Capítulo 9: Os Desaparecidos

⏰ 17h:09 min PM

O código escrito na caneta continha palavras em diferentes idiomas: היא (hebraico), κλέβω (grego), твоя (russo), травма (russo), そして (japonês), 貪り食う (japonês), هويتك (árabe).

Josy e Lukas passaram 40 minutos tentando traduzir o código. Eles descobriram que a primeira palavra היא significava “ela” em hebraico. A segunda palavra κλέβω era do grego e significava “furtar” ou “roubar”, possivelmente um verbo. Os outros idiomas e palavras eram estranhos para eles.

Porém, de repente, os computadores e a internet ficaram inoperantes. Parecia que a luz havia acabado na universidade.

— Que droga! — resmungou Lukas.

— Vamos tentar de forma mais tradicional, com um dicionário! Será que a biblioteca tem dicionários de outros idiomas? — sugeriu Josy.

— Mas será que vai demorar muito para a energia voltar? Eu não tenho internet no celular, e você? — questionou Lukas, cético.

— Talvez. Vamos até a biblioteca para ver se Gaby e Sabrinna encontraram alguma coisa. Meu smartphone está sem bateria! — disse Josy, puxando Lukas para fora da sala de informática.

 Na biblioteca

⏰ 17h:12 min PM

— E aí, conseguiram encontrar alguma coisa? — perguntou Lukas, às meninas.

Sabrinna e Gaby, sentadas em uma das mesas da biblioteca, haviam espalhado uma pilha de livros sobre eventos sobrenaturais, a história da universidade e a igreja abandonada. Elas examinavam os textos minuciosamente, procurando por qualquer pista ou informação relevante.

— Infelizmente, ainda não encontramos nada concreto – disse Gaby, com uma expressão frustrada. — Parece que a história da igreja abandonada não está muito bem documentada...

— Mas estamos progredindo, sabemos que a igreja tem alguma ligação com uma seita religiosa obscura, e isso pode estar relacionado ao que estamos vivenciando. — acrescentou Sabrinna, tentando manter o otimismo.

Naquele momento, Lukas se juntou a elas na mesa.

— Eu vou ajudar vocês. Parece que faltou luz e a internet está fora... — disse Lukas, sentando-se à mesa.

Enquanto isso, Andressa, que havia acabado de sair da sala da psicóloga Amélie, se juntou ao grupo na biblioteca.

— Como foi na sala da diretora, Andressa? – perguntou Gaby, com preocupação.

Andressa explicou como a conversa com a Senhorita Anastácia, e com a Amélie, a ajudou a desabafar e a sentir-se mais fortalecida.

— Ela me mostrou que Ayre Schnapp não consta em nenhum registro da universidade. Parece que ele simplesmente não existe. — disse Andressa, desapontada.

— Que pena... — Gaby confortou Andressa.

— Conseguiram decifrar o código? — questionou Andressa diretamente a Lukas.

— Só parte dele, antes de faltar a luz! A primeira parte significa “Ela rouba”, acho eu. Mas quem é essa “ela”? — disse Lukas, tentando entender.

— Será que pode ser a Criatura? — Andressa conectou os pontos.

— Não sei... — sussurrou Lukas, em dúvida.

Nesse momento, o grupo foi interrompido pela chegada de quatro pessoas.

— Olha só, vocês por aqui! O que estão fazendo? — disse Colton, com ar de superioridade.

— Não seja invasivo, Colton! Eles estão estudando! – repreendeu Ema, sua namorada. — Oi, pessoal! — cumprimentou os amigos.

— E aí, galera! — disse Keron, sentando-se à mesa ao lado de sua amiga Jara, que também cumprimentava os amigos.

— Eu ouvi alguém mencionar uma criatura? É verdade? — Colton puxou assunto.

— Ah, nós estamos pesquisando sobre a história da Universidade! — disse Andressa sinceramente.

— Sim, sabiam que há uma lenda sobre uma criatura? Muito assustadora! — disse Lukas ironicamente.

— Mesmo? Sobre o que é? Sério? — Jara perguntou, totalmente interessada.

— Desculpe, pessoal, eu preciso procurar o professor de Química! Volto logo! Vou procurar informações sobre a Evelyn e a Febby, como eu disse para você, Lukas! — disse Andressa, levantando-se e olhando para Lukas.

— Tudo bem! — respondeu Lukas.

— Voltando à explicação sobre a lenda... — Lukas continuou a explicar, chamando a atenção dos outros quatro integrantes.

⏰ 17h:26 min PM

Andressa chegou à sala onde o professor de Química Geral, o Sr. Carl estava e, bateu na porta para chamar sua atenção.

— Oi, professor! Eu queria te perguntar uma coisa! — disse Andressa, chegando perto do mais velho.

— Oi, querida! Pode me perguntar! — respondeu Carl, com um sorriso.

— O senhor sabe onde a Evelyn Buckler pode estar? — perguntou Andressa.

— De qual bloco ela é? — perguntou Carl.

— Do mesmo bloco que o meu, bloco C. Ela é da mesma classe que eu, do curso de biomedicina. O senhor deve saber quem é... — respondeu Andressa.

— Evelyn? Do bloco C, deixe-me ver aqui no registro para confirmar... — disse Carl, revirando as folhas.

— Obrigada! — agradeceu Andressa.

Carl pegou uma folha do bloco C, do mesmo curso de Andressa, e mostrou.

— Tem certeza de que é do mesmo curso que o seu? Porque não tem nenhuma Evelyn Buckler no seu bloco...— Carl mostrou a folha.

Andressa olhou para a lista de nomes e não havia nenhuma garota chamada Evelyn em seu bloco. Ficou totalmente confusa, como assim?

— Ah, me desculpe, Sr. Carl. Estou confusa hoje. Eu me confundi, mas obrigada! — Andressa mentiu, rindo, agradeceu o professor e saiu da sala.

— De nada! — respondeu Carl.

⏰ Minutos antes de a luz retornar:

A professora Sandra Conde estava arrumando suas coisas em sua sala, completamente sozinha. Ela organizou tudo e, quando estava prestes a sair, ouviu uma voz baixa:

~ Mãe, por que você fez isso comigo, mamãe?

A professora parou, sentindo seu coração acelerar, e olhou ao redor da sala, mas não viu ninguém. A voz parecia ecoar em sua mente, causando uma sensação de desconforto. As palavras deixaram-na inquieta, pois pareciam um lembrete de algo que pertencia ao passado.

A sala estava em silêncio, mas a atmosfera estava carregada de tensão. Sandra não conseguia entender de onde vinha aquela voz ou o que ela queria dizer. Ela ficou parada por um momento, refletindo sobre o que havia ouvido, antes de finalmente deixar sua sala, sentindo-se perturbada pela sensação de inquietação que a acompanhava.

No corredor, ela ouviu algumas risadinhas e viu uma garotinha de vestido azul e cabelos loiros enrolados. A semelhança com sua filha, que havia morrido há sete anos, assustou-a, fazendo-a paralisar no corredor.

~ Mamãe, por que você me deixou? – disse uma garotinha, em uma voz suave.

Sandra ficou em choque com o que estava acontecendo. Sua filha estava ali, andando pelo corredor. Sandra não hesitou e foi atrás dela.

— Filha? Jolie? — perguntou a professora, tentando encontrar aquela garotinha.

~ Eu estou aqui, mamãe! Eu estou com medo – respondeu a voz fina da garotinha, ecoando pelo corredor.

Sandra viu uma sombra entrar em uma sala em outro corredor escuro.

~ Por que você me deixou morrer, mamãe? – a voz da garotinha ecoou mais uma vez.

Sandra entrou na sala e ficou estática, olhando para sua filha... a filha que havia morrido sete anos atrás em um acidente, acabou de afogando em uma piscina. Jolie estava encharcada.

— Jolie? Meu amorzinho? — Sandra chorou ao ver a garotinha parada na sua frente.

~ É tudo culpa sua, mãe. Eu morri por sua culpa! – disse a garotinha, gritando e assustando a professora.

— Eu sei... Eu não consegui te salvar, filha! — Sandra se emocionou.

~ Chegou a sua vez, mamãe! – a garotinha se transformou na criatura e abraçou a professora, assim como havia feito com todas as outras vítimas.

A sala ficou completamente escura, sombria e vazia.

A professora havia desaparecido, apagada da realidade.

*Quebra de tempo*

Andressa tentou procurar Febby, mas a jovem já havia ido embora mais cedo da universidade.

A castanha voltou para a biblioteca para avisar aos amigos sobre Evelyn.

*De volta a Biblioteca*

⏰17h:33 min PM

— Nossa, isso é tão embaraçoso! — Jara sorriu

— Eu já tinha ouvido boatos dessa lenda antes..— Ema citou.

— É esquisito não é? — Lukas comentou.

 — O que são essas línguas nessa folha? Está traduzindo antes da luz acabar? — Keron pegou a folha de Lukas curiosa.

— Ahh... sim eu estava decifrando...— Lukas sorriu tímido.

— Até onde você traduziu? — Keron perguntou interessada.

— Até o grego, apontou para ‘’κλέβω”, significa Rouba, e a primeira frase é hebraico depois grego, juntando significa “Ela Rouba” no presente.— Lukas explicou.

— Eu estudei durante três anos russo, vendo aqui, “твоя травма” significa “Seu trauma” — Keron disse, orgulhosa.

— Wow, obrigado Keron, isso ajudou muito! — Lukas agradeceu.

Josy chegou na biblioteca com dois dicionários japonês.

— Eu só consegui achar dicionários japonês, isso deve ajudar antes dessa luz voltar! — Josy chegou sentando á mesa e jogando os dicionários na mesa, realmente cansada.

Naquele exato momento a luz voltou.

— Eu não acredito nisso! — Josy resmungou.

— Mas, vamos usar os dicionários para traduzir o japonês, assim seu esforço valerá a pena você ter ido buscar! — Lukas piscou para a morena.

— Obrigada! — Josy pegou um dicionário e começou a folha-lo.

Keron e Ema decidiram ajudá-los, já Colton se interessou nos livros que Gaby e Sabrinna liam.

Levi chegou abraçando a namorada Sabrinna.

Alguns minutos folhando os abençoados dicionários, os quatro conseguiram a tradução.

— Essa frase em japonês “そして貪り食う” ao todo significa, “E devora”? é isso mesmo?— Ema perguntou recapitulando.

— Bom, no todo fica assim: “Ela rouba seu trauma e devora...” falta o árabe agora para finalizar a tradução. — disse Gaby.

— Que porra de tradução é essa? — Ema questionou, rindo.

— “Ela rouba seu trauma e devora”. Isso está ficando cada vez mais intrigante. — Keron disse, com olhos arregalados.

— Demoraram mais que a eternidade! — Colton ironizou.

— Já que voltou a luz, podemos voltar a informática para traduzir a última frase! — disse Josy.

Keron olhou para a amiga Jara, que mexia em seu celular e perguntou.

— Jara, você tem internet? — Keron perguntou, cética.

— Tenho sim porquê? — A Ruiva perguntou com uma sobrancelha franzida.

— Me empresta! — Keron pegou o celular da garota sem se importar.

— C-Claro! — Jara se assustou com a atitude da amiga.

— Você tinha internet esse tempo todo? Não acredito nisso! — disse Colton, indignado.

— Vocês não perguntaram...— disse Jara sorrindo.

Keron tirou uma foto do “código” na parte Árabe e utilizou a câmera para Google tradutor captar e traduzir.

— Aqui está dizendo que essa parte “هويتك” significa “Sua identidade”! — Keron mostrou a tradução para todos.

— Então, “Ela rouba seu trauma e devora sua identidade”. Isso é muito sinistro. — Jara sussurrou, um calafrio percorrendo sua espinha.

O grupo ficou em silêncio por um momento, absorvendo a estranheza das palavras traduzidas. A frase parecia sugerir que algo ou alguém estava roubando não apenas o trauma, mas também a identidade de alguém.

Andressa chegou quebrando o clima sinistro que se instalava naquele lugar.

— Conseguiram traduzir? — A castanha perguntou olhando para Josy e Lukas.

— Sim, olha! — Josy mostrou para Andressa toda a tradução.

— Que sinistro! É isso mesmo? — questionou Andressa, se assustando.

— Achou a Febby e Evelyn? — Lukas perguntou.

— A Febby foi embora mais cedo, e a Evelyn eu não a encontrei, posso ter uma palavrinha com você a sós? — Andressa puxou Lukas para estante de livros.

— Com licença! — Lukas diz seguindo a jovem.

— Você sabe da Evelyn? Quando eu estava procurando por ela e Febby, passei pelo professor de química geral e perguntei sobre a Evelyn, ele disse que não existia nenhuma garota matriculada no meu bloco com esse nome, Eu conversei com ela esses dias! Eu me senti uma doida, inventei uma mentira pro professor. — Andressa sussurrou para Lukas.

— Eu sei sim, nossa, será que ela foi apagada? Que estranho! — Lukas respondeu.

— Alguma coisa aconteceu com ela...— Andressa sussurrou de volta.

— ANDRESSA! Eu encontrei uma coisa aqui no livro, você vai amar saber! Venham aqui rapidinho! — Sabrinna gritou o nome da Andressa.

Os dois que estavam perto da estante voltaram para a mesa.

— Diga! — Andressa chegou perto de Sabrinna.

— Olhe aqui no livro, está dizendo que naquela igreja, no dia 12 de setembro de 2005 as freiras e todo o resto decidem fechar a igreja/convento depois de alguns desaparecimentos de pessoas na própria igreja, sendo exata 20 pessoas sumiram, e também descobriram sobre um ritual que foi feito por elas, decidiram acabar com a igreja, a igreja foi demolida pela metade...Tendo dois Sobreviventes, Mapple Schumacher e Hynston Brown. — Sabrinna falou para a castanha, chamando a atenção de todos os amigos Ali.

— Bem no dia que eu nasci, que vou coincidência! — Andressa citou, achando aquilo esquisito.

Naquele momento o sinal tocou, indicando que as aulas acabaram.

— Hoje tem aula de anatomia né? — Ema perguntou.

— Sim, se encontramos hoje lá? — indagou Lukas.

— Todo mundo vai estar lá! — Keron piscou.

— Ok, se vemos todos mais tarde! — Andressa sorriu se despedindo.

— Tchau pessoal! — Ema diz indo embora abraçada em Colton.

Keron e Jara arrumaram seus materiais, se despediram e saíram.

— Que coisa esquisita ein! — Levi diz, assustando Sabrinna e os outros.

— Você vai participar da Aula hoje comigo? — Sabrinna beijou o namorado.

— Claro amorzinho! Eu consegui pegar aula extra de Anatomia só para ficar ao seu lado! — Levi sorriu, beijando a testa da jovem.

— Bom, temos que arrumar e guardar os livros que pegamos! — Gaby quebrou o romance dos dois.

Lukas e Andressa apenas riram da situação

— Ah...priminho! Sua mãe mandou dizer que vai querer usar o carro daqui a pouco e que é para você levar o carro para ela! — Levi diz para Lukas.

— Claro, obrigado por me avisar, priminho.

*Quebra De Tempo*

⏰19h:10 min PM

Os onze amigos se encontravam na sala, esperando a professora Sandra aparecer, era isso que Sabrinna, Gaby, Josy, Lukas e Andressa esperavam.

— Nossa Josy, você está muito gata hoje! — Andressa elogiou a morena.

Josy usava maquiagem natural, vestia uma calça preta e uma blusa jeans com uma blusinha por baixo prata brilhante e uma bota de couro preta.

— Pessoal, quero apresentar á vocês minha namorada Alice! — Jara apresentou sua namorada Alice, uma jovem negra de cabelo curto e enrolado, muito bonita, vestia um vestido curto rosado com um colar dourado com pingente de sereia.

— Boa noite! — Alice cumprimentou todos.

— Seja bem vinda Alice! — o grupinho de Andressa saudou a morena.

— Ela faz enfermagem comigo! — Jara acrescentou.

— Por onde você esteve Alice, faz um tempinho que você não aparece na faculdade! — Ema abraçou a colega.

— Eu estive viajando para Miami!, fiquei uma semana fora, voltei sábado! — Alice sorriu alegremente.

— Legal! Férias ótimas! — Os outros disseram.

Logo um professor adentra a sala de aula.

Mr Philipe.

— Boa noite pessoal! — disse Mr Philipe saudando todos os alunos.

— Boa noite prof! — Geral respondeu.

Andressa ficou sem entender nada, substituíram a professora Sandra? Será que aconteceu alguma coisa? Era o que Andressa pensava.

— Que conteúdo paramos na última aula? — Mr.Philipe perguntou para a classe.

— Sistema linfático professor! — Matt respondeu.

— Muito obrigado Matt! — agradeceu o professor.

— Gente, cadê aquela professora? — Sabrinna perguntou para os amigos.

— Não sei...— Gaby e Josy responderam perplexas.

— Que Professora? — questionou Matt.

— Eu vou perguntar para esse professor sobre a professora. — Andressa se levantou da cadeira e foi em direção a mesa do professor “novo”.

— Oi professor, desculpa interromper, mas sabe o que aconteceu com a professora Sandra? não fomos avisamos sobre a aula com o senhor! — Andressa perguntou.

— Quem? — Philipe questionou.

— Professora Sandra de Anatomia...— disse Andressa.

— Desculpe Andressa, eu não sei do que você está falando. — respondeu o professor.

— Como assim? você sabe quem é ela? Desde quando você da aula pra gente? — questionou Andressa.

— O que? não estou entendendo Andressa, eu não conheço e não tem nenhuma professora chamada Sandra na faculdade, respondendo sua última pergunta eu dou aula desde o inicio pra vocês! Você está bem Andressa?— Philipe riu da pergunta, encolhendo os ombros.

Andressa ficou perdida nos pensamentos, apenas se desculpou com o professor e voltou para carteira em silêncio e choque.

— Vocês sabem da professora Sandra não é? — perguntou Andressa para os amigos.

— Claro que sim! — Lukas, Gaby, Sabrinna e Josy assentem.

— Ele acabou de dizer pra mim que não tem nenhuma professora de Anatomia chamada Sandra! será que tem haver com a igreja e a criatura Agora? — Andressa se questionou.

— Credo, como assim? — Sabrinna questionou com uma sobrancelha arqueada.

— Estranho isso! — comentou Josy.

Os amigos ficaram em silêncio, Voltando a prestar atenção na aula daquele professor.

Andressa decidiu perguntar para Ema sobre o professor.

— Ema, faz quanto tempo que o professor dá aula pra gente mesmo?— A Castanha sussurrou pelo ombro da morena.

— Desde o início das aulas? — Ema diz sem entender a pergunta da garota.

— Obrigada, desculpa a pergunta. — Andressa agradeceu, entendendo que alguma coisa havia acontecido.

⏰19h:35 min PM

A aula decorreu normalmente, Lukas observou o livrinho que Andressa tinha ganhado da psicóloga, no tédio, se interessou em lê-lo.

— Posso ver? Estou no tédio. — Lukas perguntou para a castanha.

— Pode ler.— Andressa estendeu o livro para o rapaz.

Lukas pegou o livro e começou a folheá-lo e, um papelzinho que estava no meio do livro caiu sobre o rapaz. Lukas pegou o papel olhando para ver o que estava escrito.

No papelzinho estava escrito:

“A igreja esconde um segredo, pega as provas, outra parte do bilhete e encontra lá”

— Olha isso Andressa! caiu daqui do livro. — Lukas mostrou o papelzinho para a garota.

— Oque? — Andressa leu e se espantou.

— Você notou que isso esteve dentro do livro? — questionou Lukas.

— Eu nem abri ele, que estranho, temos que dar uma olhada lá, agora! — Andressa disse rápida.

— Agora? — Lukas ficou perplexo.

— Sim, vem comigo! Eu sinto que tem que ser agora! — Andressa se levantou puxando o badboy para fora da sala.

— Com licença professor, temos que ir a coordenação! — Andressa mentiu para o professor, que nem se questionou, apenas continuou a aula.

⏰19h:40 min PM

Os dois andavam em direção a igreja com a lanterna dos celulares ligado, Lukas quase tropeçou com a pressa de Andressa. Eles adentraram, Lukas ficou curioso.

— Eu sei que é estranho, mas no bilhete dizia que outra parte estaria aqui. Eu sinto que é algo importante Lukas! — Andressa se explicou.

— Eu sei, confio em você! — Lukas respondeu.

— Por aqui! — Andressa desceu para o porão.

Lukas segue-a.

— Olha a parede! Eu sabia! O nome Sandra e Evelyn estão brilhando ali! Eu sabia que alguma coisa aconteceu! — disse Andressa, orgulhosa.

— Wow! — Lukas se surpreendeu.

— Vou tirar foto de toda essa parede! Uma prova. — Andressa pegou o celular e tirou uma foto. — Lukas, olha, aqui está o nome que a psicóloga disse que Febby diz lembrar: Maddy! Devem ser a mesma pessoa, isso não é coincidência!? mas o nome está cinza. Eu preciso conversar com ela. — Andressa ressaltou.

— Então tem mais pessoas? Que se lembram de alguém que está nessa parede? — Lukas questionou.

— Amanhã eu tenho que achar ela, urgentemente, quanto mais gente estiver passando por isso, será fácil a gente salvar o Ayre e os outros! — Andressa com confiança.

— Isso! — Lukas sorriu.

— Ontem, eu tive um sonho, eu acho que era o Ayre no sonho, mas não consigo lembrar do rosto, no sonho ele disse algo sobre a criatura apagar as pessoas, passei o dia todo tentando entender! — Andressa suspirou.

— Eu tive um sonho com ele, eu não lembro muito do rosto, mas ele me pedia ajuda, Estamos pertos de lembrar dele! Se ele é real, nós temos que ajudar...— Lukas comentou.

— Veja Aquele livro! Ele está em uma posição diferente. — Andressa apontou para um livro roxo pequeno que estava em cima das caixas, que chamou a atenção da mesma.

Ao abri-lo um papelzinho caiu no chão, Andressa pegou e leu.

“*Nós temos todas as respostas sobre o que está acontecendo com vocês, se quiserem saber, nós queremos ajudá-los, procure a gente nesse lugar amanhã cedo ás 11h:00 am. *localização**”.

— Com certeza essa é a outra parte! Tem a mesma caligrafia, você estava certa! — Lukas diz empolgado.

— A gente vai até esse local? — Andressa perguntou, cética.

— Se não for uma armadilha, até podemos ir, mas só com alguma proteção. — Lukas diz entusiasmado.

— Espero que isso ajude... vou confiar em quem fez esse bilhete...— Andressa diz calmamente refletindo.

— Vamos voltar para sala! Não podemos ficar aqui por muito tempo. — Andressa guardou o bilhete no bolso.

Lukas pegou um livro preto que também chamou sua atenção, com curiosidade.

Os dois subiram para cima e se depararam com um homem. Lukas guardou o livro disfarçadamente na blusa

— O que vocês estão fazendo aqui? É proibido estarem aqui! — Era o faxineiro Edward que disse aquilo.

— Desculpa, nós estamos saindo! — Andressa respondeu.

— Você?! Você de novo aqui garota! Eu já avisei para não entrar aqui! fiquem longe daqui, se não vou comunicar a direção que vocês estão entrando aqui, não voltem mais! — Edward esbravejou espantando os jovens.

Lukas e Andressa assentiram, saindo correndo do local antes que Edward fizesse algo.

Terça- feira 30 de maio, 2023.

⏰10h:48 min AM

Andressa e Lukas se encontravam na frente da universidade, prontos para ir ao local indicado no papel.

— Você tem certeza de que quer ir? — Lukas perguntou à garota pela terceira vez.

— Sim, sinto que é o certo, mesmo estando um pouco assustada. — respondeu Andressa.

— Então, vamos lá! — Lukas abriu a porta do carro, que aparentemente era de sua mãe.

Andressa entrou no carro do amigo, levando consigo apenas o celular e uma arma branca, preparada para o que pudesse acontecer.

⏰ 11h:20 min AM

Lukas dirigiu por cerca de meia hora até chegarem a um lugar isolado: uma casa antiga e abandonada, cercada por árvores e arbustos.

— Aqui estamos. Este é o lugar indicado no papel, parece tranquilo. — disse Lukas, estacionando o carro.

— Você tem certeza? Esta casa parece assombrada... — observou Andressa, olhando para a construção deteriorada.

— Tenho certeza. O GPS não mentiria. — respondeu Lukas, saindo do carro e abrindo a porta para ela.

Andressa saiu do carro e seguiu Lukas até a entrada da casa, mas foram surpreendidos por alguém atrás deles.

— O que vocês estão fazendo? — era Sabrinna.

— Ei, o que vocês estão fazendo aqui? — perguntou Andressa, surpresa.

— Nós vimos vocês saindo e os seguimos até aqui! — desta vez foi Levi que respondeu.

— Por que nos seguiram? — perguntou Lukas.

— Vocês agiram de forma estranha ontem! E hoje vimos vocês saindo, e viemos até este lugar. O que estão escondendo? Expliquem-se! — disse Sabrinna autoritária.

— Ok, ok! Mas não espalhem para ninguém. Encontramos um bilhete na igreja e ele nos deu esta localização! — entregou Andressa o papelzinho para Sabrinna.

— E vocês decidiram confiar? — perguntou Levi.

— Vou explicar para você mais tarde, Sabrinna te explica depois. Eles disseram que tinham respostas! — disse Andressa, de forma ríspida.

— Então, vamos juntos. Prometo não contar para ninguém! — concordou Sabrinna.

Os quatro abriram a porta da casa velha e entraram com a lanterna ligada. A porta estava destrancada.

— Olá? — Andressa disse com medo, olhando em volta e vendo móveis antigos, quadros rasgados, livros empoeirados e objetos quebrados.

Não houve nenhuma resposta até o momento. Eles chegaram à sala de estar e se sentaram no sofá. Lukas colocou a lanterna em cima de uma mesa e olhou para Andressa.

— Agora que estamos aqui, temos o bilhete! Se houver alguém, por favor, apareça! — disse Andressa, tomando coragem.

— Você está louca? — resmungou Levi.

Uma voz soou atrás dos jovens...

— Estávamos esperando por vocês!

Eles se viraram para onde a voz veio.

— Psicóloga Amélie? — disse Andressa confusa.

— Me desculpem, queridos. Precisávamos de um lugar mais tranquilo. Eu sei que essa casa parece assustadora, mas assim ninguém vai nos atrapalhar. Me sigam! Eu tenho as respostas que vocês procuram! — disse Amélie, adentrando em outro cômodo.

Eles a seguiram até uma sala cheia de telas e equipamentos, onde havia um homem assistindo a tudo com interesse. Ele era alto e magro, com cabelos grisalhos e óculos escuros, vestindo um terno preto e uma gravata vermelha.

—“Este é o Dr. M, líder da organização de casos sobrenaturais. Podem confiar em mim. Eu quero ajudar vocês!” — disse Amélie, explicando para Andressa.

— Isso mesmo! Vocês vieram em busca de respostas, não é? A igreja assombrada, os sonhos e o amigo que vocês dizem se lembrar, Ayre, não é? — perguntou Amélie, procurando confirmação da jovem.

— Sim! — respondeu Andressa. Os quatro amigos se sentaram, preparando-se para ouvir.

— Sobre nós, somos uma organização secreta que tem como objetivo estudar e manipular fenômenos paranormais. Trabalho aqui desde 2020. — disse Amélie.

— Isso é sério? — perguntou Lukas.

— Vou explicar para vocês. Desde 2017, vários desaparecimentos vêm ocorrendo na universidade, mas nunca obtivemos respostas. Em 2021, captamos uma onda sobrenatural vinda daquele local, mas não encontramos nada relevante... A única coisa que descobrimos foi que, no dia 12 de setembro de 2005, as freiras e todos os outros decidiram fechar a igreja/convento, onde hoje é o depósito, após alguns desaparecimentos de pessoas na própria igreja, exatamente 20 pessoas sumiram. Também em 2021, uma turma inteira desapareceu do mapa, 35 alunos e 2 professores, e sim, eles eram da faculdade. — disse Amélie.

— Nós também descobrimos isso... — disse Andressa.

— Faz um ano e alguns meses que estamos investigando. Pode me contar sobre tudo o que aconteceu com vocês? — pediu Amélie.

— Desde quarta-feira da semana passada, tive sonhos estranhos, eu e Lukas. Depois, fui recordando que Lukas, Josy e eu entramos naquela igreja. Tive muitos flashes de que alguém estava conosco lá, Ayre. Acho que ele desapareceu. Eu e Lukas conseguimos lembrar dele, um pouco, na verdade, e isso me intrigou... Eu tenho que achá-lo, mas sinto que há mais pessoas que eu conheço que também desapareceram. — desabafou Andressa.

— Eu sonhei com Ayre me pedindo ajuda e também quero encontrá-lo, mas há algo sobrenatural, algo naquela igreja que está apagando as pessoas e fazendo com que a gente não se lembre... — desabafou Lukas.

— Tudo isso que está acontecendo com vocês não é por acaso. Agradeço por serem sinceros, isso pode nos ajudar, assim como vocês. — respondeu Amélie.

— Eu trouxe um colar e um casaco, acho que são de Ayre. Perguntei a todo mundo que conheço se eram de alguém, e quando toquei no colar, tive uns flashes. Também tirei uma foto da parede cheia de nomes... — disse Andressa, mostrando os objetos.

Amélie os pegou e analisou.

— Isso é interessante e muito importante! — comentou.

— Nós também encontramos uma caneta com um código, ‘Ela rouba seu trauma e devora sua identidade’. Sabem o que é? — disse Lukas, entregando a caneta para ela.

— Bom, como vocês já imaginam, isso está ligado ao sobrenatural e a tudo o que está acontecendo. Essa caneta indica que é a criatura que está devorando... — explicou Amélie.

— Você pode nos dizer o que é essa coisa? — perguntou Sabrinna, interessada.

Amélie chamou mais dois assistentes que estavam ali.

— George e Malisa, expliquem para eles sobre a criatura, por favor! — pediu Amélie.

— A criatura é um ser de outro plano que foi invocado em 2005 e trancado. Alguém em 2017 a libertou e a está alimentando. Ela possui várias formas, é um metamorfo. Era chamada de Abbadon, que significa destruidor. Era considerada o anjo do abismo. Ela devora a identidade, e cada vez que ataca, fica mais forte. Ela rouba o trauma para capturar as vítimas. Seu objetivo é devorar... — explicou George.

— Uma coisa sabemos: alguém a libertou e está usando isso como sacrifícios. É uma boa hipótese, na minha opinião! — acrescentou Malisa.

— A caneta que vocês encontraram é um objeto amaldiçoado. Quem a usou para assinar na parede condenou sua sentença! — disse Dr. M.

— Eu não imaginava isso... — disse Andressa, chocada.

— Agora faz sentido... — disse Lukas, com as mãos nos bolsos.

— É algo complexo. Não podemos ver a criatura, apenas os que colocaram seus nomes na parede conseguem vê-la. — disse uma senhora. Era alta e esbelta, com cabelos loiros e olhos azuis, vestindo um vestido branco e um colar de pérolas. Tinha uma expressão séria no rosto.

— Esta é a Senhora Zarah Blake, líder da Agência A, uma agência secreta que tinha como objetivo proteger e orientar fenômenos paranormais. — comentou Amélie.

— E como isso vai nos ajudar a salvar Ayre? — perguntou Andressa

— Nós temos um jeito. Vocês vão ter que lembrar de quem são os esquecidos... — disse Amélie.

— Mas como? — perguntou Lukas, interessado.

— A Senhora Zarah tem um método. Se vocês querem trazer seus amigos de volta, vão ter que passar por uma regressão de recuperação de memórias. Não se preocupem, não é mortal, é bem fácil e pacífico. Confiam em mim? Nos sigam! — pediu Amélie.

Lukas e Andressa se entreolharam, buscando consolo nos olhares, perguntando-se se era a coisa certa a fazer.

— Eu quero correr esse risco. Preciso lembrar quem é Ayre, quero ajudar. Já estou envolvida nisso! — disse Andressa, tomando coragem para falar.

— Quero me Lembrar dele, se ele estiver correndo perigo, queremos ajudar. — disse Lukas determinado.

~Continua...

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