Algumas semanas se passaram e Cris está focado no projeto do Centro Cultural. Depois de algumas reuniões, foi acertado o desenho final do prédio e da área externa de exposições. Agora estavam todos focados nas projeções para iniciarem a primeira fase da obra. Cris ficará preso ao trabalho essa semana e não terá muito tempo para o namorado. Pensando em Damon, se pega pensando que, apesar de não terem ficado muito tempo juntos nesses últimos dias, todo tempo foi muito proveitoso. Ainda sorrindo, pensando em seu último encontro, segue para a reunião com sua equipe.
Toda a equipe está empolgada com o projeto o que facilita o processo. Tharn repassa as informações da última reunião com Dom e a equipe passa a trabalhar nas projeções. Durante a reunião, Tharn estava estranhamente próximo, fazendo Cris sentir sua presença física de uma forma mais viva e até incômoda. Tharn estava mais próximo que o habitual, sempre tocando em Cris, em seu braço, seu ombro e até em sua mão. Cris tem estranhado o comportamento de Tharn, que nas últimas semanas anda procurando qualquer motivo para entrar em seu escritório, para puxar conversa e até mesmo interromper Cris quando está com Damon. Pensando um pouco sobre isso, ele percebeu que Tharn mudou depois da primeira inspeção no terreno do projeto e desde então, isso tem incomodado Cris.
No fim da reunião, Tharn ficou responsável pela ata e continuou na sala para finalizar suas anotações. Cris estava se levantando e tropeçou com o pé da cadeira, projetando o corpo para frente. Tharn segura Cris, impedindo que esse fosse ao chão e ajudando-o a se levantar. Cris envergonhado, agradece Tharn e percebe que esse ainda não o soltou.
Cris – Obrigado. Estou bem agora.
Tharn – Você precisa tomar cuidado, me preocupo com você.
Cris – Não precisa se preocupar, tropecei na cadeira.
Tharn – Você se machucou? Tharn se abaixa, tocando a perna de Cris para examiná-lo.
Cris se afasta, incomodado com o toque de Tharn. – Não me machuquei, estou bem. Estou indo para o meu escritório. Após finalizar a ata encaminhe para a equipe assinar e envie para a Anne. Tharn assente com a cabeça, ainda agachado. Cris está confuso com esse comportamento e incomodado com a proximidade. “Está ficando invasivo”. Cris retorna para o escritório e segue trabalhando. O dia passa rapidamente e Cris continua mergulhado em seu trabalho. Entre reuniões e projetos, não teve tempo para comer e já estava tarde. Cris se espreguiça em sua mesa e olha o celular. Damon enviou uma mensagem perguntando se ele já saiu e se havia comido. Cris responde a mensagem dizendo que irá trabalhar até mais tarde e que pegará algo para comer.
Cris faz uma pausa, aproveitando para se esticar e ir ao banheiro. Quando retorna para seu escritório, encontra Tharn olhando para a tela de seu celular e fica mais uma vez incomodado. “Isso nunca foi um problema antes, então porque estou incomodado agora?”
Cris – Tharn! Precisa de algo?
Tharn – Não. Na verdade, vim te perguntar o mesmo. Tem algo que possa te ajudar?
Cris nega com a cabeça. – Obrigado. Vou finalizar mais alguns documentos aqui, mas isso depende de mim. Pode ir para casa.
Tharn – Vou te fazer companhia.
Cris – Não é necessário. Daqui a pouco também vou.
Tharn – Você quer que eu busque algo para você jantar? Você não parou para comer, deve estar com fome.
Cris – Obrigado, não estou com fome. Já já estou saindo também.
Tharn se aproxima de Cris e o encara. Ele aproxima a mão do rosto de Cris e passa o dedo em sua olheira. – Você tem trabalhado muito, não está se cuidando.
Cris dá um passo para trás, se afastando do toque de Tharn. – Todos nós. Por isso, vai descansar. Pode deixar que eu fecho aqui.
Tharn – Não quero deixá-lo sozinho.
Damon – Ele não ficará sozinho, não se preocupe.
Cris sorri ao ver Damon. – O que te traz aqui?
Damon – Você! Você tem trabalhado muito e não parou nem para comer. Trouxe o jantar e vou lhe fazer companhia.
Tharn está nitidamente irritado com a presença de Damon. Cruza os braços e se dirige para Damon. – Talvez sua presença possa atrapalhar mais que ajudar, fazendo com que Cris demore ainda mais e não descanse o suficiente.
Damon – Não se preocupe, sei muito bem como cuidar do meu namorado. Damon encara Tharn, que sente toda a presença protetora dele, recuando com seu olhar.
Cris – Tharn pode ir. Vou jantar rapidamente e finalizar meu trabalho. Damon me fará companhia, então você pode ir descansar. Tharn ia responder, mas percebeu no olhar de Cris que era uma ordem. Assim, Tharn anda até Cris e pega sua mão.
Tharn – Não deixe de se cuidar, tente ir embora logo para descansar. Me preocupo com você.
Damon fecha a cara e Cris rapidamente solta a mão de Tharn, mais uma vez o mandando ir descansar. – Pode deixar. Agora vai. Tharn sai do escritório e Cris vai até Damon, abraçando-o. – Obrigado pelo jantar. Venha comer comigo. Damon ainda está incomodado, mas acompanha Cris até o pequeno refeitório para jantarem.
Damon – O que estava acontecendo?
Cris observa o companheiro, que está visivelmente irritado. – Nada demais. Tharn não queria me deixar sozinho no escritório.
Damon – Ele parece muito próximo.
Cris – Na verdade não, mas de uns tempos pra cá ele tem se aproximado mais. Ao dizer isso, Cris não consegue disfarçar o incômodo que tem sentido.
Damon – O que foi?
Cris – Nada. Damon o encara, mantendo a pergunta. – Estou um pouco incomodado com o comportamento de Tharn. Antes não me importava tanto, mas agora ele parece mais insistente.
Damon – Ele passou dos limites com você?
Cris – Não, nada disso. Acho que minha percepção que mudou. Ele sempre se preocupou comigo, mas agora isso está me incomodando.
Damon – Desde quando você está se sentindo assim?
Cris – Nos últimos dias, mas percebi que ele mudou um pouco desde aquele dia que fizemos a primeira inspeção no terreno do Centro Cultural.
Damon – Quando te busquei?
Cris – Sim.
Damon – Ele gosta de você. Eu já havia percebido, mas você achava que não.
Cris – Ele nunca disse nada. E eu nunca o vi desse jeito.
Damon – Mas agora mudou. Estamos juntos e isso deve tê-lo incomodado.
Cris esfrega o pescoço. – Não sei, mas isso não importa agora. Vamos comer?
Damon observa o namorado, que aparenta estar cansado e incomodado. Os dois aproveitam o jantar em silêncio, Cris preocupado se o que ocorreu a pouco incomodou o companheiro e como lidar com isso. Cris levanta o olhar e percebe que Damon o está encarando, com um olhar preocupado e acolhedor.
Damon – Estou preocupado com você.
Cris – Por quê?
Damon – Você está se esforçando muito, em muitos aspectos.
Cris sorri para o companheiro. – Estou acostumado, não se preocupe.
Damon – Você sabe que o prazo para a entrega do projeto está longe e você não precisa agilizar assim.
Cris – Mas nós queremos. Toda a equipe está animada com esse projeto e queremos vê-lo saindo do papel. Estou acostumado com esse ritmo. Além disso, estamos com outros projetos em andamento, então estou administrando tudo.
Damon – Não quero vê-lo esgotado.
Cris – Só quando estou com você. Cris sorri maliciosamente e baixa a cabeça.
Damon ri por Cris ter corado com a própria provocação. – Vou embora então, assim você não ficará cansado.
Cris – Não seja bobo. Já está quase tudo finalizado. Só preciso revisar alguns documentos. Não mais que uma hora.
Damon pega a mão de Cris e a beija. – Quero que você descanse, por favor. E qualquer problema, fale comigo. Cris sorri e repete o gesto do namorado, levando sua mão aos lábios.
Cris – Pode deixar.
Eles retornam para o escritório e Damon fica no celular enquanto Cris finaliza seu trabalho. Pouco tempo depois, Cris estava no carro de Damon, mas o caminho que esse pegou está diferente de sua casa.
Cris – Vamos passar no seu apartamento?
Damon – Vamos para meu apartamento. Vou cuidar de você hoje.
Cris – Vou ficar mais cansado.
Damon sorri maliciosamente. – Não se preocupe, vou deixá-lo descansar.
O telefone de Cris vibra com uma mensagem e ao verificar a tela, lê que é de Tharn “Já chegou em casa?” Cris novamente se sente incomodado e Damon nota imediatamente.
Damon – O que foi?
Cris – Não é nada.
Damon para no semáforo e encara Cris.
Cris – Tharn me perguntando se já cheguei em casa.
Damon ‘fecha a cara’ e Cris pega em seu braço.
Cris – Você fica lindo com essa cara de mau, mas não precisa ter ciúmes.
Damon – Você precisa conversar com ele, para que ele entenda os limites. Se não conseguir, eu posso conversar. O farol abre e Damon acelera, ainda irritado.
Cris – Vou conversar com ele, não se preocupe. Cris acaricia a coxa do companheiro, que relaxa ao seu toque.
Damon – Desculpe! Não devo me intrometer nas suas relações, mas não gosto da forma como ele te olha e te rodeia. E você está claramente incomodado.
Cris – Que graça! Você está com ciúmes.
Damon encara brevemente Cris, voltando o olhar novamente para a estrada. – Chame do que quiser... Não gosto de vê-lo assim...
Cris pega a mão de Damon e a beija. – Vou resolver. Fique tranquilo.
Damon leva a mão de Cris aos lábios. Sem dizer mais nada, segue para sua casa, ainda de mãos dadas com Cris.
No dia seguinte, após a reunião para repassar a agenda do dia, Cris pede para ter uma palavra com Tharn.
Cris – Tharn, eu quero conversar com você sobre seu comportamento nessas últimas semanas.
Tharn – Como assim?
Cris – Desculpe, não tenho como dizer isso de uma forma delicada. Eu tenho ficado um pouco incomodado com a forma como você vem se comportando. Às vezes, sinto que está invadindo meu espaço pessoal, inclusive fisicamente.
Tharn – Desculpe, não é minha intenção.
Cris – Acredito nisso, mas precisava falar com você. Precisamos manter nosso ambiente de trabalho harmonioso como sempre foi e não quero que você me entenda mal, mas estou incomodado.
Tharn fica um tempo em silêncio, olhando para baixo, a impressão é que ele está lutando com algo. Tharn ergue o olhar e se aproxima de Cris – Eu gosto de você! Romanticamente falando.
Cris – Eu sei.
Tharn – Então por que...
Cris – Tenho namorado. Percebi recentemente.
Tharn – Mas gosto de você desde que comecei a trabalhar aqui.
Cris – Eu não sabia. Mas Tharn, eu amo o Damon. Faz pouco tempo que estamos juntos, mas posso dizer que o amo. Sinto muito, mas não posso correspondê-lo.
Tharn – Ele não é para você.
Cris – Desculpe, não vou discutir isso com você. Caso não consiga continuar como meu assistente, vou entender e te recomendar para outra equipe.
Tharn – Não precisa. Sei separar as coisas.
Cris – Fico feliz. Gosto do seu trabalho como assistente. E gosto de você, mas como colega de trabalho.
Tharn – Tudo bem. Tem algo mais?
Cris – Não. Eu espero que você entenda meu posicionamento, não quero perdê-lo como colega de trabalho, mas não podemos seguir como está.
Tharn – Eu entendo. Estou indo. Vou repassar as informações que você me pediu.
Cris – Obrigado.
Tharn sai do escritório e Cris se sente incomodado pela conversa que acabara de ter. “Nunca imaginei passar por essa situação”.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Aurisia Ivo da Silva
🤔ele vai se lascar com a verme 😵💫
2025-02-01
1
Da Silva Lopes Clinger
ele vai se unir a cobra 🐍 certeza
2025-01-31
1
Isa Abreu
Se ele se juntar com a cobra! a vida do Cris vai virar um inferno.
2025-04-02
0