Capítulo IX

No outro dia, Luna acordou 3:00 da manhã, pensando que talvez conseguisse acordar antes de Levi, e veria se ele a havia enganado no dia anterior, dizendo que já havia comido, pois suspeitava que lhe havia dado a única ração que tinha, e suspeitava que faria de novo, principalmente devido ao beijo da noite anterior, ela se veste rapidamente e sai do quarto, mas Levi já estava em pé, e novamente lhe entregou um pacote:

— Vamos coma isto.

— Vamos, dividir.

— Não, eu...

Ela pega um pouco da ração e põe na boca dele, não o deixando terminar de falar:

— Coma Capitão, nós nunca sabemos quando será nossa última refeição, como você mesmo falou, ontem.

Ele engole a porção de ração que ela havia colocado em sua boca e diz friamente, tentando não demonstrar emoção:

— Você é mais importante que eu no momento.

— Se você não comer, também não como, pois, como planeja sair em campo, sem se alimentar?

— Com você não adianta tentar discutir como sempre, não é senhorita Luna?

O Capitão olha sério para ela, e lhe tira o pacote da mão, vai até a cozinha, abre uma gaveta, retira uma faca e reparte o conteúdo do pacote em dois, e devolve a Luna dizendo:

— Satisfeita, dividamos então. — diz ele, sério, pegando metade da ração. — … Mas lembre-se que a próxima refeição só será a noite, e você que quis dividir sua ração comigo.

— Estou aceitando metade da sua ração senhor e aguento se o senhor aguentar.

— Ótimo, bom, termine de comer e vamos, começar a treinar o vôo com o aero item. Pois preciso que consiga dominá-lo antes das 8 da manhã, que é quando sairemos.

— Certo, senhor.

— E por favor, não haja como um soldado quando estivermos só nós dois, já falei que prefiro que me chame pelo meu nome.

— Não posso, pois o que ocorreu ontem…

— Já lhe disse, perdi minha cabeça por um segundo, mas não se repetirá, gostaria que possamos ser amigos, por isso quero que me chame pelo meu nome, quando estivermos só nós dois.

—Vou tentar, mas como você é bem mais velho que eu…

— Quantos anos você tem agora? — diz Levi interrompendo-a.

— 26 anos, mas por quê?

— Porque do tempo que você veio eu devia ter uns 28 anos, não era tão mais velho que você, já era segundo-sargento na época, agora tenho 57 anos, você teria se não fosse uma viajante do tempo em torno de 53 anos, então por favor, não me trate como seu pai me chamando de senhor o tempo todo, isso me incomoda.

— Desculpe, não foi minha intenção.

— Vamos terminar nosso café logo, pois precisamos treinar antes de você sair para campo, e quero que quando saiamos, não saia de perto de mim, e se por um acaso acontecer de eu ser mordido, quero que obedeça à orientação que passo para meus soldados, e me decapite, sem vacilar, não suportaria virar uma dessas coisas.

— Mas, eu não sei se teria coragem. — diz Luna, ficando assustada e de coração partido, só de pensar, ter de decapitar à Levi.

— Você terá de ter, pois isso seria piedade, pela minha alma.

— Mas você não será mordido, pois é o melhor guerreiro daqui.

— Mas se…

— Você não será e pronto, por favor, não falemos disso, capitão, não quero nem imaginar uma situação dessas. — diz Luna, com o coração apertado de imaginar.

— Só quero que me prometa, que fará se acontecer, pois sendo um guerreiro, não suportaria virar um monstro e vir atacar aos meus companheiros, ou a atacar você… — diz Capitão Levi, segurando-a pelos ombros e olhando sério, nos olhos de Luna.

— Está bem, farei se for necessário, mas tenho certeza que não será. — diz Luna mentindo, pois sabia que não conseguiria.

Os dois terminam o café em silêncio, e vão para a sala de equipamentos pegar os equipamentos, antes que Luna coloque seu aero item, Levi o verifica, peça por peça, e ajuda Luna a colocá-lo, verificando cada presilha para garantir que estivesse segura, depois coloca seu aero item, e os dois vão para o terraço do arranha-céu.

Ele explica como voar, aterrizar, e fazer algumas manobras simples, ligar e desligar rapidamente o aero item, para economizar energia e como usar a bateria reserva:

— Bom, acho que já entendi capitão.

— Você não tem de achar, têm de ter certeza, lá embaixo não temos espaço para dúvidas, pois temos de ser rápidos, você entendeu, ou não?

— Sim, Capitão.

— Certo, você irá fazer seu primeiro voo aqui, sem sair da área do terraço, se eu ver que consegue, irá conosco hoje para o campo.

Levi lhe explicou como funcionava os botões do aero item, como regular, então ela regula a força da turbina, pois quanto mais forte, mais rápido ou mais alto a pessoa vai dependendo para que sentido estivesse configurada a turbina. No caso ela regulou a turbina com força o suficiente para sair do solo, sem subir muito, depois foi para frente, para trás, para um lado e para o outro conforme Levi lhe ordenava, depois subiu a uma certa altura, e quando Levi ordenou pouso:

— Você aprende rápido, te deixarei ir para o campo conosco, mas não se afaste de mim certo? Fique ao meu lado o tempo todo, exceto se necessitar que se afaste, mas neste caso Ivan e Ale ficaram com você para protegê-la.

— Sim, senhor.

Ele não gostava de vê-la se comportando como um soldado, e nem de levá-la para o campo, mas teria de ser assim, se quisesse que estivesse segura, mas quando estavam os dois não queria que se, comporta-se como soldado, pois gostava muito dela.

A tropa começa a chegar, Capitão Levi passa as ordens que havia recebido, na noite anterior, sobre a missão que fariam, para seu esquadrão, logo em seguida chega o esquadrão Lambert, com Beta comandando:

— Parece que iremos para mesma área, Capitão Levi, vamos ver quem mata mais zumbis? — diz Beta em tom zombeteiro.

— Estamos indo para buscar por sobreviventes, pois nos foi passado uma mensagem de S.O.S., não estamos indo para brincar senhor Beta, se concentre na missão ou acabará sendo morto e levando todo seu esquadrão junto. — diz Levi seriamente.

— Ah! Capitão não sabe se divertir? — diz Beta debochando.

— Você está valente agora, mas já vi muitos soldados como você que ao ficarem frente a frente com um zumbi borrarem as calças. — diz Levi friamente.

— Está com medo de perder para mim capitão, por que terá de proteger sua mascote?

— A Senhorita Luna é muito, mais valente que você, isso lhe garanto, e agora paremos de perder tempo. — diz Levi friamente cortando a conversa, e depois se dirige a seu esquadrão. — Esquadrão, vamos.

— Sim, senhor. — todos, inclusive Luna pulam, do prédio, ligando seus aero itens e seguem Levi.

Beta com sua tropa saem em seguida. Judy tenta encontrar uma brecha para ir para casa próxima a seu laboratório, onde havia deixado a cobaia zumbi, mas acaba sendo seguida por um dos soldados do esquadrão Lambert, a mando de Beta, ao perceber que tinha alguém seguindo-a, mesmo não conseguindo identificar, decide voltar ao esquadrão, pois não podia arriscar ser descoberta, antes passa em um super mercado para pegar alguns mantimentos, e ter uma desculpa, para ter saído da formação.

Enquanto isso, no esquadrão Levi:

— Chegamos à área que nos foi orientado, todos procurem por um Bunker, pois a única informação que tivemos é que a chamada veio daqui e que havia cinco sobreviventes em um bunker, se encontrarem, passem um rádio, para o resto do esquadrão e façam um sinal de fumaça, evitem que os zumbis vejam a luz do fogo, só queremos fumaça.

— Certo senhor.

— É isso?...  E os zumbis não serão atraídos pela fumaça. — diz Beta maliciosamente.

— Os zumbis odeiam cheiro de fumaça, se fizer barulho ou luz é perigoso, sinal de fumaça é mais seguro, mais alguma pergunta senhor Beta, ou só quer atrasar a missão?

— Você é mesmo nervoso, só queria ter informação do inimigo.

— Certo, agora paremos de enrolar, dê o comando a seu esquadrão e nos dividamos, para acharmos o bunker mais rapidamente.

— Certo, vocês escutaram soldados, sigamos o que disse o Capitão tampinha.

Todos se dividem e começam a procurar, pelo bunker, após horas procurando, Levi com Luna encontram o local, mas já era tarde demais, pois de alguma forma alguém ou algo havia conseguido entrar no bunker e retalhou as pessoas ali, mas não havia sinais, de zumbi, pois se tivesse sido eles, teria pelo menos um ainda presente ali, pensa Levi, quando vê Luna se aproximando atrás dele:

— Luna, fique aí, não quero que veja, a cena aqui dentro. — diz Levi, querendo evitar que ela visse aquela cena horrorosa.

Mas já era tarde demais, quando Luna vê a cena, acaba vomitando:

— Por que não me obedeceu?

— Desculpe capitão. — diz Luna, e vomita de novo.

Levi tira um frasco do bolso, e entrega a Luna:

— Vamos cheire isto, irá aliviar a náusea, e não olhe mais esta cena, é forte até para mim. — diz Levi virando-a de costas para a cena.

Luna cheira o conteúdo do frasco que Levi havia lhe dado, o que será que havia feito aquilo, Levi sai empurrando-a delicadamente para fora da casa, passa um rádio somente para seu esquadrão, passa sua localização e pede para irem ao seu encontro, quando o esquadrão chega, ele passa o que havia visto e diz:

— Ivan, você está encarregado de investigar o que aconteceu, não deixem que ninguém do esquadrão Lambert, e nem do arranha-céu saibam, algo me diz que essas mortes não foram tão simples assim…

— O que você acha que aconteceu, Capitão? — diz Ivan.

— Bom investiguemos primeiro antes de tomarmos julgamentos precipitados.

— Sim, capitão. — diz Ivan.

— Passarei um rádio ao esquadrão Lambert e pedirei que voltem ao Arranha-céu, imediatamente, informando que nossa missão falhou, e lá passarei o relatório do ocorrido, e farei a suposição de ter sido os zumbis. Ale vá e encontre com Judy, informe a ela que estamos voltando, imediatamente para o arranha-céu.

— Sim, senhor.

Só que antes que ele possa sair, Judy chega rapidamente, e diz:

—Eu escutei o rádio senhor.

— Mas, como você…

— Peguei as coisas que pediu no mercado, quando passou a ordem para nos encontrarmos aqui, eu já estava na zona do rádio novamente. — diz Judy, fazendo sinal com o olhar, para o capitão entender que tinha algo de errado.

Levi compreende e entra, na dela:

— Obrigado Judy, espero que não tenha esquecido nada.

— Não esqueci, senhor, consegui ainda achar os itens de higiene que me pediu. — diz ela se aproximando e mostrando discretamente, um pacote de absorvente, shampoo, condicionador, e algumas roupas íntimas femininas, pois não sabia se ainda estava sendo seguida.

— Ótimo. — diz Capitão Levi, franzindo o cenho. — Assim Luna, não passará nenhuma necessidade.

Luna percebe que havia algo errado, e pega o pacote, entrando no jogo:

— Obrigado, pelos dois quererem me deixar confortável, mas não precisava. — diz ela piscando um olho para Levi e dando um beijo em seu rosto.

Capitão Levi, fica sem jeito, mas mantém o semblante frio, ao responder:

— Não precisa agradecer, soldado… — depois se dirige a tropa toda. — Já que estão todos aqui, se preparem para voltar ao arranha-céu.

Depois ele passa um rádio:

— Esquadrão Lambert, na escuta?

— Sim, prossiga Capitão tampinha. Estão todos na escuta. — responde Beta em tom debochado do outro lado.

— Se preparem e voltem todos ao arranha-céu, a missão falhou, os zumbis pelo jeito chegaram antes de nós e exterminaram todos os humanos no bunker.

— Ah! Capitão falhamos, e perdemos mais gente, pela sua demora… — diz Beta.

— Cale a boca, Beta, pois pelo sangue no bunker, parece que foram mortos ontem pelos zumbis. — diz Levi tentando não perder o controle

— Que droga, bom vocês escutaram, soldados, todos que estiverem na escuta, voltemos para o arranha-céu, cambio desligo. — diz Beta.

Levi retorna com seu esquadrão para o arranha-céu.

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