Circo De Horrores
...Eve...
Caminhei pelo parque sombrio onde está sendo apresentado o novo circo da cidade. As luzes das barracas de comida brilhavam, atraindo um fluxo constante de frequentadores, embora o lugar parecesse mais assustador do que divertido. O anúncio prometia um espetáculo nunca visto antes.
O ar estava pesado, uma sensação de tensão flutuava no local. As luzes do circo eram esverdeadas, emitindo um halo sombrio. As pessoas pareciam mais estranhas do que de costume.
Apesar do ar pesado e da sensação de tensão, decidi visitar o circo pela promessa de um espetáculo único. Talvez encontraria ali um pouco de alívio da minha solidão.
Cheguei em uma barraca de pipoca e algodão doce. Um palhaço sombrio e assustador parecia ser a única pessoa por lá. Ele estava vestido com as roupas tradicionais, mas elas não eram coloridas como as de um palhaço comum. Eram pretas e brancas, assim como sua maquiagem. Ele me olhou nos olhos com uma expressão estranha, como se tentasse me ver através das roupas. Fiquei aterrorizada, mas a pipoca e o algodão doce me convenceram a prosseguir.
— Uma pipoca e um algodão doce, por favor? — disse em voz baixa, desconfortável com o olhar fixo e assustador do palhaço.
Ele continuou olhando fixamente para mim enquanto perguntou:
— Doce ou salgado?
— Como assim? — perguntei, completamente confusa.
— A pipoca, não é? — explicou.
— Ah, sim... Doce, então — respondi, confusa, tentando esconder meu desconforto.
Ele me olhou com desconfiança e deboche.
— Você não gosta de coisas salgadas, senhorita? — Jurei que vi um sorriso no canto de sua boca, pintada com tinta preta.
Arregalei os olhos, sabendo muito bem o que ele quis dizer com isso.
— Bom, é que tenho pressão alta, então não gosto muito de coisas salgadas — respondi, fingindo que não entendi o duplo sentido de suas palavras.
— Ótima escolha — disse, virando-se e indo em direção à máquina de algodão doce. Olhei ao redor e comecei a perceber que não havia mais ninguém nas outras barracas, e que as pessoas que estavam aqui fora já não estavam mais.
— Onde foram todos? — perguntei, sentindo uma sensação de medo, ao mesmo tempo que seguia o palhaço até a máquina, com os olhos.
Ele se virou para mim com um olhar malicioso e sorrateiro.
— Lá dentro, se preparando para assistir ao espetáculo — disse, apontando para a lona a alguns metros de nós. — Eu já deveria estar lá dentro também, mas quando vi você vindo nesta direção, corri para cá. — Olhou-me com um sorriso malicioso, entregando a pipoca e o algodão doce.
Olhei para eles com receio, pensando se devia comer a pipoca.
— Estou com medo de comer essa pipoca — disse para ele.
— Não é como se eu tivesse colocado veneno aí, ratinha. Eu acho... — Soltou uma gargalhada alta que me causou arrepios. Ele colocou a mão dentro do saco de pipocas, enchendo-a e socando na minha boca.
— Não, parece que você colocou veneno aqui — respondi com a boca cheia de pipoca, sentindo dificuldade para falar, um tremor havia tomado conta de meu corpo.
Ele riu de forma maliciosa, forçando-me a engolir a pipoca.
— Engula tudo, ratinha! — sua voz era autoritária, ele agarrou minhas costas me levando em direção à lona.
"Proibida a entrada de crianças para este espetáculo."
Uma placa estava presa na corda que separava a entrada da área principal. No meio dela, consegui ler a frase: "Proibida a entrada de crianças." Estava hesitante em entrar, sentindo uma sensação de medo e desconforto. Ele colocou a mão nas minhas costas, dando-me um empurrão para entrar de uma vez.
Olhei para o palhaço, ele percebeu minha confusão e disse:
— Vamos assistir ao espetáculo, e você vai perceber que não tem nada com o que se preocupar.
Tentei voltar para trás, para sair dali, mas o mesmo segurou meu braço com força, chamando um homem que tinha três vezes o meu tamanho para ficar na entrada. Ele sussurrou algo em seu ouvido e foi para frente, em direção ao palco, sumindo atrás das cortinas.
Olhei para o homem na porta, e vi que não tinha chances de sair daquele lugar.
— Senhorita, tem um lugar ali na frente reservado para você, é melhor se sentar — disse sério, apontando para um lugar que por sinal já estava ocupado por outra pessoa.
— Mas já está ocupado! — Falo, vendo que não havia mais lugares vagos, na esperança de que ele me deixasse ir embora.
Ele pegou-me pelo braço, me arrastando até o lugar que a mulher ocupava.
— Saí! — disse de maneira intimidante, quando a mulher levantou. Fui empurrada no assento com brutalidade. — Para seu próprio bem, é melhor você não sair deste lugar por nada — disse, levando a pessoa que estava em meu lugar para fora.
Olhei para o palco, vendo estacas no chão. Acima delas, havia uma corda que presumi ser dos equilibristas. Em seu comprimento, a corda era decorada com sangue seco, e estava desgastada. As estacas estavam cheias de um líquido escuro e malcheiroso. Ao meu redor, o ar era escasso e pesado, e por um momento, o medo me consumiu. Tive vontade de sair correndo, mas lembrei do conselho do homem que estava de guarda na saída.
Os equilibristas entraram no palco e começaram a fazer um espetáculo. Tudo parecia perfeito. Eles pareciam não errar uma única vez, até faziam manobras perigosas que deixavam o público entusiasmado. Tive a impressão de que, às vezes, eles olhavam para mim e acenavam durante o espetáculo.
Comecei a comer a pipoca, dando algumas mordidas no algodão doce que estava em minha mão. A pipoca era realmente muito doce e gostosa. Fiquei impressionada com a habilidade dos equilibristas. Cair em uma dessas estacas não devia ser nada bom. Acho que realmente julguei mal. Talvez o circo fosse mais voltado para o público adulto. Acho que as maquiagens e o ar macabro faziam parte de sua estética, e as crianças deviam ser proibidas por conta disso, pois se assustariam com as maquiagens e os figurinos.
Os equilibristas saíram do palco, e um mágico que engolia espadas entrou. A audiência, entusiasmada, aplaudiu ao ver o mágico engolir as espadas, e eles esperavam ansiosos para ver o próximo ato que ele faria. O mágico sorriu, preparando-se para começar o show. Todos estavam curiosos para ver o que aconteceria a seguir.
O palhaço entrou no palco com um objeto grande, coberto, indo para trás das cortinas e voltando com quatro pessoas. Elas estavam nuas? Acabei de comer minha pipoca, sentindo-me um pouco tonta. Olhei para o público. Eles pareciam um pouco zonzos também, assim como as pessoas que estavam no palco. O palhaço mostrava uma expressão estranha no rosto, como se estivesse esperando alguma coisa, talvez alguém mais. O que ele estava planejando fazer com aquelas pessoas nuas?
O palhaço mostrou as pessoas à frente para o público. Elas estavam com pesos nas pernas. Ele descobriu o objeto, revelando um berço de Judas.
Aproximando-se das pessoas, ele mostrou a elas um pedaço das estacas afiadas no interior do berço. As mesmas não pareciam ter noção do perigo em que estavam. Arregalei meus olhos. Ele se encostou na pessoa, que se contorceu de dor em cima do objeto, gritando. Essa cena era horrível! Queria sair dali e chorar, mas meu corpo não tinha forças para isso. Olhei em volta, vendo que as pessoas dos outros assentos estavam em um estado pior que o meu. Todos ali dentro estavam dopados.
Ele puxou um dos pesos para baixo, fazendo a pessoa gritar e implorar para parar. Ela implorava por misericórdia, pedindo a Deus para salvá-la. Lágrimas saíram dos meus olhos ao ver aquela cena. Ele olhava para mim com um sorriso macabro. Não tinha escolha: ou olhava para a cena de tortura, ou para ele.
Estava chocada com a morte da primeira vítima, mas antes que tivesse tempo de lidar com meu trauma, o equilibrista surgiu de trás da cortina com uma serra transversal. O mágico amarrou as mãos da segunda pessoa, pendurando-a com uma corda que vinha do teto. O palhaço pegou um lado da serra e o mágico, o outro, e começaram a serrar a vítima ao meio.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Eu_aleatória
voltei a ler hj
2024-11-18
0
xpazy_soareszx_
nossa vey me dá quero 🫦
2024-08-05
2
adora yaoi
gente asmei tava procurando muito uma fanfic assim
2024-06-20
4