Provocando a própria morte part. 1

Carolina...

          Faltava apenas uma semana para meu casamento e eu quase não tinha visto meu noivo, estava nervosa e impaciente ao mesmo tempo, tinha tirado meu gesso a três dias e podia dirigir novamente, peguei meu carro e fui para o escritório do meu futuro marido, isso me soava estranho ainda, mas gostava de pensar nisso às vezes e confesso que tenho pensado muito nos últimos dias, e até na hipótese de que eu não estou preparada pra isso, mas não podia decidir agora e o Fernando sempre foi ótimo comigo, me trata como uma princesa e apesar de não estar muito presente nos últimos meses eu sei que vai ser diferente depois do casamento, nunca duvidei do amor dele e estamos noivos a quase quatro anos, fiquei perdida nos meus pensamentos que nem vi o sinal abrir só reparei quando os outros motoristas buzinaram para que eu seguisse, quando cheguei no escritório os recepcionistas me cumprimentaram e me deixaram subir agradecendo pelo convite de casamento e dizendo que os cartões de entrada estavam lindos, eu agradeci e segui meu trajeto, quando entrei encontrei vários funcionários atentos no trabalho, mas quando me viram me cumprimentaram e me agradeceram pelo convite de casamento mais uma vez, parecia que o assunto do momento aqui era o casamento do filho do chefe deles, nada mais importava, não os culpei por isso só agradeci, a secretária do meu noivo veio me atender me pediu para esperar na sala do Fernando porque ele estava em uma reunião com um cliente importante e logo viria, esperei por alguns minutos e fiquei entediada e então, me sentei junto com Sara a secretaria de Fernando uma jovem bonita e simples eu gostava dela por isso, então meu noivo interfonou e como Sara estava ocupada eu mesmo atendi.

- olá senhor em que posso ajudar? sou assistente da senhorita Sara no dia de hoje e estou a disposição. Eu percebi que ele deu uma risada baixa antes de responder.

 - olá senhorita Carolina, se não for muito incomodo poderia trazer um pouco de água e café na sala de reunião estou te aguardando venha rápido.

 - ok senhor. -Fui a cozinha e vi a senhora Johnson que alargou um sorriso quando me viu e me abraçou e começou a falar sobre o casamento até que disse a ela que o chefe tinha feito um pedido então ela rapidamente preparou uma bandeja com tudo que eu tinha citado e me disse pra voltar para ve-lo antes de ir, fui em direção a sala de reuniões com uma bandeja pesada nos braços e logo meu noivo me viu pelas paredes de vidro e levantou-se para abrir a porta para que eu entrasse, vi alguns de seus funcionários sorrirem e até mesmo seu pai, agradeci a ele formalmente e pedi licença para servir os demais, quando vi quem estava presente me deu vontade de vomitar na xícara de café do senhor babaca, mas como eu não podia desrespeitá-lo aqui apenas pedi licença e o servir quando ele deu um sorriso sarcástico e disse só para que nós escutássemos.

 - Que mundo pequeno não? 

- Não há de quê senhor. -eu disse sem delongas e continuei a servir os demais, meu noivo pareceu perceber meu incômodo já que passou a observar o senhor babaca com mais intensidade, então como eu não gostava dele inventava apelidos como esse "senhor babaca" talvez até combina mais com ele, mas não poderia deixar de reparar que ele é um homem extremamente bonito, olhar azul-esverdeado e intenso, cabelos loiro escuro e bem cortados provavelmente gastava uma fortuna nesse cabelo, barba bem feita deixando a marca do queixo perfeito visível, corpo atlético "perfeito" até demais, se eu não o odiasse poderia até ter fantasias sexuais com esse homem, talvez e só talvez o teria apelidado de "Senhor beleza da primavera" eca Carolina esse homem é um porco e o seu noivo está ao seu lado que merda você tá pensando? Fernando agora estava me observando parece até que percebeu o meu conflito mental pela carranca que se formou naquele lindo rosto, pra fugir disso eu sorri pra ele com simpatia e pedi licença para me retirar da sala e fui para mesa da Sara entediada novamente e prevendo que talvez meu noivo tivesse um ataque de ciúmes doentio depois, às vezes isso me incomoda, quando ele tem esses ataques parece estar louco, se o senhor babaca não fosse um homem a quem ninguém incomoda aposto que ele já teria feito uma ameaça assustadora e discreta a ele, as vezes me sinto valorizada com isso e às vezes assustada nunca sei como reagir. Uma hora depois todos saíram da sala de reuniões e os dois vinham seguindo o senhor Álvaro, Fernando convidou o inútil para jantar algum dia e isso me deu nos nervos então ele disse.

 - Senhor Lucas meu casamento será em uma semana, seria uma honra tê-lo presente.

 - Fernando eu adoraria comparecer, e felicitar sua noiva,ela deve ser uma mulher de muita sorte.

 - Na verdade eu sou um homem de muita sorte ela é incrível, por favor venha à minha sala lhe darei o convite.

 - Claro. -Eu sabia que que ele o tinha convidado para irritá-lo, mas ele não imagina que quem está irritada sou eu mas talvez eu devesse segurar a minha língua aqui pelo nosso bem e se eu ainda quiser ser noiva de um homem vivo.

- Amor vem aqui conhecer o senhor Lucas. -Eu sei infelizmente eu sei quem é esse imbecil mas como eu sou uma mulher pacífica e controlada isso não saiu da minha boca. 

- Olá... Senhor Lucas.

 - Olá Carolina, não sabia que você era secretária do doutor Fernando. -Eu sabia que ele estava me provocando e se não tivesse intervenção alheia eu iria quebrar esse rosto perfeito, antes que eu dissesse algo meu noivo me cortou.

 - Carolina não é minha secretária, ela é a minha noiva 

- Oh, me desculpe não sabia, imaginei que fosse já que eu foi ela quem levou o café na sala de reuniões. -Eu sabia que se esse homem me provocasse eu ia me segurar para não xingá-lo então deixei que meu noivo falasse no meu lugar novamente.

 - Carol vem aqui às vezes e ajuda como ela pode, apesar de não ser advogada ela entende um pouco do assunto.

 - Nossa que incrivel, ela é o que dona de casa?

 - Não ela é economista, sua colega de profissão no caso.- Eu juro que me deu vontade jogar esse homem desgraçado da janela desse prédio então dessa vez de uma forma não tão "Eu" disse

 - Senhor Lucas, estou decepcionada que pense, que em plena globalização do século XXI veja uma mulher como produto de reprodução e cuidadora doméstica.

 - Desculpe senhorita, não quis que me interpretasse mal.

 - Eu não interpretei.

- Ok desculpa...

- Minha noiva tende a ser um pouco explosiva às vezes né amor?

 - Oh, desculpa, não quis ser desagradavel.

 - Sua noiva foi até educada hoje.

 - Eu não tenho culpa se algumas pessoas são babacas. - Eu estava começando a me irritar.

 - Essa é a Carolina que eu não tive o prazer em conhecer.

 - Eu não posso dizer que pulei de felicidade quando te conheci.

 - Eu vou embora não quero que você tenha que sair carregada pelos outros com a boca fechada novamente.

 - Como assim? quem carregou você? 

- Claro que os amigos dela não é mesmo "Carol".

 - Sim, toma aqui está o convite do casamento, como deve saber não é bem vindo, bom trabalho aos dois. -Deve ter sido uma péssima ideia ter vindo aqui hoje, eu ando com muitas ideias péssimas , resolvi ir pra casa depois disso, pra minha sorte não encontrei ninguém em casa segui para meu quarto e fui para o banho e quando saí recebi uma ligação que confesso estar esperando.

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