8. Capítulo

Alice esperou ansiosamente pelo almoço com Josh e Paulina. A ideia de passar um tempo com ele a deixava um tanto nervosa, mas também curiosa. Desde que se mudou para a Califórnia, sua vida com Adam havia se tornado fria e distante. A falta de amor, de atenção, de pequenos gestos de carinho, a consumia por dentro.

Quando Josh chegou ao restaurante, ele trazia um buquê de lírios brancos, um presente para Alice. Ela ficou surpresa e encantada. Era a primeira vez que um homem lhe oferecia flores desde que se casou com Adam.

"Para você, Alice", disse Josh, com um sorriso gentil. "Espero que goste."

Alice, com o coração batendo forte, agradeceu, sentindo um calor percorrer seu corpo. "São lindos, Josh. Obrigada."

Paulina, observando a cena, sorriu com satisfação. Ela sabia que Josh era um homem atencioso e romântico, e tinha certeza de que Alice apreciaria seus gestos.

Durante o almoço, Alice percebeu que Josh era um homem interessante, inteligente e divertido. Ele a fazia rir, a colocava à vontade, e ela se sentia atraída por sua gentileza e sinceridade.

"Sabe, Alice", disse Josh, enquanto observava a paisagem da janela, "desde que perdi minha esposa, aprendi a valorizar cada momento, cada sorriso, cada abraço."

Alice, com um nó na garganta, assentiu. Ela entendia o que ele queria dizer. Adam, antes tão atencioso e amoroso, agora parecia distante e indiferente. Ela sentia falta de seus abraços, de seus beijos, de suas palavras carinhosas.

"Você é uma mulher incrível, Alice", disse Josh, seus olhos fixos nos dela. "Você tem um brilho especial."

Alice, corando levemente, agradeceu, sentindo um tremor de emoção. Nunca havia olhado para outro homem com desejo, apenas para Adam, seu marido. Mas a relação deles estava fria, e a chama do amor parecia ter se apagado.

Paulina, percebendo a tristeza nos olhos de Alice, tentou animá-la. "Vamos mudar de assunto, Alice. O que você tem feito ultimamente? Está curtindo a vida na Califórnia?"

Alice, tentando se concentrar na conversa, contou sobre sua nova vida, sobre suas aulas de yoga, sobre sua amizade com Paulina. Ela tentou não pensar em Adam, mas a lembrança de sua frieza e indiferença a assombrava.

"Você precisa se cuidar, Alice", disse Josh, com um olhar preocupado. "Não deixe que a tristeza te consuma. A vida é bela, e você merece ser feliz."

Alice, com o coração apertado, assentiu. Ela sabia que Josh estava certo. Ela precisava se cuidar, precisava se dar tempo para se recuperar da dor que a consumia. Mas, em simultâneo, ela não conseguia deixar de pensar em Adam, e na chama do amor que se apagava a cada dia que passava.

Alice se despediu de Josh e Paulina com um sorriso forçado. O almoço havia sido agradável, mas a lembrança da frieza de Adam a deixava melancólica. Ela carregava consigo o buquê de lírios brancos, um presente que a enchia de um misto de alegria e tristeza.

Ao chegar em casa, Adam a encontrou na porta, com uma expressão séria. "Quem te deu essas flores?", perguntou, apontando para o buquê.

Alice, sem hesitar, respondeu: "O irmão da Paulina, Josh. Ele é um cara legal, viúvo, e me deu essas flores."

Adam, com o rosto fechado, cruzou os braços. "Uma mulher casada não deveria receber flores de outro homem, Alice."

Alice, surpresa com a reação de Adam, sentiu um aperto no coração. "Adam, por que está falando assim? Não tem nada de mais. É só um presente de um amigo."

"Amigo?", Adam bufou. "Você está flertando com ele, Alice? É isso que você está fazendo?"

Alice, indignada, respondeu: "Adam, você está sendo ridículo! Não estou flertando com ninguém. Josh é um amigo, e ele foi gentil comigo. Não vejo nada de errado nisso."

"Você está me traindo, Alice?", Adam a acusou, com a voz tremendo. "É isso que você está fazendo?"

Alice, com os olhos cheios de lágrimas, gritou: "Adam, para com isso! Você está me acusando de algo que não fiz! Não estou te traindo, não estou flertando com ninguém. Você está sendo possessivo e insensato!"

A discussão se intensificou, palavras duras foram ditas, e a atmosfera da casa se tornou insuportável. Alice, ferida pelas acusações de Adam, se sentiu completamente desamparada. Ela não entendia o que estava acontecendo, por que ele estava tão ciumento e possessivo.

"Você está me sufocando, Adam!", Alice gritou, com a voz embargada. "Eu preciso de espaço, preciso de um pouco de carinho, de atenção. Você está tão distante, tão frio, que eu me sinto sozinha, abandonada!"

Adam, com o rosto vermelho de raiva, se virou e saiu de casa, batendo a porta com força. Alice, sozinha e desolada, caiu no sofá, as lágrimas rolando pelo seu rosto. Ela não sabia o que fazer, para onde ir, como lidar com a situação.

A chama do amor que um dia ardeu forte entre eles parecia ter se apagado para sempre, deixando apenas cinzas e um vazio imenso.

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