Capítulo 8

 Olhando bem para ele, percebi que a minha pergunta tinha sido um pouco desnecessária, ele era bem diferente das pessoas da nossa cidade.

Heitor: Não, eu sou da Argentina. Mas não deveria ser. Todos os meus gostos e comportamento é daqui. Engraçado não é?

Rain: Sobre ajudar você, só se eu puder mesmo, pois eu começo a trabalhar amanhã, então, sou eu que não vou ter muito tempo ocioso.

Heitor: Claro, Ha! ha! ha!... Você é bem divertida Rain.

Preferi ficar calada os segundos restantes até o elevador abrir. Aquele homem parecia ver graça até onde não tinha. E a risada alta dele, as vezes passava uma impressão de que ele forçava demais.

 Caminhei na direção do meu apartamento, e então, para a minha surpresa em frente a minha porta estava Angel. Ela usava um macacão engraçado, os seios enormes destacados em uma mini blusa quase transparente, se não fosse pelas alças do macacão, eu acredito que daria para ver tudo. O cabelo dela, estava bem preso em um rabo de cavalo. Achei a situação um tanto desagradável, já que ela havia dito que viria na parte da tarde.

Angel: Bom dia! Oi Rain. Eu vim apenas adiantar essas caixas posso deixar aqui?

Rain: Ah, Claro que sim. Pode colocar naquele canto.

Angel deixou as caixas no lado esquerdo da parede, de forma que não atrapalhou a minha passagem até a porta. Heitor vinha ao meu lado carregando praticamente tudo que estava no elevador, sem contar com o que estava nas minhas mãos. Entramos e ele colocou tudo para dentro. Eu fiquei só observando. Angel sequer olhou para ele. Ela abaixou para pegar uma das suas caixas, e ele com toda a simpatia e cavalheirismo avançou a sua frente e pegou primeiro. Nesse momento percebi a expressão de incomodo que Angel fez.

Heitor: Você não mudou nada Angel. Vai morar com a Rain?

Angel: Não. A minha irmã vai.

Heitor: Ela está ótima não é? Eu vi ela esses dias com você, na sorveteria.

Angel: Sim, agora tenho que ir.

A forma que Angel falou com Heitor foi bem áspera. Aquele comportamento, deixou claro que aconteceu alguma coisa entre eles. Mesmo não sendo da minha conta, fiquei muito interessada em saber se aquele galã de cinema poderia ser perigoso. Teria que encontar uma forma de descobrir aquela história mais tarde. Não me dei conta de quantos minutos eu fiquei pensando em bobagens enquanto olhei os dois, mas acabei esquecendo completamente de Jasper.

Rain: Jasper!

Mesmo ele escolhendo as escadas, o tempo que passou, já deveria ser suficiente para ele ter subido. Meu corpo se moveu quase sem eu perceber. Foi de imediato, passando rapidamente pelos dois que perceberam a minha pressa. Eu corri e cheguei ao primeiro lance de escadas do meu andar, e avistei Jasper. Ele estava deitado por cima de uma perna, e as caixas caídas ao seu redor.

Rain: Jasper! Céus!

Eu desci até chegar perto dele, mas naquele momento, fiquei nervosa. Só de olhar para ele, sabia que tinha alguma coisa errada.

Heitor: Eu ajudo!

Heitor já estava bem atrás de mim, e eu só percebi porque a voz dele saiu bem no meu ouvido. Ele rapidamente abriu caminho entre as caixas, chegando até Jasper. Ele estava sentindo dor, e tentava disfarçar. Eu segurei a mão dele, e olhei para os seus olhos, de uma forma que fizesse ele perceber que não ia poder mentir para mim.

Rain: Você precisa dizer onde sente dor.

Jasper: Me desculpe Rain, vou pagar se quebrei alguma coisa. Vou te dar... Tudo em dobro.

Rain: Isso não importa. O que você precisa agora é dizer onde está doendo. Por favor, o Heitor pode ajudar.

Ele finalmente se rendeu

Jasper: O meu calcanhar dói... Doí bastante.

Heitor: Infelizmente pela forma que levantou o inchaço nessa lateral, Acho que quebrou. Vai ter que fazer um exame de raio x, para entender a extensão da fratura.

Rain: Como foi que você caiu? As caixas estavam muito pesadas?

Jasper: Não, eu tinha tudo sobre controle, mas... Um garoto desceu correndo, e empurrou as caixas...

 Angel chegou caminhando devagar perto de nós, prontamente, ela foi organizando as coisas espalhadas nos cantos da escada. Depois apoiou a cabeça de Jasper com uma almofadinha que caiu das caixas.

Jasper: Obrigada moça.

Cinco minutos depois, o Sr Anselmo apareceu e com a ajuda dele Heitor conseguiu levar Jasper até a recepção.

Heitor: Fique calmo amigão. Se a Luize estivesse aqui hoje. Bom, Temos que levar ele ao hospital.

Rain: Pode usar o carro dele? Eu não sei dirigir.

Heitor: Poderia, mais estou sem minha documentação.

Angel: Então eu levo vocês.

Heitor: Ótimo, eu vou junto para ajudar a carregar ele.

Rain: Senhor Anselmo poderia levar aquelas coisas da escada para o 39?

Sr Anselmo: Claro que sim. Podem ir.

Passamos vinte minutos no carro até chegar ao hospital. Rapidamente dois enfermeiros pegaram Jasper e o levaram para dentro. Heitor e Angel permaneceram comigo. O que foi interessante, pois era muito estranho ter pessoas ao meu redor, nem na faculdade eu ficava em rodinhas. Contudo, foi bom eles estarem comigo.

Heitor: Fique tranquila Rain, isso não é nada de grave. Em menos de um mês ele já vai poder se vingar, com um belo chute no Rock...

Rain e Angel: Rock?

Heitor: Sim. O garoto que o empurrou. Só pode ser o Rock. Ele é uma encrenca naquele prédio. Tem doze anos mais ou menos.

Angel: Mais isso é muito grave! Não é possível que não tenha ninguém que possa dar um jeito nele?

Heitor: O Pai dele resolve. Parece que é um professor de luta livre. Ele fica apenas algumas semanas com o Rock. Mas enquanto ele está em casa o menino é um anjo.

Angel: Você é sempre molenga com situações assim não é? O Jasper poderia ter morrido. Se ele quebra o pescoço? Pensou nisso Heitor? Ah claro que não. E fala desse garoto mal intencionado, como se ele tivesse feito uma leve travessura!

Heitor: E você? Ah... Angel? Ainda levando as coisas tão a sério. Foi um acidente, isso acontece em todos os lugares, em todo o momento. Eu prefiro realmente não imaginar que um garotinho de doze anos queria matar alguém que ele nunca viu antes. Mesmo o sujeito sendo um pouco esquisito, branco e assustador... Por favor, Angel... Enquanto existir fôlego... Apenas viva.

Estava claro para mim, que a relação de Angel e Heitor foi e continuava sendo conturbada. Eu queria prestar atenção, mas de repente, um médico apareceu, ele parecia tenso, o que me deixou apavorada.

Medico: Eu preciso falar com um parente do Jasper por favor!

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