Capítulo 14-A vingança é um prato que se come frio

Capítulo 14-A vingança é um prato que se come frio

Estou deitada, já é passada da minha hora normal de dormir,mas continuo sem sono,pensando...é quando ouço uma batida na porta e depois a porta se abre.É Eron.

-Desculpe... te acordei?

-Eu estava acordada,não consegui pegar no sono ainda

Ele vem se sentar na cama,e eu me sento também.

-Soube do que aconteceu na confeitaria,seria impossível não saber,está um borburinho na cidade.

Balanço a cabeça.

-Eu imaginei isso.

-Isso...faz parte do seu plano?

Ele claramente está preocupado,talvez ouviu algo mais do que aconteceu na confeitaria,as pessoas sempre aumentam uma coisa e outra.

-Sim.

-Se foi o que planejou porque está triste ...algo saiu daquilo que esperava?

-Não,meu pai é um homem explosivo,e eu sei disso,por isso sabia que seria fácil mesmo que em público ele se exaltar.

-Entendo.Ainda assim preciso dizer que tome cuidado,eu sei que estava com meus seguranças,mas para mim o senhor Hien tem demostrado um lado ruim,que antes nunca poderia imaginar,olhando ele sem prestar atenção, porém temo pelo que há de vir,então se for fazer algo tome cuidado,não... tome muito cuidado Maria.

Ele já havia me dito isso antes,mas não com a intensidade de agora,é bom,não... é muito bom ter alguém que se preocupe conosco.

-Prometo ter cuidado.

Ele me olha nos olhos ...

-Maria está acontecendo mais alguma coisa? Você parece triste.

Olho também para os seus olhos,e ao invés de respondê-lo eu me jogo em seus bracos a ponto de chorar.

-Mas...o que aconteceu Maria me diga.-ele faz carinho em minhas costas e em meus cabelos.

-Estou triste....não entendo como meu pai se transformou nesse mostro,ou ele sempre foi assim?

Será que ele não tem consciência,ou a consciência dele

não tem mais peso em sua vida?

-Maria...não deve pensar nisso,são coisas que não se tem uma resposta definida....lembra corações dos outros é terra onde ninguém pisa...se ele sempre foi assim ou se tornou assim,é algo que apenas Deus e ele sabem.

Eu o abraço forte,querendo disser essas palavras para mim mesma,pelo menos tentando me convencer,porque por nos seres humanos,enquanto não achamos resposta não sossegamos.

Um novo dia começa,e diferente da noite de ontem,não sinto mais o aperto que senti ontem a noite,talvez por ter conversado bastante com Eron,ou por ter tido tempo para pensar,mas não sinto mais tristeza pelas atitudes do meu pai se ele quer viver assim,nada tenho a fazer.

Quando acordo de manhã não encontro Eron apenas um bilhete,eu sorrio ao lê lo só ele para me tirar um sorriso logo que acordo,mas logo me levanto porque tenho coisas importantes a fazer em especial.

-Me chamou senhora.

-Sim,preciso que faça algo muito importante,preciso que vigie meu pai e todas as suas ações,por menor que seja e me conte.

Eron disse que meu pai é perigoso e talvez seja,se tenho que tomar todos os cuidados que seja assim,é o melhor a se fazer.Eu ainda tenho meus planos para me vingar dele,e já estou planejando o próximo bote,mas não sei o que ele está planejando,como no caso da denuncia que fez contra mim a única coisa que posso fazer é ficar alerta.

-Vigiar o senhor Hien senhora?

-Sim,e por favor não conte a ninguém.

-senhora...eu devo contar ao senhor Yaning?

Eu paro e penso,ele é empregado de Eron,no final das contas acho que mesmo que eu diga para não contar,ele contará.

-Ele também deve saber,mas apenas ele,e mais ninguém,e se mantenha o mais invisível possível, não quero que meu pai desconfie de nada.

-Sim senhora.

Pronto uma das coisas que tenho a fazer hoje está acertada, só falta uma.

-Laya?

-Sim senhora?

-Pode colocar esse envelope no correio para mim?

-Sim senhora.

Pronto,está feito.Talvez meu pai não devesse ter mexido comigo,não quero o mal dele,mas a ideia de ficar parada sem fazer nada seria como se eu concordasse com o que ele fez,e eu não concordo.

-Senhora?

-Sim Laya?

-Sua mãe está na sala,pediu para falar com a senhora.

Eu me levanto do sofá e olho para ela.

-Minha mãe?

-Sim senhora,fiz mal?E que a restrição era para apenas para seu pai.

-Não se preocupe,irei falar com ela,nós traga um café na sala por favor Laya.

-Sim senhora.

O que ela quer aqui?Eu claramente não sinto a mesma coisa por ela que pelo meu pai,ela como eu em toda essa história caiu de gaiata,mas ainda estou confusa,qual o motivo dela ter vindo aqui,não a vejo desde o dia em que Eron e eu fomos tentar esclarecer as coisas após o casamento,em que ela não foi muito receptiva,só espero que ela não tenha vindo aqui para pedir pelo meu pai.

Vou para sala não muito animada,talvez até preparada para o quer que venha pela frente.

Entro na sala e a vejo observar a sala ao redor,respiro fundo.

-Você queria falar comigo?

Não disse mãe porque não sei se ela gostaria de ser chamada assim depois de descobrir a verdade,e não a chamo pelo nome porque talvez isso também seja ofensivo.

-Maria,claro minha....

Ela não termina a frase parece tão desconsertada.

Eu me sento em sua frente.

-Imagino que seja algo importante para vim me procurar depois de tanto tempo.

-Eu sei que estou errada Maria,mas eu tive que tirar esse tempo para pensar a respeito de tudo,porque foi tudo como um tempestade,na nossa família parece que passou um furacão,e por mais que quisesse vir falar com você,não consegui,por isso me perdoe Maria.

Eu fico olhando para ela sem acreditar no que acabei de ouvir.

-Está mesmo me pedindo perdão?

-E não devia?Nós últimos meses fui muito rude com você,sendo de sangue ou não, você é minha única filha.

Eu ainda a observo,não acredito no que ela disse,e porque agora?

-Entendo,mas eu ainda estou no tempo de colocar minha cabeça no lugar,não estou pronta,pelo menos por enquanto para que as coisas sejam como antes,pelo contrário,esse é o momento de eu pensar muito sobre as coisas.Porém fico feliz que ainda pensa em mim como sua filha,nessa situação toda,nós fomos as vítimas.

-Só de pensar que fui enganada por toda a minha vida,até mesmo no início do meu casamento com seu pai,isso me dá uma ânsia.

-E vocês continuam juntos?

-Na mesma casa sim,não mais como marido e mulher.

Eu vim aqui por conta própria minha querida,não foi seu pai que me mandou aqui,eu sei que vocês estão brigados.

É algo a mais que isso,brigados é pouco.

Nesse momento Laya traz café com bolo.

-Obrigada Laya.Coma alguma coisa por favor.

Ela pega uma xícara e um pedaço de bolo.

-E como é sua vida aqui minha querida?

-É muito boa,melhor do que eu poderia imaginar,tinha tudo para dar errado,mas de alguma forma deu certo.

-Fico feliz por isso,acho que Deus sempre recompensa as boas pessoas.

-Se esse for o caso,de alguma forma seremos recompensadas.

-Você sempre foi um doce Maria.

Eu sorrio para ela,com certeza ela não sabe dos últimos acontecimentos,por isso ela continua pensando assim,e pelo jeito sobre meu pai ela continua sendo ingênua também,para não ver as coisas ruins que ele tem feito.

-Isso não é da sua conta.

-Como?

Eron e eu olhamos seriamente um para o outro.

E começamos a rir.

-Claro que não falei isso para ela,eu estava brincando...fui muito cordeal com ela,afinal ela levantou uma bandeira branca,e quer se reconciliar...se for algo genuíno poderei claramente aceita la.

-Fico feliz que possa voltar aos boas com sua mãe,a família é algo muito importante na vida de qualquer ser humano,e se ela reconhece que errou com você é algo verdadeiramente bom,mas você está preocupada que isso possa ter o dedo do seu pai?

-Pode ser,não posso confiar cem porcento,não depois do que tem acontecido ultimamente.E creio que tenha razão meu pai é perigoso e todo cuidado é pouco.

-Foi por isso que pediu para ficarem de olho no seu pai?

Ele está claramente falando do detetive.

-Sim,isso é mais uma precaução,não sei mais do que ele pode ser capaz,e poder antecipar qualquer movimento dele contra mim,me fará saber como agir.

-Entendo...se precisar de mais algum recurso não deixe de me pedir.

-Pode enquanto isso é tudo,até sabermos se ele sossegará ou ainda tentará me atacar.

Na manhã seguinte,eu me levanto cedo para ir na missa.

Peço a Laya para avisar se alguém vier me procurar,para avisar onde eu fui.

Vou com o motorista,e seguranças também, não há outra forma de manter Eron tranquilo.

Para aliviar dias tão turbulentos,nada como fazer orações para acalentar e aquecer o coração.

A igreja está bem cheia,a missa pela manhã é a mais frequentada.

Ao passar por algumas pessoas me cumprimentam,todos me reconhecem como a jovem senhora Yaning.

Faz tempo que não vinha na igreja,está aqui é bom,é pena que não poderei prestar muita atenção,preciso ficar atenta,talvez eu deva pedir perdão a Deus,por involver a casa dEle em algo assim,mas não havia outro modo, não um tão seguro.A missa começa,então assim as conversas cessam,enquanto começam as orações.

A leitura da bíblia,uma canção do coral...

-Maria..!!!

Metade das mulheres olham para traz,creio que todas poderiam se chamar Maria.

O grito corta o meio da música...

-Onde você está sua desgraçada.

Eu olho para traz e vejo meu pai entrando na igreja.

Todos começam a tentar entender o que está havendo.

-Onde você está!!!Maria Antonella...

Eu saio do meu banco e vou para o meio do salão para que ele veja aonde eu estou.

Ele está em fúria parece um touro desvairado

-Pai??O que houve?Porque está agindo dessa forma,estamos em uma igreja!

Ninguém entende o que está havendo mais eu sei o que há.

Ele se aproxima aos poucos de mim.

Eu levando minhas mãos a minha frente,como em um sinal de defesa e tranquilidade.

-Acalme se pai...

Está tudo saindo como planejado, porém.

Ele me dá um tapa na cara,pela segunda vez a minha vida,um tapa forte.Todos na igreja parece m abismados com isso,consigo ouvir os suspiros de surpresa,eu certamente estou.Dou alguns passos para trás para me afastar dele,mas ele continua a se aproximar como querendo me bater mais, então os seguranças de Eron se aproximam para me defender.

-Senhor Hien o que é isso?!Não se aproximar nem toque na senhora se não teremos que usar a força contra o senhor.

O sacerdote em cima de altar parece descrente em algo assim.

-Estamos na do Senhor,o que isso ?

-Essa... não é digna de pisar aqui.

-Essa é a casa de Deus senhor Hien,e todos que tem o coração aberto e necessitado são aceitos aqui...mas esse tipo de comportamente não será aceito,por favor se contenha ou se retira agora mesmo ...

Ele parece ainda mais em fúria.

-Você vai se arrepender disso Maria eu juro vai.

-Está me ameaçando de novo?Que mal eu fiz para você me querer tão mal pai?Você me odeia tanto assim?

Algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto,antes pensei que encenaria,mas não é mais preciso

-Vá para o inferno.

Ele vira e sai da igreja...claramente eu não permanecerei mais na missa,mas o que eu queria que fosse feito já foi feito.

-Peço desculpa a todos, sacerdote.

Saio da igreja olhando para os lados,meu pai claramente foi embora.

-Senhora está tudo bem?

-Eu estou bem,por hora apenas me leve para casa.

Na igreja fica um grande burburinho,nem imagino se a missa continuará,provavelmente sim.

Eu esperava que meu pai ficasse furioso,fizesse um escândalo como imaginei que faria,mas nunca que novamente ele me desse um tapa,ou tentasse algo contra mim diante de tantas pessoas.Ele está mesmo ficando descontrolado,como talvez sempre foi por detrás daquela aparência de homem de família, porém por detrás estava toda a sujeira dos seus crimes.

Talvez eu não deva prolongar demais essa história,e arrumar logo uma forma de colocar meu pai atrás das grades,"como se fosse um tiro de misericórdia",para acabar logo com essa história de uma vez.

-Rapazes mudança de planos,me levem até a delegacia por favor.

Vou denunciar meu pai por agressão.

-Sim senhora.

-Senhora Yaning,não pude deixar de me apressar para atende la,bom vê-la novamente.

-Eu agradeço por me receber,mas o motivo que me trás aqui não é nada agradável infelizmente.

-O que houve?Em que posso ajuda la?

-Já é de conhecimento do senhor sobre minha briga com meu pai,além disso nos últimos dias isso tem piorado,meu pai me persegue aonde eu vou,apenas para brigar comigo,fazer escândalo...

-Mas no caso de um escândalo apenas a polícia não pode fazer nada senhora Maria,eu sinto muito.

-Mas dessa vez foi muito pior,das últimas vezes que nos encontramos ele tem partido para a violência,por isso tenho andado com seguranças,e agora a pouco eu estava na igreja em uma missa,e ele entrou na igreja fazendo um escândalo imenso,e o pior de tudo,me bateu diante de todas as pessoas na igreja.

O policial parece surpreso,para qualquer um olhando de fora,o senhor Hien sempre foi um exemplo de homem, até os últimos acontecimentos mais recentes.

-Eu não sei o que disser senhora...isso talvez tenha algo haver com os jornais hoje.

-Os jornais policial?O que há nos jornais?

-A senhora ainda não sabe?

Claro que sei.

-Não,porque o que está nos jornais?

Ele tira os jornal debaixo da mesa e me dá.

E claro que sei o que há nos jornais de hoje...mas finjo não saber .

-Isso...isso claramente é uma mentira não é?Só pode ser...

Tento imitar o choque que senti quando Eron me contou.

-Eu sou filha biológica deles...ou talvez não.

Algumas lágrimas escorrem.

-Então talvez seja por isso que ele tem me tratado tão mal...mas ainda assim,ele ainda cometeu um ato terrível em me bater.

O policial parece não saber o que fazer.

O policial está entre a cruz e a espada,entre duas familiares com grande poder...mas ainda assim a família Yaning é temida.

-Senhora não se preocupe,isso será resolvido,por mais que seu pai seja um Hien,ele não tem mais poder pátrio sobre a senhora por ser casado,e esse poder cabe apenas ao seu marido,sendo assim,isso e tudo como um crime.

-Eu agradeço policial,eu quero o bem dele sabe,mas eu quase não reconheço o meu pai,ele precisa sofrer as consequencias de seus erros,por mais que os jornais tenham inventado mentiras,eu não tenho nada haver com isso.

O policial ainda não aparece satisfeito...mas o que depender de mim farei de tudo para de um forma ou de outra meu pai pague pelos seus erros.

Ao chegar em casa chamo Laya e peço algo para colocar no rosto,espero que não inche,ele parece ter usado toda a força naquele tapa,mas um motivo para eu fazer tudo de tudo para que ele pague pela suas ações.

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Comments

Luciana Santos

Luciana Santos

eita Maria tá cutucando a onça

2023-05-03

2

Berê

Berê

Um pai descontrolado, ciente dos crimes que me cometeu, não quer ser responsabilizado por seus atos... Todo cuidado é pouco!

2023-02-04

1

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