7. Capítulo

O aroma de incenso e o som suave da música relaxante preenchiam a sala de yoga, convidando à paz interior. Alice, porém, sentia-se inquieta. Seus pensamentos giravam em torno de Adam, seu marido, e a estranheza que o consumia. Ele estava distante, silencioso, e um muro invisível parecia ter se erguido entre eles.

Enquanto tentava se concentrar na respiração profunda, seus olhos encontraram Paulina, sua nova amiga, que sorria com gentileza. Alice se aproximou, buscando conforto na companhia daquela mulher que, em apenas alguns dias, havia se tornado uma confidente.

"Oi, Paulina! Que bom te ver!", disse Alice, tentando disfarçar a angústia que a consumia.

"Oi, Alice! Tudo bem?", respondeu Paulina, com sua voz doce e acolhedora.

"Na verdade, não muito", confessou Alice, sentindo um nó na garganta. "O Adam está estranho, sabe? Frio, distante, como se estivesse em outro mundo."

Paulina, com olhar compreensivo, assentiu. "Entendo. Às vezes, as pessoas mudam sem dar explicações. É como se um interruptor fosse ligado dentro delas e, de repente, elas se tornam outras pessoas."

Alice, com lágrimas nos olhos, desabafou sobre as noites em que Adam parecia perdido em pensamentos, sobre o silêncio que se instalara entre eles, sobre a sensação de que algo estava errado.

Paulina ouviu com atenção, seus olhos brilhando com empatia. "Você precisa conversar com ele, Alice. Abrir seu coração e tentar entender o que está acontecendo."

"Eu tentei, Paulina. Mas ele se fecha, não quer falar." Alice sentia um aperto no peito, a sensação de impotência a consumia.

Paulina, com um toque gentil em seu braço, disse: "Não desista, Alice. A comunicação é a chave para qualquer relacionamento. Seja paciente, persistente e, acima de tudo, honesta com seus sentimentos."

Alice, ainda abalada, respirou fundo, tentando absorver as palavras de conforto de Paulina. A aula de ioga, que antes parecia um refúgio, agora se transformava num campo minado de dúvidas e incertezas. Ela precisava encontrar uma forma de desvendar o enigma que era Adam, mas a jornada parecia árdua e assustadora.

Após a aula de ioga, Paulina, com seu sorriso acolhedor, convidou Alice para ir até sua casa. "Preciso te mostrar algumas fotos da minha sobrinha, você vai amar!", disse ela, guiando Alice pela rua arborizada.

A casa de Paulina era aconchegante, com um jardim florido e um aroma delicioso vindo da cozinha. Alice se sentiu à vontade, como se estivesse em casa.

"Josh, essa é a Alice, minha nova amiga!", anunciou Paulina, entrando na sala de estar.

Um homem alto, de cabelos castanhos e olhos castanhos penetrantes, se levantou do sofá, um sorriso gentil se formando em seus lábios. "É um prazer te conhecer, Alice", disse ele, estendendo a mão.

Alice, um pouco nervosa, retribuiu o aperto de mão. "O prazer é todo meu, Josh."

Paulina, percebendo o clima um pouco tenso, explicou: "Josh é meu irmão, e pai da pequena Sophia. Ele é um empresário de sucesso, mas, infelizmente, perdeu sua esposa num acidente há um ano."

Alice sentiu uma pontada de tristeza ao saber da perda de Josh. Ele parecia forte, mas a tristeza em seus olhos era visível.

"Ele está viúvo, mas está se recuperando bem", continuou Paulina, com um olhar esperançoso para o irmão. "Ele é um homem incrível, Alice, você vai gostar muito dele."

Josh, com um leve rubor no rosto, disse: "É verdade, Paulina, estou me recuperando aos poucos. E você, Alice, o que faz da vida?"

Alice, tentando se concentrar na conversa, contou sobre seu trabalho como designer e sobre sua vida com Adam. Ela percebeu que Josh a observava com atenção, seus olhos brilhando com interesse.

"Que interessante!", exclamou Josh. "Adoro design, sempre admirei a criatividade das pessoas."

Paulina, com um sorriso travesso, interrompeu: "Josh, você está sendo muito simpático com a Alice, hein? Parece que está interessado."

Josh, corando ainda mais, disse: "É verdade, Paulina, ela é uma mulher encantadora. Mas não quero te dar falsas esperanças, Alice, estou ainda muito abalado com a perda da minha esposa."

Alice, sentindo um leve tremor na barriga, respondeu: "Eu entendo, Josh. É natural que você ainda esteja sentindo a dor da perda."

Paulina, percebendo a química entre os dois, sugeriu: "Que tal vocês almoçarem juntos amanhã? Assim, podem se conhecer melhor."

Alice, um pouco hesitante, mas curiosa, concordou. Josh, com um sorriso radiante, agradeceu a Paulina e a convidou para almoçar também.

"Ótimo! Amanhã, às 13h, no restaurante italiano da esquina", anunciou Paulina, com entusiasmo.

Alice, ainda um pouco confusa com a rapidez dos acontecimentos, se despediu de Josh e Paulina, com a sensação de que algo novo e inesperado estava começando a acontecer em sua vida.

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