Capítulo 18

Jasper: Ela está ocupada. Não tem interesse em falar com você no momento.

Heitor: Só que ela não tem mais desculpas. Eu a palavra, então deve cumprir. Você pode esperar aqui, enquanto ela entra para tomar um café comigo.

Jasper fechou a porta na cara de Heitor.

Heitor: EI! Isso é muita grosseria hein! Rain estarei esperando você. Não se preocupe porque sei bem que isso é coisa desse seu irmão ciumento.

Jasper olhou para mim.

Jasper: Irmão ciumento? É isso que você disse para ele?

Rain: Não. Claro que não. Eu disse que somos como irmãos. É verdade. Olha Jasper realmente... Foi muita grosseria, você fechar a porta na cara dele sabia?

Jasper: Se não fizesse de uma forma rude, o cara de pau ia continuar aqui, te chamando para o apartamento dele! Quem ele pensa que é para falar com você dessa forma? Como se estivesse devendo alguma coisa...

Jasper parou por um segundo e olho para mim preocupado.

Jasper: Você está devendo?

Rain: Ah Jasper! Pelo amor! É claro que não! Olha... Foi bom te ver, mas é melhor você ir embora agora. Isso antes que você acabe confundindo as coisas;

Jasper: Você está me mandando ir embora?

Rain: Não... Não assim. Mas acho melhor.

O Olhar dele ficou parado. Silenciosamente ele saiu pela porta, fechando em seguida. A principio, não me importei muito, porém depois de cinco segundos, fiquei chateada por ter magoado ele. Abri a porta e corri na direção das escadas, porque sabia bem que ele iria por elas.

Rain: Jasper!

Perto do primeiro lance de escadas, olhei para baixo e não vi ninguém.

Rain: Ele já deve ter ido... Que droga!

Heitor: E então?

Rain: AHHH!

Heitor se surpreendeu com meu grito. Não estava esperando ele aparecer tão silenciosamente, então acabei levando um susto.

Rain: Céus! Não faça mais isso! Eu quase tive um treco.

Heitor: Rain, vamos?

Rain: Como assim vamos?

Heitor: Para o meu apartamento. Anda logo! Eu comprei um monte de coisas, e se você não for, eu vou ter que comer sozinho.

Após o olhar galanteador que ele me deu, eu me rendi, e o acompanhei até o apartamento dele.

O lugar estava muito organizado. O que não combinava nada com um apartamento masculino. Os sofás eram de tecido na cor vinho. O nível de maciez era bem elevado, então julguei que era um item de luxo, ou realmente muito caro.

Heitor: Posso servir você?

Rain: Sim, pode.

Heitor: Aqui está, um capuccino que eu mesmo fiz.

Rain: Obrigada.

Heitor: Temos torradas, queijo branco, geleia, e biscoitos. É só escolher.

Rain: Você sempre toma o seu café da tarde assim?

Heitor: Quase sempre. Principalmente se tenho companhia.

Rain: E você costuma ter companhia com frequência?

Heitor: Claro que não! Não vê que praticamente tive que implorar para você não me dar o bolo? Ah! Me lembrei que eu também comprei um bolo de laranja. Um momento!

Heitor se levantou e foi para a cozinha, e quando passou por um móvel encostado na parede, me chamou a atenção uma maleta preta. Parecia uma maleta que era sempre vista nos filmes, onde as pessoas, transportavam grandes quantias em dinheiro. Balancei a cabeça e ri sozinha da bobagem que estava pensando. Ele voltou com um bolo, bem cheiroso.

Heitor: Prontinho! Pode pegar uma fatia. Eu já cortei para ficar mais fácil.

Rain: Obrigada.

Aproveitei o momento para saborear os itens que ele ofereceu. Além de estar com fome, era tudo muito gostoso.

Heitor: Rain... Você não tem um namorado, certo?

Rain: Não. Eu não tenho.

Heitor: Ótimo! Nesse caso, eu gostaria muito de me candidatar.

Ele sorriu, e eu fiquei admirando aqueles belos dentes branquinhos e bem alinhados.

Rain: Heitor, eu não estou pensando em um namorado agora sabe?

Menti. Eu estava realmente ansiosa para sair com outra pessoa.

Heitor: Mas esse é o momento perfeito! Quando não estamos pensando em ter um relacionamento, não nos cobramos muito neles, e aí as coisas fluem de verdade. Vou ser sincero com você... Eu te achei muito interessante. E isso, desde o primeiro momento que a vi.

Rain: Eu... Não sei.

Heitor: Caramba! Eu sou tão feio assim, que nem mereço uma chance?

Rain: Claro que não! Você não tem nada de feio. É que... Eu queria mesmo pensar um pouco no assunto.

Heitor: Perfeito, mas antes... Será que eu posso te dar um detalhe a mais para pensar?

Rain: Um detalhe? Do que vo...

Travei enquanto via ele vindo para perto de mim. Sem hesitação, ou um breve suspense, ele segurou o meu rosto e colou os lábios nos meus. Eu fiquei parada, até que fui me deixando levar. Os lábios dele eram grossos e bem firmes, a lingua inquieta, mostrava um pouco de euforia, ao encontrar com a minha. Por fim, eu estava até gostando daquele beijo. Quando ele se afastou, eu não sabia dizer por quanto tempo ficamos nos beijando.

Heitor: Bem, agora você pode ficar e terminar o seu café, ou ir embora pensar... Se preferir.

Ele sorriu maliciosamente.

Rain: Vou embora. Obrigada pelo café. Estava tudo muito bom.

Heitor: Até o beijo, suponho.

Dessa vez, ele riu alto. Fique constrangida e não consegui responder mais nada. Virei de costas para porta, e só disse tchau, quando pisei do lado de fora.

Rain: {Será que ele fez isso tudo de propósito, desde o café? Como ele pode ser tão inteligente. Conseguiu me fazer entrar no jogo dele tão fácil. Ai... Se ele não fosse tão bonito, talvez eu estivesse me sentindo mal agora, por ter sido burra}

Inconformada, eu voltei para casa, e me deparei com Alisson, em pé em frente a porta.

Rain: Oi?

Alisson: Ah! Que ótimo! Que bom que você já está aqui. Não tem idéia do susto que eu tive agora.

Rain: Como assim susto? O que houve?

Alisson: A porta estava aberta. Eu chamei o seu nome e não vi ninguém. Então fiquei imaginando que poderia ter alguém escondido em algum comodo. E pensei, "caramba, seja lá o que acontecer, a culpa é minha porque esqueci de trancar a casa!"

Rain: Ops, eu não fechei. Eu sai correndo para tentar alcançar o meu primo, e aí... Fui no apartamento do Heitor e...

Alisson: Do Heitor? Está falando sério?

O tom de voz dela mudou. Ficou tenso.

Alisson: Rain, responde, você entrou mesmo no apartamento do Heitor?

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