13 Noite Longa

Dentro da Barraca do trio de amigos, eram duas horas da manhã quando Vinny acordou sentindo calor. Ele percebeu, que Lin estava agarrado às suas costas.

Vinny: {Quente assim... Será que está com febre?}

Ao se virar e ver o rosto de Lin, o jovem sentiu seu peito disparar.

Vinny: {Ele tão lindo.}

Vinny colocou a mão na testa de Lin.

Vinny: {Está mesmo com febre.}

Ezra, dormindo ao lado, estava ocupando mais espaço na barraca, e seu corpo quase cobria o de Lin.

Vinny: {Esse idiota, olha só, mais um pouco esmaga o Lin}

Vinny empurrou Ezra para o canto, e quando passou o braço por Lin, o garoto abriu os olhos.

Lin: Oi, já temos que levantar?

Vinny: Não. Ainda é noite lá fora. Você está bem?

Lin: Estou com frio. Posso, me aproximar mais?

Vinny: Você está com febre.

Lin: Febre!? Aí não! E agora, eu estou doente vou ter que voltar para casa Vinny... Mas, se eu voltar vou deixar o papai preocupado...

Vinny: O que você está sentindo?

Lin: Eu... Só estou com frio.

Vinny: Então pode não ser nada grave. Eu tenho medicações na tenda de enfermagem. Posso buscar para você. Se não melhorar até o dia amanhecer, aí levamos você embora. O que acha?

Lin: Posso ir com você na tenda? Quero ver o remédio. Eu tenho alergia a alguns componentes.

Vinny: Paracemol e difrema, certo?

Lin: É.

Vinny: Eu sei, de qualquer forma se sentir mais confortável em ver, pode vir comigo.

Lin: Tá.

Vinny colocou seu casaco em Lin, e saíram da barraca. Na tenda de enfermagem, não havia nenhum monitor.

Vinny: Que estranho. Podia jurar que um deles iria dormir aqui. Onde está mesmo... Aqui, encontrei. Pode olhar.

Lin: É... Esse é o que o Papai dá para mim, e para Lara. Posso tomar sim.

Vinny: Vou pegar água.

Lin: Eu não quero voltar para casa. Só que... Tenho medo de ficar doente de novo. Agora é um momento péssimo para isso. O Papai...

Vinny: O que houve?

Entregando a garrafa de água, Vinny deu toda a sua atenção para Lin.

Lin: Faz uns dois ou três meses, que o papai tem passado mal. Ele disfarça, e não demonstra perto da gente. Eu percebi isso, e fico muito preocupado com ele. Não quero dar mais preocupações.

Vinny: Os pais vão se preocupar com os filhos para sempre Lin. Mesmo depois de adultos. Mas concordo com você, em relação de não passar mais preocupações, desde que realmente não sejam necessárias. Sua febre sabemos amanhã se é algo a se preocupar tá bom?

Lin: Você é tão maduro Vinny. Eu gosto disso em você. Parece até mais velho que eu.

Lin colocou o comprimento na boca, mas não conseguiu abrir a garrafa. Na terceira tentativa, ele desistiu, pedido o favor à Vinny somente com um olhar.

Vinny: Aqui, prontinho.

Lin bebeu rapidamente.

Lin: Eu não consigo nem abrir uma garrafa de água. Se você não fosse meu amigo desde criança, e tivesse me conhecendo agora, você também não me acharia patético?

Vinny: Não teria como eu achar isso. Você é encantador.

Lin: Mas um alfa patético.

Vinny: Sabe que esse tabu, já foi quebrado há muito tempo não é? Alfas, Ômegas ou Betas, podem ser de qualquer jeito. Podem amar de qualquer jeito. E podem procurar o mesmo gênero para amar. Ninguém mais é obrigado a procurar um Ômega, só porque é Alfa, ou vice versa.

Lin: É... Porque está dizendo isso? Esse não é o meu problema.

Vinny: Claro que não é. Porque você quer namorar um Ômega. Estou falando dos padrões em geral. O Inácio não tem que te precionar a nada! E você não tem que mudar seu jeito de ser. Se não, o relacionamento que podem criar, já começará errado.

Lin: Ele quer "ficar" comigo. Eu nunca... Você já?

Vinny: Já sim.

Lin: Então o que eu faço? Eu não sei nem como me comportar. O beijo e ótimo, mas depois, não sei onde colocar as minhas mãos, não sei o próximo passo, eu travo e entro em pânico. Eu achava que ia ser natural sabe?

Vinny: É natural. Quando você deixa a atração tomar conta do momento. Se você quer fazer algo sem um clima, não ajuda mesmo. E mais ainda... se for sem amor.

Lin: Sem amor... Eu... Não sei se amo ele.

Vinny: Acha que ele te ama?

Lin: Eu não sei.

Vinny: Então pense um pouco antes de ir adiante. A primeira vez, não é fácil esquecer.

Lin sorriu e se aproximou de Vinny.

Lin: Não esqueceu? Como foi a sua? Me conta?

Vinny ficou desconcertado.

Vinny: Não. Não foi nada diferente. E eu não posso ficar contando essas coisas.

Lin: Ah! Não tenha vergonha de mim! Somos como irmãos não é? Por favor! Por favor vai! Me conta!

Vinny: Certo. Então... Foi no ano passado. Meus pais me levaram em uma festa, elegante e bem chata. Haviam três jovens mais ou menos da minha idade somente. Um deles é meio primo meu, e uma é afilhada da irmã caçula do meu pai. Como já nos conhecemos, resolvemos caminhar pelo lado de fora da casa... Achamos uma estufa bonita, estava sem ninguém, fechamos a porta, e conversamos... De repente estávamos nos beijando e... Quando eu percebi, ela já estava sem as roupas... Eu praticamente sabia o que fazer por instinto.

Lin: Mas o que você fez? Onde tocou?

Vinny: A maioria das pessoas tem os mesmos pontos sensíveis, é... Lin, isso é um pouco constrangedor.

Lin: Porque? Encara como uma palestra de sexualidade. Já fomos em várias. Eu preciso saber o que fazer, onde tocar... Eu sou quem vai tomar a iniciativa.

Vinny: Eu acho melhor você assistir uns vídeos então. Pesquisa algum romance. O importante é você manter o contato visual.

Lin: Assim, como está fazendo?

Vinny: É. Isso. Você passa toda a confiança que precisa, e também por usar a atração de um... Olhar.

Os dois ficaram se olhando por alguns segundos.

Lin: Você... Quer me beijar?

Vinny: O quê?

Lin: Para eu aprender. Você realmente me pareceu atraente.

Vinny: Lin!?

Lin: Estou brincado bobão! Obrigada, tudo o que me disse hoje, vai ser bem usado.

Lin beijou o rosto de Vinny e seguiu de volta à barraca.

Vinny: {Eu só preciso que o Inácio dê um pequeno vacilo. Tenho muita confiança de que conquisto você... Lin}

Vinny sorriu, e foi logo atrás de Lin.