estou inquirindo.

-Me responda!-Dessa vez eu grito.

-Você já se deitou com algum homem?

Ele me pergunta ao invés de responder minha pergunta o que me deixa mais irritada.

-Se o tivesse,não seria mais virgem,e já lhe disse com todas as minhas palavras que sou virgem.

Ele parece desconcertado,eu do mesmo modo também estou.

-De onde você tirou isso?E porque aceitou se casar comigo mesmo achando que eu não era uma mulher pura?

-Não pode ser... você é mesmo virgem?

Eu respiro fundo.

-Sou,sou,sou!!

Ele se senta na cama.

-Você estaria disposta a provar isso?

Olho para ele.

-O que quer dizer com isso?

-Escute me,eu tenho uma médica amiga da minha família e de minha confiança,você permitiria que ela verificasse e confirmasse a esse respeito se você é mesmo virgem?

Eu passo a mão pelo meu rosto,porque não estou acreditando no que ele está me pedindo.

-Ela médica então não precisa ficar ...

-Tudo bem-Digo-pelo menos depois da confirmação estarei livre de tal taxação sobre minha honra.-mas quero respostas.Me diga porque pensou que eu era uma mulher desonrada?

Isso não faz o menor sentido,homens não se casam com mulheres desonradas,ainda mais sem conhece las,e porque ele pensou isso,já que meu comportamento em nenhum momento foi atirado ou devasso para com ele,pelo contrário sempre me comportei como uma dama,em nosso noivado em nenhum momento cedi as investidas dele para me beijar,então de onde ele tirou essa idéia?

Ele se levanta para ficarmos frente a frente e olha profundamente em meus olhos.

-Foram seus pais,eles firmaram um contrato com minha familia,o noivado,o casamento,foi quase como um negócio.

-Meu...meus pais fizeram isso?Basicamente me venderam ou me trocaram como um objeto?

-Eu sinto muito,quando eles me disseram me pareceu que você sempre teve tudo e ainda assim os decepcionou envergonhado o nome de toda a família,mas agora parece completamente o contrário.

Agora tudo faz sentido,como eles me trataram como uma qualquer,não me dando a menor escolha em nada,e acima de tudo o porque quiseram me casar tão rápido,e porque eles me deserdaram.Desonrada e grávida era o que eles pensaram que eu era.A piada disso tudo e que eles entregaram sua única filha para um estranho por absolutamente nada.

-O que mais?-Digo secando as lágrimas que escorrem do meu rosto.

-Foi feito os moldes do acordo,eles disseram que isso jamais seria pronunciado novamente,que ele moveria mundos e fundos para impedir que se espalhasse,ele me assegurou isso já que eu também seria envolvido caso a história se espalhasse então de certo modo eu também estava arriscando o nome da minha família.

-Alguém deve ter dito isso a eles,não pior os convenceu disso,o que me deixa mais triste e que ele nem mesmo deixou eu me explicar,eu fui acusada sem a possibilidade de me defender porque nem sabia o que diziam o que eu fiz.Você vê o paradoxo?

-Seu pai tinha tanta certeza,quem quer que tenha lhe falado tem uma boa lábia.Você não sabe quem poderia ter feito isso?

Eu balanço a cabeça negando.Não faço ideia de quem poderia me fazer tanto mal,quem quer que seja me odeia,pelo menos agora sei a sintese de toda essa loucura o porquê de todo meu sofrimento no último mês.Solidão,desamparo, injustiça, só eu sei o quanto isso dói,ainda mais por terem sido cometidas por pessoas que eu amava,então a punhalada em meu peito,dói mais ainda.

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Comments

Vivian

Vivian

Acho que a tal amiga fez isso

2022-12-05

9

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