Capítulo 8

Alicia não para de me alertar para ter cuidado com o que falo ou posso entregar que estávamos a sós. Também me manda esconder o sorriso apaixonado dos lábios, juro que devo ter ficado mais vermelha que um tomate.

Entro na sala onde Yone está sentada me aguardando, faço uma reverência e ela olha com carinho, respira fundo e diz:

– Melissa, gostaria de me desculpar pelo comportamento grosseiro, porém tu e Benjamim são primos, ele necessita aprender sobre como manter os negócios da família, enquanto tu deves encontrar um marido, já estás na idade e não tens dote. – ela diz calmamente.

Fico frustrada, não quero ser cortejada. Quero apenas encontrar meu amor. Se for para ser alguém que seja o Benjamim. Ele é o meu verdadeiro amor, ele é o meu tempo, independente de onde eu esteja ele me conquista, não me vejo com outra pessoa.

Devemos ficar juntos. O destino não pregaria uma peça dessas, encontrá-lo como sempre sonhei, não pode ser uma mera coincidência. Afasto a tristeza e tento conter um novo temperamento rebelde que cresce.

– Sim senhora. – digo.

Ela nota o meu tom, mas não o questiona, apenas continua:

– Bem, prometi ao meu marido que cuidaria de tuas instruções, vamos começar?

Sento-me e começo a ouvi-la me explicar sobre etiqueta, como devo me portar em frente às pessoas. Anoto tudo em um pequeno caderno que está na mesa lateral do sofá onde me encontro.

Apesar de estar gostando de saber como devo agir, já estou me sentindo entediada, tive uma manhã maravilhosa ao lado do Benjamim que não consigo pensar em nada além dela.

Quando ela me avisa que a aula, finalmente, acabou e que estou dispensada, vejo que se passaram três horas. Peço licença e subo para meu quarto, assim que adentro o recinto vejo um bilhete em cima do livro.

Pego já com um sorriso ao reconhecer sua escrita:

 

 

"Sinto-me um monstro por magoar uma dama. Abigail poderia ser uma boa esposa, mas és tu que quero ao meu lado. Espero que um dia entendam.

A única coisa que me dá forças para resistir a tudo isso é o teu sorriso, teu olhar, teus lábios, tua pessoa. Encantaste-me... Benjamim."

 

Me emociono e vejo que ali existe algo real, começo a chorar. Ele é tudo o que sonhei. Não podemos evitar. Minha vida é com o Benjamim. Meu tempo é com ele.

É com este pensamento que me preparo para o jantar e após lavar meu rosto e espantar a tristeza desço.

Quando entro na sala e vejo Benjamim sentado com cabeça baixa e um senhor que não conheço discutindo com meu tio sei que não será tão fácil assim.

– Precisamos definir algumas coisas antes de teu garoto cortejar minha filha. – diz em tom irado.

- Duque de Williams entendo suas preocupações e dissabor, mas meu garoto é um dos mais cobiçados pretendentes desta temporada. – Joseph diz com convicção – Vamos deixar o primeiro baile vir e após ele voltaremos a nos falar. O que acha?

– Seria uma solução agradável para ambas as partes. – responde

– Seria o melhor neste momento já que tua filha parece não estar feliz com este acordo. – responde – Agora, se nos permite está na hora do jantar. Gostaria de nos fazer companhia?

– Desculpe-me Joseph, agradeço o convite, mas irei para casa. Me esperam em casa. Falarei com minha filha e deixarei acordado uma posição após a primeira festa desta temporada. – após uma reverência se retira acompanhado por um dos empregados.

Vamos para a sala de jantar e comemos em completo silêncio. Apenas na sobremesa meu tio começa a falar:

– Yone querida, fomos convidados para um baile na casa dos Bute. O convite veio com a assinatura do próprio Marquês. – ele diz – Será na sexta e você precisa preparar tudo.

– Oh, querido. Há anos desejo comparecer a uma festa na casa do Marquês de Bute. Serão muitos convidados! Serão muitos pretendentes! Sinto como se tivesse uma filha. – Yone diz encantada.

Dou um sorriso forçado. Meus olhos correm para os dele, vejo que está nervoso e preocupado.

Ele passa a mão em seus cabelos num gesto de nervosismo e sua mãe se atenta e pergunta:

– Estas bem, filho? – preocupada

– Sim. Licença. – se levanta e sai

Sigo seu caminho com o olhar e sinto um aperto no coração. Termino de comer e pergunto se posso ir à biblioteca, tio Joseph assente.

Encontro tudo escuro. Deixo meus olhos se acostumarem com a escuridão e vou até a mesa mais próxima e acendo um abajur.

Tomo um susto ao encontrá-lo sentado com uma expressão furiosa. Me assusto ao ver o Ben que conheço amo e temo ali, mas quando ele nota a minha presença, muda seu semblante. Se ergue e caminha até onde estou.

Acaricia meu rosto com delicadeza e fecha os olhos, como se tocar minha pele fosse à única coisa que precisasse.

Ao abrir os olhos, lhe dou um sorriso. Ele suspira e suas palavras me assustam:

– Estou com medo de perder-te.

– Não precisa ter.

 

A sexta-feira chega mais rápido do que o esperado. Foram muitas aulas, danças, roupas a provar, cansaço e nada de Benjamim.

Alicia se desdobra para me arrumar, em certo momento sai para buscar um lanche e um bilhete aparece por debaixo de minha porta. Corro para pegá-lo e sorrio ao ver sua caligrafia.

"Depois de muitas brigas e discussões com meu pai...

Consegui. Irei com vossa senhoria à festa."

 

Abro um sorriso. Iremos juntos à festa.

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