capítulo 14

Acordei com a enfermeira me chamando para trocar meu curativo da cabeça, Peter estava dormindo do meu lado, então ela trocou e saiu.

Fiquei observando seu rosto, parecia calmo e aquele cabelo caindo no rosto o deixava ainda mais atraente.

Meu momento de paz acabou quando Cameron e Nash entraram no quarto com bexigas e flores fazendo a maior bagunça, Peter acordou assustado com a barulheira.

- Como você teve a audácia de ser atropelada e nem me chamar Emy? - Nash disse jogando os balões no chão me encarando.

- Tá falando sério? - eu o encarei.

- Claro, meu sonho é ser atropelado.

- Isso só prova que você tem sérios problemas mentais Nash. - eu disse tentando conter o riso.

- Cara são 07:00 da manhã que porra vocês estão fazendo aqui? - Peter disse erguendo a cabeça olhando no relógio de parede que havia no quarto, e abaixando logo em seguida na cama ainda sentado na poltrona.

- Cara a Emy foi massacrada por um carro, a gente não ia ficar em paz sem ver ela. - disse Cameron botando as flores numa mesa ao lado da minha cama.

- E como podemos ver ela está terrível. - Nash apontou pra mim me encarando sério.

- Cara eu ainda estou aqui, viva! Se isso importar pra vocês é claro. - eu disse encarando esses idiotas, não tenho certeza se eles me amam ou me odeiam.

Todos rimos, passamos a manhã juntos até que minha mãe chegou e botou todo mundo pra correr, eu precisava descansar o médico estava preocupado com minha recuperação da cirurgia na cabeça, Peter disse que iria pra casa tomar um banho e dormir um pouco, mas que a noite voltaria pra que minha mãe pudesse voltar pra casa.

Eu passei o dia todo dormindo, tem algum remédio me deixando pior do que um zumbi, acordo por alguns minutos e apago novamente.

(...)

- Emy, vamos tomar um banho eu preciso te ajudar antes de ir pra casa. - minha mãe me acordou.

Eu precisava tomar um banho urgente mas cacete, eu dormi o dia todo

Eu não tinha nada além de roupas do hospital e sabonete de erva doce e eu odeio esse cheiro, eu fiz o que pude pra não molhar meu gesso e minha mãe lavou meu cabelo com cuidado pra não molhar o curativo.

Assim que acabamos eu me troquei e voltei pra cama.

- Emy, estou indo pra casa Peter chegará em breve, se acontecer alguma coisa me liga okay? - disse minha mãe me beijando na testa e pegando sua bolsa.

- Okay mãe te amo.

- Também te amo minha linda. - ela disse sorrindo saindo do quarto.

Eu estou cheia de tédio, acho que vou dar uma caminhada por aí já que Peter vai demorar uma eternidade pra chegar.

Peguei o suporte do meu soro e saí empurrando ele pelo hospital, um enfermeiro me olhou de cara feia, e disse que era pra eu voltar pro meu quarto logo depois que eu disse que andar por aí era recomendação médica, menti! se ele gosta de passar a vida no hospital problema dele, eu sou dona das minhas pernas e elas estão afim de caminhar.

Eu saí para fora e achei um banco num jardim bem fofo que tem pra alguns pacientes ficarem, normalmente são os que estão fazendo fisioterapia, tem criança idoso e Emy com a cabeça quebrada, é bem bonito e tem um gramado recém plantado.

Me sentei e respirei aliviada, finalmente não estou me sentindo uma prisioneira, vou vir pra cá mais vezes.

- A o que eu não daria pra ouvir uma música agora. - eu disse em voz alta, como meu celular havia sido destruído no acidente eu não tenho como sofrer com minhas músicas irritantemente tristes.

- Não seja por isso. - Peter se sentou ao meu lado me oferecendo um lado do fone.

- Que susto garoto! - disse o encarando.

- Emy você precisa parar de falar sozinha por aí, é sério! Você parece uma doida varrida, ainda mais com essa roupa de hospital.

- Pra que inimigo se tenho você como amigo né kavinsk.

- Desculpa é que amigos precisam ser sinceros as vezes né. - ele disse prendendo o riso.

- Sinceros, não maldosos! - lhe dei um soco no braço e o mesmo gargalhou.

- Olha, eu não queria falar nada não, mas tem um enfermeiro muito bravo te procurando.

- Talvez eu tenha mentido que meu médico me disse pra caminhar um pouco.

- Ah que coisa feia, anda, pro quarto já!

- Ah qual é Peter? você é o cara que quebra regras. - disse me levantando, pois o mesmo estava me puxando pelo braço.

- Sim, quando não tem morte por falta de repouso envolvida no assunto.

- Ninguém nunca morreu disso.

- Talvez vc seja a primeira né não?

Fiquei quieta, mas queria muito dar um soco na fuça dele, ele facilmente roubaria um banco mas não me deixar tomar um ar? Que sacanagem!!!!

Chegamos no quarto e me sentei na cama, Peter trouxe a poltrona pra perto de mim se sentou e me encarou.

- Nem adianta ficar com esse bico quilométrico pra mim não!

- Te odeio.

- Você que lute, tá vendo no que dá não olhar por onde anda?

- Eu estava triste e chateada tá legal? Não foi de propósito. - eu disse num tom alto.

- Com o que?

- Não é importante!! - me deitei e cobri a cabeça.

- Emy, me diz. - ele puxou o lençol e me encarou.

- É que eu vi uma coisa que me chateou, por isso eu voltei pra casa, e quando o acidente aconteceu eu estava pensando nisso, acabei me distraindo e não vi o carro vindo na minha direção. - eu disse com lágrimas nos olhos.

- E o que foi que você viu que te deixou tão chateada?

- Alguém que eu não deveria gostar fazendo algo com outra pessoa.

- Okay você gosta de alguém? Espera, o que foi que eu perdi? Você nunca me disse que gostava de alguém.

- É que tem coisas que a gente não precisa dizer com todas as letras kavinsk.

- Mas quem é? Eu conheço?

- Não importa, ele não liga pra isso, e bom eu também não vou ligar, então só esquece isso.

- Foi por isso que você não disse nada sobre o nosso beijo?

- Que? Não, o que isso tem a ver?

- Tudo Emy!

- Como assim?

- Nada Emy.

- Do que tá falando Peter?