Capítulo 6: Os Flashs

Quinta-feira, 25 de maio de 2023.

⏰12h:50 min PM

Casa de Andressa

Andressa não conseguiu dormir bem naquela noite. Ela teve vários pesadelos com a igreja, a voz desconhecida e a criatura que a perseguia. Acordou várias vezes, assustada e confusa. Ela não entendia o que estava acontecendo com ela, nem o que significavam aqueles sonhos.

Levantou cedo, se arrumou e foi para a faculdade. Estava cansada e com olheiras. Esperava que o dia fosse tranquilo e sem surpresas. Queria esquecer os acontecimentos estranhos da noite anterior.

13h:00 min PM

Encontrou a amiga Josy na entrada da faculdade. A amiga percebeu que ela não estava bem e perguntou:

— Andressa, você está péssima! O que aconteceu? Você dormiu mal?

— Josy, tive uns sonhos horríveis... Não sei como te explicar... Parecia tão real... — disse Andressa com uma voz trêmula.

— Sonhos? Sobre o quê? — perguntou Josy, curiosa.

— Sobre a igreja... e uma voz... e uma criatura... — Andressa tentou lembrar, mas sentiu uma pontada na cabeça.

— Ai! — Andressa levou a mão à testa.

— Andressa, você está bem? Precisa ir ao médico! — disse Josy, preocupada.

— Não, não precisa... Só preciso de um analgésico... e de um café... — Andressa tentou disfarçar Andressa.

— Tem certeza? Você parece muito abalada... — insistiu Josy.

— Tenho sim, Josy. Não se preocupe. Vamos para a aula. — disse Andressa, puxando a amiga pelo braço.

As duas foram para a sala de aula. Aula de Química Geral, Josy levava Andressa cuidadosamente, ao adentrarem na sala, duas garotas esbarraram na dupla, uma garota um pouco gordinha, de cabelos castanhos que batiam no ombro, Evelyn era seu nome e a outra Era Keytlin, de cabelos ondulados castanhos escuros grandes, com roupas largas.

— Hey! Não estão vendo que ela está com dor! Olhem para onde andam! — disse Josy brava.

— Desculpa! Foi sem querer! — Keytlin e Evelyn se desculparam e saíram andando pelo corredor.

— Você está bem Andressa? Essas meninas precisam de óculos! — Josy revirou os olhos.

— Sim, não foi nada demais! — respondeu Andressa forçando um sorriso.

Na aula Andressa tentou se concentrar na matéria, mas não conseguia. Estava distraída e ansiosa. Olhava para o relógio, esperando que o tempo passasse rápido.

Também olhava para Lukas, que estava sentado no lado esquerdo de si. Perguntava-se se ele também havia tido sonhos estranhos. Queria falar com ele sobre o que tinha acontecido na igreja, mas não sabia como abordar o assunto.

Sentia uma conexão com ele, mas também medo. Não sabia se podia confiar nele, ou se ele riria dela. Não sabia se ele se lembraria dela, ou se a esqueceria.

Estava confusa e assustada. Queria entender o que estava acontecendo consigo, mas não sabia como.

Só sabia que algo estava errado. E que precisava de ajuda o quanto antes.

⏰ 15h:10 min PM

As aulas terminaram e o intervalo havia começado, Andressa saiu da sala. Estava com pressa, pois queria ir para casa e descansar. Não estava afim de conversar com ninguém, nem mesmo com Josy. Só queria ficar sozinha.

Pegou sua bolsa e saiu andando pelo corredor. Não percebeu que Lukas estava atrás dela, tentando alcançá-la.

— Andressa! Andressa! Espera! — Lukas gritou, chamando sua atenção.

Andressa ouviu a voz dele e parou. Virou-se e viu Lukas se aproximando. Sentiu um frio na barriga e nervosismo.

— O que você quer? — perguntou com uma voz seca.

— Quero falar com você... Sobre a igreja... Os sonhos... Queria saber se você também está tendo? — disse Lukas, ofegante.

— Como sabe dos meus sonhos? — Andressa perguntou, surpresa.

— Porque eu também estou tendo, perai você também está tendo?... São os mesmos que os seus?.. — Lukas respondeu olhando nos olhos dela.

Andressa ficou chocada. Não esperava que Lukas também tivesse os sonhos que ela. Se perguntou como isso era possível.

— Você está falando sério? — perguntou incrédula.

— Estou sim, Andressa. Parece loucura, mas é verdade. Nós dois estamos sonhando com a mesma coisa. A igreja, a voz, a criatura certo? .....— Lukas disse com expressão séria.

— Mas como? Como isso é possível? O que significa? — Andressa perguntou, claramente confusa.

— Eu não sei como é possível, Andressa. Eu não sei o que está acontecendo conosco. Mas eu sei que não é normal, e precisamos descobrir. — disse Lukas com determinação em sua voz.

Andressa ficou em silêncio por um momento. Ela não sabia o que pensar ou sentir. Estava com medo, mas também curiosa. Ela queria saber mais sobre aqueles sonhos, sobre aquela voz, sobre aquela criatura. Ela queria saber se havia alguma explicação lógica para tudo aquilo.

Ela olhou para Lukas novamente. Percebeu que ele estava dizendo a verdade. Ele também estava com medo, mas também determinado. Ele queria ajudá-la, e ela queria ajudá-lo.

Ela respirou fundo e tomou uma decisão.

— Tudo bem, Lukas. Vamos falar sobre isso. — disse com uma voz decidida.

Lukas sorriu aliviado e segurou a mão dela.

— Vamos sair daqui. Vamos para um lugar mais tranquilo. — disse, puxando-a pelo corredor.

Andressa concordou e o seguiu. Sentiu uma estranha sensação ao tocar a mão dele. Era como se houvesse uma energia entre eles, uma conexão especial.

Saíram da faculdade e entraram no carro de Lukas. Se acomodaram e partiram para um destino desconhecido.

Estavam prestes a embarcar em uma jornada que mudaria suas vidas para sempre.

No pátio da faculdade

15h:21 min PM

Josy estava sentada no banco próximo à quadra de voleibol, comendo seu sanduíche de salada, enquanto estudava os heterófonos para a avaliação de espanhol optativa que ocorreria após o intervalo. Quando o sinal tocou, indicando o fim do intervalo, os alunos começaram a entrar.

A cacheada guardou seu material e engoliu rapidamente o pedaço de pão, arrumando suas roupas que estavam amassadas. Ao se levantar, viu uma pessoa toda vestida de preto, com capuz, correndo em direção à igreja abandonada/deposito. Desconfiada, Josy reuniu coragem e decidiu segui-lo. Algo lhe dizia para ir atrás dele.

Ela seguiu-o silenciosamente, tentando se esconder para não ser vista pelo desconhecido. Observou enquanto ele olhava ao redor e entrava pela janela quebrada. Um pouco receosa, Josy também entrou.

Viu o “mascarado” descer para o porão, o mesmo porão que ela e Andressa haviam entrado anteriormente. Com cuidado, Josy desceu as escadas, mantendo-se escondida atrás de algumas caixas para observá-lo.

O encapuzado permanecia encarando a parede, que estava repleta de nomes escritos nela. Josy tentou se virar para olhar melhor, mas acabou derrubando um livro antigo, fazendo um barulho que chamou a atenção do homem. Ele virou-se na direção do barulho.

A garota sentiu um arrepio na espinha e encolheu-se atrás das caixas, torcendo para que ele não a visse. Mas o encapuzado ignorou o barulho e subiu as escadas correndo.

Josy decidiu não continuar investigando e não olhou novamente para a parede. Ela saiu rapidamente do local, que lhe causava arrepios.

No entanto, naquela parede, tinha alguma palavra escrita, estava brilhando, se Josy tivesse olhado teria visto, um nome, era um nome de alguém.

“Keytlin”

O que aquilo significava?

⏰ 15h:35 min PM

Duas amigas voltavam para a aula, após o intervalo ter acabado.

— Amiga, você está bem? — perguntou Evelyn, a garota gordinha com cabelo liso.

— Estou bem, só vou ao banheiro e já volto para a sala. Diga para a professora que logo eu entrarei, ok? — respondeu A Garota de cabelos ondulados, parecendo enjoada.

— Tudo bem, Keytlin! Vou avisar a professora... — respondeu Evelyn, deixando a amiga em frente ao banheiro feminino.

Keytlin entrou e foi direto para a pia do banheiro, vomitando tudo que havia comido, estava completamente enjoada desde quando acordou, tinha sido uma péssima ideia ter ido a faculdade naquele dia, deveria ter ficado em casa.

Ela limpou a boca com água da pia, tentando se acalmar e deixar a náusea passar. Estava sozinha no banheiro, lavou as mãos e, de repente, ouviu uma voz no corredor.

~ Keytlin...

Keytlin abriu a porta do banheiro e seguiu a voz.

— Evy, é você? — perguntou Keytlin, perplexa.

~ Keytlin, mamãe está aqui...

A Jovem seguiu aquela voz estranha vinda do depósito onde a tia da limpeza guardava os produtos. Abriu a porta do depósito e não encontrou ninguém, ficando perplexa.

Ao se virar, viu uma criatura brilhante.

— Mãe? — A Garota choramingou.

A criatura a capturou, sem dar chances de fuga ou qualquer outra reação por parte da jovem... Se alimentando da identidade, apagando da existência, E desapareceu nas sombras, sem deixar vestígios.

*Quebra de tempo*

⏰ 16h:00 min PM

Lukas dirigiu por cerca de meia hora até chegar à praça da cidade.

— Aqui estamos. Este é o lugar mais tranquilo que eu conheço. Ninguém vai nos incomodar aqui. — Lukas disse, estacionando o carro.

— Aqui? — Andressa perguntou confusa.

Os dois saíram do carro e sentaram nos bancos do local.

— Bom, Andressa. Agora que estamos aqui, podemos falar sobre os nossos sonhos. — Lukas disse com uma voz séria.

— Sim, Lukas. Podemos. — Andressa disse com uma voz hesitante.

Eles se olharam nos olhos e começaram a contar os seus sonhos. Descobriram que eram idênticos em todos os detalhes. Tinham sonhado com a mesma igreja, a mesma voz, a mesma criatura.

— Então, essa pessoa é alguém próximo de nós? Um amigo talvez!? — Lukas perguntou, juntando as peças.

— Eu sinto que sim! — Andressa disse ríspida.

— Temos que nos aprofundar e descobrir o que é! Sinto que temos a obrigação de resolver. — Lukas disse com convicção.

— Logo iremos descobrir... — A Castanha ressaltou.— Vamos voltar àquela igreja, eu sinto que lá tem respostas. Vamos hoje mesmo! Sinto que isso tem conexão com essa igreja. — Andressa sugeriu.

— Vamos ao entardecer, tudo bem! — Lukas concordou.

 *Quebra de tempo*

⏰ 17h:56 min PM

Os dois jovens voltaram para a faculdade com a mente focada em investigar a igreja assombrada. Ao caminharem pelo corredor que levava à quadra, foram abordados por três garotas: Josy, Gaby e Sabrinna.

— Onde vocês estavam? Procuramos por vocês a tarde inteira! — disse Sabrinna, brava.

— O que está acontecendo? — perguntou Josy, diretamente para Andressa.

Andressa e Lukas se entreolharam, sem saber o que dizer. Eles não queriam revelar o que estavam fazendo, nem o que estavam planejando. Sabiam que as garotas não acreditariam neles, nem entenderiam o que estava acontecendo.

— Nós... Nós fomos... — Andressa começou a gaguejar.

— Nós fomos estudar na biblioteca. — Lukas disse rapidamente, interrompendo Andressa.

— Estudar? Na biblioteca? Desde quando vocês dois são tão estudiosos? — Gaby perguntou, com ironia.

— Desde sempre, Gaby. Nós somos muito dedicados aos nossos estudos. — Lukas disse, com um sorriso forçado.

— Ah, claro. E eu sou a rainha da Inglaterra. — Gaby disse, revirando os olhos.

— Gente, não importa onde eles estavam. O que importa é que eles estão bem. — Josy disse, tentando amenizar a situação.

— Josy tem razão. Nós estamos bem. E nós temos que ir agora. — Andressa disse, puxando Lukas pelo braço.

— Espera aí, Andressa. Você não vai me contar o que está acontecendo com você? Você está tão esquisita hoje! —Josy perguntou preocupada.

— Não está acontecendo nada, Josy. Eu só estou um pouco cansada. Depois eu te explico tudo. — Andressa disse, mentindo.

— Tudo bem, Andressa. Mas espero que você esteja me dizendo a verdade. — Josy disse desconfiada.

— Eu estou, Josy. Eu estou. — Andressa disse, afastando-se das garotas com Lukas.

— Nos vemos mais tarde! — Lukas se despediu.

Eles saíram correndo pelo corredor em direção à igreja abandonada. Queriam chegar lá antes de escurecer. Queriam descobrir o que havia por trás de seus sonhos. Queriam resolver o mistério que os unia.

— Eles estão escondendo algo. — falou Sabrinna, cética.

— Também acho. — concordou Josy.

— Eles não sabem mentir. — comentou Gaby, com uma sombrancelha levantando, indicando sinal de dúvida e desconfiança.

~Continua....

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Comments

Astolfildo

Astolfildo

Eu num disse? Alguma coisa aquela jabiraca iria aprontar. Pena que nesses momentos sempre há barulho.😭

2025-01-19

1

Astolfildo

Astolfildo

Se eu fosse a Andressa, iria procurar o psiquiatra e dizer que estava tendo surtos psicóticos.

2025-01-19

1

Astolfildo

Astolfildo

Eu já tive o mesmo sonho que minha mãe uma vez. Foi um fenômeno parapsicológico irado.

2025-01-19

1

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