O erro do Garoto nos deixou em uma situação complicada.
A barreira que bloqueava o Portal das Almas estava mais forte do que nunca, e os zumbis continuavam chegando em ondas intermináveis.
Eu olhei para o grupo, vendo a exaustão nos olhos de todos.
O Barbudo estava com a espingarda quase sem munição, a Arqueira tinha apenas algumas flechas restantes, e o Garoto parecia à beira de um colapso nervoso.
Quanto a mim, a Luz Purificadora estava se tornando cada vez mais fraca, e a maldição em meu peito pulsava como um lembrete constante de que eu não era mais humano.
"Bem," eu disse, tentando aliviar a tensão.
"Parece que estamos em uma situação clássica de 'tudo que poderia dar errado deu errado'.
Alguém tem um plano B?"
O Barbudo olhou para mim com um olhar de desespero. "Plano B? Nós mal tínhamos um plano A!"
A Arqueira riu, mas foi um riso cansado.
"Eu acho que o plano B é correr e torcer para que os zumbis sejam mais lentos do que a gente."
"Ótima ideia," eu respondi, com um sorriso irônico.
"Mas acredito que eu vou ficar por aqui.
Correr não é exatamente o meu forte agora."
A Decisão Difícil
Enquanto o grupo discutia o que fazer, eu me afastei um pouco, olhando para o Portal das Almas.
A barreira brilhava com uma luz intensa, como se estivesse nos desafiando.
Eu sabia que precisávamos desativá-la, mas como? O Garoto tinha tentado e falhado, e agora estávamos cercados por zumbis.
Foi então que eu tive uma ideia.
Talvez, se eu usasse toda a energia que me restava, eu pudesse enfraquecer a barreira o suficiente para que o grupo pudesse passar.
Era um plano arriscado, e provavelmente suicida, mas eu não via outra opção.
"Ai, pessoal," eu disse, voltando para o grupo.
"Eu tenho uma ideia."
Todos olharam para mim, com uma mistura de esperança e desconfiança.
"Qual é a ideia?" perguntou a Arqueira.
"Eu vou usar a Luz Purificadora para enfraquecer a barreira," eu expliquei.
"Enquanto eu faço isso, vocês precisam passar pelo portal o mais rápido possível."
O Barbudo franziu a testa.
"E o que acontece com você?"
Eu sorri, com um toque de sarcasmo.
"Bem, eu provavelmente vou explodir em uma luz brilhante e desaparecer para sempre.
Mas, ei, pelo menos vocês vão conseguir passar."
O Garoto olhou para mim, com lágrimas nos olhos.
"Eu... eu não quero que você morra."
Eu coloquei uma mão no ombro dele, tentando parecer confiante.
"Eu não vou morrer, Garoto. Eu vou... me sacrificar heroicamente.
Há uma diferença."
O Sacrifício
Enquanto o grupo se preparava para passar pelo portal, eu me posicionei em frente à barreira, sentindo a energia da Luz Purificadora pulsando em minhas mãos.
Eu sabia que isso poderia ser o fim para mim, mas também sabia que era a única maneira de salvar meus amigos.
"Você tem certeza disso?" sussurrou Naobito em minha mente.
"Eu não tenho certeza de nada," eu respondi, em voz baixa.
"Mas eu sei que é a coisa certa a fazer."
Eu fechei os olhos, concentrando toda a energia que me restava.
A luz começou a emanar de meu corpo, brilhando cada vez mais forte.
A barreira começou a tremer, como se estivesse prestes a se desfazer.
"AGORA!" eu gritei, sentindo a energia drenar de meu corpo.
O grupo correu em direção ao portal, passando pela barreira enfraquecida.
Eu os vi desaparecerem na luz, e então senti uma onda de alívio.
Eu tinha feito o que precisava ser feito.
A Queda
No entanto, antes que eu pudesse me juntar a eles, a barreira se reconstituiu, bloqueando meu caminho.
Eu caí no chão, sentindo a energia se esvair de meu corpo.
A Luz Purificadora havia desaparecido, e eu estava fraco demais para me levantar.
"Bem," eu pensei, olhando para o céu cinzento.
"Parece que o destino gosta de pregar peças."
Foi então que eu ouvi uma voz familiar.
Era o Sistema Naobito, mas desta vez, ele parecia diferente.
"Você fez o que precisava ser feito," ele disse.
"Mas o seu sacrifício não foi em vão."
"O que você quer dizer?" eu perguntei, com uma voz fraca.
"Você não está sozinho," ele respondeu.
"Há outros como você, outros que carregam a maldição, mas ainda mantêm sua humanidade.
Eles podem te ajudar."
Eu olhei em volta, tentando entender o que ele estava dizendo.
Foi então que eu vi uma figura se aproximando.
Era um homem, vestido com uma armadura negra, com uma espada longa nas costas.
Ele tinha olhos frios e calculistas, como se tivesse visto coisas que nenhum ser humano deveria ver.
"Você é Taro," ele disse, com uma voz calma, mas firme.
"Sim," eu respondi, tentando me levantar. "E você é?"
"Eu sou Kuro," ele respondeu. "E eu posso te ajudar."
A Nova Aliança
Kuro me ajudou a me levantar, e eu senti uma onda de energia percorrer meu corpo.
Ele olhou para mim, com um olhar que misturava desconfiança e curiosidade.
"Você é diferente dos outros," ele disse.
"Você ainda mantém sua humanidade."
"Eu tento," eu respondi, com um sorriso irônico.
"Mas não é fácil."
Ele sorriu, com um brilho nos olhos.
"Nada que valha a pena é fácil."
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Atualizado até capítulo 34
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