Capítulo 7

Ele apresentou um belo sorriso sedutor.

Heitor: Obrigada não é o suficiente sabia? Acho que eu gostaria de algo em troca.

Eu engoli a seco.

Rain: Ainda não entendi

Era só o que faltava um homem lindo daquele ser um pervertido. O que ele faria em seguida? Me leva para o fim do corredor escuro, em um quartinho que é uma lixeira organizada a força? Se fosse isso, mesmo que eu gritasse, Jasper não ia ouvir.

Rain: Desculpa, eu realmente não entendi. Você disse algo... Em troca? ... Por me levar ao lixo?

Heitor: Ha! ha! ha! ha! O que está pensando que eu ia pedir? Eu só queria saber o seu nome. Já que você não foi educada o suficiente para se apresentar.

Ele gargalhou com muito gosto. Bem na minha frente, enquanto eu desfrutava da vergonha. O que ele queria que eu pensasse? Um homem bonitão sendo simpático com uma caipira como eu, nunca seria algo comum de se ver.

Rain: Me desculpe pela falta de educação. E também por ficar pensando em bobagens, Eu me chamo Rain.

Heitor: "Rain?" Esse é o nome mais bonito que eu já vi. Assim como os seus olhos. Bem, será que seira muito inadequado perguntar o que é que estava pensando?

Rain: Bem, eu fui criada e cresci em uma casa de homens, eles mesmo me alertam de qualquer coisa estranha. Eu mantive a guarda erguida, foi só isso.

Heitor: Que bom saber disso. Uma moça de família, muito bonita, que não é fácil de ser enrolada. Esse perfil é muito bom para ter nesse bairro.

Rain: É mesmo? Porque?

Heitor: Aqui muitos espertinhos querem tirar proveito de situações. Acho que você pode ter um exemplo do que digo, se pensar no Anselmo. Te alugou um apartamento cheio de avarias, dizendo que estava perfeito não é?

Naquele momento fiquei surpresa.

Rain: Sim. Então ele faz isso com todos?

Heitor: É assim que ganham a vida no centro da cidade. O mais esperto se destaca. Agora eu vou indo. Tenho que correr um pouquinho. A gente se vê por aí.

Com o mesmo sorriso sedutor ele se despediu

Rain: Sim, até mais!

Pensando mais profundamente no havia acontecido, eu me senti idiota por achar que aquilo era um assédio. Por outro lado, ele realmente parecia flertando comigo, principalmente quando mencionou sobre os meus olhos serem bonitos. Eu custava a acreditar que eram, mas fiquei na dúvida se alguém poderia mesmo achar, para mim eles eram arredondados, não como os do Jasper que pareciam assustados. O meu tom de azul era tão opaco, que parecia que um problema de vista. No fim dos meus conflitos internos, achei melhor não mencionar nada do que ocorreu ao Jasper. Isso visando uma forma de evitar que ele ficasse aqui em cima de mim. Caso contrário, eu sabia que todos os dias ele estaria aqui.

Embora eu amasse o Jasper, do meu jeito, sempre sonhava com alguém que me arrancasse os pés do chão. Como nas grandes histórias de romance. Certa vez uma amiga da faculdade me falou que o amor não existia. Que nada dessas coisas eram reais. Mas o que dizer dessa situação onde acabei trombando com um homem tão bonito? Era o que normalmente acontecia nos romances. Mas apesar de ter achado esse Heitor bonito. Ainda não tinha sentido o meu chão caindo. Muito Pelo contrário, não passei três minutos com aquele homem e já tinha começado a pensar em coisas ruins, do tipo que me faria atacar o homem bonito, e nada voltado ao romance, pelo menos da minha parte.

Jasper: Vamos para casa Rain?

Saltei de susto, ao ver que Jasper estava quase dois metros à frente da porta do meu apartamento. Pensei que ele poderia ter me seguido, E se sim, acaso ele teria me visto com o Heitor? Eu jamais iria querem magoar os sentimentos dele, ainda mais com um mal entendido. Olhei para ele e sorri.

Rain: Claro! Vamos, sim.

III

Enfim a tão esperada manhã da mudança havia chegado. O Tio Victor tinha bebido tanto na noite passada, que nem pude me despedir dele, quando levamos as minhas coisas.

Rain: Vou programar um fim de semana para poder chamar o Tio Victor para comer um bolo em casa. Eu não sei bem fazer, mais qualquer coisa eu compro.

Jasper: Acho que vai ser melhor. E ele vai querer ajudar com alguma coisa também.

Rain: Certo. Vamos.

Duas quadras para chegar no edifício Algas, me chamou atenção um homem correndo. Com uma calça de academia preta, sem camisa e uma pele dourada. Os cabelos saltavam enquanto se movimentava. Quando o carro se aproximou mais pude ver que era o Heitor.

Rain: {Droga, porque ele me chamou atenção? Será que é essa parada de romance?}

Olhei para ele e fiquei pensando em muitas coisas, por minutos o suficiente, para chegarmos na frente do edifício.

Saímos, e começamos a descarregar as minhas coisas perto do elevador, para subir tudo de uma vez. Não demorou muito para Heitor entrar no edifício. Ele estava ainda mais dourado, com a pele brilhando pelo suor. E aqueles dentes tão brancos e grandes, pareciam nunca parar dentro da boca dele, porque sempre que eu o via, estava sorrindo. Não percebi que eu tinha olhado para ele de uma forma tão descarada que chamei a atenção de Jasper.

Heitor: Bom dia Rain! Quer ajuda

Rain: Bom dia, Não precisa não.

Heitor: Como assim, parece muita coisa. Deixa eu te ajudar vai?

Rain: Está bem.

Eu disse sim sem pensar muito. Não precisava. Jasper pegou algumas caixas e foi em direção a escada. Ele estava muito sério. Havia ficado realmente muito irritado.

Rain: Jasper! Onde vai?

Jasper: O elevador está em cheio. Vou pela escada.

Fiquei com vergonha de contrariar ele. Então após Heitor colocar tudo no elevador, ele entrou junto comigo. Fiz um grande esforço para não olhar para ele. Mais parecia que ele se exibia de propósito.

Heitor: Aquele cara brancão, é o seu irmão?

Rain: É como se fosse.

Heitor: Acho que ele não gosta de elevadores não é?

Rain: Como sabe disso?

Heitor: Estudei psicologia por um tempo. A expressão do rosto dele era como se sufocasse só de estar perto da porta do elevador. Isso pode ser tratado, fala pra ele. Se ele quiser eu posso ajudar, como todo prazer. Estou sem serviço no momento, e odeio ficar parado. Tenho que esperar minha documentação voltar do meu país, e só depois eu consigo um emprego novo. Então, se quiser me ajudar. Eu tenho muito tempo ocioso.

Rain: Seu país? Você não é daqui?

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