Cap. 5

Enquanto isso,  Luna, a filha de Aurora, já tinha completado um ano de vida, enchendo mãe de orgulho e amor, como na primeira vez que ela a chamou de mamãe. Luna crescia saudável, com uma energia contagiante e um sorriso que iluminava os dias difíceis de sua mãe. Aurora continuava trabalhando arduamente para sustentar a filha, assumindo diversos trabalhos para garantir que nada faltasse à pequena.

Seu emprego como babá era a principal fonte de renda, e, apesar das longas horas e das noites mal dormidas, Aurora se dedicava com amor ao que fazia, o que a ajudava a conquistar a confiança das famílias para quem trabalhava.

Além disso, Aurora frequentemente trabalhava temporariamente creche onde Luna era matriculada, hora cobrindo férias, ou atestados de alguma funcionária. Ela  cuidava especialmente do berçário devido a experiência que adquiriu na época em que estudava enfermagem.

Cada vez que Aurora via Luna brincar, aprender novas palavras, ou simplesmente sorrir, sentia que todo o esforço valia a pena. Mesmo nos momentos de cansaço extremo, quando o corpo parecia não aguentar mais, ela se lembrava da promessa que havia feito a si mesma no dia em que Luna nasceu: daria tudo de si para que sua filha tivesse uma vida feliz e segura.

Aurora também buscava, sempre que possível, maneiras de economizar e planejar o futuro. Ela ainda sonhava em retomar seus estudos, mas sabia que precisava ser paciente e focar nas necessidades imediatas da filha que estava crescendo. O apartamento simples em que ainda moravam era pequeno, mas Aurora o mantinha com carinho, transformando-o em um lar acolhedor e cheio de amor, lembrando que na mansão onde morava com os pais e irmãos ela nunca se sentiu daquela forma.

_ Como será que eles estão? Se perguntava lembrando dos irmãos que nunca mais tinha visto.

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Seis meses depois...

Com o passar do tempo, Malu não se adaptar às babás se tornou um grande desafio para Rodrigo, e para sua mãe que sempre o ajudava. Malú estava completando um ano, e continuava a não se adaptar bem as pessoas que não faziam parte da família, recusando colo e  chorando sempre que a deixavam aos cuidados de alguém desconhecido. A babá que havia sido contratada a menos de um mês, pediu demissão alegando que não conseguiria cuidar da menina adequadamente. E ela pediu demissão justamente na sexta feira, véspera de uma viagem de trabalho que Rodrigo precisava fazer com urgência

Rodrigo ligou imediatamente para a mãe e explicou a situação, esperando junto com ela encontrar uma solução.

_Eu sei que a  Malu não está se adaptando as babás, pode ser uma fase.

_ Realmente pode ser uma fase, mas eu estou preocupado. Revelou Rodrigo .

_ Eu entendo, filho, mas a Malu está bem de saúde, não está?

_ Sim, ela está bem. A pediatra disse que ela está saudável, mas fico com medo de isso estar acontecendo por causa do abandono da mãe... Desde que voltei a trabalhar têm sido muito difícil. E agora, com essa viagem de trabalho inesperada, são tantos problemas para resolver,  não sei se devo ir… e eu não posso deixar o papai viajar... A senhora percebeu que ele, ao menor esforço, tem ficado cansado e ofegante ultimamente. Isso está me preocupando muito.

_Sei que seu pai tem se esforçado demais e tenta esconder o que está sentindo. Mas não se preocupe, filho. Eu posso cuidar do seu pai e da Malu enquanto você estiver fora.

_ Tem certeza mãe? Sinto que estou explorando a senhora.

_ Deixa de besteira. E se te deixa mais tranquilo, eu vou ligar para a Clarisse, a enfermeira que cuidou da Malu nos primeiros meses. Ela é maravilhosa, e talvez ela possa me ajudar ou indicar alguém de confiança para me ajudar esses dias.

_ Está bem mãe. Vou sair amanhã às oito da manhã.

_ Eu estarei ai para pegar a Malu, não se preocupe.

_ A senhora poderia ficar na minha casa, a Malú pode estranhar como da ultima vez, será melhor trazer o papai, então vocês ficam aqui.

_ Está bem, amanhã chegarei cedo na sua casa.

E para ajudar o filho, Ângela acordou cedo no dia seguinte. Ela notou que o marido, parecia mais cansado do que de costume.

_ Você está bem amor? Perguntou olhando bem para o marido.

_Estou. Pode ir cuidar da Malú tranquila.

_Se você não vai comigo agora? Então eu acho melhor buscá-la para a nossa casa enquanto eu fico de olho em você...

_ Não se preocupe comigo, amor, eu vou ficar descansando, pode ficar na casa do Rodrigo esses dias.

_ João, João… Você não está me escondendo nada, ou está? Perguntou desconfiada

_ Não estou, amor. Eu não dormir bem essa noite, só preciso descansar um pouco.

Ângela não acreditou muito nas palavras do marido que não gostava de ir ao médico.

_ Me ligue se sentir qualquer coisa. Disse dando um beijo no marido ainda desconfiada que ele estava escondendo algo

_ Já disse para não se preocupar. A tarde eu vou para a casa do Rodrigo ajudar a cuidar da nossa neta, está bem?

_ Está bem, vou ficar te esperando. Disse Ângela se despedindo do marido.

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