2. Capítulo

O sol da Califórnia, implacável e dourado, banhava a Universidade da Califórnia em uma luz quente e vibrante. Adam, já adaptado à rotina frenética da nova vida, caminhava pelos corredores da instituição, sentindo a energia contagiante que emanava dos estudantes e professores.

O semestre letivo havia começado há algumas semanas, e Adam, com sua paixão por tecnologia e sua didática impecável, conquistava seus alunos a cada aula. Ele se sentia em casa, no ambiente acadêmico, cercado por mentes brilhantes e ávidas por conhecimento.

Em uma de suas aulas, enquanto explicava os conceitos básicos de inteligência artificial, um olhar fixo e intenso o tirou de seu foco. Na primeira fila, uma jovem loira, com olhos azuis penetrantes e um sorriso provocante, o observava com uma intensidade que o deixou desconfortável.

Melissa, era esse o nome da aluna, possuía uma beleza inegável. Seus cabelos longos e sedosos caíam sobre os ombros, emoldurado por um rosto delicado e angelical. Seus lábios carnudos, pintados em um vermelho vibrante, pareciam convidar a um beijo. O olhar de Melissa, porém, não era inocente. Era um olhar de desejo, de ambição, de uma mulher que sabia o que queria e não tinha medo de lutar por isso.

Adam se sentiu perturbado por aquele olhar. Era como se Melissa o tivesse penetrado com seus olhos, lendo seus pensamentos, seus desejos, seus medos. Ele se sentia atraído, mas ao mesmo tempo, desconfortável. Melissa era diferente de todas as mulheres que ele havia conhecido. Ela emanava um magnetismo singular, uma aura de mistério que o intrigava e o assustava ao mesmo tempo.

A aula seguiu seu curso, mas Adam não conseguia se concentrar. A presença de Melissa o perturbava, sua imagem se sobrepondo aos slides que projetava na tela. Ele tentava se concentrar em seus alunos, mas a mente divagava, voltando sempre para a aluna que o observava com tanto interesse.

Ao final da aula, Melissa se aproximou dele, seus olhos brilhando com uma intensidade que o deixou sem palavras.

“Professor Adam, sua aula foi fascinante”, disse ela, sua voz melodiosa e sedutora. “Tenho muitas perguntas sobre inteligência artificial. Você poderia me ajudar?”

Adam, ainda atordoado com a beleza e a audácia de Melissa, concordou em ajudá-la.

“Claro, Melissa. Podemos conversar depois da aula”, respondeu, tentando manter a compostura.

Melissa sorriu, um sorriso que revelava dentes brancos e perfeitos, e se afastou, deixando Adam com um turbilhão de emoções.

Ele se sentia atraído por ela, mas ao mesmo tempo, tinha a sensação de que algo não estava certo. Melissa parecia diferente, misteriosa, quase perigosa.

No caminho para casa, Adam tentava racionalizar seus pensamentos. Melissa era uma aluna brilhante, inteligente, e ele, como professor, tinha o dever de ajudá-la. Mas, havia algo em seu olhar, em sua maneira de se comportar, que o deixava inquieto.

Ao chegar em casa, Alice o recebeu com um sorriso caloroso, mas Adam não conseguia se conectar com ela. Sua mente estava presa em Melissa, em seus olhos azuis penetrantes, em seu sorriso provocante.

“O que foi, meu amor?”, Alice perguntou, percebendo a distração de Adam. “Você parece distante.”

“Nada demais, meu bem”, respondeu Adam, tentando disfarçar. “Só estou cansado da correria do dia a dia.”

Alice, com sua intuição feminina aguçada, percebeu que algo estava errado, mas não insistiu. Ela sabia que Adam precisava de um tempo para si, para se acalmar e processar as novas experiências que estava vivendo.

Deitado na cama, Adam tentava dormir, mas a imagem de Melissa o assombrava. Ele se lembrava de seus olhos, de seu sorriso, de sua voz. Ele não conseguia parar de pensar nela.

Melissa era uma força irresistível, uma tempestade que o envolvia, o atraía, o perturbava. Ele se sentia dividido entre o desejo e o medo, a atração e a repulsa.

Adam se levantou da cama e foi até a janela, observando a cidade adormecida. As luzes da cidade brilhavam como estrelas, mas nada parecia tão brilhante quanto os olhos azuis de Melissa.

Ele sabia que não deveria se deixar levar por aquela atração, que Melissa era uma aluna, e que ele tinha o dever de manter uma relação profissional com ela. Mas, a força daquela atração era irresistível, e ele se sentia impotente diante dela.

Adam voltou para a cama, com a mente em turbilhão. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que a vida que ele havia construído com Alice estava sendo desafiada por uma força desconhecida, uma força que se chamava Melissa.

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