capítulo 18

Eu estava realmente mais aliviada hoje, Matt não parece ser um babaca igual estão dizendo, mas eu quero dar uma chance a ele antes de julgá-lo preciso conhecê-lo.

(...)

Uma semana se passou, e  nada mudou entre mim e Peter, isso anda me fazendo perder o foco de tudo, e o Matt, acho que ele seja um pouco estranho, já que está me irritando o fato dele também estar me evitando essa semana, virou moda agora as pessoas fazerem isso comigo? Ele literalmente está infernizando a minha vida desde que chegou, e agora do nada resolve me ignorar?

Vou seguindo meu caminho em direção a saída do colégio enquanto pego meu celular para ouvir música mas mais a frente eu encontro o Matt sentado sozinho numa escada. Eu preciso perguntar a ele o que está acontecendo.

– Matt! – exclamo nervosa.

– Hã? – ele olha ao redor por alguns segundos, até que me enxerga.

– Eu, preciso falar com você – vou até ele.

– Diga

– Porque ficou tão calado a semana toda? – ele me olha com cara de alívio e logo muda de semblante.

– Isso te incomodou? – ele olha pra mim, e sorri de canto.

– Sim, você normalmente me perturba, mas dessa vez você sumiu de tudo.

– Está de boa, não tenho motivos para te perturbar mais, então, como eu acho que não vou poder ser seu amigo, vou apenas evitar você – ele diz olhando pros lados.

– Se você não quisesse me infernizar todos os dias, eu até que seria sua amiga, mas não é muito bem isso que acontece – murmuro no final.

– Beleza, eu não te perturbo, se... – ele se levanta.

– Se... – vamos, fale, garoto idiota.

– Você aceitar sair comigo – ele abre um sorriso.

– Que?! – arregalo meus olhos.

– Isso, hoje, agora – estende uma das mãos.

– Porque você acha que isso vai funcionar? – cruzo meus braços.

– Porque sei que não vai querer deixar de ver isso.

– Isso o que?

– Venha comigo – começa a andar.

– É sério isso? – fico um tempo parada – Tá, você me ganhou na curiosidade, mas só porque eu sou extremamente curiosa – vou atrás dele.

Andamos um pouco até chegarmos a um gramado lindo e enorme, ele foi me guiando até uma arvore, era grande, bonita, e tinha vários passarinhos por lá, era como em filmes, um campo verde e grande. Haviam algumas pessoas por ali, mas nada demais.

– Tchanã! – ele estende os braços.

– Nossa, uma árvore – eu tenho que fingir desinteresse.

– Sim, mas não é qualquer árvore, é a mais linda desse campo.

– Tudo bem, isso é verdade.

– É ótima para sentar e ler um livro, conversar um pouco, o que acha? – ele sorri.

– Acho que eu devia ir para casa.

– Vamos, sente-se aqui.

Eu não quero, mas (aaah!), esse lugar é tão lindo!

– Tudo bem, mas será só um pouco, não vamos demorar muito por aqui.

Ele parou por um minuto, ficou me olhando e perguntou.

– Me conta Emy, o que você mais gosta de fazer?

– Ler! – fitei o nada que havia em minha frente.

– Ah, que bom que perguntou, eu amo skate, as vezes eu atropelo algumas garotas, mas elas são bem compreensivas e entendem que foi sem querer – ele sorriu olhando pra mim.

– Sério? Achei que seu hobby fosse me irritar!

– Jamais faria algo do tipo, senhorita Russel – balançou a cabeça fingindo indignação.

Nós rimos e passamos um tempinho jogando conversa fora, como eu já disse não acho que ele seja uma má pessoa quanto estão fazendo parecer, acho que podemos ver no que dá.

- Matt.

- Sou eu. - fez reverência.

- Acho que podemos ser amigos. 

- Sério? - arregalou os olhos e sorriu, e em seguida me abraçou.

- Okay chega de contato físico.  - o empurrei gentilmente. - preciso ir agora, amanhã se quiser podemos nos ver aqui, já que é fim de semana. - disse me levantando.

- ótima ideia. - se levantou. - Então te vejo amanhã Emy. - me deu um beijo na bochecha e foi embora.

Assim que ele se foi, peguei meu celular o posicionei e tirei uma foto, e postei no Facebook com a legenda.

"Ar livre/liberta-me de mim"

Confuso até certo ponto, eu andava muito trancada em casa e a culpa era totalmente minha, estava na hora de uma mudança de ares.

Fui andando pro hospital pois iria tirar o meu gesso, assim que cheguei minha mãe me levou até o consultório e fez o procedimento, era realmente um alívio tirar aquela coisa, agora me sinto até mais leve.

Me despedi dela pois ela precisava trabalhar, e fui andando pra casa mas no caminho começou a chover, então decidi me abrigar no ponto de ônibus até que a chuva desse uma trégua.

Peguei meu celular e coloquei meus fones de ouvido, na música "Amnesia 5sos" e automaticamente me lembrei da viagem com o Peter, onde era um dia chuvoso e ouvíamos essa música juntos. Inevitavelmente as lágrimas caíram e eu precisava me libertar delas.

- Que saudade de você Peter..

P.o.v. P.K.

Estava no sofá de casa e de repente começou a chover, peguei meu celular e meus fones de ouvido e decido ir caminhar pra espantar toda essa tristeza que há em mim, coloquei a minha música favorita "amnesia 5sos" e fui andando.

Era inevitável não me lembrar do dia em que viajamos e estava ouvindo essa música com a Emy, me lembro da maneira desesperada que meu coração estava batendo naquele momento, quando ele finalmente aceitou que eu estava completamente perdido naquela garota.

Eu tentei evitar mas as lágrimas insistiram em cair..

- Que saudade de você Amy..

P.o.v. E.R.

Assim que a chuva passou eu segui meu caminho até em casa, quando  chego avisto Peter na mesma calçada que eu todo encharcado, ele me olha com os olhos meio vermelhos e eu penso em ir até ele e dizer o quanto eu sinto saudades  mas não, foi ele quem quis assim, apenas o ignoro e entro para dentro.

P.o.v.P.K.

Volto pra casa e assim que chego avisto Emy na calçada de casa, ela me olha com um olhar triste e eu sei que é culpa minha, penso em ir até ela e abraça-la mais forte que posso mas não, eu não posso porque isso faz parte do que eu decidi, ela então entra em casa me ignorando completamente, e isso só me dá mais certeza de que tomei a melhor decisão, preciso deixar ela ser feliz, então me afastar vai ser o melhor.

P.o.v.E.R.

Ele não tem nem a decência de me contar o porquê disso, e eu nem consigo odiá-lo, estou é preocupada pois aquele idiota estava claramente chorando, e ainda pode ficar doente por causa dessa chuva.

Me joguei no sofá e apaguei pensando nisso tudo.

(...)

Acordo com o barulho de alguém batendo na porta, me levanto meio tonta e abro.

- Oi Emy, desculpa aparecer assim, sua mãe está em casa?

- Oi dona Clarice, não ela ainda não chegou, algum problema?

- É que o Peter está delirando de febre, e eu preciso ir trabalhar, queria saber se ela poderia dar uma olhada nele para mim, mas já que ela não está, será que.. você poderia ficar com ele até eu voltar?

"Como é que eu vou falar não pra mãe do Peter?"

- Ah, sim posso.  - sorri fraco.

- Muito obrigada querida, a porta está aberta, eu já vou indo, até mais tarde. - disse saindo.

Eu saí pela porta da frente e fui em direção a casa dele tirando as ramelas dos olhos 3 ajeitando o cabelo. Assim que entrei subi as escadas e fui até o quarto dele, bati levemente na porta e abri a mesma, quando entrei o vi dormindo em sua cama tranquilamente.

Fui até ele e o cobri, me sentei ao chão do lado da cama e olhei em volta, o quarto como sempre uma zona, roupas por toda parte, e quando olho no criado mudo uma foto nossa no porta retrato escrito "I love you" eu sorri, me lembro desse dia, foi o dia em que viajamos pra minha casa de praia, foi a primeira foto que tiramos juntos.

- Emy..

Eu coloquei a foto no lugar rapidamente e o encarei.

- Está se sentindo melhor?

- Não. - ele me puxou para ele e disse. - Você pode ficar aqui comigo essa noite? eu estou me sentindo tão sozinho Amy.. - ele começou a chorar.

- Apenas durma Kavinsky, não irei a lugar nenhum.

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