A brisa fria da noite desperta de vez Cris, que aguarda o táxi. “O que acabei de fazer? Como seguirei com esse projeto agora?” O táxi chega e Cris se joga no banco de trás, passando seu endereço para o motorista. Ao fechar a porta, vislumbra uma silhueta na porta do prédio, que parece ser Damon.
“Me deixei levar pelo momento e perdi completamente o controle. Isso não deveria ter acontecido, não agora! Mas... Quando você teria essa oportunidade novamente Cris?! Nem nos meus devaneios mais loucos eu imaginei quão bom seria estar com ele.” Cris afunda no banco de trás do táxi, enquanto a noite corre do lado de fora.
Chegando em casa, Cris se enfia embaixo de chuveiro e deixa a água quente correr em seu corpo... Enquanto a água esquenta sua pele, lembra da sensação do toque de Damon, de seus beijos e de seu corpo. “Eu preciso esquecer o que aconteceu.” Cris termina seu banho, serve uma taça de vinho e vai para a cama.
Acordado pela luz do sol em seu rosto, Cris levanta-se vagarosamente e pega seu celular, que está descarregado... “droga”. Coloca o celular no carregador e segue sua rotinha matinal, preparando-se psicologicamente pelo dia que o espera.
As 10:00 horas chega ao escritório de Damon, lutando para controlar o constrangimento e o desejo que o consomem. Anne o recepciona, informando que Damon não participará dessa reunião e já deixou as instruções com Dom, para dar sequência ao projeto. “Ele se arrependeu? É a primeira vez que ele não participará de uma reunião.”
A reunião transcorre tranquilamente, as ordens de Damon para estender o prazo de entrega do projeto e adaptar a questão do vão livre, trouxe um alívio para todos. Encerrada a reunião, Cris segue com sua equipe para o local da obra para complementar a estratégia de implementação.
A noite cai e Cris está exausto. Ao chegar em casa, depara-se com várias sacolas e malas largadas na porta. Uma taça, com bebida rosê irrompe a sua frente, com uma linda mulher, em um vestido branco justo e vários acessórios dourados belamente ornando, a segurando, com um brilho intenso no olhar e um sorriso debochado nos lábios.
Cris – Por que não me avisou que estava voltando? E essa bagunça na frente da porta?
Lixxie – Adiantei meu voo para te surpreender querido! Não gostou?!
Cris – Debochada! Senti sua falta! Abraçando a amiga que estava fora a quase seis meses, começa a chorar sem saber a razão.
Lixxie – O que aconteceu querido?
Cris – Nada, estou exausto. É bom ter você de volta. Cris esmaga a amiga em um abraço apertado, quase derramando as bebidas. Afrouxando o abraço, a solta e segue com ela para o sofá, onde se joga no colo dela e fica em silêncio, contemplando aquele rosto que não vê a tanto tempo. Ficaram assim por um longo tempo, em silêncio, apenas tomando suas bebidas de vez em quando. O silêncio se rompe com o som de uma mensagem no celular de Cris. Lixxie alcança o celular e lê o nome Damon em uma mensagem com várias interrogações.
Lixxie – Quem é Damon?
Cris levanta apressadamente e pega o celular. Lixxie, vendo a afobação do amigo, começa a sorrir maliciosamente. – O boy é gostoso? Indaga.
Cris – Muito!
Lixxie – Hummm... sinal que já provou. Olhando maliciosamente para o amigo, Lixxie se ajeita no sofá para encará-lo incisivamente.
Cris – Para com isso. Não aconteceu nada. Disse olhando para o celular, encarando aquela mensagem cheia de interrogação, complemento da mensagem anterior perguntando o que aconteceu. Cris resolve ignorar a mensagem e desligar o celular, antes avisando Tharn (seu assistente) que ficaria offline. Após desligar o celular, voltou sua atenção para Lixxie que estava com um olhar divertido e um sorriso malicioso, apenas o observando.
Cris – O que foi?
Lixxie – Nada! Só olhando meu lindo e querido amigo, tentando esconder algo...
Cris – Lix!!! (Em tom choroso) Cris se deita novamente no colo da amiga e cobre os olhos com o braço direito. Lixxie solta o coque que prendia o cabelo de Cris e começa a acariciar seus cabelos.
Lixxie – Querido o que está acontecendo?
Cris conta para sua amiga o que aconteceu nesses últimos dias e nos meses em que ficou envolvido com o projeto. Após relatar a noite ardente que teve com Damon, sua fuga brusca e o fato de Damon não ter participado da última reunião, questiona a amiga o que ela acha.
Lixxie – Um dragão safadinho que aponta para o playground?! Tem foto???
Cris – Lixxie!!! Eu não tenho mais nem minha dignidade... O que você acha (novamente em tom choroso)?
Lixxie – Querido, pelo que você contou, foi você que caiu na do boy e não o contrário. Quem deu o bote foi ele... E pelas mensagens, ele quer mais. Diz a amiga em tom debochado.
Cris – Lix, estou falando sério... Não sei como vou conseguir olhar para ele novamente. E ainda temos mais alguns ajustes a fazer no projeto.
Lixxie – Querido, apesar do meu tom debochado, estou falando o que penso de verdade. Esse Damon parece estar preocupado pelo fato de você ter saído da forma que fez... E foi ele quem te beijou, como ele mesmo te disse. Quem começou tudo foi ele, apesar da fic na sua cabeça ter se instaurado bem antes de última noite (Lixxie ri agradavelmente).
Cris – Mesmo que seja verdade, temos um relacionamento profissional e não posso me dar ao luxo de abrir mão desse projeto.
Lixxie – Algo curioso ficou na minha mente. Por que um projeto relativamente simples precisa de mais de três meses de reuniões para ser finalizado? Já vi você finalizar projetos muito mais complexos que esse em prazos menores...
Cris – Damon é detalhista, sempre solicitava algum ajuste, mesmo que pequeno e só permitia seguirmos com os ajustes feitos.
Lixxie – Esse cara estava era enrolando para te ter por mais tempo. Ao dizer isso, gargalha, mais uma vez de forma debochada.
Cris se pegou pensando em como sentia falta de sua amiga, como sentia falta dessa gargalhada e desse deboche. Mesmo se falando todos os dias por videoconferência, a presença, o calor e o colo de sua amiga fizeram muita falta. – Até parece Lix... quem está criando a fic é você. Ele é detalhista e isso arrastou o projeto.
Lixxie – Se você está dizendo! Mas querido, por que você está tão constrangido? Você não o obrigou a ficar contigo. Ambos quiseram. Ambos são adultos. Por que esse moralismo?
Cris – Só estou preocupado com o projeto. E que, o que rolou, possa atrapalhar.
Lixxie – E como um sexo selvagem, com um tatuado gostoso pode atrapalhar alguma coisa? Só pode ajudar!!! Gargalha novamente, debochada.
Cris – Lixxie!!! Não vou entrar na sua. Me preocupo que meu comportamento possa encerrar o projeto e prejudicar a equipe, que está empenhada. Com esse projeto iremos expandir nosso portfólio e entrar em novos mercados. A expectativa é grande.
Lixxie – Então seja adulto. Vocês transaram, fato. Agora, das duas uma... Você pode se sentar e conversar com ele, deixando claro que o que aconteceu é pessoal e não deverá afetar o trabalho ou, simplesmente seguir fugindo e fazer de conta que nada aconteceu. Lixxie se levanta e serve mais vinho em suas taças. – Não tem algo muito diferente dessas situações querido. O que você não pode é ficar tão desesperado assim. Afinal, você matou sua vontade, não matou?!
Cris – Desisto de você. Pegando a taça, Cris começa a apreciar o vinho que Lixxie lhe serviu e relaxa, pousando novamente sua cabeça no colo da amiga e aproveitando o silêncio da noite.
Alguns dias se passaram, desde a noite fatídica e o retorno de Lixxie. Cris se sente mais leve com a amiga em casa, com quem pode ser ele mesmo e demonstrar seus sentimentos e suas fraquezas. Dessa vez, Lixxie ficará alguns meses, devido ao contrato que fechou com uma empresa regional. Essa foi uma das melhores notícias dos últimos tempos, já que a casa ficava tão vazia sem ela.
Uma mensagem irrompe em seu celular. É Anne marcando uma reunião, a pedido de Damon, para resolver algumas questões do projeto. A data e horário coincidem com uma outra reunião já agendado para sua equipe. Ao verificar com Anne se pode ser remarcado e ser informado que esse é o único horário na agenda de Damon, Cris resolve ir a reunião sozinho.
No escritório de Damon, Cris espera enquanto Damon finaliza uma reunião. – Anne, vou ao banheiro rapidamente, já volto.
Enquanto lavava as mãos, Cris tentava controlar sua respiração, que está acelerada com a expectativa de rever Damon. “Sinto falta dele, esse tempo que ficamos sem nos vermos parece maior que realmente foi” ... Cris fecha os olhos, tentando se desfazer do desejo que cresceu com esses pensamentos. De repente, braços fortes o entrelaça, dando-o um susto que o fez abrir os olhos, sobressaltado. No espelho encontra os olhos de Damon fixos nos seus. Aproveitando o momento, Damon pega Cris pela cintura, o virando, fazendo-o ficar frente a frente contigo. Sem aviso algum, Damon beija Cris, primeiro apressadamente, com uma fome desesperadora. Essa fome dá lugar a algo mais profundo, mais sincero, fazendo o beijo mudar de cadência, para algo mais lento e mais profundo.
Sem fôlego, Cris afasta Damon com um leve empurrão e olha diretamente para aqueles olhos verdes e profundos, que faíscam com um misto de indagação, raiva e desejo.
Damon – Por que você fugiu? Por que você não me respondeu? Após o questionamento, Damon agarra mais uma vez Cris, puxando-o para si e toma mais uma vez seus lábios em um beijo lento e sincero. Cris se deixa levar e corresponde ao beijo de Damon, até que se dá conta que estão no banheiro do escritório e a qualquer momento alguém pode entrar. Mais uma vez se afasta de Damon e aproveita para arrumar sua camisa.
Cris – Estamos em público, mais tarde conversamos sobre isso. Dizendo isso, Cris sai do banheiro e retorna à sala de espera.
Damon sozinho no banheiro, tenta controlar seus impulsos de agarrar Cris e carregá-lo daquele lugar. Aproveita para lavar seu rosto e ajustar suas roupas. Ao sair do banheiro, passa pela sala de espera e convida Cris para seu escritório.
Damon – Anne, por favor, não quero ser interrompido. Não quero que ninguém entre em meu escritório e não receberei ligações enquanto estiver com o Cristian.
Acenando, Anne concorda com Damon.
Damon se vira pra Cris e o direciona para o escritório. – Vamos!
Dentro do escritório, Cris se senta na cadeira em frente a mesa de Damon, que está parado a porta, apenas observando-o. Damon tranca a porta do escritório e avança em direção de Cris que o observa alarmado “não tenho para onde fugir”. Identificando o pânico crescente no olhar de Cris, Damon desacelera o passo e dirige-se a sua cadeira, sentando-se de frente para Cris.
Cris – O que gostaria de discutir sobre o projeto Damon?
Damon – Nada!
Cris encara aquele lindo homem a sua frente, não acreditando na sua franqueza. – Como assim?
Damon – Não quero falar sobre o projeto.
Cris abaixa o olhar, fixando em um pequeno enfeite na mesa de Damon.
Damon – Por que você fugiu?
Cris – Eu não fugi... Eu fui embora.
Damon olha fixamente para Cris, que levanta o olhar para aqueles olhos o perfurando e percebe que está perdido. Damon levanta uma sobrancelha, indagando essa resposta.
Cris – Eu... Eu fiquei confuso. Me desesperei pela situação e resolvi ir embora. Nossa relação é comercial e esse projeto é muito importante para minha empresa. Não posso colocar a perder por causa de um desejo momentâneo.
Mais uma vez Damon levanta uma sobrancelha e indaga numa voz baixa e profunda – Desejo momentâneo?!
Cris ruboriza, percebendo que Damon não deixará passar nada. Novamente encara esse lindo homem a sua frente, que está o confundindo com essa inquisição. – Deixei o desejo me dominar, naquele momento. Não se repetirá.
Damon se levanta e contorna a mesa, ficando em frente a Cris. Esse se levanta no susto, ficando cara a cara com Damon, que leva a mão ao seu rosto, acariciando seu lábio inferior demoradamente, com os olhos fixos nas reações desse homem loiro a sua frente, que aparenta estar lutando com seus pensamentos.
Mais uma vez Cris se deixa levar, não reagindo as carícias de Damon. ‘Estou perdido.” Damon se aproxima um pouco mais, mas ainda mantém uma pequena distância entre eles.
Damon – O desejo momentâneo passou?
Antes que Cris pudesse responder, foi interrompido com batidas na porta, que o fizera sobressaltar, dando alguns passos para trás, se distanciando de Damon.
Damon fecha a cara totalmente, dirigindo-se a porta. Do outro lado, Anne com um olhar de desculpas, informa que uma ligação do exterior está aguardando Damon e, sussurrando um desculpe, Anne se afasta, aguardando a autorização para transferir a ligação.
Cris recolhe suas coisas e prepara-se para sair... dessa vez, Damon segura seu pulso e sussurra roucamente – atenda minhas ligações, ainda não terminamos nossa conversa. Com isso, Damon se dirige a sua mesa e Cris acena um breve adeus.
Ao passar pela Anne, essa mais uma vez sussurra - desculpe, o que faz Cris negar com a cabeça, devolvendo um - imagina... Cris sai do prédio, com os pensamentos mais confusos do que quando entrou... “o que ele quer de mim?”
***
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 28
Comments
Liah
Aff, dois adultos e ficam com essa frescura, um quer, vai lá e toma pra si, o outro é fraco mas de igual atração e desejo, por que a insegurança?? Parece adolescente no primeiro encontro, um homem que já perdeu as contas pra quem já deu o rabo,,, me poupe. Detesto histórias de personagens fracos.
2025-03-27
0
Kellyla Nunes
Cris, meu querido, vc não sabe o que o Damon quer com vc? Eu acho que ele quer te pegar no colo, te encostar na parede e te chamar de lagartixa.🤣🤣🤣
2025-03-12
3
Clesiane Paulino
tem certeza que não sabe o que Damon quer Cris 🤭🤭🤭🤭
2025-02-20
2