Capítulo 13.A: O Retorno ao Mundo dos Vivos

Eu atravessei o Portal das Almas com um misto de alívio e apreensão.

A luz cegante me envolveu, e por um momento, eu senti como se estivesse flutuando no vácuo.

Quando a visão voltou, eu estava de volta ao mundo dos vivos.

Ou pelo menos, algo que se parecia com ele.

O Mundo Que Eu Deixei Para Trás

O lugar onde eu caí não era exatamente o que eu esperava.

Em vez de um campo verdejante ou uma cidade movimentada, eu estava em um lugar que parecia saído de um pesadelo pós-apocalíptico.

Prédios destruídos, carros abandonados e uma névoa espessa cobriam o horizonte.

E, claro, zumbis. Muitos zumbis.

"Bem-vindo de volta ao paraíso," eu murmurei para mim mesmo, olhando em volta.

"Parece que o mundo decidiu se juntar à festa enquanto eu estava fora."

Eu levantei-me, sentindo o meu corpo estranhamente pesado.

A maldição ainda estava lá, pulsando em meu peito como um segundo coração.

Eu olhei para minhas mãos, que agora pareciam mais pálidas e frias do que nunca.

"Ótimo," eu pensei. "Agora eu sou o zumbi mais estiloso do apocalipse."

O Encontro com os Sobreviventes

Enquanto eu explorava a área, eu ouvi vozes à distância.

Eram sobreviventes, um grupo de pessoas tentando se proteger dos zumbis.

Eu aproximei-me com cautela, tentando não assustá-los.

Afinal, eu não queria ser confundido com um zumbi comum — eu era um zumbi de classe premium, com sistema de navegação embutido.

"Ei, pessoal," eu disse, levantando as mãos em sinal de paz.

"Não sou um zumbi comum.

Eu sou... bem, eu sou um zumbi com um propósito."

Eles olharam-me com desconfiança, armas apontadas para mim.

Um deles, um homem barbudo com uma espingarda, foi o primeiro a falar.

"E que propósito seria esse, zumbi?"

"Eu estou tentando salvar o mundo," eu respondi, tentando soar convincente.

"Ou pelo menos, encontrar uma maneira de parar essa bagunça toda."

Eles riram, mas eu percebi que era um riso nervoso.

"Um zumbi salvador do mundo," disse uma mulher com um arco.

"Isso é novo."

"Bem, alguém tem que fazer o trabalho sujo," eu retruquei, com um sorriso sarcástico.

"E parece que eu fui voluntário."

A Negociação

Depois de algumas horas de conversa — e algumas ameaças veladas —, os sobreviventes concordaram em me deixar entrar no grupo.

Eles ainda não confiavam em mim, mas eu não podia culpá-los.

Afinal, eu era um zumbi.

Mas eu tinha algo que eles precisavam: informações.

"Eu sei onde está o Portal das Almas," eu disse, tentando ganhar a confiança deles.

"E eu sei como podemos usá-lo para parar essa maldição."

"E por que nós deveríamos acreditar em você?" perguntou o homem barbudo, ainda desconfiado.

"Porque eu sou a sua única esperança," eu respondi, com um tom de voz que tentava soar dramático, mas provavelmente só parecia patético.

"E porque, bem, eu não tenho mais nada a perder."

Eles olharam para mim em silêncio por um momento, e então o homem barbudo suspirou.

"Tudo bem, zumbi.

O senhor tem uma oportunidade.

Mas se você tentar alguma coisa, nós vamos te mandar de volta para o mundo das sombras."

"Justo," eu disse, com um sorriso irônico.

"Eu prometo que vou ser um zumbi comportado."

A Jornada Continua

Com os sobreviventes ao meu lado, eu continuei minha jornada em direção ao **Portal das Almas**.

Eu sabia que o caminho à frente seria cheio de desafios, mas também sabia que eu não estava sozinho.

Eu tinha um grupo de pessoas desconfiadas, um sistema de navegação que falhava 1 em 1.000.000 vezes, e uma maldição que tentava me consumir por dentro.

"Bem, pelo menos não está chovendo," eu pensei, olhando para o céu cinzento. "Ainda."

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