O Caso da Shadow Serpents

Derek liga para Ryan e Jake, informando sobre a reunião informal dos Londoners no estacionamento de um shopping e pedindo a presença de todos.

— Ryan, Jake, aqui é o Derek. Os Londoners vão ter uma reunião informal no estacionamento de um shopping. Preciso que vocês estejam lá. Levem o idiota do nosso líder, ele precisa se acostumar com isso. — explicou.

Ryuji nunca havia feito isso na vida. O trio simplesmente matou aula, fugindo por um dos muros.

— Sinto que vou pro inferno por isso. — comentou Ryuji.

— Gosto mais das reuniões formais. — disse Jake.

— Como assim? Qual a diferença? — questionou Ryuji.

— As informais são para orientar os novos membros, ou pra explicar o que estaremos fazendo daqui pra frente. É tipo um plano de ação, que pode ser repassado de boca a boca. — explicou Jake.

— Mas os formais, são reuniões sérias para apresentar algo, fazer algum anúncio, ou expulsar alguém. E todos devem estar usando a roupa da gangue. — pontuou Jake.

— E quando eu ganho a minha? — pergunta Ryuji.

— Você deve ganhar em breve, a divisão financeira da gangue ainda não foi criada, mas creio que em breve, todos teremos uma. — disse Jake.

— Divisão financeira? — questionou Ryuji.

— Sim, nós temos divisões específicas para cada pilar de organização. É assim que Alexandre faz a gestão do grupo. — disse Ryan.

Ryuji se mostrou impressionado.

O trio chega ao local. Ryan e Jake vão falar com seus amigos. Ryuji, deslocado da reunião, encontra seus amigos protagonistas Ethan, Léo, Tommy e Alex. Que, após uma breve interação e a chegada de Derek, Richard começa a falar.

— Já acabaram de conversar? — questionou Richard.

Ryuji nota a presença de outros dois garotos próximos a Richard, tão imponentes quanto Breno.

Todos se organizam para formar um corredor enquanto Alexandre passa, vestindo a roupa formal da gangue. completamente branca com a frase "poder supremo" nas costas.

— Bom trabalho Supremo comandante! — gritam todos.

— A reunião vai começar! — exclamou Richard. — Caso não conheçam, estes são Miguel Cromwell e Harold Kensington. São os Capitães da Segunda e Terceira Divisões. — apresentou Richard.

Os capitães da Segunda e Terceira divisões se encontram vestindo seus uniformes escolares, e se encaram.

A Segunda Divisão é liderada por Miguel Cromwell, um garoto de estatura média, mas com uma presença imponente. Seus cabelos castanhos escuros são sempre mantidos em um penteado impecável. Ele é especialista em savate francês, muay thai e jiu-jitsu brasileiro.

Harold Kensington lidera a Terceira Divisão, com sua aparência elegante e porte atlético. Seus cabelos loiros são cuidadosamente penteados para trás. Harold é habilidoso em kickboxing, karatê tradicional e capoeira.

— A atmosfera mudou completamente na hora em que Alexandre se pôs a frente de todo mundo. Essa é a imponência que o Comandante Supremo tem... — comentou Ryuji.

— Estamos reunidos aqui por causa do "Caso Shadow Serpents". Quando eles vierem nos enfrentar, sera uma briga sangrenta. — disse Alexandre.

"Uma disputa de território? Que merda é a Shadow Serpents?" — pensou Ryuji.

— Se vamos nos enfrentar de fato, será perto do festival de verão. Neste mesmo local... — argumentou Alexandre sentando no chão e encarando os poucos que apareceram. — Sendo assim, vou ouvir o que cada um pensa. — sorri.

Ryuji pareceu confuso com a situação.

— Você é o novo líder da Divisão Especial de Ataque, certo? — perguntou Miguel.

— Si... Sim! — respondeu.

— Explique para ele, eu também não sei muito sobre o ocorrido. — comentou Richard.

O capitão da Segunda Divisão leva suas mãos aos bolsos e explica a situação.

— Um amigo próximo do capitão da Terceira Divisão foi atacado, roubado e sua namorada abusada pelos membros da gangue Shadow Serpents.

— Como assim? Nós não controlamos tudo? Como ousam nos enfrentar assim? — questiona Ryuji.

— Somo uma gangue nova, tenha calma.

O capitão da Terceira Divisão acrescenta.

— Os Shadow Serpents são uma gangue de motoqueiros relativamente grande, que controla os arredores do Instituto Imperial, é duas gerações mais velha que os Londoners, tem mais membros e é visivelmente mais influente. Não é algo que podemos enfrentar de cara. — argumentou Harold.

"Isso não é só uma brincadeira. Estamos com sérios problemas." — pensou Ryuji.

— Sei que estão cochicando, mas foi isso mesmo. Os membros desta gangue se reuniram e foram pra cima do amigo de Harold. Eles abusaram de sua namorada bem na sua frente, amarraram ele e levaram tudo em seu apartamento. — pontuou Alexandre. — E como último recurso, Harold foi procurar conselho comigo... — explicou.

— Esta não é mais uma briguinhas de crianças, não é? — perguntou Miguel.

— Que horrível... Eles são apenas dois anos mais velhos que nós... — comentou Ryuji.

— Eles são mais velhos que nós... E acho que não podemos deixar que eles saiam desse jeito. Mas é frustrante, sabe? Vai gerar muitos problemas para todo mundo se formos atrás de confusão... — desconversou Harold.

— Você quer fazer isso? — perguntou Alexandre.

— Nós temos poucas pessoas... E... — Alexandre o interrompeu.

— Não foi isso que eu perguntei! — exclamou Alexandre. — Você quer fazer isso, ou não? — completou.

— Eu quero fazer isso! Quero espancá-los até a morte, porra! — gritou Harold.

O clima na sala ficou tenso após Harold expressar sua vontade de confrontar os Shadow Serpents de forma tão violenta. Alexandre franziu a testa, preocupado com a impulsividade de seu colega.

Enquanto Harold falava, as palavras ecoavam na mente de Alexandre. Ele entendia a raiva e a frustração de Harold, mas sabia que agir impulsivamente poderia trazer sérias consequências para todos. Pensou nas implicações legais de um confronto violento, nas possíveis represálias da gangue rival e no impacto que isso teria na reputação dos Londoners.

Por outro lado, havia a pressão do grupo, o desejo de não parecer fraco diante dos outros capitães. Alexandre sentia o peso da liderança sobre seus ombros, a responsabilidade de tomar decisões que afetariam a todos. Uma parte dele queria apoiar Harold, entender sua raiva e canalizá-la de forma estratégica. Mas outra parte sabia que precisava agir com cautela, pensar nas consequências a longo prazo e evitar uma escalada desnecessária de violência.

A tensão no ar era palpável. As palavras de Harold refletiam o sentimento de muitos membros da gangue, mas também traziam à tona o dilema moral e as preocupações práticas que acompanhavam a ideia de confronto. A atitude impulsiva de Harold poderia desencadear uma série de eventos perigosos e potencialmente catastróficos, deixando todos vulneráveis ​​e colocando em risco não apenas a integridade física, mas também a reputação e a segurança de todos os envolvidos.

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