18 - Bronca

• Colégio Kane 17:30h

Eder Olid, Brayan Frizan e Sávio Berges foram notificados, por uma mensagem do colégio em seus celulares. Na mensagem dizia, que o chamado, era para receberem os filhos, e se informarem de um pequeno acidente, que aconteceu no passeio.

Eder e Brayan se encontraram logo na entrada do colégio, e foram até a sala de reunião juntos. Dentro da sala, Sávio já estava sentado. Ao lado dele havia uma mulher de aproximadamente 48 anos, e um homem ainda mais velho.

Prof. Ramires: Bem, vamos direto ao ponto. Sei que estão ansiosos para levarem os meninos para casa. Inclusive, já vou deixar eles entrar, acho que assim o clima ficará mais amigável.

O Professor, abriu um porta, e os alunos foram entrando.

Inácio entrou e se sentou ao lado da mulher. Seu rosto estava com um curativo grande no nariz.

Mulher: O que houve meu filho?

Prof. Ramires: Senhora Neiva, eu já vou explicar.

Eder olhou feio para Ezra, assim que o jovem se aproximou.

Prof. Ramires: Bem... Nem sei por onde começar. Vinny, por gentileza,. você participou do acontecido, conte tudo aos pais.

Vinícius levantou de sua cadeira, e se afastou de Sávio, ficando ao lado do professor.

Vinny: Bem, tivemos uma situação grave, derivada de outras, relacionadas com quebra de regras do nosso colégio. Uma delas, foi o aluno Inácio, ter jogado o aluno Lincon dentro do rio.

Brayan olhou para Lin.

Brayan: Filho!?

Lin: Estou bem. Não se preocupa.

Vinny: Além disso, a monitora Elizabete levou uma droga para o acampamento, e acobertou a entrada de uma pessoa não autorizada. O rapaz, maior de idade se dizia tio do Inácio, e foi ele quem arremessou o Lin na água.

Sávio: Você pode prestar uma queixa formal na delegacia Brayan.

Senhora Neiva: Quanta palhaçada! Isso é uma brincadeira de jovens. Ninguém se machucou! Não acha que é demais?

Sávio: Um adulto, da sua família entra no passeio do colégio e coloca a vida de um dos alunos em risco, e a senhora acha uma palhaçada? Quer se responsabilizar por isso você, então?

Senhora Neiva: Olha só o que fizeram com o meu filho? E quem eu denuncio por isso, ham?

Ezra: Fui eu que machuquei ele.

Eder: Ezra... É melhor você ficar em silêncio. Em casa a gente vai conversar sobre isso.

Inácio: Está tudo bem mamãe. Eu mereci. Eu fui um idiota e me arrependo muito disso. Aliás, a culpa toda foi minha. Achei que meu tio ia se divertir, e não achei que era proibido, depois, ia fazer uma brincadeira com o Lin, que saiu um pouco do controle. Eu sou culpado, o único. Não castiguem ninguém por mim.

Lin olhando para Inácio, levantou uma sombrancelha, meio desacreditado no que ouvia.

Prof. Ramires: Bem, nesse caso... O Colégio vai dar uma punição ao Inácio. E... Bem, os pais podem conversar com os meninos, e ver o que fazem.

Sávio: E o adulto que invadiu o passeio? Esse é o mais perigoso. Quem não garante que ele ameaçou esse jovem para arcar com a culpa sozinho?

O Professor olhou para o rosto de Inácio.

Inácio: Na.. não! Claro que não. Ele é o meu tio senhor. Não me faria mal, e... Eu estou falando a verdade.

Prof. Ramires: Bem, receio que encerraremos aqui. O colégio se compromete a não deixar mais uma situação como essa acontecer.

Sávio: Brayan, o seu filho foi a vítima. Você pode recorrer a justiça.

Lin: Não tio. Estou bem. Não precisamos brigar mais.

Senhora Neiva: Vamos embora Inácio!

Inácio se aproximou de Lin, e recebeu o olhar agressivo do pai do garoto.

Inácio: Senhor Frizan, Lin, eu me arrependo muito do que fiz. Quero pedir perdão a você e...

Ezra: Não é verdade! Não se arrepende, está fingindo.

Eder: Ezra! Eu falei para você ficar quieto!

Ezra: Mas Pai, ele está mentindo.

Senhora Neiva: Não precisa se desculpar se eles não querem suas desculpas filho. Vamos embora logo!

A mãe puxou o braço de Inácio, que continuou olhando para Lin

Inácio: Não desisto até você me perdoar!

Lin: Eu... Não sei.

Brayan: Filho, você está mesmo bem ham? Olha para mim.

Brayan olhou para uma parte vermelha no braço de Lin.

Brayan: E isso? O que foi?

Lin: Nada, eu acho que foi nas gincanas.

Novamente, Ezra indignado ao ouvir outra mentira, tentou se pronunciar.

Ezra: Não é...

Eder: VAMOS EZRA!

Em silêncio, Ezra acompanhou o pai até o carro.

Eder: Porque você não escuta nada ham? Quantas vezes eu tenho que dizer para você parar de agredir os outros alunos? Quantas vezes eu tenho que ser chamado no colégio por alguma briga onde você está envolvido. Será que você não consegue entender, que eles vão expulsar você do colégio!?

Ezra: Pai eu...

Eder: Quieto! Ezra eu não pude estudar porque o meu pai era maluco, e achava que deveríamos estudar só em casa, eu não tive amigos até os meus vinte anos. Era solitário e estranho. Eu fiquei doente, tinha surtos de raiva, que só pioraram depois, nesse caso, por influencia, mas não muda o fato que eu era revoltado. E eu não aprendi bem o que deveria, porque em casa, eu nunca estava mesmo com toda a minha atenção no que importava. Falta só um pouco filho, só mais uns anos, e isso ainda pode prejudicar você na faculdade, se não se comportar.

...

Brayan e Lin entraram em seu carro, e pela janela, Lin olhava Eder brigando com Ezra.

Lin: Pai... Ele não tem culpa.

Brayan: Eu sei Filho. Mas, não posso me intrometer.

Lin: Ele está triste. Ele só me salvou. O Ezra não bate em ninguém sem motivos.

Brayan: Depois você liga para ele, e tenta animar ele, tá bom?

Lin: Tá bom.

Enquanto o carro de Brayan passava por Eder e Ezra, Eder continuava dando uma bronca no filho.

Eder: Você entendeu?

Ezra: Sim.

Eder: Você sempre fala sim. Espero que dessa vez, você realmente tenha entendido. Vem, entra no carro. Eu juro que se você agredir outro aluno, vou te dar um castigo muito grande. O mais terrível que eu puder pensar. Quem sabe assim, aprende!

Ezra: Desculpa pai.

Eder: Agora não adianta pedir desculpas. Vamos contar quantos alunos fraturados tem no colégio, graças a você, e aí vemos se pedir desculpas ajuda em alguma coisa.

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