...Tayler...
Eu fiquei observando-a no momento em que ela entrava, tão despreocupada... Quando a vi vindo em direção à barraca de pipoca e algodão doce, vi a oportunidade de me aproximar de uma vez por todas.
— Uma pipoca e um algodão doce, por favor? — Não consigo fazer nada, exceto olhar fixamente. Os traços são idênticos aos dela: os cabelos loiros extremamente claros, os olhos azuis, a pele rosada, o nariz pequeno e a boca em forma de coração vermelha.
Percebo o seu desconforto e falo:
— Doce ou salgado?
Ela parece confusa, como se não entendesse o que eu estou falando, e me divirto com a situação.
— Como assim? — pergunta, confusa.
— A pipoca, não é? — digo, com deboche. O jeito distraído e a falta de atenção também são iguais. Meu pai odiava essa parte dela.
— Doce, então! — fala, constrangida.
— Você não gosta de coisas salgadas, moça? — pergunto, com duplo sentido. Suas bochechas ficam vermelhas. Neste momento, meu coração dá um baque alto, parece que vai sair do meu peito. É igualzinho: essa expressão é dela, essa pele de porcelana, os seus dentes pequenos, seu nariz pequeno parecendo um botão, sua voz doce. Tudo é dela!
— É que eu tenho pressão alta, então evito coisas salgadas, sabe...
Meu Deus, até isso? Me pergunto se não são a mesma pessoa. Talvez mãe e filha? Não, impossível. As únicas pessoa com quem minha mãe ficou na vida são nossos pais.
— Ótima escolha! — Me viro, indo em direção à máquina de algodão doce. Tenho que parar de olhar para ela antes que meu coração exploda dentro de meu peito.
— Onde foi todo mundo? — pergunta. Bom, realmente, todos estavam entrando para assistir ao "espetáculo". Só vim atender porque quem estava vindo era ela. Eu já devia estar lá dentro; meus irmãos devem estar me esperando para começar.
— Lá dentro — aponto para a lona. — Esperando para assistir ao espetáculo.
Me viro para entregar o algodão doce e a pipoca.
— Estou com medo de comer essa pipoca! — diz, pegando a pipoca da minha mão com receio, o que é divertido.
— Não é como se eu tivesse colocado veneno aí, ratinha! Eu acho... — falo, divertido, soltando uma gargalhada. Coloco a mão dentro do saco de pipocas e as coloco na sua boca, forçando-a a engolir. Isso me dá uma sensação de poder.
— Não, parece que você colocou veneno aqui! — diz, com a boca cheia. Bom, na verdade, coloquei sim. Não só nas coisas dela, mas também nos alimentos de todo mundo. Me pergunto se ela percebeu. De qualquer forma, já é tarde demais para ela. Seguro sua boca com a mão, forçando-a a engolir a pipoca.
— Engula tudo, ratinha! — digo, com tom autoritário, me divertindo com essa situação terrível.
Já estou bastante atrasado e meu "algodão doce rosa", que tem cabelos loiros, já está me tirando a paciência! Agarrando-a por trás, a levo em direção à lona.
Quase dentro do local do espetáculo, ela trava os pés no chão. Olho, sentindo seu medo. Ela viu a placa: "Proibido a entrada de crianças para este espetáculo". É uma placa grande, escrita em negrito. Obviamente ela enxergaria.
— Vamos assistir ao espetáculo e você vai ver que não tem nada com o que se preocupar! — tento acalmá-la. É divertido vê-la com medo, mas não quero que ela me odeie.
Quando minha mãe ficou grávida de Jeremy, meu irmão mais velho, meu pai proibiu a entrada de crianças. Quando o circo for nosso, pretendemos continuar com essa regra. Nunca faríamos nada contra seres inocentes.
Acabamos de entrar no local do espetáculo. Me aproximo de Maeson, meu irmão mais novo, que sempre foi o maior de nós, muito parecido com nosso pai. Todos somos gigantes, mas Maeson se supera no quesito força.
Me aproximo dele, sussurrando em seu ouvido:
— Cuide dela, Maeson. Não a deixe ir embora também...
Meu irmão me olha incrédulo, colocando os olhos na ratinha. Ele os arregala no momento em que seu olhar bate nela, com toda sua atenção. Sim, ele percebeu também. Gosto disso.
— Quero que ela fique bem na frente, para assistir melhor, ok? — Saio, deixando-a sob os cuidados de Maeson.
Sei que, se a deixar sozinha, ela vai tentar alguma coisa. Não que ela fosse muito longe depois de comer aquela pipoca, mas não posso correr riscos.
Atrás da cortina, vejo meu irmão Jeremy empurrando as jaulas com os nossos espetáculos dentro. Os equilibristas estão entrando para fazer a parte deles na apresentação. Boa parte deles é da minha família.
— Jeremy, pode pegar suas coisas para se preparar para sua apresentação de mágica. — Mesmo possuindo poucas características da nossa mãe, ele ainda é o mais parecido com ela. Herdou seu dom para mágica e engolir espadas.
— Você está atrasado, Tyler! — Jeremy é uma pessoa extremamente calculista, resumindo, ele é um "chato". Pratica todos os seus atos milimetricamente para obter os melhores resultados.
— Estava fazendo coisas que são irrelevantes para você, irmão! — respondo, puxando uma das correntes da perna de uma das pessoas que estão saindo de dentro da jaula, fazendo-a cair. Jeremy me olha com desaprovação. Olho pela fresta da cortina, enxergando a primeira fileira de bancos. Lá está ela, comendo seu algodão doce, hipnotizada pela apresentação dos equilibristas.
— Olhe na primeira fileira de bancos e descubra por si mesmo. — falo, sorrindo, indo escolher um dos instrumentos de tortura vitoriana que temos.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Tercilia Silva
mano eu amei
2025-03-21
0
gabizzk
GENTE??, QUE MARAVILHA DE HISTÓRIA, MEU DEUS , COMO ESSA HISTÓRIA NÃO APARECEU PARA MIM ANTES?
2024-06-27
13
adora yaoi
ain meu deus q nervoso será q vai dar merda para ela
2024-06-20
0