Cap. 7

Quando se encontraram, Mel estava radiante com a boa notícia sobre o novo emprego, mas notou um brilho diferente nos olhos de Isabela.

_ Sei você que tem algo para me contar. Pode ir falando. Falou curiosa.

_Mel… eu vou me casar! Contou Isabela.

_ Casar? Mel a abraçou surpresa. _ Parabéns, Isa! Você merece tanto ser feliz.

_ Eu estou tão feliz, Mel… e eu… estou grávida.

_ Não acredito! Mel foi surpreendida com mais essa novidades, ficandp feliz ao ver a felicidade da amiga.

_ Sim, eu estou grávida, e Mel, eu quis te ver antes de voltar para a Itália, para te convidar pessoalmente para o meu casamento com Matteo. Isabela não parou de sorrir enquanto fazia o convite. _ Vamos nos casar na Itália, e será muito especial ter você ao meu lado.

Mel ficou surpresa e emocionada com o convite, mas logo uma preocupação surgiu em seu rosto.

_Isa, eu adoraria ir ao seu casamento, mas não tenho dinheiro para uma viagem à Itália, e sequer tenho passaporte. Disse Mel visivelmente triste e constrangida com a condição financeira.

Isabela segurou a mão de Mel.

_Não se preocupe com isso. Você é minha amiga e quero que esteja lá. Por favor, não se preocupe com os custos da viagem, ou com passaporte, Matteo vai levar a minha mãe e os meus irmão no avião particular da família dele, e você pode ir com eles. Lembra que eu te contei quem ele é. Disse Isabela fazendo Mel se lembrar que Matteo era um mafioso.

Mel hesitou por um momento, mas o entusiasmo de Isabela era contagiante.

_Se você diz que está tudo certo, então eu vou. Obrigada, Isa. Isso significa muito para mim.

_Significa muito para mim também. Você sempre esteve ao meu lado. Disse Isabela, abraçando Mel com força. _ E a senhorita logo encontrará um novo amor.

_ Não sei se quero amar outra vez. Disse ainda sentida pela forma que terminou o  seu casamento: sendo traída.

_ Agora eu preciso ir… Disse Isabela sabendo que se aproximava a hora de ir para o aeroporto.

_ Boa viagem, Isa.

Elas se despediram com um abraço apertado. Mel estava feliz e ansiosa pela viagem, enquanto Isabela se sentia aliviada por ter a presença de sua amiga em um momento tão importante.

Mel entregou os documentos no dia seguinte e esperava ansiosamente o dia de começar a trabalhar, e para ela, os dias passaram rapidamente.

Mel acordou na segunda  com um misto de nervosismo, ansiedade  e entusiasmo. Era o primeiro dia de trabalho e de treinamento como secretária na Sands Imports. Vestiu-se cuidadosamente, escolhendo uma roupa formal para a função. Não tinha muitas opções para se vestir, mas a sua roupa estavam impecáveis.

Ao chegar à empresa, Mel foi recebida por Célia, a antiga secretária que estava se aposentando. Mel logo a reconheceu, pois Célia esteve presente no dia da entrevista.

Célia, era uma mulher que parecia ter no máximo cinquenta anos,  a recebeu com um sorriso acolhedor, que imediatamente fez Mel se sentir mais à vontade.

_Bem-vinda, Mel! Bom dia. Cumprimentou Célia, apertando sua mão. _Eu me chamo Célia, e estou feliz em poder passar o bastão para alguém tão entusiasmada como você me pareceu ser no dia da entrevista. Vamos começar?

_ Bom, dia senhora. Eu estou muito feliz por estar aqui, por essa oportunidade.

_Mel, você pode me chamar apenas de Célia, vou me sentir uma velha se continuar a me chamar de senhora.

_ Está bem Célia.

_ Bem melhor assim. Venha, vou te mostrar o seu local de trabalho.

Mel seguiu Dona Célia até a sala onde trabalharia. O escritório era espaçoso e bem iluminado, com uma grande mesa de trabalho e estantes cheias de documentos organizados meticulosamente.

Célia começou a explicar as funções de Mel como secretária de Eduardo Bittencourt.

_Suas responsabilidades principais serão gerenciar a agenda do Sr. Bittencourt, organizar reuniões, lidar com correspondências e e-mails, e preparar relatórios.  Explicava  Célia. _Além disso, você será o principal ponto de contato entre o Sr. Bittencourt e os outros departamentos, bem como clientes e parceiros internacionais. Sua fluência em inglês será muito útil nesse sentido.

Mel anotava tudo cuidadosamente, absorvendo cada detalhe. Célia prosseguiu, mostrando-lhe o sistema de arquivamento, como organizar a pequena quantidade de correspondências que ainda chegavam,  e a importância de manter uma comunicação eficiente e discreta.

_O Sr. Bittencourt é exigente, mas justo. Ele valoriza a pontualidade, a organização e a discrição. Se você seguir essas diretrizes, não terá problemas.

_ Certo, Célia.

_ Alguma dúvida?

Muitas… mas porque está deixando o cargo? Parece gostar tanto que faz, além da experiencia que tem.

_ Eu estou me aposentando, e quero um pouco mais de sossego ao lado do meu marido. Temos um negócio próprio, quero me dedicar a ele, fazer os meus próprios horários, curtir os meus netos, viajar.

_ Entendo. E quando eu vou conhecer o senhor Bittencourt?

_ Bem, ele ficará fora por dois dias, em uma viagem a um filial da empresa no interior.  Quando ele voltar a empresa, te apresentarei a ele.

_ Está bem.  Disse Mel ansiosa para conhecer o novo chefe.

Na quarta, Mel foi para o trabalho na expectativa de conhecer o seu chefe.  Chegou na empresa apressada, não queria se atrasar. No Hall, aguardava a chegada do  elevador que parecia demorar mais que o habitual.

Ao entrar no elevador olhando as horas no celular, Mel acabou tropeçando em alguém.

_ Desculpe. Pediu um pouco envergonhada apertando o andar que desejava ir.

_ Não foi nada. A voz grave de Eduardo chamou a atenção de Mel que ficou tentada a olhar para ele, mas evitou qualquer contato visual naquele momento.

Eduardo não deu importância ao que havia acontecido, estava preocupado com alguns problemas que precisa que resolver naquele dia, além do almoço que teria com a mãe, sabendo que ela falaria Julia que estava gravida do primeiro neto. Os pensamentos de Eduardo foram cortados quando ele  começou a sentir o aroma delicado que tomava conta do elevador, uma fragrância que  ele não conseguiu ignorar. Ele se pegou respirando mais profundamente, tentando capturar a essência que, de alguma forma, fazia com que as suas preocupações parecerem distantes.

E eles se olharam no mesmo instante, fazendo seus olhares se cruzaram. Eduardo sentiu um frio na barriga que não soube explicar. Mel, por sua vez, sentiu algo diferente, que a deixou nervosa, mas presa no olhar dele

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, mas a tensão no ar era palpável. Eduardo não conseguia desviar o olhar de Mel, tentando entender por que se sentia tão intrigado por ela. Mel, por sua vez, começou a sentir o seu coração bater mais rápido,  sem entender o motivo daquele reação inesperada.

Quando o elevador parou no andar do escritório de Eduardo, ele saiu primeiro, mas não sem antes lançar um último olhar para Mel que permaneceu parada. As portas do elevador começaram a se fechar, e naquele instante, Mel lembrou que também desceria naquele andar. Ela apertou o botão para a porta se abrir, mas era tarde demais. As portas se fecharam e o elevador continuou a subir.

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