Capítulo 15-O tiro de misericórdia

-Não é possível!!!-eu grito

Eron cruza os braços,ele claramente não está nada satisfeito com o que ocorreu,tudo em sua postura diz isso.Pela sua cara ele poderia muito bem dizer"eu te falei",por várias vezes me disse que isso não funcionária,e aí está meu pai livre.

-Como meu pai não foi nem mesmo levado para a delegacia?!

Eu urro de raiva.

-Aquele policial me disse...urrhhh.

-Acalme se Maria,não vai adiantar nada ficar gritando ou berrando,nem mesmo reclamar,está claro que o conhecimento do seu pai está infiltrado até na polícia.

-Como não vou gritar...todos viram o que ele fez diante de toda a igreja,como agora...

Não posso acreditar nisso.

-Você não acha que é melhor parar com isso Maria?Não estou gostando nada de como o rumo das coisas estão tomando.

-Eron eu sei disso,mas como vou parar agora,com as coisas que aconteceram,meu pai é uma pessoa ruim e precisa ir para a cadeia!Ou aonde acha e isso pode parar?

Ele pega minha mão e me puxa para o seu lado,ele pega um pedaço de bife e coloca no meu rosto.

-Ai...

-Ouça Maria,não estou dizendo para desistir de seus planos,pelo menos não completamente,mas tudo isso está indo longe demais.Ao meu ver se as coisas continuarem a ir da forma que estão só quem vai sair machucada dessa história é você como na questão de hoje.

-Eu sei Eron...

-Está claro que não sabe!O que mais vai esperar acontecer para ver o quanto seu pai é perigoso?Não estou falando apenas em seus planos,mas também na perspicácia dele,o que está esperando para parar de cutucar onça com vara curta?Eu te apoiei no início Maria,mas aparti de agora,não moverei nem mais um dedo nem mais recursos para isso.

-Eron,o que está dizendo?Que vai me abandonar?Não disse que ia cuidar de mim?

-Uma coisa não tem nada haver com a outra Maria,por favor não confunda as coisas,ainda cuidarei de você,mas não conte comigo mais para se vingar do seu pai...acredite faço isso para o seu bem,tudo o que eu menos quero e vê-la saindo ferida dessa história.

Ele se levanta e sai.

O pedaço de bife cai no meu colo,eu fico parada,sentada sem muita reação ao que acabou de acontecer.... será que Eron está certo,isso já foi longe demais?Ou sua preocupação é desnecessária?

Como eu poderia deixar os crimes do meu pai impune,sabendo o que ele fez,e o que ele ainda pode fazer... não eu não posso parar agora ainda não.

Mas talvez por enquanto devo recuar,se eu perder Eron,perderei muita outras coisas além do seu apoio.

Ouço duas batidas na porta, já passa da hora do jantar,mas não estou com sono,passei a tarde e a noite pensando,mesmo sem a ajuda de Eron,uma forma de conseguir colocar meu pai na cadeia,mas ainda não achei a resposta para isso.

Ouço outra batida na porta.

-Entre...

É Eron...ele parece mais tranquilo.

-Você não quiz jantar,não está com fome ou está brava com nossa conversa de hoje a tarde?

-Talvez a primeira opção...não tenho motivos para não querer vê lo,seu ponto de vista não está errado,mas o meu também não está.

-Tem certeza disso?Não está mesmo chateada comigo?Nem um pouco?

Ele vem se sentar na cama.

-Claro que não,não estou mesmo chateada com você,não se preocupe com isso,não é isso que está tirando a minha fome.

Ele respira fundo.

-O que está tirando sua fome são seus planos contra seu pai não?

-Não fique bravo comigo.Você acompanhou tudo e pode imaginar o que sinto em relação a isso.

Ele balança a cabeça.

-Entendo,claro que entendo,mas Maria acredite eu me importo com você,muito,e não quero vê la sofrer como foi no caso das descobertas do passado.

Eu sorrio.

-Agora eu entendo,sei que talvez por estar de fora dessa situação consiga ver mais claramente,e talvez só queira me alertar,mas...

-Você não vai parar enquanto não conquistar seu objetivo.

-Não fique bravo comigo,por favor.

-Não estou bravo,mas se tiver alguma consideração ou afeto por mim,vou lhe pedir que dê um tempo desses planos,acho que está se espondo demais e não está chegando a lugar algum,seu pai continua livre leve e solto .

Respiro fundo odeio concordar com ele,mas ele tem razão.

-Não posso desistir assim...

-Não estou dizendo para não os fazerem,mas sim para adia los pelo menos por enquanto.

-Eu preciso pensar nisso,não vou lhe dizer que vou deixar,sendo que por trás de você ficaria maquinando,me dê essa noite para pensar e amanhã pela manhã eu lhe falo a conclusão que cheguei .

-Você tem esse tempo,se não pedisse isso não seria você.

Balanço a cabeça afirmando.

-Você não comeu nada,vou pedir a empregada para trazer um copo de leite,você quer?

-Sim,seria bom...

-Então descanse Maria,boa noite.

Ele se levanta eu seguro a mão dele para para lo.

-Eron obrigada...não, muito obrigada pelo seu afeto.

Ele também segura minha mão e aperta de leve.

-Não precisa mais agradecer.

Ele sai.Mesmo eu fazendo algo que ele não concorda ele ainda me trata tão bem,Eron é de verdade um homem de valor,de muitas formas sou grata por te lo ao meu lado.

No final das contas eu aceitei a rendição que Eron disse,não que eu concorde com ele,mas por partes ele tem razão, de recuar e dá um tempo ,não pelo meu pai,mas sim por ele e por sua família,agora eu sou uma Yaning,e por mais que minhas últimas ações não tenham atingido diretamente a família,mas minha exposição sim,então decidi dá o que ele me pediu,e por enquanto a paz reinará...ou assim penso eu.

-Você quer dinheiro para ir ao alfaiate?

-Não precisa,eu tenho o dinheiro que meu pai me passou,então não precisa se preocupar com isso.Nem com essas amenidades.

-Tem certeza?

Balanço a cabeça,nossa relação que já não era nada muito forte ou convencional nos últimos dias anda ainda mais fria,talvez se fosse em um outro momento eu aceitaria,mas agora nem sei a quantas andamos.

-A festa do meu pai será daqui a uma semana, será que dará tempo de fazer o vestido?

-Não se preocupe com isso,qualquer coisa pedirei urgência.

-Tudo bem,se precisar de recursos não se acanhe em pedir.

Balanço a cabeça,mas eu claramente não vou pedir.

-Ate mais tarde.

-Até.

Me sento no sofá e olho para a frente sem saber como a vida se tornou tão complicada,e sempre que penso a resposta e sempre por culpa do meu pai.

Me levanto e vou para a biblioteca ler,apesar de nada me apetecer agora,não há como ficar em paz quando se tem algo para fazer,para organizar e não se consegue ou se é impedido,abro um livro mas não saio do primeiro parágrafo,futuramente mesmo que Eron não queira mais me ajudar terei que seguir sozinha,ele pode pedir a anulação do casamento,no fundo eu penso que ele não me quer mais como sua esposa,como também ia querer depois tantas confusões e problemas?

Não tiro a razão dele...eu tenho o dinheiro que meu pai me passou,com certeza com isso vou poder fazer o que quero e conseguir coloca lo na cadeia...mas se eu me separar de Eron,precisarei ter uma casa,não poderei voltar a casa dos meus pais...

-Senhora?

-Sim Laya diga?

-Um dos detetives pediu para falar com a senhora.

-Sirva a ele um café e diga que já vou.

-Sim senhora.

Como Eron disse para dar um tempo pedirei para por enquanto ele parar de vigiar meu pai,pelo menos por enquanto

-Detetive.

-Senhora... já faz tempo que não venho porque seu pai não estava fazendo muito coisa porém essa semana ele tem agido de uma forma estranha.

Deve ter sido por causa do jornal e da situação na igreja,pelo menos se ele estiver se arrependendo seria uma boa notícia.

-Hm,imagino...

-Não,a senhora nem pode imaginar ,tenho visto ele se reunir com algumas pessoas,mas em especial com um homem que é vendedor de ervas naturais,esse encontro em especial foi muito secreto,fora da cidade,quase o perdi de vista.

-Hm,meu pai com uma herbalista,isso é muito estranho?

Mesmo havendo remédios novos feito por farmacêuticos,os remédios naturais ainda são muito procurados.

-Esse é um herbalista diferente senhora.

-"Herbalista diferente"?O que quer disser com isso?

-Eu investiguei durante dias sobre esse homem que é de outra cidade,ele é especialista em plantas venenosas.

Olho para ele.

-O que isso significa exatamente detetive?

Não sei porque mais isso não parece um bom sinal.

-Não sei ao certo senhora,não achei uma ligação ainda,mas continuarei investigando.

Apesar de eu pensar em dispensar os serviços dele antes,acho que não posso fazer isso,não até saber o que meu pai está aprontando,talvez isso não seja nada,ou talvez seja algo,o que não imagino,meu pai nunca foi ligado a plantas se fosse diria que talvez estivesse interessado em alguma espécie nova,mas não acho que plantar ou cultivar seja o novo passatempo do meu pai,mas sim que tem algo acontecendo.

-Por favor continue a investigar.

-Claro senhora não se preocupe.

Pai por favor não seja louco e não faça nenhuma loucura,pelo menos não enquanto eu estendi a bandeira branca,mas talvez ele não entendeu a dele.

Volto a biblioteca mas não volto a ler apenas fico pensando na vida,o que no meu caso tenho muito a pensar.Talvez eu deva ter uma conversa franca com Eron,não sei a quantas anda o nosso relacionamento se é que podemos chamar o que temos de relacionamento.Tudo é muito complicado,pensar isso é uma coisa,ir até ele para conversar sobre isso é outra.,e ele já está bravo comigo, então talvez não seja o momento para isso,o difícil será achar o momento certo.Nosso relacionamento tem tudo para dar certo,mas também tem tudo para dar errado,coisas acontecem que nos afastam,e coisas que acontecem que nos aproximam.

Passo bastante tempo na biblioteca,depois fico no meu quarto, só volto para o andar de baixo para a hora do jantar.

Quando desço as escadas vejo Eron no sofá.

-Eron já está em casa...chegou mais cedo hoje.

-Sim,voltei do escritório mais cedo,não me sinto muito bem acho que estou ficando gripado.

Eu termino de descer a escada e me aproximo dele,coloco minha mão em sua testa,está mesmo um pouco quente,ele me olha de um forma estranho que não consigo entender o porque.

-O -o que foi?

-Nada.-Ele diz mudando a expressão.

-Bem tome um remédio mais tarde antes de dormir,assim tenho certeza de que estará bem amanhã,mas por agora vamos jantar?

Ele acente mais ainda parece uma expressão estranha no rosto.

-Como foi seu dia de trabalho?Ocorreu tudo bem?

-Sim,tudo dentro das normalidades...e por aqui alguma novidade?

O jantar é servido,e comemos em silêncio,apesar de Eron de vez em quanto me olhar,seus olhares estão me deixando intrigada.

-Eron...

Estou prestes a perguntar se ele quer me dizer algo,ou se há algo de errado.

-Senhora,me desculpe,mas o detetive que veio está manhã está na sala,eu avisei que estavam jantando mas ele disse que precisa falar urgente com a senhora.

Eu olho para Eron e ele me olha.

-Se esse é o caso diga a ele que já vou.

-Sim senhora.

Laya sai.

-Aconteceu alguma coisa?Porque ele veio de manhã?

-Veio me informar alguns passos do meu pai,eu sei que prometi a você dar um passo atrás,mas meu pai parece está planejando algo.

-Entendo,então eu irei com você falar com o detetive .

-Tudo bem.

Não há porque guardar segredo até porque o detetive é pessoal dele,de uma forma ou de outra ele saberia.

Nós levantamos e vamos a sala.

-Detetive aconteceu algum imprevisto? Não imaginava voltar tão rápido.

-Senhor....senhora....não achava que teria notícias novas tão cedo, porém,as notícias que trago não são boas..

-O que houve para tamanha urgência?

-O problema é o que irá acontecer,monitorei seu pai,e como havia dito,ele se encontrou com o Herbalista e pelas minhas investigações fez uma encomenda com ele.

-E...

-Ele também se encontrou com um funcionário de um buffet da cidade.

Nada disso faz muito sentido mas espero pacientemente pela explicação.

-O funcionário trabalha no buffet The Lamour Gourmet,isso lhe diz alguma coisa?

-Não.

-Sim.

Eron e eu falamos ao mesmo tempo,isso me faz girar agora ele com as sobrancelhas em pé pedindo uma explicação.

-É o buffet que meus pais normalmente usa para os eventos familiares e isso a anos,foi o buffet que serviu as comidas da nossa festa de casamento.

Minha espressão muda de surpresa para assustada e sem entender muito bem o que está acontecendo.

-O que isso tudo significa?

-Pelo quê pude perceber seu pai tentará envenena los.-Ele fala o óbvio,mas eu caio sentada no sofá ao ouvir isso.

-Meu pai não parou nem por um momento de tentar nos ferir.

Eron permanece quieto,mas sua expressão mudou,parece determinado ao invés de pasmo ou assustado como eu,estamos falando de algo muito mais sério do que poderíamos imaginar.

-Não sei o que pretendem fazer,mas essa situação é muito séria,e precisa se agir rápido,o que quer que pensem em fazer,eu permanecerei com meu pessoal monitorando ele.

-Entendemos August,eu e minha esposa vamos conversar e decidir,e nos avise se qualquer outra ocorrência,e fazer provas,sei que precisaremos disso no futuro.

-Claro senhor...senhora.

Ele nos cumprimenta e sai.

-Maria...

-Nem comece Eron!

Ele parece não entender o meu tom de voz.

-Porque está gritando?

-A culpa é sua sabe!Viu do que adiantou levantar a bandeira branca de paz se meu pai quer mesmo acabar conosco,ele não é uma boa pessoa,aceite isso Eron!

-Acho que entendeu algo errado.

-O que eu entendi errado?A parte que ele quer acabar conosco ou a parte de que ele não é boa pessoa,ou que você não quer que eu pare a minha vingança!

Eu estou irritada,isso está claro,meu pai está indo longe demais e Eron quer cortar as minhas asas.

-Acho que não dá para conversar enquanto estiver assim.

-Assim como?Revoltada,assustada,ele pretende envenenar toda a nossa família e você fica aí parado sem reação?

-Acho que isso que você entendeu errado.

-O que?

Não estou entendendo ,talvez não queira entender.

-O detetive deixou claro que ele fez uma encomenda ao Herbalista,e pelo jeito não foi nada que saltasse os olhos,pois chamaria muito a atenção,o que quer que ele tenha pedido,foi algo discreto,ele tem agido sorrateiramente....

Eron está certo,mais cedo o detetive disso que quase o perdeu de vista.

-...ele não quer,ou não queria fazer alarde,nosso detetive é muito bom,por isso tem passado despercebido,ele provavelmente não sabe que sabemos.

-Onde você quer chegar com isso?

-Eu não posso ter certeza disso,mas se olharmos as ações podemos chegar a conclusão onde isso vai chegar .

Ele está fazendo uma linha de raciocínio,porém eu não consigo entender onde ele quer chegar,e isso está me irritando.

- e o que tem tudo isso?

-Ele está sendo sorrateiro,encomendou um veneno com um Herbalista pois seria mais difícil de rastrear que com um farmacêutico,e por ser um veneno de alguma planta provavelmente será menos eficaz que outro tipo,precisaria de uma quantidade grande para matar,ou machucar gravemente muitas pessoas,mas uma só,não acho que ele queira ferir a família Yaning,mas sim, você,ele não quer envenenar nossa família,mas unicamente você.

Eu já estou sentada então não posso cair para lugar nenhum,mas por algum motivo me sinto mal,como se algo fosse explodir dentro do meu coração,ou se eu estivesse me desfazendo em lágrimas,e ruim quando percebemos que no fundo ainda acreditamos em alguém ao qual não devemos dar crédito,e percebi que ainda tinha esperança de que meu pai se arrepende se de seus atos,pelo contrário,ele quer mesmo me destruir de vez como fez com minha mãe verdadeira.

Só quando sinto a mão gelada de Eron no rosto e que percebo que estou chorando,eu não desmaiei,para minha tristeza, porqie me sinto como se tivesse sido fuzilada,Eron que me perdoe,mas eu não sou um cordeiro para ser levado ao matadouro sem retrucar,eu posso até ir,mas aqueles que querem meu mal virão comigo.

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Comments

Débora Sudre

Débora Sudre

É vdd. Nd de romance. Aliás esta ficando cansativo.

2023-11-12

0

Rejane Azambuja

Rejane Azambuja

O livro até aqui de romance não tem nada...

2023-02-23

3

ela está se gualando ah ele, e pior ela é muito infantil em partes .

2022-10-20

3

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