UMA CHANCE PARA O AMOR

UMA CHANCE PARA O AMOR

Cap. 1

_Sem emprego de carteira assinada, sem o trabalho na boate… O que falta acontecer agora? Se perguntava Mel preocupada depois do que havia acontecido na boate onde trabalhava.

Paulo, o dono de uma das mais famosas boates da cidade, havia drogado sua amiga ,Isabela, para vendê-la a um estrangeiro que havia fechado a boate para uma festa particular. Ao descobrir o que estava acontecendo, o homem bateu em Paulo e destruiu a boate, deixando todos sem emprego.

_Bem feito...ele mereceu a surra pelo que fez com a Isa!! Disse Mel, lembrando como Paulo ficou todo machucado. Apesar de tudo, Isabela, que esteve na casa naquela manhã, estava bem, o que a deixava menos preocupada. Ao contrário do marido, que ainda não havia chegado. _Onde você está, Alexandre? Queria saber Mel.

Mel estava com 23 anos, e amava a vida como ninguém. Os cabelos compridos e ruivos caíam em ondas suaves sobre os ombros. Seu sorriso era contagiante, e seu senso de humor fazia todos ao seu redor se sentirem à vontade. Ela era uma amiga leal e estava sempre disposta a ajudar quem precisasse. Além disso, tinha um desejo profundo de se tornar mãe, e sonhava com o dia em que a situação financeira se estabilizasse para que ela e Alexandre  oficializassem o casamento no civil e na igreja, para ela enfim engravidar.

Os dois moravam juntos há um ano, mas conheciam há mais ou menos três. Apesar de não serem casados no papel, Mel considerava que ela e  Alexandre eram casados, e acreditava que ele a amava incondicionalmente. Ele era um homem atencioso e parecia compartilhar os mesmos sonhos de construir uma família.

Naquela manhã, sentada na cozinha do pequeno apartamento onde moravam, Mel esperava a chegada do marido. Ela olhava para a xícara de chá em suas mãos. Seus pensamentos estavam longe, revivendo os eventos da noite anterior.

Alexandre chegou em casa sorrindo e estranhou vê-la acordada tão cedo.

_Ué, por que você está acordada? Disse que ia chegar cansada da boate. Perguntou Alexandre um tanto desconfiado.

_Bom dia, amor. Aconteceram tantas coisas na boate que eu não consegui dormir… Onde você estava? Perguntou Mel esperando ganhar um abraço e um beijo do marido o que não aconteceu

_ Que pergunta é essa? Você sabe que às vezes eu trabalho de motorista de aplicativo.

_ Mas trabalhar a noite é perigoso...

_ Eu sei… mas como você não estava em casa, peguei o carro emprestado com o meu amigo, como sempre faço. Você sabe que estou precisando de dinheiro. Quem sabe assim, eu consiga comprar o meu carro mais rápido. Tentou disfarçar a mentira que estava contando. enquanto tirava a camisa colocando a peça de roupa diretamente no cesto de roupas sujas antes de se aproximar de Mel.

_ Não vai perguntar o que aconteceu na boate.

_ Como você é apresada! Já ia perguntar. Alexandre estava sem paciência.

_ Nossa, foi tão assustador… Mel contou ao marido o que havia acontecido. _Agora estou sem trabalho.

Alexandre soltou um suspiro, afastando-se um pouco.

_Justo agora? Falou deixando Mel confusa com a sua reação. _Precisamos ser práticos. Você precisa arrumar um trabalho logo. Eu não consigo pagar as contas sozinho, sabe que ganho pouco no trabalho.

Mel olhou para Alexandre, sentindo uma mistura de frustração e ansiedade. Ela sabia que ele estava certo, mas a forma como ele falou a deixou inquieta.

_Eu sei, Alexandre. Só preciso de um pouco de tempo para processar tudo isso. Vou procurar algo o mais rápido possível. Quero encontrar um emprego fixo, e voltar a estudar. Sei que preciso me qualificar para ganhar um salário melhor.

Alexandre riu de forma debochada de Mel.

_ Estudar? Para que? Você acha que vai conseguir trabalhar e estudar ao mesmo tempo? Perguntou com uma risada sarcástica.

Mel sentiu a frustração crescer, mas manteve a calma.

_Eu sempre fui uma boa aluna, mas precisei deixar os estudos de lado para trabalhar, mas sempre quis voltar. Quem sabe fazer um curso técnico ou uma graduação. E eu sei que consigo. Quero melhorar de vida e construir um futuro melhor para nós dois.

Alexandre balançou a cabeça, parecendo mais calmo, mas ainda cético.

_Tudo bem. Mas primeiro procure um emprego, depois pensa em estudar.  Assim eu não vou comprar um carro nunca. Alexandre foi em direção ao banheiro  sem sequer dar um selinho em Mel.

Mel suspirou, sentindo a ausência do carinho e a falta de apoio em um momento tão difícil, e não entendia porque o comportamento do marido estava mudando.

No dia seguinte, Mel começou a procurar trabalho. Tentou falar com Isabela para juntas procurarem emprego, mas não conseguiu falar com a amiga. O telefone estava fora de área ou desligado, o que era estranho.

Nos dias seguintes, Mel tentou falar com Isabela novamente, mas não conseguiu. Mel estava preocupada com a amiga que não tinha dado mais sinal de vida. Sabia que ela morava no bairro vizinho, mas não tinha o endereço dela, restava esperar que ela aparecesse.

Nesse meio tempo, Paulo,o dono da boate onde elas trabalhavam, havia sido preso por tráfico de drogas e outros crimes, e Mel torcia para que ele não tivesse feito nada de mal com a amiga, pois culpava Isabela pela destruição da boate.

Após um mês procurando emprego, a situação de Mel não havia mudado. A sua única fonte de renda que tinham, era o trabalho temporário em um buffet. Agora, ela costumava trabalhar à noite em festas, eventos e casamentos. A rotina era cansativa, mas Mel estava determinada a superar as dificuldades e manter as contas em ordem.

Cada noite era um desafio, mas também uma oportunidade de seguir em frente. Enquanto servia os convidados em um casamento luxuoso, Mel mantinha um sorriso profissional no rosto, mesmo que por dentro estivesse exausta. Ela sabia que não podia se dar ao luxo de desistir. As contas não esperavam, e Alexandre não demonstrava muita paciência com a situação e ela tentava entender o que estava acontecendo com ele.

Depois de uma longa noite de trabalho, Mel costumava chegar em casa cansada, muitas vezes encontrando Alexandre já dormindo. As poucas conversas que tinham giravam em torno das dificuldades financeiras e da pressão para encontrar um emprego fixo.

Naquele dia, o evento em que Mel trabalhava terminou mais cedo, pois era uma festa infantil. Feliz com a oportunidade de voltar para casa mais cedo, Mel decidiu fazer uma surpresa para Alexandre, que andava frio e distante. Ela pensava que uma noite especial era o que precisavam para melhorar o clima entre eles.

Caminhando rapidamente pelas ruas, Mel estava ansiosa para chegar em casa e estar nos braços do marido. Queria reacender a chama do relacionamento e mostrar a Alexandre que tudo ficaria bem. Ao chegar em casa, abriu a porta silenciosamente, com a intenção de surpreendê-lo.

Porém, ao se aproximar do quarto, ouviu vozes, ele não estava sozinho. Seu coração imediatamente acelerou. Tentando não fazer barulho, Mel parou na porta entreaberta e espiou.

Lá estava Alexandre, na cama que dividiam, com outra mulher em uma momento íntimo. Eles riam e falavam em voz baixa. Mel sentiu uma onda de náusea e raiva ao ouvir as palavras que saíam da boca de seu marido.

_Ela é tão ingênua, acredita em qualquer coisa que eu digo.  Dizia  Alexandre, com um sorriso desprezível. _ Não sei como aguentei tanto tempo com ela.

A mulher riu, acariciando o rosto de Alexandre.

_Bem, agora você tem a mim. Não precisa mais ficar com ela.

_ Só mais um pouco, preciso comprar o meu carro.

Mel sentiu o chão sumir sob seus pés. Todas as dúvidas e inseguranças dos últimos dias se concretizaram de uma vez. Tentando controlar a respiração e os sentimentos que a consumiam, empurrou a porta com força, fazendo com que ela batesse contra a parede, assustando o marido e a amante.

_ Mel! Alexandre se levantou  rapidamente da cama procurando algo para se cobrir. _O que você está fazendo aqui? Perguntou gaguejando.

Mel olhou para ele, seus olhos cheios de lágrimas e raiva com vontade de bater nos dois.

_Eu moro aqui, Alexandre. Pelo visto, sou a única que lembra disso.

A mulher ao lado dele começou a se vestir apressadamente, tentando evitar o olhar de Mel.

_Mel, por favor, me escuta… Alexandre tentou argumentar, mas Mel levantou a mão, interrompendo-o.

_Na nossa cama... Não quero ouvir mais nada além do que eu já ouvi e vi. Pensei que você me amasse, que estivéssemos juntos nessa relação. Mas você só me usou e mentiu o tempo todo.

Ela deu um passo para trás, sentindo que o ar faltava no peito e seu coração parecia não aguentar aquela traição. A decepção a consumia, e ela se sentia completamente devastada.

Antes que Alexandre pudesse dizer mais alguma coisa, Mel saiu do quarto, sentindo uma grande dor, pois ela amava o marido.

Na sala viu a mulher sair olhando para ela com o semblante feliz, satisfeita pelo que havia acontecido. Mel tentava se controlar para não fazer uma besteira, sabia que ela era mais importante naquele momento.

_ Mel…

_ Eu não quero te ouvi,eu já disse…

_ Então pega suas coisas e vai embora agora! Gritou Alexandre.

Mel o encarou, incrédula.

_O quê? Eu tenho direito de ficar aqui , eu ajudei a comprar esse apartamento.

Alexandre riu, sarcástico.

_ O apartamento é só meu, Mel, ele está em meu nome. Você não tem direito a nada aqui.

Mel sentiu a raiva aumentar.

_Eu te  ajudei a pagar esse apartamento desde o início, Alexandre, nos somos casados! Isso não é justo!

Alexandre deu de ombros, a expressão fria permanecendo.

_Não somos casados, apenas moramos juntos. Acho que você se esqueceu desse detalhe. E eu quero ver você provar que meu deu algum dinheiro. Cada centavo do financiamento desse apartamento saiu da minha conta. Você nunca transferiu o dinheiro para mim, lembra?

Mel ficou paralisada ao perceber a verdade nas palavras dele. Lembrou-se de como Alexandre nunca deixava que ela transferisse o dinheiro diretamente para ele, sempre pedindo que ela cobrisse outros gastos que ele tinha. Alexandre havia planejado tudo desde o início, manipulando-a para que ela nunca tivesse um registro formal das contribuições.

_Você... você planejou tudo isso, não é? Gritou Mel com a voz cheia de descrença e tristeza, estava sendo golpeada pela pessoa que ela mais amava

Alexandre apenas sorriu, indiferente.

_Só estava me protegendo de um possível golpe. Agora, saia! Falou de forma ríspida segurando o braço de Mel com força.

Mel sentiu uma onda de desespero e angústia tomar conta dela, com medo de ser agredida. Não brigaria com Alexandre naquele momento, mas não desistiria de lutar pelo que era seu por direito.

_Eu já vou sair... Mel juntou os seus pertences, e saiu da casa. Naquela noite, enquanto caminhava pelas ruas escuras, sentiu que sua vida estava desmoronando.

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Comments

Elisabete Correia

Elisabete Correia

canalha fdp vc vai se ferrar e a Mel vai sair dessa por cima e vc vai rastejar aos pés dela e ela vai te desprezar e vc vai pra lama que é o seu lugar

2024-08-29

141

marlene morais

marlene morais

Sempre assim, mulher que ajuda de mais o companheiro, ele tem sempre dinheiro e tempo pra arrumar outra, e ainda quer culpar a mulher que não tem tempo pra ele. A estória sempre se repete. Nós mulheres sempre passando por isso. Será que um dia vamos ficar mais espertas? Ou sábias?

2024-07-18

48

Patrícia Barbosa Ferrari

Patrícia Barbosa Ferrari

Começando a ler o livro 📔 hoje dia 18/11/24 as 18:38 .Ele é um tremendo Cafajeste, só soube mentir e manipular a Mel 🍯. Espero que a Mel 🍯 arrume um ótimo emprego e consiga dar a volta ➰ por cima ,e que o ex marido dela perca tudo inclusive o apartamento que ele mora hoje

2024-11-19

0

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