Izuku acordou com o som da floresta ao seu redor. O canto dos pássaros e o farfalhar das folhas se misturavam ao murmúrio distante de vozes e ao crepitar da fogueira.
A noite passada parecia um borrão – ser capturado, enfrentar Bakugou, oferecer sua utilidade para sobreviver… Agora, ele estava ali, deitado sobre um colchão improvisado de peles dentro de uma tenda de madeira e palha.
Ele piscou algumas vezes, ajustando-se à luz fraca que filtrava entre as frestas da cabana. Foi quando percebeu algo estranho: seu pulso estava envolto em um bracelete de couro com contas vermelhas e um símbolo entalhado.
Katsuki Bakugou
— Finalmente acordou, Deku.
Izuku sobressaltou-se ao ver Bakugou encostado na entrada da tenda, os braços cruzados sobre o peito e um sorriso debochado nos lábios.
Ele vestia as mesmas peles e colares da noite anterior, mas agora, à luz do dia, Izuku podia ver melhor os detalhes do rosto do guerreiro – a força de sua mandíbula, o olhar ardente e a tatuagem tribal em seu ombro.
Izuku Midoriya
— O que é isso? —
Izuku perguntou, erguendo o pulso.
Katsuki Bakugou
— Um laço da tribo —
Bakugou respondeu, dando de ombros.
Katsuki Bakugou
— Agora, todos sabem que você me pertence.
Izuku corou violentamente.
Izuku Midoriya
— O q-quê?!
Katsuki Bakugou
— Não desse jeito, idiota. —
Bakugou bufou, revirando os olhos.
Katsuki Bakugou
— Significa que você está sob minha proteção.
Katsuki Bakugou
Ninguém pode te tocar sem a minha permissão.
Izuku relaxou um pouco, mas uma pontada de dúvida ainda o incomodava.
Izuku Midoriya
— E o que acontece se eu tentar fugir?
Bakugou riu. Não uma risada amigável, mas um som baixo e perigoso.
Katsuki Bakugou
— Pode tentar, se quiser.
Katsuki Bakugou
Mas a floresta não é gentil com forasteiros.
A ameaça não passou despercebida. Izuku não era tolo. Ele sabia que, sozinho, não duraria muito tempo naquele território desconhecido.
Izuku Midoriya
— Então, o que você quer que eu faça?
Bakugou estreitou os olhos.
Katsuki Bakugou
— Prove que é útil.
Katsuki Bakugou
Você disse que sabia ler mapas e guiar rotas.
Katsuki Bakugou
Quero que desenhe um mapa detalhado da nossa terra.
Katsuki Bakugou
Você tem três dias.
Três dias. Não era muito tempo, mas Izuku sabia que era sua melhor chance de se manter vivo. Ele assentiu, sentindo o peso da responsabilidade se instalar sobre seus ombros.
Izuku Midoriya
— Certo. Eu farei isso.
Bakugou sorriu de lado, satisfeito.
Katsuki Bakugou
— Veremos se você fala sério, Deku.
Izuku não sabia o que o futuro reservava naquela tribo… mas algo lhe dizia que sua relação com Bakugou estava apenas começando.
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