Cap. 11

Depois da conversa que teve com a mãe, Rodrigo passou alguns minutos em silêncio, tentando acalmar a mente. O dia havia sido longo e exaustivo, e agora ele estava ainda mais ansioso para voltar para casa. Sentia-se impotente por não estar presente quando sua família mais precisava dele, mas tinha consciência que precisava descansar um pouco antes de enfrentar a estrada de volta. Com um suspiro, ele se deitou na cama do hotel, tentando fechar os olhos e descansar, mas seu pensamento estava longe, preocupado com Malú, com a mãe e com a condição de seu pai no hospital.

Rodrigo, mesmo preocupado com o pai, não conseguia parar de pensar na filha. Ele não conhecia Aurora e o fato de sua mãe ter confiado sua filha a uma desconhecida o deixava inquieto. Ele pegou o celular e novamente tentou acessar as câmeras sem sucesso, ainda estava sem rede.

_ Como será que está a minha filha? Perguntava preocupado, pensando que Malú poderia ter chorado com a presença da nova babá.

Ao contrário do que pensava Rodrigo, Malú passou o dia bem sob o olhar atento de Aurora e na companhia de Luna.  Luna, sempre cheia de energia, puxava Malu para brincar com seus brinquedos favoritos, enquanto Malú, inicialmente mais tímida, começava a se soltar, rindo com Luna enquanto conversavam em uma língua que só elas entendiam.

Na hora do almoço, Aurora preparava uma refeição colorida e nutritiva. Enquanto cozinhava, ela mantinha as meninas por perto, conversando com elas e garantindo que ambas se sentissem seguras e envolvidas. Após as sonecas, lanches, brincadeiras, e banho, Malú e Luna continuaram juntas como se fossem irmãs.

Com as duas limpas e cheirosas, Aurora as vestiu com pijaminhas confortáveis e as levou de volta à sala para mais algumas brincadeiras antes do jantar. Foi nesse momento que conversou com Ângela, que informou para Aurora que passaria a noite no hospital com o marido. Queria acompanhar de perto o diagnóstico. Aurora disse para ela não se preocupar, assegurando que Malú estava bem.

A noite, Aurora percebeu que as meninas estavam cansadas e com sono. Depois da mamadeira e cuidar do higiene bucal, era hora de colocar as duas pequenas para dormir.

Aurora e Luna dormiriam no quarto de Malu, onde havia uma cama extra.

_ Noite mamãe… Desejou Luna com sono, ao ser colocada na cama pela mãe.

_Boa noite filha. Desejou beijando o rosto da filha de fechou os olhos cedendo ao sono.

Malú, ainda insegura, segurou firme a mão de Aurora enquanto seus olhos pesavam de sono.

_Eu estou aqui, Malú. Você pode dormir tranquila, eu não vou a lugar nenhum. Disse Aurora acariciando suas bochechas, sentindo o pequeno corpo de Malú relaxar aos poucos.

Depois que Malu adormeceu, Aurora a colocou cuidadosamente no berço, certificando-se de que estava confortável. Quando se virou para voltar para a cama, escutou ela choramingar.

_ O que foi princesa?Você está com saudades do papai? Perguntou se aproximando do berço. Malu,  estendeu os bracinhos para Aurora, claramente querendo ficar mais perto.

Aurora sentiu uma pontada de culpa em deixar Luna no berço chorando, e rapidamente a pegou no colo, trazendo-a para a cama ao lado da filha. Malú se acalmou imediatamente, deitando ao lado de Luna.

Aurora observou com ternura, sentindo um calor aconchegante no peito. Colocou algumas almofadas fazendo uma barreira protetora na cama.

_ Quando voltar, eu te coloco no berço. Disse olhando para Malú antes de ir tomar banho.

Quando Aurora saiu do banheiro, ela não teve coragem de tirar Malú da cama, ela dormia tranquilamente e até parecia sorrir. Aurora deitou-se ao lado das meninas, observando-as enquanto dormiam. O silêncio da noite era preenchido apenas pela respiração suave das duas, um som que trazia uma calma inexplicável ao coração de Aurora. Ela deu um beijo carinhoso em cada uma, sentindo algo que não conseguia entender.

_ Boa noite princesas… Desejou fechando os olhos.

Enquanto isso, Rodrigo só conseguiu dormir de madrugada. E assim que acordou, seguiu viagem de voltar para casa,  ainda carregando a preocupação com o estado de saúde do pai e com a filha.

_ Aurora... Rodrigo tentava imaginar como seria Aurora. Em sua mente, surgiu a imagem de uma mulher experiente, talvez mais velha que a mãe. _ Por que a Malú filha gostou de você... Ele ainda tentava entender.

Quando Rodrigo chegou,  a casa parecia estranhamente silenciosa. Ao abrir a porta, escutou o ruido distante de risadas infantis vindo de um canto da sala de estar.

Ele caminhou com passos firmes, mas cautelosos, e foi então que viu a cena que o fez parar no meio do caminho. Malú, estava brincando com outra criança, mas o que o deixou realmente surpreso foi o fato de sua filha, que sempre era tão reservada com estranhos, correr alegremente até Aurora, jogando-se em seus braços com um sorriso.

Rodrigo ficou parado por um momento, observando a cena surpreso.

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