Capítulo 3: Os Intrusos

⏰ 20h:06 min PM

Os amigos se encontram na entrada da universidade, ainda discutindo sobre a ideia de explorar a antiga igreja abandonada.

— Pessoal, eu não acho uma boa ideia irmos lá. Pode ser perigoso e até mesmo ilegal. — Josy diz com cautela.

— Concordo com a Josy, essa história de igreja abandonada e assombrada não me parece nada bom… — ressaltou Andressa, preocupada.

— Ah, vocês são medrosos! Vamos lá, será uma aventura! — insistiu Gustavo.

— Não acredito que seja medo, mas sim bom senso. Podemos nos meter em encrenca e acabar atrapalhando os nossos estudos e compromissos na faculdade. — ponderou Ayre.

— É, Ayre tem razão. Temos que pensar nas consequências das nossas ações. — concordou Jenny.

— E se formos pegos pela segurança da universidade ou por alguém que mora por perto? Será um problema sério! — acrescentou Ross.

— Vamos fazer uma votação, levante a mão quem quer ir lá! — propôs Annabel.

Andrew, Gustavo, Annabel e Lukas levantaram a mão.

— Eu concordo com eles, mas também topo ir lá, apenas para matar a curiosidade. — Jenny diz, levantando a mão.

— Cinco a quatro, ganhamos! Radical! Vamos! — Gustavo diz, comemorando com os braços no ar.

— Tá! bom, todos iremos e ponto final, se der errado, eu culpo vocês cinco! — ressaltou Andressa.

— Beleza, estou com a Andressa! — Josy diz, colocando as mãos no ombro dela.

Com a decisão tomada, o grupo de amigos parte em direção à antiga igreja abandonada.

A noite estava escura e estrelada, acrescentando um toque de mistério à atmosfera. Enquanto caminhavam pelo ‘campus’ da universidade, todos sentiram uma mistura de emoção e apreensão.

Ao chegarem ao local, a igreja se apresenta imponente, mesmo no seu estado de abandono. As suas paredes de pedra têm uma aura de história e mistério que intrigou os aventureiros.

— É incrível! — exclamou Gustavo, admirando a estrutura.

— Mas não esqueçam que estamos aqui para explorar, não para ficar admirando. — lembrou Ayre, olhando ao redor para se certificar de que não estão sendo seguidos.

Os 9 queridos amigos descem pela mesma rota por onde entraram.

⏰ 20h:14 min PM

O grupo entra na igreja com cuidado, usando as lanternas dos celulares para iluminar o caminho escuro. As sombras dançam nas paredes enquanto exploram os corredores e as salas.

— Vamos lá pessoal, só uma olhada! — Gustavo sugeriu, empolgado.

— Eu li que essa igreja foi abandonada há muitos anos devido a relatos de acontecimentos estranhos. Dizem que coisas sobrenaturais aconteciam aqui, tem um relato de uma estudante para Freira, Mapple Schumacher. — Lukas comentou, tentando deixar o ambiente mais misterioso.

— Ah! para com isso, Lukas. Não precisa inventar histórias para nos assustar. — Andressa brincou, mas uma expressão nervosa trai a sua coragem.

Conforme eles avançam na exploração, uma sensação de estar sendo observado começa a se instalar entre os amigos. A cada rangido do assoalho, a tensão aumenta.

— Sério pessoal, acho melhor irmos embora. Isso aqui não parece seguro. — Andressa sugeriu, olhando ao redor com nervosismo.

— Ela tem razão, talvez tenhamos exagerado. — Andrew concordou, sentindo o mesmo desconforto.

Antes que possam decidir o que fazer, ouvem um barulho vindo do andar de cima. Parece o arrastar de objetos pesados.

— O que foi isso?! — Josy perguntou em voz baixa, segurando o braço de Annabel.

— Acho que não estamos sozinhos aqui. — Jenny sussurrou, apontando a lanterna do celular em direção à escada.

De repente, uma sombra surgiu no topo da escada, e todos se encolhem. A silhueta parece se movimentar, e a tensão atinge o seu ápice.

Era Gustavo, deixando os outros aliviados.

— Que susto!— diz Annabel, colocando as mãos no peito, aliviada.

— Pessoal, vocês precisam ver isso! Tem umas caixas sombrias lá em cima e vários cômodos! — diz Gustavo, chamando os demais.

⏰ 20h:26 min PM

Os grandes amigos o segue para o andar de cima.

— Olhem essas caixas e armários, tem muita coisa! — diz Gustavo, mexendo nelas.

— Além da poeira inteira?! Sinto pena de quem tem rinite. — diz Andressa sem interesse, jogando seu cabelo sedoso para trás.

— É verdade! Este lugar está empoeirado e úmido, que nojo! — diz Josy com uma careta de náusea.

— Nessas caixas tem apenas fotos, documentos e artigos antigos, nada demais... — Andrew diz, decepcionado.

— Vamos, vamos explorar outros cômodos! — diz Gustavo, puxando Ross e Annabel. Jenny os segue.

Lukas se aproxima de Ayre e Andressa, puxando assunto com a dupla.

— Vocês são novos aqui na universidade? Os vejo nas aulas. — Lukas diz, começando uma conversa.

— Sim, somos calouros! — respondeu Andressa, arrumando sua roupa.

— Chegamos neste semestre! E você?— acrescentou Ayre.

— Legal, também sou calouro, comecei nesse semestre também.— diz Lukas.

— Estou congelando! — diz Andressa, abraçando-se a si mesma e suspirando.

— Ei, aqui, pegue meu moletom. — diz Andrew aparecendo, tirando seu moletom preto com a estampa da “GAP” e entregando para sua paquera.

— Obrigada, você é fofo! — sorriu Andressa amavelmente, a jovem "congelada".

A conversa flui animadamente enquanto o grupo se conhece melhor. Eles descobrem que têm muitos interesses em comum e começam a se sentir mais próximos.

— Olha isso, Ayre, borboletas empalhadas! — diz Andressa, puxando Ayre, encantada com o artefato.

— Por que isso está aqui? — questionou Ayre, com uma sobrancelha arqueada.

— Vamos tirar uma foto! — diz Andressa, puxando Ayre para uma foto, já com os flashs ligados, marcando o momento, mas deixando a foto de Ayre um pouco borrada devido ao puxão repentino.

— Tira uma foto comigo também? — perguntou Andrew, sorrindo.

— Vamos lá então! — respondeu Andressa, chegando perto do rapaz.

— Galera, venham aqui ver! — Josy chamou-os, atraindo olhares curiosos.

— O que foi, Josy? — perguntou Andressa, com uma expressão séria.

— Uau, nesse cômodo antigo estão todos os equipamentos da época! — disse Andrew, indo verificar cada instrumento.

— São ferramentas de lembrança, eu acho. Parece até um museu! — diz Josy com olhar sorridente.

— Legal, tudo aqui é interessante... — diz Gustavo, tirando algumas fotos do lugar gélido e empoeirado.

— Pare de mexer nessas coisas! Você vai deixar digitais, idiota! — Jenny diz, furiosa para Andrew, fazendo-o parar de mexer com os dedos.

— Ok! Madame, só queria testar! — respondeu Andrew, rendendo-se com as mãos.

— Vamos descer, está na hora de irmos embora! — interrompeu Ross aos demais.

— É bom mesmo, vamos! — diz Lukas, fazendo um gesto com as mãos para os amigos descerem.

⏰ 20h:36 min PM

Quando desceram, Gustavo viu uma porta que levava ao porão e decidiu chamar o resto do grupo.

— Pessoal, esperem, vamos dar uma olhada no porão, por favor!? E depois nós vamos embora, eu quero ver o que tem lá embaixo!

— Nem pensar! Temos que sair deste lugar. — Josy diz, ríspida.

— Estou cheia de arrepios! — acrescentou Andressa, abraçando seu corpo.

— Tudo bem, vamos rapidinho e depois saímos, ok? — Lukas diz, levando todos ao sinistro porão.

— Lukas?? O que você está fazendo? — Josy perguntou, exaltada.

— É só uma olhadinha. O que pode acontecer? — Annabel deu de ombros, passando a mão nos cabelos azuis.

Assim, todos adentram aquele porão sujo, úmido e escuro. Não totalmente escuro, já que a maioria está com as lanternas acesas para conseguirem enxergar, passando pelo corredor, até encontrarem uma porta e abri-la. O porão estava cheio de caixas e estantes, repleto de poeira e surpreendentemente espaçoso para um porão comum, com vários cômodos.

— Isso é neblina? — questionou Ayre, com medo, paralisando no lugar onde estava.

— Aqui é abafado, por isso tem essa neblina esquisita pelo ar aqui embaixo. — respondeu Jenny, com repugnância.

Cada um explorando e mexendo nas caixas, sem pensar nas consequências e na irresponsabilidade e ilegalidade do ato.

— Encontrei uns livros aqui, têm umas escritas bem estranhas, alguém sabe que língua é essa? — perguntou Andrew, mostrando um livro com algumas letras млбкуыод.

— Parece russo, acho eu. Guarde isso! — advertiu Jenny , pegando o livro da mão dele e colocando-o em uma caixa próxima.

— Olhem isso! Tem fotos bem interessantes nesta caixa, fotos de freiras de 1896, e também de 2005. — disse Gustavo, mostrando a foto para todos.

— Isso é arrepiante, deixe isso aí! — disse Andressa, com os dentes cerrados.

⏰ 20h:39 min PM

— Todo mundo aqui tem 18 anos, não é? — Annabel perguntou, quebrando o silêncio.

— Eu também tenho 18! — respondeu Lukas.

— Eu e o Ayre temos 17, nós fazemos aniversário no mesmo dia! Completaremos 18 anos em setembro! — Andressa diz gentilmente.

— Eu completei 18 no mês passado, fiz dia 20 de abril.— comentou Josy, sem muita importância.

— Beleza, com exceção do Ross aqui, ele é o único mais velho, com 19 anos. — citou Annabel, dando tapinhas em Ross.

— Que bom, a maioria aqui não tem juízo. — Gustavo brincou, rindo suavemente.

— Anna, t-tem uma aranha no seu cabelo! — disse Andrew, tentando acalmar um possível susto da amiga, o que acabou falhando.

— O QUE? TIRA ISSO, TIRA AAAA — Annabel gritou, espantada, sacudindo o cabelo, enquanto dava pulinhos.

— CALMA! — alertou Gustavo, tentando acalmá-la.

— É só uma aranha de brinquedo boba! — riu Gustavo, mostrando o brinquedo, tentando fazer Annabel parar de tremer.

Andrew riu loucamente da situação da amiga.

— É uma brincadeira, você devia ter visto a sua cara! — Andrew diz, rindo da cara da amiga.

— Isso não tem graça! Seu idiota, te odeio! — Annabel ficou com uma cara brava, deixando-a fofa

— Foi hilário, dá um toque aqui! — disse Gustavo, batendo sua mão na mão de Andrew.

— Galera, olhem essa parede aqui! — Jenny interrompe-os, fazendo todos seguirem até a parede brilhante.

— Está cheia de nomes de pessoas, quem são? — perguntou Lukas, com curiosidade.

— Sei lá, parece uma homenagem, talvez alguns alunos que faziam aula de religião assinaram essa parede. — comentou Gustavo, com indiferença.

— Que tal se nós também assinarmos? Deixar registrado nosso nome! — propôs Andrew, piscando para a castanha.

— É sério? Isso é uma péssima ideia! — Josy diz, revirando os olhos.

— Vocês conhecem alguém com esses nomes? — questionou Ayre, cético e curioso.

— Notem que a maioria dos nomes estão meio apagados, tirando esses cinco aqui! Maddy, Donovan Guerra, Halwin Carter, Michael e Bill! Conhecem? — questionou Jenny apontando para os nomes que ainda brilhavam um pouco.

— Reparando agora no que você citou, esses nomes estão destacados mesmos, ainda com a tinta intacta. — notou Annabel, como se fosse investigar.

— Bom, alguém deve ter estado aqui antes de nós e assinou essa parede! — falou Gustavo, convencendo-se.

— Vou assinar também! Tem uma caneta aqui, parece que ainda funciona! — Andrew pegou a caneta suspeita, testando a mesma na parede.

— Não acha estranho essa caneta estar aí?— questionou Josy, desconfiada.

Andrew assinou seu nome na parede sem se questionar de nada, depois entregou para Gustavo.

— Já que ele assinou, também vou deixar registrado, somente meu primeiro nome, ninguém vem aqui a muito tempo mesmo! — Gustavo deu de ombros.

— Vocês dois são uns completos idiotas, estão se metendo onde não devem! — Josy diz para os garotos, que a ignoram completamente.

— Mais alguém vai assinar? Anna? Jenny? Ross? — perguntou Gustavo, oferecendo a caneta misteriosa para os demais.

— Eu assino! — disse Ross, pegando a caneta, deixando os outros surpresos com a atitude repentina.

— Eu não quero nem ver no que essa irresponsabilidade vai dar! Eu avisei! — disse Josy, alertando.

— Pronto! E quanto a vocês meninas? Querem assinar? — perguntou Ross, estendendo a caneta para Jenny e Annabel.

— Eu não acho que isso terá alguma consequência, muitos já assinaram essa parede rabiscada, então vou deixar minha presença aqui! — Jenny piscou para todos ali, pegando a caneta deixando seu nome registrado.

— Então, eu também quero deixar meu nome destacando aqui! Me dê a caneta! — Annabel não quis ficar sem assinar, assinou para não ficar de fora.

— Eu não me sinto confortável disso! Não vou assinar. — disse Andressa, arrumando a blusa larga de Andrew.

— Ok, você não é obrigada a fazer isso gatinha! A escolha é sua. — disse Andrew se aproximando da jovem.

— Pronto, e vocês? Lukas? Ayre? Josy? — perguntou Anna, oferecendo a caneta.

— Você já tem minha resposta! — Josy diz, virando-se para a escada.

— Estou com ela! — Lukas diz indo na mesma direção.

— Ayre? — perguntou Annabel, novamente.

— Está bem! Eu assino. Afinal, é só uma assinatura, não é? — Ayre pegou a caneta meio receoso, mas assinou mesmo assim.

— Ayre? Você está certo disso? — perguntou Andressa, indignada com a atitude repentina do melhor amigo.

— Bem, podemos ir agora? — Josy perguntou, com sorriso forçado, apontando para cima das escadas.

— Vamos, já exploramos demais! — Lukas diz, fazendo sinal para subirem.

— Claro! — disseram os outros em uníssono.

⏰20h:48 min PM

Os amigos subiram, deixando o porão sombrio para trás como se não tivessem entrado.

Andrew sentiu um arrepio ao escutar uma voz suave falar com ele.

~ Andrew, eu preciso de você...

De repente, uma sombra luminosa surgiu ao lado do rapaz, e todos se encolheram. A silhueta pareceu se movimentar, e a tensão atingiu seu ápice. O rapaz não teve reação. Aquela sombra pegou o que pareceu ser um chicote, o capturando, fazendo o mesmo rapaz desaparecer ali mesmo, deixando uma fumaça para trás, como poeira.

— Pessoal, precisamos sair daqui agora! — disse Lukas em voz alta, mas firme.

— O QUE É AQUILO??? — Annabel gritou, espantada.

— CORRAM! — Gustavo gritou, começando a correr para longe.

— O que está acontecendo? — questionou Andressa, sendo levada por Josy, enquanto corriam de mãos dadas, deixando todos sem orientação.

Gustavo correu para um cômodo, fechando a porta, totalmente perdido e sem orientação. O mesmo, com o coração disparado, tentando se recuperar, de repente ouviu uma voz doce.

~ Gustavo, me ajude...

O jovem, um pouco assustado, seguiu em direção à voz, o que foi um erro, pois se tratava da criatura, que o chicoteou capturando o jovem, fazendo-o dar um grito abafado. O mesmo desapareceu nos ares. Sendo apagado da realidade.

Sem pensar duas vezes, o grupo se virou correndo em direção à saída. Os passos ecoavam pelo espaço, e a adrenalina fez seus corações dispararem.

— Uau, isso foi intenso! — disse Ross, recuperando o fôlego.

— Nunca mais quero voltar lá! — exclamou Annabel, ainda tremendo um pouco.

— Foi uma má ideia, mas pelo menos estamos todos bem. — diz Lukas, olhando para os amigos.

— Acho que aprendemos uma lição importante hoje. Não devemos mexer com o desconhecido. — Josy comentou, olhando para a igreja com um olhar sério.

— Concordo totalmente. Precisamos ter mais cuidado com nossas escolhas e respeitar as advertências. — ressaltou Andressa, abraçando-se para tentar se acalmar.

— Gente, cadê Andrew e Gustavo? — perguntou Ayre, se lembrando dos outros que ficaram para trás.

— O que era aquela coisa? — questionou Lukas, tentando entender o que havia acabado de acontecer.

~Continua...

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Comments

Astolfildo

Astolfildo

O efeito montanha russa que o Gustavo causa em todos é daora. Quando o pico de medo tá lá em cima, ele aparece pra acalmar o povo, as meninas de acalmam, mas, em seguida, ele já lança outra bomba.

2025-01-08

1

Astolfildo

Astolfildo

Eu amo esse tipo efeito quando se estuda hipnose, a famosa sugestão hipnótica.

2025-01-08

1

Astolfildo

Astolfildo

Vai morrer, vai morrer, vai murchar e apodrecer. Frase do vilão do Lorax

2025-01-08

1

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