CAPÍTULO XIX

 Cris está em sua casa esboçando alguns desenhos para a renovação do bar de Mike. Gostou das novas ideias de Mike e das sugestões de Damon para a atualização da área do salão e a possibilidade de ampliação desse. Damon está viajando a negócios e agora Cris está com tempo livre para pensar no projeto. Quer planejar o desenho, assim como fez com o Centro Cultural. Trabalhar nos projetos de Damon tem atiçado sua criatividade, fazendo-o voltar para a prancheta. “Ele provoca o melhor em mim.” Cris trabalha no desenho até o início da noite. Também não verá a amiga, que acabou de chegar de uma viagem de trabalho e foi direto para a casa de Mike. “Estou me sentindo abandonado hoje.” Olha a tela do celular, Damon ainda não mandou mensagem. Decide tomar um banho e assistir alguma coisa, faz tempo que não vê tv.

Algumas horas depois, Cris está assistindo a um filme quando recebe uma mensagem de Tharn “Pode me ajudar?”. Cris responde questionando o que está acontecendo e Tharn responde que não está se sentindo bem e que está sozinho. Cris pergunta onde ele está e Tharn manda a localização. Cris se arruma e vai de encontro a seu assistente.

O endereço enviado por Tharn é de um bar. Cris nunca esteve naquele lugar, mas é bem movimentado. Cris entra, procurando por Tharn e o encontra sentado em uma pequena mesa no canto, com a cabeça deitada na mesa. Cris toca seu ombro e o assistente levanta um pouco a cabeça, sorrindo ao reconhecer Cris.

Cris – Você está sozinho aqui? Tharn assente com a cabeça. – Vamos, vou chamar um táxi pra você.

Tharn – Humm... Não. Não quero ir a lugar nenhum. Fique aqui um pouco comigo, por favor?

Cris – Você sabe que isso não é apropriado.

Tharn – Por favor. Prometo que vou me comportar. Tharn pega a mão de Cris e aperta delicadamente. – Só um pouco. Me faz companhia por alguns minutos. Cris assente com a cabeça e senta-se de frente para Tharn.

Cris – O que aconteceu?

Tharn – Hoje é meu aniversário. Queria comemorar.

Cris – E por que você está sozinho?

Tharn – Não estou mais. Tharn segura a mão de Cris novamente. – Você está aqui comigo.

Cris – Tharn...

Tharn – Shhhh... Eu sei! Você tem namorado e o ama. Eu sei! Mas me dê alguns minutos de seu tempo. Prometo que não farei nada. Tharn chama o garçom e pede duas cervejas.

Cris – Você já bebeu demais!

Tharn – Brinda comigo! É meu aniversário.

Cris – Por que veio a esse bar no seu aniversário?

Tharn – Moro aqui perto. O garçom chega com duas cervejas e Tharn as pega, entregando uma delas para Cris. – Brinda comigo. Tharn ergue a garrafa e Cris faz o mesmo, brindando e desejando um feliz aniversário. Cris dá um gole e coloca a garrafa na mesa, não gosta muito de cerveja, prefere vinho. Aproveita e retira o celular do bolso, dando uma olhada na tela. O celular está desligado, acabou a bateria. “Damon vai reclamar se entrar em contato comigo e eu não responder.” Guarda novamente o celular no bolso e olha ao redor, procurando algum lugar onde possa carregá-lo um pouco.

Tharn – O que foi?

Cris – Meu celular descarregou. Preciso carregá-lo para chamar um carro.

Tharn – Moro aqui perto, vamos, você pode carregar seu celular no meu apartamento.

Cris – Não precisa, dou um jeito.

Tharn – Ele não vai reclamar se ligar e você não atender? Cris encara Tharn por um momento. – Você sempre fica preocupado quando acaba sua bateria, já tinha percebido isso.

Cris – Não gosto de ficar com o celular desligado.

Tharn – Então vamos. Você pode carregar um pouco seu celular para ter bateria até chegar na sua casa.

Cris assente com a cabeça e se levanta. Tharn também se levanta e dá alguns passos até a saída, mas se desequilibra e Cris o auxilia, segurando-o pela cintura. Eles seguem por dois quarteirões, com Cris apoiando Tharn, até chegar ao prédio desse. Dentro do prédio, Tharn chama o elevador e Cris mantém uma pequena distância entre eles. O elevador chega e Tharn segura a porta, gesticulando para que Cris entre. Cris está incomodado, não sabe com o que exatamente, mas não se sente confortável nessa situação “deveria ter ido embora”. Tharn entra no elevador e se escora na parede de trás, colando seu ombro ao de Cris, que recua um pouco mais.

Tharn – Desculpe.

Cris – Tudo bem.

O apartamento de Tharn fica em frente ao elevador. Tharn abre a porta e convida Cris para entrar, trancado a porta logo atrás.

Tharn – Quer beber alguma coisa?

Cris- Não, apenas carregar um pouco meu celular.

Tharn – Relaxa um pouco Cris, pode se sentar, vou buscar o carregador.  Cris se senta no sofá do canto, apreensivo com toda aquela situação. Tharn retorna, com o carregador nas mãos e se aproxima de Cris, debruçando-se sobre esse. – A tomada é aqui atrás. Cris acompanha o movimento de Tharn com o olhar e esse coloca o carregador na tomada. Olhando para Cris, Tharn se aproxima um pouco mais e tenta beijá-lo. Cris empurra Tharn e se levanta, assustado e irritado com a situação. Tharn se coloca na frente dele, segurando-o pelos braços e investe mais uma vez, tentando beijá-lo. Cris o empurra com mais força, que o faz desequilibrar. O celular de Cris cai no chão com o movimento e quebra a tela. Cris apanha o celular e coloca-o no bolso.

Cris – Você está louco, perdeu completamente a noção. Dizendo isso, dirige-se a porta, destrancando-a e sai, chamando o elevador assim que alcança o botão. Tharn se levanta rapidamente e segue Cris.

Tharn – Me desculpe! Por favor, me desculpe! Não foi minha intenção.

O elevador chega e Cris entra, apertando o botão do térreo e o botão para fechar as portas. No elevador, Cris tenta controlar sua irritação. “Como eu caí nessa?” Cris sai rapidamente do prédio e segue em direção ao bar. Próximo do local, consegue um táxi, entrando rapidamente nele. Cris agora está avaliando a situação de seu celular, que parece ter quebrado. “Droga!”

Chegando em casa, Cris coloca o celular para carregar e se joga na cama, irritado com o que aconteceu e consigo mesmo, por ter ido até lá. “Vou ter que transferi-lo para outra equipe, não podemos mais trabalhar juntos!” Cris alcança o celular e tenta ligá-lo. A tela está muito danificada e não liga. Irritado, joga o celular no chão. – Que droga! Ainda por cima tenho que comprar outro celular. Deixando o celular espatifado onde está, vai a cozinha e pega uma garrafa de vinho e uma taça. Senta-se no sofá, no escuro e vira uma taça de vez. Está preocupado em como Damon reagirá quando souber. “Ele deve ter me ligado ou mandado mensagem. Droga! Só vou conseguir falar com ele depois de pegar um novo aparelho. Cris continua bebendo no escuro, a irritação passando aos poucos. Após tomar a garrafa toda de vinho, adormece ali mesmo, tendo um sono agitado.

Cris acorda com a campainha tocando. – Já vai, já vai! Esqueceu a chave novamente? Ainda sonolento segue até a porta. – Você não ia ficar no Mike? Ao abrir a porta, leva um susto, ao encontrar Damon com um olhar irritado e uma cara de cansado. – O que você está fazendo aqui?!

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Comments

Beatriz da Encarnaçao (Custódio)

Beatriz da Encarnaçao (Custódio)

Eu logo que li a parte da mensagem. Disse para mim mesma : ISSO VAI DAR MERDA

2025-03-26

1

Kellyla Nunes

Kellyla Nunes

O Cris se comportou como um verdadeiro idiota, se deixando levar pela conversa do cachorro.

2025-03-13

1

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

eita Cris ... vc é inocente demais 😥😥😥

2025-02-23

2

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