L.Lesso: E isso significa?
Sua pergunta direta me pegou de surpresa.
- Este poema pode ser interpretado como expressão de um amor que não pode ser concretizado\, onde o eu lírico está desejoso de alcançar o objeto de seu amor\, simbolizado pelo mar\, mas enfrenta obstáculos ou impossibilidades. A metáfora do rio fluindo em direção ao mar pode sugerir uma jornada em direção ao amado que é interrompida ou frustrada de alguma forma. A súplica final\, "Diz\, mar\, Leva-me!"\, pode refletir a intensidade do desejo do eu lírico de estar com o amado\, mesmo que isso pareça inalcançável.
Lady Lesso parece ponderar minhas palavras antes de responder, reconhecendo o ponto de vista apresentado.
L.Lesso: Interessante - ela comenta, parecendo considerar as implicações do poema.
- Ela era apaixonada pela cunhada Sue Gilbert mas ela nunca pode viver e esse amor definitivamente\, então ela colocava esse amor nos poemas e nas cartas que escrevia para a Sue. Não tinha como elas lutarem por esse amor\, então essa foi a maneira dela demonstrar o amor pela sue para o mundo.
L.Lesso: Era só fugir - ela sugere, oferecendo uma solução simplista para o dilema do amor não correspondido.
- E iam morar debaixo da ponte e comer as pedras da mesma - respondo com um toque de sarcasmo\, divertindo-me com a ideia.
A observação parece arrancar um sorriso leve de Lady Lesso, reconhecendo a futilidade de tal fuga diante das realidades da vida.
L.Lesso: É tu tem razão.
- Sempre tenho - brinco\, mostrando um pouco de autoconfiança.
L.Lesso: E ego também - ela responde, num tom levemente irónico.
- Não mais do que as princesinhas\, o ego delas dá voltas na escola. - Seu riso ressoa\, enchendo o espaço entre nós e rio junto.
Por um instante, me permiti admirar a expressão descontraída de Lady Lesso, um contraste notável com sua habitual postura rígida.
L.Lesso: Tem algo no meu rosto? - ela pergunta, percebendo meu olhar fixo.
- Só esse sorriso lindo aí - respondo\, deixando escapar um elogio sincero.
Vejo um rubor leve surgir nas bochechas de Lady Lesso e vejo-a se levantar, aproximando-se de mim de uma maneira que me faz prender a respiração. Sinto seu hálito quente contra o meu ouvido, suas palavras enviando um arrepio pela minha espinha.
L.Lesso: Esta boca sabe fazer mais coisas além de sorrir - ela murmura, deixando-me atordoada com a proximidade repentina.
Um beijo suave na minha testa e ela se afasta, deixando-me ali, confusa e intrigada com a troca de momentos intensos. Meu coração bate acelerado enquanto tento processar o que acabou de acontecer, questionando o que isso poderia significar para nós.
Vejo Agatha se aproximando e rapidamente me recomponho, tentando disfarçar qualquer vestígio dos pensamentos turbulentos que me preenchiam antes de sua chegada.
Agatha: A companhia estava sendo boa, hein?
- Surpreendentemente sim. Ela tem estado diferente ultimamente.
Minha resposta parece despertar o interesse de Agatha, que arqueia uma sobrancelha em curiosidade.
Agatha: Diferente como?
- Não sei explicar ao certo. Parece que... ela está mais leve\, menos intimidadora.
Agatha: Acha que ela está mudando mesmo?
- Não tenho certeza. Às vezes\, parece que sim\, mas então ela volta a ser a mesma Lady Lesso de sempre.
Agatha: É estranho. Eu sempre a vi como uma pessoa inacessível, intocável.
- Eu também. Mas recentemente... tem sido diferente. Acho que ela só mostra esse lado mais suave comigo.
Agatha me lança um olhar de cumplicidade, como se estivesse tentando entender o que está por trás dessa mudança de comportamento da Lady Lesso.
Agatha: De qualquer forma, é bom ver você se dando bem com ela. Talvez você consiga suavizar um pouco a armadura dela.
- Não sei se isso é possível. Ela é tão... distante. Mas algo me diz que há mais nela do que aparenta. Às vezes eu sinto... algo por ela. Algo que não deveria sentir. Eu sei que é errado\, somos de mundos opostos\, nunca deveríamos sequer considerar algo assim.
Agatha me olha com uma expressão séria, interrompendo minha linha de pensamento.
Agatha: Rose, o amor não conhece fronteiras. Não importa se são devers ou evers. Se você sente algo por ela, deveria explorar isso, não se privar por causa de regras ou convenções.
- Mas e as consequências? E se descobrirem? Nunca iriam nos aceitar.
Agatha: E quem disse que precisamos da aprovação dos outros para sermos felizes? Se há uma chance de vocês serem felizes juntas, por que não tentar?
Fico em silêncio, refletindo sobre as palavras de Agatha. Ela tem razão em parte, mas ainda há uma parte de mim que hesita em aceitar essa possibilidade. Afinal, como seria possível um relacionamento entre uma princesa do bem e uma Lady dos Nevers? Seria apenas uma receita para o desastre?
Agatha parece ler meus pensamentos e coloca uma mão em meu ombro, olhando-me com firmeza.
Agatha: Rose, às vezes precisamos arriscar para encontrar a verdadeira felicidade. E se a Lady Lesso é quem te faz feliz, então não deixe nada impedir vocês duas.
Suas palavras ressoam dentro de mim, provocando uma tempestade de emoções e pensamentos, mas logo mudo de assunto.
- Cadê a Sophie?Agatha suspira\, tentando disfarçar a inquietação.
Agatha: Com o Tedros.
- Ele aceitou assim de boa? - A expressão de Agatha se ilumina um pouco enquanto ela responde.
Agatha: Eu meio que ajudei ela a mostrar para o Tedros que ela é uma pessoa boa.
- Então agora é esperar que o beijo aconteça. - Observo a expressão de Agatha mudar ligeiramente\, como se a menção do beijo a deixasse
desconfortável.
Agatha: Sim, vamos almoçar. A cerimônia me deixou com fome.
- A leitura também me deixou com fome. - Agatha sorri e então faz um comentário provocador\, provocando risos em ambos\, apesar da tensão que paira no ar.
Agatha: Eu diria que a Lesso te deixou com fome.
Lhe dou um tapa no braço não conseguindo conter uma risada, apesar de tentar manter minha expressão séria. É bom ter Agatha ao meu lado, trazendo leveza mesmo nos momentos mais complicados.
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Atualizado até capítulo 47
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