Cap. 4

Após se acalmar, Mel saiu. Estava determinada a encontrar pelo menos um colchão para dormir. No bairro, encontrou uma pequena loja de móveis. Os preços eram acessíveis, e ela decidiu usar o último limite do cartão de crédito para comprar uma cama, mas ao olhar para o móvel, foi como se Mel revivesse a noite anterior, quando encontrou o marido com outra mulher na cama do casal.

_Quanto custa o sofá? Perguntou ao vendedor apontando para o sofá que estava ao lado da cama.

_Este sofá está na promoção, Ele e cama estão sendo vendidos pelo mesmo preço. Vai levar os dois moça? Perguntou  vendedor com um sorriso.

_ Eu só tem dinheiro para um dos dois… Mel ponderou por um momento. A lembrança da traição era forte demais para permitir que ela se sentisse confortável comprando uma cama naquele momento. _ Vou levar o sofá. Escolheu  Mel, decidida.

O vendedor concordou e rapidamente preparou a compra. Mel sabia que estava tomando uma decisão prática e emocionalmente mais fácil de lidar. Enquanto o vendedor cuidava dos detalhes finais, Mel respirou fundo, tentando manter a calma.

Além do sofá, Mel comprou alguns utensílios de cozinha, roupas de cama e um travesseiro. Era tudo que ela poderia comprar naquele momento, mas sabia que isso já seria um grande alívio para começar a organizar sua nova vida.

O sofá foi entregue na tarde naquele dia, e Mel o arrumou o pequeno quarto, sentindo-se um pouco mais confortável. Era um novo começo, embora humilde, e cada pequeno passo era importante.

Já Eduardo estava em casa imerso na leitura de um livro, e isso o ajudava a esquecer, ao menos temporariamente, os problemas do dia a dia. O ruido do celular vibrando sobre a mesa ao lado da poltrona que ele estava sentando  interrompeu a sua concentração. Ele pegou o aparelho ao ver o nome de sua mãe piscando na tela.

_Oi, mãe, tudo bem? Eduardo Atendeu a ligação tentando soar animado.

_Oi, filho! Tudo ótimo. Estou ligando para te convidar para o almoçar aqui, amanha.  Sabe como gosto de ter todos reunidos para o almoço no domingo. Convidou a mãe, com um tom caloroso.

Eduardo hesitou, já prevendo onde essa conversa o levaria.

_ Eu sei, mãe, mas quem a senhora convidou para o almoço? Perguntou sondando quem estaria presente.

_Eu convidei os seus tios, o Rodrigo e a Julia,  a Ellen e o noivo… A voz da mãe transbordava de entusiasmo. _ e por falar na sua irmã, ela e o Rafael estão ansiosos para contar os planos do casamento, falta pouco para eles se casarem.

Eduardo sentiu um aperto no peito ao ouvir as palavras da mãe. A presença do irmão  e da esposa era algo que preferia evitar a todo custo, especialmente agora que Julia estava grávida. A ideia de vê-la grávida só tornava a situação mais insuportável. E, embora amasse a irmã, a felicidade dela e do noivo também era um lembrete doloroso de como sua própria vida amorosa estava desmoronada.

_Sabe, mãe, acho que não vou poder ir dessa vez. Tenho muito trabalho acumulado e preciso aproveitar o fim de semana para colocar tudo em dia. Eduardo tentou inventar uma desculpa rápida.

_Ah, Eduardo, você sempre trabalhando tanto... Falou a mãe desapontada. _Eu realmente quero que você venha ao almoço filho, especialmente porque a sua irmã convidou algumas amigas, pode encontrar alguém especial amanhã.

_ A senhora continua tentando encontrar uma namorada para mim, mas eu não quero...

_ As amigas da sua irmã são lindas, educadas, de boa família, pode se apaixonar facilmente por uma delas. Então você vem?

_Desculpa, mãe, mas amanhã realmente eu não posso almoçar com vocês. Prometo que compenso em outro domingo.

_ Ah filho, tem tanto tempo que não nos vemos filho…

_Podemos almoçar durante a semana. Sugeriu, tentando amenizar o desapontamento dela.

_Está bem, querido. Eu ligo para combinar um dia, então. Cuide-se.

_Pode deixar, mãe. Te amo! Dá um abraço no papai e na Ellen por mim.  Eduardo encerrou a chamada sentindo algo estranho no peito.

Ele se recostou na poltrona, tentando retomar a leitura, mas não conseguiu. A traição do passado ainda doía, e a visão de vidas felizes construídas sobre suas ruínas era um lembrete constante dessa dor.

Estava determinado a manter distância dessa situação, pelo menos até se sentir forte o suficiente para enfrentar tudo isso sem ser afetado. Ele sabia que essa escolha o afastava da família, mas no momento, parecia a única maneira de proteger seu coração.

No final da tarde, enquanto Eduardo tentava voltar a leitura do livro, a mensagem Henry, amigo de longa data, chegou chamando sua atenção.

"_Ei, Eduardo! Que tal sair hoje à noite? Vamos dar uma relaxada, tomar uns drinks, paquerar, rever alguns amigo, vai ser bom! Já convidei alguns amigos."

Convidava Henry

"_ Parece uma boa ideia. Onde vocês estão pensando em ir? Naquela boate onde trabalha a bartender ruiva?"

Henry sorriu ao ler a mensagem, lembrando-se de como Eduardo tinha ficado interessado na bartender na última vez que foram a boate. No entanto, sabia que tinha uma notícia ruim para dar.

"_Cara, aquela boate fechou. O dono estava envolvido em tráfico de drogas, prostituição e lavagem de dinheiro. Foi um escândalo, você não ficou sabendo?" Perguntou Henry

"_ Não, eu tenho trabalhado bastante. Ontem sai da empresa nove da noite."

_ Em plena sexta-feira? Credo! Tô fora...Hoje estamos indo para um  barzinho novo que abriu perto da minha casa, ouvi dizer que é bom em todos os sentidos.

Eduardo hesitou por um momento, pensando na semana cansativa que tivera e no estresse acumulado.

"_Henry, acho que vou passar essa noite. Estou realmente cansado. Vou ficar em casa e descansar. Fica para a próxima !"

" _ Está bem.  Cuide-se e descanse, tem que trabalhar menos e se divertir mais. Qualquer coisa, é só chamar.

" _ Eu sei,  Henry. Boa noite."

 Eduardo suspirou deixando o celular e o livro de lado, olhando ao seu redor. Ele sentiu como se o silencio da casa o incomodasse. Sentia-se exausto não só fisicamente, mas emocionalmente também. Pegou seu livro novamente, determinado a se perder nas páginas e esquecer, pelo menos por um tempo, o que o incomodava.

Mais populares

Comments

Valdercina Rodrigues

Valdercina Rodrigues

Tomara que Eduardo e Mel se encontra,e se apaixone um pelo outro eles merecem ser feliz de verdade.

2024-09-01

79

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

Tomara que o Eduardo é a Mel se encontrar logo

2025-02-03

0

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

hum, vai contratar a ruiva só porque se interessou por ela enquanto era bartender.../Tongue/

2024-12-18

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!