Capítulo 11-O passado batendo na porta

-Ele está lá dentro menina.

-Ele está sozinho?

-Sim menina, há algum problema?

Meu sorriso é mais falso que nota redonda.

-Nada demais Zalia.

-E o senhor Yaning?

-Não virá hoje ele tem estado muito ocupado sabe.

Ela sorri.

-Sim menina,quando vinher novamente espero que o traga,farei aquele bolo de chocolate com morangos que você adora.

-Pode deixar.

Apesar de achar que nunca mais voltarei aqui.

Ao entrar na casa percebo que nada mudou tudo continua o mesmo,não sei porque sempre espero a mudança de algo,talvez vejo porque minha vida parece um redemoinho e tudo mudou de lugar.

Ao passar passo a mão no sofá,e sigo para o escritório.

Não bato ao entrar,então só abro a porta mesmo.

Meu pai atrás da mesa de mogno olha para cima e se assusta ao me ver.

-O que você está fazendo aqui?

Ele parece rosnar ao invés de falar.

-Vim,vê lo papai.

Minha voz claramente é de sarcasmo.

-Já não temos mais nada um com outro,nem minha filha é mais,nem nosso sobrenome lhe pertence.

-Ah é?-ando até está de frente para ele.-Sabe Eron me disse que esse documento não tem poder para arrancar o sobrenome de ninguém,no fundo você fez isso para eu me assustar e me casar com Eron,ou eu deveria disser para se livrar de mim?

-Como ousa falar....

-E porque não posso?Porque lhe devo respeito senhor Hien.

-Se veio aqui para chorar pitangas ou mesmo fazer reclamações,pode dar meia volta e sair daqui Maria.

-Não vim aqui fazer isso,mas se quiser chamar a polícia para me tirar daqui fique a vontade.-fico parada na frente dele,esperando ele se decidir para eu tomar uma decisão também.

-O que está havendo com você por acaso ficou louca?

-Estou muito mais sã do que poderia imaginar,tanto que sei que não vai chamar a polícia,pelo mesmo motivo que não disse as empregadas para vetarem minha entrada aqui,você está correndo de escândalos não é papai?

Ele parece impaciente e irritado.

-Já disse que não sou seu pai,não mais.E qualquer um faria o mesmo,isso pode implicar a toda a nossa família e a prejudicaria.

-Se não soubesse o que já sei a seu respeito,ficaria comovida com essa frase.

Ele bate a mão na mesa.

-Isso aqui não é uma brincadeira nem um jogo de palavras Maria...

Ele está me fuzilando com os olhos.

-O que pretende com essa visita?

-Pense nessa visita como uma visita de seu passado.

-Visita do passado.. que baboseira é essa?

-Não há nada em seu passado,que se vinhesse ao presente te assombraria?

-Chega disso, diga que diabos veio fazer aqui ou vai embora.

Eu pego um dos envelopes que tenho nas mãos e jogo na mesa na frente dele.

-O que tem nesse envelope?

-Abra.

Ele abre e lê e reler e reler novamente.

-Onde....como conseguiu isso?

-No seu passado.Ou deveria dizer em nosso passado?

Já não bastava as coisas que fez contra mim no presente,piorando as coisas descobri o fez comigo no passado.Sabe sempre o vi como um homem íntegro,verdadeiro,honesto,como eu e toda essa sociedade estávamos enganados,você me disse que sou boa atriz,acho que perco para você pai.

Ele agora parece ter caído em si, não na verdade ele parece ver que o passado bateu em sua porta,ele pega o papel e rasga,pega os outros papéis do envelope e rasga também.

Isso só me faz achar graça.

-Você é meu pai biológico,e matou minha mãe biológica,sua amante,para poder adotar me e viver feliz ao lado de sua esposa legítima.-Achou que nunca ninguém ia descobrir depois de dezenove anos não é? Você organizou tudo muito bem,teve uma amante e escondeu isso de sua esposa,depois sua amante,minha mãe verdadeira,engravidou,e escondeu a muito bem também quando seus pais a expulsaram,e por toda gravidez,ela viveu em um convento que a acolheu de bom grado, até ter o bebê,nesse caso eu,e então por algum motivo que desconheço você se livrou da amante,mas ficou com um prêmio,o filho ou melhor a filha que sua esposa não podia lhe dar, já que ela é estéril.Desculpe mas não sou jornalista não ficaria bem a manchete assim,mas tenho certeza que os jornalistas saberão escrever uma boa reportagem.

-E isso que pensa em fazer?Acabar com toda a reputação da família por capricho?

Isso me faz rir novamente.Eu sei que está muito fora do contexto da situação que é muito séria,mas não aguento a sua falta de vergonha.

-Eu achando que já tinha feito isso quando me perdi não é.Mas isso era mentira nada comparado a verdade que você esconde há mais de 19 anos.

Você sabe o que fez no passado,na verdade antes só tinha o propósito de esclarecer que vocês cometeram um erro para comigo.Queria limpar ar meu nome,mas ao tentar limpar meu,vi o quanto o seu está sujo.O casamento que você me forçou a aceitar foi o ponta pé inicial para que descobrisse cada uma dessas coisas.

Pela sua atitude de me casar com Eron me fez querer mostrar a verdade,e com isso descobrir a verdade que nunca imaginei...

-o que fará com tudo isso?

-Como na época que aconteceu,hoje não há muitas provas para provar que matou minha mãe...

-Então o que ainda está fazendo aqui?

-Eu ainda não terminei.Porém tenho provas muito concretas sobre ser sua filha biológica,e de que foi amante de minha mãe verdadeira,posso não provar que a matou,mas essa idéia pode muito bem pairar no ar depois que a verdade for jogada aos quatro ventos.

-O que você quer diga logo.

-Direi no momento certo,o que quero de verdade,mas por enquanto quero que revogue o documento que assinou em cartório,ainda não fez um mês desde que o assinou e pode ser anulado.

Ele está com a mão em forma de punho e apertando com força.

-É isso que quer?

-Algo pequeno ao mal que me fizeram,quero que saiba que o menor dos pedidos.

-Se eu disser não as suas chantagens?

-Escandalo.

-Eu farei o que está me pedindo.

Eu balanço a cabeça.

-Mais uma coisa, isso não é uma condição apenas um aviso, você tem vinte quatro horas para contar a sua esposa toda a história,se não contar eu conto.Ja chega de pessoas enganadas na família Hien.

-Se eu contar..

-Provavelmente ela não vai querer ficar com você,mas acho que nunca a mereceu se desde o início a traiu com outra mulher.

Ele claramente está em fúria,mas não pode fazer nada.Essa foi uma armadilha que ele mesmo criou para si.

-Me certificarei se contou ou não.

-Você a fará sofrer...

-Não mais do que suas mentiras...mas uma coisa,quero que repasse 1/3 da fortuna Hien para mim.

-O quê? Você...

-Não termine a frase não quero ouvir nada, só faça o que estou falando...

-Maria ... como você está diferente...por acaso Eron tem te mudado assim.

-Você é verdadeiramente interessante pai,depois de tudo o que me fez,ainda tem coragem de dizer que Eron me mudou?Eu não mudei,mas essa situação requer isso.Basta que o bem se omita,para que o mal impere,e acredite não vou deixar as coisas que me aconteceram,nem o que descobrir passarem em branco.

-Se acha que o sou o mal e você o bem...

-Chega disso,eu só vim para lhe dizer essas coisas,claro além de dizer que a sua cara de pau não tem limites,e agora diante de você vejo que não se arrepende do que fez,você matou um outro ser humano,mãe da sua filha,e ainda acha que é um bom homem,enganou a todos e ainda se acha alguém integro.

-E eu sou!Não matei sua mãe...

-Não matou?Então porque ela morreu minutos depois de você a tela visitado?

-Isso deve ter sido uma coincidência.

-Muito bem.. coincidência?

Jogo o papel pardo encima da mesa dele.

-Suas coincidências então aí e se quiser pode rasgar,essas são apenas cópias.Não perderei mas meu tempo com você.Você tem 24 horas para dizer a verdade a sua esposa,alguns dias para anular o documento,e me passar parte da herança Hien.Lhe darei algum tempo para que faça isso,só não demore muito,nem tente fazer algo para me prejudicar,caso contrário,você já sabe qual vai ser o próximo noticiário do jornal.

Me viro e vou em direção da porta...

-Não pense que vai sair assim também,chantagem é crime,e você pode ser presa...

-Chame os meu pai,e iremos os dois para a cadeia.

Ou melhor nesse caso apenas você irá,o criminoso e assassino aqui é você.

Abro a porta e saio.

Não tenho palavras para dizer o que sinto agora,as reações do meu pai,ele não se arrepende do que fez,nem no passado,nem agora.Isso só me faz querer vê lo atrás das grades,mas ainda não tenho provas suficientes e o quanto isso me revolta.

Saio pelo portão e entro no carro.

-Para onde vamos senhora,ao encontro do senhor Yaning?

-Não,vamos para casa.

Mais cedo ou mais tarde encontrarei Eron mesmo.

A viagem de volta,acabo dormindo,essa noite não dormi bem,talvez estava ansiosa por esse encontro,meu pai que sempre pareceu um homem tranquilo,de boa índole,sem ter o que se falar,com uma reputação intocada ao que se sabia, hoje sua cara caiu,ele na verdade é um homem frio,e não despreocupado como imaginei,e isso e entristece e porque não dizer me assusta.A vida e a família que vivi eram um mentira.

Quando eu acordo já estamos quase chegando em casa,o sono não conseguiu tirar a dor de cabeça que está me dando,esse não deveria ser um assunto que deveria estar resolvendo,tudo em minha vida se tornou um problema a se resolver...minha família,meu passado,meu casamento,minha reputação,não teria como não ficar sem ter dor de cabeça.

Quando enfim chegamos em casa,a dor de cabeça está pior ainda.

-Boa tarde senhora,deseja almoçar ou comer alguma coisa?

-Não Laya só pode Por favor me trazer um chá e um remédio para dor de cabeça?

-Claro senhora.

-Estarei na sala privada...

Ela acente.

A sala privada é como se fosse uma sala de estar,mas tem um sofazinho bem cômodo,daria até para dormir nele,uma mesa,algumas cadeiras,seria como uma sala de reunião pequena.

Eu me jogo no sofazinho, só quero ficar um pouco sossegada,mas minha mente torna isso impossível.

Fico pensando na com conversa com meu pai,talvez e devesse ter sido mais enérgica,gritado com ele,ele merecia algo assim.Mas acho que nada disso adiantaria ,ele não me pareceu arrependido, tão pouco minha mãe biológica pareceu ter qualquer representatividade para ele.Isso só o torna pior aos meus olhos,o que me dá muita mais vontade de fazer lo pagar,não com chantagens,mas com o que seria o certo,além de se fazer justiça por mim,por minha mãe,e por sabe se quem mais ele tenha feito mal.

Eu tomo chá e o remédio,talvez por isso eu fico meio sonolenta e novo,mais não durmo,pelo contrário continuo acordada entre mil pensamentos.

Que não me levam em muito mais lugares.

O tempo passa e no final das contas só fico deitada descansando.

Quando a porta abre acho que Laya vindo ver se quero algo,mas é Eron.

Ele entra e anda até o sofá e senta na ponta dele.

-Laya me disse que você estava aqui,vim ver se estar tudo bem.

-Estou bem Eron...sabe me sinto culpada.

-Pelo quê você fez algo de errado?Como foi a conversa com seu pai?

-Acho que me sinto culpada por causa disso.

-E porque?Você esperou até ter as provas,não saiu escondida,tem sempre me avisado dos seus planos como lhe pedir,o que fez que a está deixando culpada assim?

Eu me sento.

-Eu não fiz nada,acho que foi pela conversa com meu pai,eu percebi que não tenho ninguém,e sinto que o peso de tudo isso ficou com você.

-Você não é um peso para mim Maria,além do mais eu sou seu marido,farei o que puder para te ajudar.

-Você não é meu marido....ainda e mesmo assim faz tantas coisas por mim...se em algum momento você achar que está fazendo demais,promete me dizer?Eu não quero ser um peso principalmente para você...

-Bom primeiro eu não sei marido por que você não quer...E você não é um peso para mim não se preocupe.A viagem foi longa, você deve estar cansada.

-Não muito eu dormir na viagem de volta.

-É mesmo mas essa,mesmo assim eu consigo te mostrar que você não é um peso para mim.

Fico confusa.

-Me mostrar como?

Ele se levanto,o que me deixa ainda mais sem entender,e quando ele volta a se aproximar,me faz ficar se reação quando ele me pega no colo.

-Eron,o-o que está fazendo?

-Viu você não é tão pesada assim para mim.

-Isso é outro sentido da palavra,mas agora me ponha no chão sim?

Ele balança a cabeça negando.

-Que tal descansarmos no quarto?

-Eron...?

Ele começa a andar sem se importar com minha reclamações.

-Eron me põe no chão!

-Fica sossegada em um minuto estaremos lá em cima, e você nem vai precisar fazer esforço.

-Para mim subir a escada não é esforço nenhum,me põe no chão vai...

-Já disse que você não é um peso para mim...

Meio que para mostrar isso ele me joga para cima igual se eu fosse uma criança,eu grito,e isso faz eu me agarrar a ele.

-Você vai derrubar assim.Me solta!

-Senhor ...senhora...-Laya vem correndo,deve ser por causa dos meus gritos.

-Ela está segura Laya,obrigada pode se retirar.

Ela sai parecendo achar graça da situação.

-Que vergonha...-Digo escondendo meu rosto em seu peito.

Ele volta a andar e comer a subir a escada o que me deixa ainda mais apreensiva.

-Você é tão envergonhada,não sei como acreditei,quando seu pai disse que tinha se perdido.

A cada degrau que ele sobe me dá mais aflição e isso me faz ficar grudada a ele como um carrapato.

Quando chegamos em frente a porta ele me pede ara abrir,e eu posso respirar tranquila,ele não me derrubou pelo menos.

Ele me põe na cama.

-Pronto viu não doeu nada,além de você não pesar muito.

-Pesando ou não,não faça isso de novo.

Ele se deita ao meu lado.

-Se reclama disso,o que fará se um dia se tornar minha mulher?

Essa é uma pergunta que também tem rondado minha cabeça.O mês que pedi a Eron está indo embora,não sei nada a respeito de uma vida entre duas pessoas.A pergunta que me faço e como posso me tornar a esposa de Eron,e isso o fará feliz,ou se ele apenas se sente culpado ou na obrigação de me ajudar.

Minha mente está confusa a respeito disso talvez por isso pedi um tempo para ele,apesar de ele achar que pedi esse tempo para fugir dele.

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Comments

Luciana Santos

Luciana Santos

já tá na hora Maria

2023-05-02

1

Antônia Batista

Antônia Batista

Maria Maria vc é de mais kkkk

2022-11-24

0

Vanildes Ramos

Vanildes Ramos

não vejo a hora dessas dois ficarem juntos....

2022-05-11

5

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