capítulo 16

Eu saí do meu drama depois de uma hora, porque é que a gente fica triste por pessoas que escolhem sair das nossas vidas? Isso não faz o menor sentido.

Enxuguei minhas lágrimas e fui tomar um banho pra esfriar a cabeça.

Assim que saí coloquei uma roupa confortável e decidi ir caminhar no parque para poder esquecer isso tudo.

Saí de casa e dei de cara com Peter no quintal lavando seu carro, nos encaramos por alguns segundos mas antes que ele pudesse dizer algo Eu continuei meu caminho. Dava pra ver que ele queria dizer algo, mas é melhor assim.

Em vinte minutos eu cheguei no parque e estava cheio de garotos andando de skate bicicleta e patins, eu adoro vir aqui é muito bonito e me traz um pouco de paz. Fui até um senhorzinho que estava vendendo picolé e comprei um.

Me sentei em um dos bancos, admirei por um tempo o local, mas logo mandei pra dentro aquela delícia de picolé.

Fui até a lixeira pra jogar o meu lixo e escutei alguém gritar.

– CUIDADO!!!

Alguém me derrubou, e eu acertei em cheio com a testa no chão.

– Puta que pariu, eu disse pra tomar cuidado, você está bem? – disse um garoto de olhos castanhos, de cabelo preto, quase azulado, me ajudando a levantar.

– É, eu ouvi tarde demais – disse limpando minhas roupas

– Merda! Tá sangrando – apontou minha testa.

– Não se preocupa, eu tô legal – sorri tímida, aquilo estava ardendo pra cacete.

– Okay, então eu vou indo, desculpa aí – subiu no skate e foi embora.

“Desculpa aí? A vai a merda, e a minha testa, como fica?, o pior é que eu estou recem operada da cachola..

voltei ao banco morrendo de dor, afinal, meu cérebro estava saindo para fora. Me sentei em um dos bancos e fiquei a tarde toda por lá.

(...)

Voltei pra casa ao anoitecer, passei pela casa de Peter que estava cheia de gente aproveitando a festa que ele estava dando, bom parece que eu realmente não faço a menor falta.

Eu entrei e subi pro meu quarto, minha janela estava fechada, e então depois de muito tempo pensando nisso, resolvi esquecer esse assunto, eu também sou uma perca okay?

Fui até o banheiro e fiz um curativo na minha testa, o corte estava feio, mas nada grave.

Voltei pra minha cama e apaguei.

(...)

Na manhã seguinte minha mãe me levou pra escola, assim que cheguei os meninos estavam conversando com o idiota do Peter,  então decidi não ir até eles.

Fui andando em direção ao meu armário quando escuto de novo.

– CUIDADO!

Ah não, de novo não.

O mesmo garoto andando de skate quase me atropela, dessa vez ele conseguiu desviar, mas isso não foi o suficiente, quem acabou caindo dessa vez foi o próprio desastrado.

– Ei não pode andar de skate no colégio Matt! – disse o inspetor. - Eu sei que você é novo aqui, mas temos regras!!!

– Foi mal – diz se levantando e limpando seus joelhos.

– Você de novo? – o encaro.

– Desculpa... – ele coça a cabeça – Mas você que estava na minha frente de novo, eu não posso fazer nada – ele pega o skate e sai andando.

– Ei, espera, você acabou de quase me atropelar e é assim que você vai embora? – estou ficando com raiva desse garoto – idiota! – ele para e se vira.

– Idiota é você que não presta atenção por onde anda!

– Mas quem estava andando errado de skate era você!

Ele abre os braços e saí andando, nesse colégio só tem babaca, e o novato é só mais um.

O sinal bateu e eu fui pra sala, Nash e Cameron me cumprimentaram de longe pois estavam sentados com Peter, me sentei numa cadeira ao fundo da sala.

E quando eu menos esperava, ele aparece, o garoto do skate, a gente se encara, ele assustado e eu com raiva, começa a vir em minha direção, para, se vira e senta na cadeira do meu lado.

“existiam tantas carteiras para ele ficar, porque logo essa?”.

Aquele garoto estava me irritando, ele passou a aula toda batendo continuamente aquela caneta na mesa e sorrindo descaradamente, ele estava fazendo de propósito.

– Okay crianças, o sinal bate em dois minutos, não esqueçam de revisar a matéria, e fiquem atentos com as provas surpresas.

O sinal bateu, arrumei meu material, peguei minha mochila e fui em direção a porta.

Nesse instante olhei pro Peter que parecia irritado com algo, mas fui interrompida pelo skatista assassino.

- Ou fofinha, é desculpa eu sei que eu quase te matei ontem.. - coçou a nuca.

- Hoje também. - sorri falso.

- É, me desculpa eu sou muito desastrado.

- Fala logo o que você quer. - o encarei.

- Meu nome é Matt, e eu sou novo aqui, você poderia me apresentar o colégio?

- Sim, e me chamo Emy. - estendi a mão que o mesmo segurou.

Nesse momento Peter passou por mim me encarando sério.

- bom, vamos?

- sim.

A gente saiu em direção a cantina, mostrei tudo na escola pra ele.

Na cantina peguei meu almoço e me sentei no gramado, perto do campo de futebol, e claro, trouxe minha melhor companhia, meu livro favorito.

– Aposto cinco dólares, que essa é a vigésima vez que você está lendo esse livro – Disse o tal do Matt se sentando ao meu lado.

– Sinto muito em te informar, mas você perdeu 5 dólares. Já li esse livro mais vezes do que posso contar – disse estendendo a minha mão esperando meu dinheiro.

– Odeio te desapontar mas estou liso hoje – sorriu – Acho que te devo desculpas, eu sou bem idiota as vezes.

– É realmente nítido! – sorri.

– Mas eu sou uma boa pessoa okay?

– Sim, seu nome agora é "assassino do skate "

– Credo garota. - ele gargalhou

– Consequências meu caro Matt.

Ele se levantou dizendo – É, acho que sim. Te vejo por aí... Emy, né? Tome cuidado nos corredores, estou sempre por lá, e a propósito, não se sinta tão importante, você não é a primeira garota que eu atropelei – dito isso saiu andando provavelmente adorando aquela cena patética.

Eu dei um belo de um sorriso irônico.

Terminei meu almoço e fiquei vendo os meninos jogarem bola.

Peter estava jogando com sangue nos olhos, eu nunca mais tinha o visto tão furioso.

- Ei, seu amiguinho te deixou em paz? - Camaron se sentou ao meu lado.

- Sim, não quer fazer o mesmo? - sorri falso.

- olha, fica esperta com ele, não parece ser uma boa pessoa.

- E oque você tem a ver com isso? ele não é tão ruim assim.

- Digamos que eu conheça a peça. E o Peter bom, disse pra você tomar cuidado.

- E oque esse imbecil está dizendo? diga a ele pra não se preocupar mais comigo, eu não sou problema dele, e diga também que ele não me deve nada. - disse me levantando e indo embora dali, eu fiquei realmente furiosa, não olha na minha cara e quer me vir com essa? me poupe kavinsk.

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