Alicia aperta o espartilho ao máximo e estou quase sem fôlego.
– Isso que dá ficar fazendo vossas vontades agora irá tomar cuidado e não comeres demais. Passará mal se o fizeres Srta. Melissa.
– Deixe um pouco mais solto Alicia, quase não consigo respirar. – digo.
– A senhora me pediu para deixá-la com silhueta perfeita. Bem, vou soltar somente um pouco.
Sinto o ar circular por meus pulmões.
Ela me faz sentar em frente ao espelho e arruma meu cabelo. Me passa um pouco de pó no meu rosto e aplica batom levemente rosado, uma espécie de máscara para cílios que não conheço e sombra, nas maçãs do rosto um pó rosado e quando me olho no espelho estou com os traços levemente marcados.
Nada extravagante ou vulgar. Ela me ajuda a colocar o vestido rosa claro de mangas na altura do cotovelo, com decote quadrado e babados delicados de renda por todo ele.
A saia de baixo é num tom claro de rosa, quase branco, por cima uma rendada no mesmo tom da parte do busto que se fecha nas costas e cai numa calda. Meu reflexo no espelho me mostra o quanto estou bonita, mas apenas para uma pessoa.
Pego a pequena bolsa que Alicia me entrega e desço para a sala de estar onde tio Joseph está aguardando. Assim que entro o vejo engasgar com sua bebida.
– Estás linda, Melissa. Tenho preocupações de quantos pretendentes irão solicitar a primeira dança. – ele fala.
– A primeira dança será minha, meu pai. – ouço sua voz as minhas costas e quando me viro encontro admiração em seu olhar – Pode reservá-la desde já.
Seu olhar me engole e me sinto feliz. Ele está belíssimo com calças pretas, sapato engraxado com esmero, camisa branca com gravata borboleta, colete e casaco preto, cartola sobre seus cabelos penteados com cuidado.
Ele está lindo e seu sorriso de canto de boca me deixa mole. Tia Yone aparece neste momento num vestido vinho elegante, se aproxima e olha para todos e dá um pequeno grito.
– Joseph! Estava esquecendo-me das jóias. Vá buscá-las no cofre. – ela faz um gesto com sua luva rendada.
Recordo das minhas e olho para minha tia:
– Tia, preciso ir ao meu quarto, me esqueci das luvas. – falo e sou cortada pelo Benjamim.
– Vou buscá-las para ti. – ele fala e já se retira.
Ouço vozes no corredor e Alicia aparecer com minhas luvas e um rapaz entrega um bastão para Benjamim, logo atrás tio Joseph vem com alguns estojos e os coloca sobre uma mesa e tia Yone corre para abrir o primeiro e sorri com a escolha.
– Me ajude Joseph querido, e você Benjamim escolha um conjunto para Melissa.
Ele caminha até a mesa e depois de abri dois estojos opta por um que abriga dentro um colar com pingente de borboleta em diamantes, brincos com pequenas borboletas.
Ele estende o estojo e fala baixinho.
– Faço uma troca apenas hoje, fico com seu colar e você coloca esses apenas para realçar sua beleza.
Dou um sorriso e tiro a longa corrente que uso e tem um pequeno diamante como pingente, um coração minúsculo que fica sempre guardado entre meus seios, próximo ao meu coração. Ele a coloca em seu pescoço.
Me ajuda a colocar o colar. Pego os brincos de sua mão e coloco-os nas orelhas. Ele pega um espelho de mão e vejo meu reflexo nele. Ficou realmente lindo.
– Bem agora estamos prontos para irmos, senão chegaremos atrasados. Vamos Joseph. – fala tia Yone.
Benjamim oferece seu braço e apoio minha mão levemente sobre ele.
Caminhamos para a entrada da casa e vamos para uma das carruagens já nos acomodando.
Benjamim bate com seu bastão no teto e seguimos pelas ruas. Ficamos o tempo todo nos olhando.
Sinto meu coração explodindo no peito e quando penso que não posso agüentar muito mais sem pedir para beijar seus lábios, vejo a mansão se aproximando.
Uma pequena fila se forma para que os convidados desçam. Um rapaz pede nossos nomes e anuncia em voz alta:
– Senhor Benjamim Marshall e Srta. Melissa Contré.
Subo as escadas e cumprimento os anfitriões e sua filha que estão na entrada. Seguimos para o grande salão de festas que está iluminado por lustres enormes, flores que perfumam todo o ambiente e música que harmoniza o ambiente.
Pego uma caderneta da bandeja que um empregado me estende e Benjamim entrega seu bastão e cartola. Assim que estou com ela nas mãos Benjamim escreve seu nome na primeira linha e me devolve, sinto um perfume adocicado chegar ao meu nariz e sem acreditar agarro seu braço por instinto.
– O que aconteceu Melissa? O que foi? – ouço, mas não consigo responder.
Não acredito no que vejo e fico estática. Natasha? Não pode ser! Será que ela passou pelo espelho como eu?
O espelho está no meu quarto e ela não tem acesso a minha casa.
Sinto como se estivesse sufocando. Terror gela minhas veias e sem perceber busco por uma saída.
Preciso sair imediatamente antes que ela me veja e venha me humilhar na frente do Benjamim. Benjamim! Ela vai fazer piada por eu estar com ele aqui nesse tempo.
– Melissa está tudo bem? Você está pálida. Por favor, me diga o que está acontecendo.
– Não foi nada apenas pensei ter visto alguém que conheço, mas é impossível ela estar aqui. Ela não pode...
– Benjamim! – sua voz chega até meus ouvidos e sinto o medo subir por minha coluna – Querido guarde sua primeira dança para mim, está ouvindo?
Ela se aproxima, não repara na minha presença ou faz de conta que não estou aqui.
– Desculpe Shirley, mas minha primeira dança já está reservada para minha prima Melissa. – ele fala me olhando com carinhoso.
Ele pega minha mão e acaricia meus dedos que estão fechados em punho e rígidos de medo. Sinto meu corpo relaxar lentamente.
– Quem é Melissa? – ela pergunta.
– Melissa Contré esta é Shirley Kelly. Shirley está é Melissa, minha prima.
Ela me olha atentamente e me dá um sorriso morno, tenho certeza que não gostou de mim.
– Prazer em conhecê-la. Bem, Benjamim aqui está meu cartão assinale a dança que poderá me acompanhar. Seria de mau tom recusar a fazê-lo.
Sua voz está ácida e sinto vontade de protegê-lo desta víbora, mas ele sorri e pega seu cartão, coloca seu nome aleatoriamente em alguma hora entre o meio e final da festa.
– Venha Melissa vou apresentá-la a alguns amigos. – ele fala entregando a uma Shirley boquiaberta seu cartão e dando-lhe as costas, caminhando para o lado oposto do salão.
Vejo Tia Yone e Tio Joseph do outro lado do salão com os mais velhos. Conversando e bebendo.
– Benjamim será que podemos beber algo? Estou com sede.
– Vou apresentá-la e depois podemos nos servir de algo na mesa de bebidas. – ele apóia sua mão nas minhas costas e apesar das camadas de tecido sobre minha pele sinto o calor de sua palma.
Chegamos a uma roda de pessoas e me apresenta a todos. Fico perdida com os nomes, mas faço minha parte e me inclino ligeiramente.
– Marcus se for possível, seja gentil e faça companhia para minha prima enquanto busco uma bebida? – Benjamim fala
Seu amigo Marcus prontamente deixa a discussão sobre cavalos e fica ao meu lado.
Vejo Benjamim se afastar e cumprimentar várias pessoas pelo caminho. Volto minha atenção para Marcus que está perguntando de onde sou e porque nunca havia me visto antes.
– Moro no campo com meus pais e vim para a temporada em Londres. – dou um sorriso para dar veracidade as minhas palavras.
– Sabias que tens o sorriso mais encantador que já vi? – Marcus fala – Me daria a honra de reservar uma dança?
– Certamente.
Pego meu cartão e anoto seu nome e quando vou guardá-lo outros rapazes se aproximam e solicitam danças.
Anoto todos e estou no último quando Benjamim aparece com um copo de ponche que bebo delicadamente.
– Obrigado Benjamim, estava realmente com sede. – seus olhos observam meus lábios tocarem a borda do copo, não me contenho e passo a língua por meus lábios. Ele suspira baixo.
– Já está com seu cartão preenchido? – ele pergunta com voz ligeiramente rouca.
– Não, somente alguns dos seus amigos foram simpáticos e solicitaram uma dança. – respondo.
– Posso ver? – ele fala e quando estendo o cartão há desagrado em suas feições – Bem, as duas primeiras danças são minhas, vou marcar outras, pois pelo que estou vendo logo estará com seu cartão lotado.
Parece que ele profetiza algo e quando me dou conta tenho que recusar há alguns rapazes. Meu cartão está lotado.
O Marques de Bute anuncia o início do baile. O salão perde um pouco da sua luminosidade e os grupos se afastam para os cantos, deixando espaço para que os primeiros casais possam dançar.
Estou distraída quando a mão do Benjamim tira delicadamente meu copo de minhas mãos e me leva até uma das rodas.
– Bem, a primeira dança é minha e não quero perder nem um minuto. – sua mão toma a minha e ele me puxa para o centro do salão.
Vejo o local todo enfeitado com luzes nos lugares certos, mulheres em seus vestidos maravilhosos. Me sinto feliz por estar aqui.
Alguns olhares nos acompanham e sinto a frieza que transmitem. Percebo pela primeira vez o que é ser alvo da inveja das pessoas. Me sinto linda em seus braços e quando meus olhos se prendem nos seus nada mais importa só a paixão que vejo ali.
Seus pais devem estar desaprovando, mas como resistir? Já o amo no futuro e não consigo evitar amá-lo aqui no passado.
Tudo se torna mágico e lindo, quando a música termina, ele me solta calmamente e faz um reverencia.
– A segunda ainda me pertence. – ele fala e seus olhos estão quentes e desejosos – Venha vamos até o terraço.
Ele me leva pela multidão que se aperta em volta da grande pista e logo estamos do lado de fora sendo recebidos por uma brisa gélida que chega das árvores que vejo ao redor.
Os jardins estão iluminados e ele me leva por uma escada até o gramado, caminhamos por alguns minutos.
– Melissa... – ouvir meu nome em seus lábios me leva a fechar meus olhos e sorrir – preciso te falar uma coisa de suma importância. Olhe para mim?
Abro meus olhos e encontro os seus que me observam.
– Melissa, Abigail está aqui hoje. – sinto um aperto no peito e tento me afastar, mas ele segura meus braços e leva minhas mãos ao seu peito – Espere. Não faça isso, por favor. Já falei que estou apaixonado por você, mas minhas obrigações vêem em primeiro lugar.
Solto um longo suspiro.
– Reservei uma dança com ela e vou ficar longe de você por algum tempo. Não vou abandoná-la. Vamos dançar novamente logo, você verá. – ele me olha profundamente – Apenas me prometa que não deixará ninguém cortejá-la. Estou me segurando para não beijá-la neste exato momento.
– Não precisa. Beije-me. Desejo seu beijo há muito tempo. – digo e vejo seu olhar escurecer – Por favor, Benjamim, me marque como sua.
Ele leva sua mão até minha nuca e a acaricia. Solto um pequeno suspiro e vejo sua boca se dirigir a minha. Estamos a milímetros de nos beijar quando escuto uma voz chamar seu nome. Abigail.
Meus olhos imploram para que não me deixe, mas ele o faz mesmo assim. Vejo dor em seu semblante, mas logo a substitui por um sorriso.
Ele me vira as costas e vai de encontro à voz que o chama e me abandona ali. Apoio minha mão no tronco e fico por algum tempo tentando acalmar meu coração.
Sigo a passos lentos pelo jardim até retornar ao salão e vejo Marcus me procurando. Disfarço minha tristeza e quando ele me alcança, vamos para a pista.
Marcus me faz rir com seu jeito de menino e estou rindo de seus pequenos comentários sobre diversas damas que estão pelo salão.
– Srta. Shirley esquece que higiene bucal é necessária, sempre traga um leque. Ele é muito útil.
Suas brincadeiras me fazem esquecer o que aconteceu e passo a dançar com todos os rapazes que estão com seus nomes no meu cartão.
Estou um pouco cansada e peço um ponche. Estou apreciando seu sabor quando seu perfume me rodeia. Olho para trás e encontro-o me observando.
– A próxima música é minha Melissa. Estou certo? – ele fala.
Não preciso olhar para saber que é verdade. Seus braços se posicionam e vejo que ele aproxima um pouco demais seu corpo do meu.
Assim que acaba a dança faço um reverência e o abandono no meio da pista, vou até meu próximo par e danço sem olhar em sua direção uma única vez. Estou rindo de algo que meu par está falando quando me deparo com seu olhar furioso.
Continuo sorrindo e desvio o olhar, assim que acaba a música caminho para o terraço e me apoio na balaustrada, observo os casais que caminham pelo jardim.
– Porque estás fazendo isso comigo? – sua voz chega sussurrada no meu ouvido – Eu não posso fugir dessa obrigação. Pensei que entenderias.
– Eu entendo, mas não aceito. – falo e me viro para encará-lo – Apenas não suporto a idéia de te ver flertando com ela. Só isso.
– Eu queria que fosse você nos meus braços. Quero seus lábios nos meus, sua pele na minha, mas não posso. Prometi a meu pai que faria o certo. Só não contava com o fato de me apaixonar por você.
Ao ouvir suas palavras sinto o peso da responsabilidade que ele tem. Percebo que aqui tudo é diferente. Sua expressão de tristeza mostra a toma a fatalidade que esses arranjos trazem, sem pensar sua mão e o puxo em direção as escadas.
Sigo por um caminho de cascalhos que acabam dando numa estufa, suas portas estão abertas como que convidando a quem passa a entrar.
Sigo até o fundo e o local está vazio. Ficamos de frente e neste momento tomo uma decisão que poder ser fatal.
Afasto a sensação de perigo e me deixo olhar em seu rosto.
– Preciso te falar uma coisa muito importante, mas não me pergunte nada. Não nesse momento. – ele me observa – Eu te amo Benjamim. A mais tempo do que imagina. Amo tudo em você. Te amo completa e perdidamente.
Engulo em seco e coloco min há mãe na lapela de seu casaco e as subo tocando seu cabelo que é um pouco grande, mas sexy.
– Não me afaste de você dizendo não. – me aproximo ainda mais e suas mãos agarram minha cintura.
– Não quero fugir de você Melissa. Quero você bem aqui onde estás.
– Então me beije. Esqueça de tudo por agora. – falo.
Ele me puxa e cola nossos corpos, suas mãos sobem por minhas costas. Enterro meus dedos em seus cabelos e meus lábios são engolidos pelos seus. Sinto meu corpo formigar em lugares que nunca imaginei que fosse possível.
Meu coração bate freneticamente no peito e vejo pontos de luz através dos meus olhos fechados. Quando ele se afasta para recuperar o fôlego, acaricia meu rosto e seus lábios espalham pequenos beijos por meu rosto e pescoço.
– Você é tão linda. Porque não aparecestes antes em minha vida? Por quê? – ele fala e segura meu rosto entre suas mãos – Melissa você é a mulher que sempre quis.
Ele volta a me beijar e perco a noção do tempo em seus braços. Só voltamos à realidade quando a voz de Abigail conversando com alguém que não consigo identificar chega ao nosso esconderijo.
Ele solta um suspiro de frustração e ficamos em silêncio aguardando.
– Eu tenho quase certeza que ele veio para estes lados, Nany. – Abigail fala.
– A senhorita tem que parar de correr atrás deste rapaz, tem tantos outros no salão desejando vossa companhia.
– Nany, eu quero Benjamim e terei Benjamim. Se ele não me fizer uma mulher feliz faço como mamãe e arrumo um amante. – vejo seu olhar se tornar nebuloso.
Pego seu rosto em minhas mãos e faço não com um aceno. Ele me puxa para mais fundo na estufa e as vozes se distanciam.
– Você não deve ser deste mundo Melissa. – ele fala e dou um sorriso – Você tem o poder de acalmar meu coração e minha alma.
Voltamos ao salão tomando cuidado para que não percebam nossa ausência. Quando as danças se encerram no meu cartão sinto meus pés doloridos e vou até onde meus tios estão e aviso que voltarei para a casa. Eles me pedem para avisar Benjamim.
Caminho pelo salão procurando por ele e vou encontrá-lo na companhia de Abigail. Essa pendurada em seu braço se desdobrando em atenção. Sinto meu sangue ferver e percebo que estou com ciúmes.
Olho para o lado e vejo Marcus e pego em seu braço o arrastando comigo até onde eles estão. Ao se deparar conosco se desvencilha de Abigail e fica me olhando com cara de poucos amigos.
– Benjamim, pedi aos seus pais para me retirar. Estou apenas te avisando. – olho na direção de Marcus – Poderia me acompanhar até meu transporte?
Dou as costas aos dois e sigo em direção as escadas. Marcus me ajuda a subir na carruagem, mas antes que a carruagem comece o retorno sinto alguém puxar a porta e me vejo cara a cara com Benjamim.
A viagem é feita no mais absoluto silêncio e encontramos a casa silenciosa. Assim que passo pela porta ele me pega pelo braço e me leva para a biblioteca. Entro e me solto do seu aperto colocando distância entre nós.
– Me explique o que foi aquela cena com o Marcus, Melissa! – ele fala com a mandíbula travada.
– Não preciso lhe dar satisfação Benjamim. – respondo cruzando meus braços a frente do meu corpo – Ele apenas foi gentil e retribui sua gentileza.
– Ele me falou que pediu ao meu pai para visitá-la e ele concordou. Sabe o que isso significa não? – fala dando um passo na minha direção – Você terá que recebê-lo e aceitar seus mimos e presentes. Se meu pai aprovar você se casará com ele. Não irei suportar a idéia de perdê-la assim.
– E eu? Não terei que suportar o fato de que está a ponto de se comprometer com Abigail? – falo e seus olhos me olham com profundo desespero.
Caminho pela sala e meus olhos recaem sobre o espelho, este está tremulando levemente. Olho em sua direção e vejo seu ar de derrota, não consigo evitar e vou até ele.
– Benjamim o que será de nós? Eu não posso me indispor com seu pai e você já aceitou um acordo para conhecer a Abigail. O que faremos? Como vou suportar a dor e o ciúme? Não quero que ela te toque.
– E eu? Não suporto imaginar Marcus beijando-a. Vou matá-lo se tocar num fio do seu cabelo. – ele fala.
Uma batida na porta nos faz perceber que alguém pode ter nos ouvido.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Lena Macêdo E Silva
o amor não é egoísta nem fere a quem se ama nem aprisiona em grilhões mas sim o deixa ir , pois se alegra com a felicidade e liberdade do ser amado...
2023-08-20
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