O impacto foi brutal.
Sofia, Aria e Kael foram arremessados pelo portal, caindo com força sobre um chão áspero e quente. O ar ao redor era pesado e úmido, o cheiro de terra e concreto misturado com fumaça invadia suas narinas.
Sogia abriu os olhos, o coração batendo descompassado.
Brasil.
Ela reconheceu as ruas largas, os postes altos e os prédios cinzentos ao fundo. Mas algo estava errado.
As ruas estavam vazias.
O céu, antes azul, estava tingido de um tom estranho, como se vestígios da magia de Morvana ainda pairassem sobre aquele lugar.
Ária se levantou primeiro, instintivamente farejando o ar. Seu corpo inteiro estava em alerta.
"Algo não está certo."
Kael praguejou ao se apoiar em uma parede. "Droga... Esse não é o meu mundo."
Sofia virou para ele, surpresa. "O que?"
Ele respirou fundo, o olhar sério. "Eu não sou daqui, Sofia."
As palavras dele cortaram a tensão como uma lâmina.
"Então você também foi levado para aquele mundo?"
Kael assentiu. "Mas agora não temos tempo para isso. Precisamos descobrir onde estamos exatamente e o que Morvana pode fazer aqui."
Sofia sentiu um arrepio. Morvana.
Ela ainda estava do outro lado. Mas por quanto tempo?
Ela se virou para Ária. "Você sente alguma coisa?"
Aria fechou os olhos por um momento, concentrando-se. Então, sua expressão ficou sombria.
"Não estamos sozinhos."
Sophia olhou ao redor, o coração disparado.
E então, as luzes dos postes começaram a piscar.
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A Presença Invisível
O vento soprou frio, apesar do calor da cidade.
Kael sacou sua espada. Aria assumiu uma postura defensiva, os olhos brilhando na escuridão.
Sofia sentiu sua magia se agitar dentro dela.
Algo estava aqui.
Algo os observava.
Então, um som cortou o silêncio.
Uma risada.
Baixa. Distante.
Mas sem dúvida, familiar.
Sofia sentiu a garganta apertar.
"Não... pode ser..."
A risada ecoou de novo.
"E vocês realmente pensaram que podiam fugir?"
A voz de Morvana era como um veneno gotejando no ar.
Ária rosnou, os punhos cerrados.
"Ela está aqui?" Kael perguntou, girando os olhos ao redor.
Sofia sentiu o pânico crescer. Isso não era possível. O Véu foi fechado.
"Não completamente," sussurrou Sophia.
Kael a olhou. "O que quer dizer?"
Sofia olhou para o céu distorcido.
"O portal não fechou direito. E Morvana... encontrou um jeito de alcançar este mundo sem atravessar totalmente."
Kael praguejou baixinho.
Ária se encolheu. Ela sentia a presença.
Sofia sentiu a magia negra dentro dela reagir. Como se Morvana estivesse puxando algo de dentro dela.
E então, o chão ao redor se partiu.
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A Sombra de Morvana
Do solo rachado, sombras começaram a se erguer.
Não eram sólidas. Não eram vivas.
Mas tinham olhos. Olhos vermelhos e famintos.
"Corram!" Kael gritou.
Eles dispararam pelas ruas, desviando das sombras que se espalhavam como braços tentando agarrá-los.
Ária saltou sobre um muro, puxando Sophia junto. Kael derrubou uma das criaturas com sua espada, mas outra se ergueu atrás dele.
Sofia sentiu a magia queimando dentro dela.
Ela não queria usá-la.
Mas não tinha escolha.
Ela virou-se, os olhos brilhando em um tom escuro e profundo.
E então, explodiu.
Uma onda de magia negra varreu as sombras, as fazendo estremecer. Algumas se dissiparam, mas outras absorveram a energia e cresceram ainda mais.
"Não funciona assim!" Kael gritou.
Sofia sentiu o desespero crescer. Ela estava fortalecendo as criaturas.
E Morvana sabia disso.
A risada dela ecoou novamente.
"Ah, Sophia... Você nunca aprenderá a quem pertence essa magia?"
Sofia sentiu o pânico tomar conta dela.
Morvana estava conectada a ela.
E isso significava que, mesmo de longe, ela podia manipular sua magia negra.
O medo congelou Sofia no lugar.
Ária notou.
"Sofia, Você não está sozinha!"
Sofia olhou para Ária, o coração apertado.
Então, Ária segurou seu rosto com as mãos.
"Olhe para mim. Não olhe para ela."
Sofia ofegou. O toque de Ária a ancorou.
A magia negra se estabilizou.
As sombras hesitaram.
Kael aproveitou a distração e cortou uma delas ao meio.
O brilho vermelho em seus olhos apagou-se.
Sofiia respirou fundo.
Ela não pertencia a Morvana.
Ela não era um fantoche dela.
Ela tinha escolha.
O portal ainda pulsava no céu, instável.
Se Morvana não podia atravessá-lo agora, ela faria de tudo para manter a conexão com este mundo.
Mas Sofia, Ária e Kael não deixariam.
Eles correram até um prédio abandonado e se esconderam no escuro, tentando recuperar o fôlego.
Sofia segurou a mão de Ária com força.
Kael manteve-se de costas para a porta, alerta.
Então, ele disse algo que fez Sofia sentir um frio na espinha.
"A gente pode ter conseguido escapar dela por agora..."
Ele olhou para as sombras que ainda se moviam lá fora.
"Mas Morvana não veio sozinha."
Sofia sentiu um arrepio de puro terror.
Morvana não estava totalmente ali.
Mas algo dela estava.
Algo que não pararia até encontrá-los.
E destruí-los.
Continua…
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Atualizado até capítulo 61
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