Guarda-Costas

Ryuji pensava em como usar suas chamas novamente. Se alguém mais via aquilo, ou se era coisa de sua cabeça. ele estava pronto para avançar contra o desconhecido, ou bater em retirada e pedir ajuda se fosse necessário.

— Acalme-se garoto, eu não quero machucá-lo...

— O que faz na minha casa? Quem é você?

— Eu sou Benedict Hartley, o Capitão da Quinta Divisão dos Londoners. Precisava saber onde você mora. Não é nada pessoal, é apenas parte da nossa organização. — explicou Benedict, mantendo uma expressão serena.

Ryuji meio que abaixou a guarda. Benedict se virou de costas e mostrou o número cinco, bem como a jaqueta branca que veste.

— Se você conheceu o Breno, sabe que ele usa uma igual.

— É mesmo... — Ryuji não havia percebido, mas tinha que mostrar conhecimento de causa.

Ryuji respondeu com um aceno compreensivo.

— Ah, entendo. Eu moro aqui mesmo. Não é uma grande mansão, mas é um lar. — disse ele, indicando sua modesta casa.

Benedict assentiu, parecendo satisfeito com a informação.

— Ótimo. Bom, foi um prazer conhecer você, Ryuji. Nos vemos em breve, tenho certeza. — despediu-se Benedict, virando-se para partir.

Ryuji observou-o partir por um momento antes de entrar em casa, refletindo sobre o encontro e sobre o que o futuro poderia reservar.

"Como esse cara sabia onde eu morava? Será que ele fez isso com os demais? Que cara estranho." — imaginou.

Ryuji se jogou na cama, exausto. O dia tinha sido longo e cheio de emoções intensas. Ele fechou os olhos, mas sua mente estava a mil. Pensava nas lutas, na discussão com Derek, nos invasores e na visita inesperada de Benedict Hartley.

— Que dia... — murmurou para si mesmo, revirando-se no colchão.

Ele se perguntou como seria sua vida daqui para frente, sendo agora um líder de gangue e ao mesmo tempo um estudante comum.

"Será que posso equilibrar as duas coisas?" — pensou Ryuji antes de finalmente cair no sono.

Anoiteceu rapidamente. Ryuji não era de jantar em casa desde que sua mãe faleceu. Seu pai sempre levava para jantar fora, mas como ainda estão de mudança, e o trabalho de seu pai lhe exigia muito, era comum vê-lo dormir sem comer.

Em pouco tempo, o sol deu o seu ar da graça. O amanhecer em Londres era uma sinfonia de cores e sons. Os primeiros raios de sol iluminavam a cidade, refletindo nas fachadas históricas e nos arranha-céus modernos. As ruas começavam a ganhar vida com o movimento das pessoas indo e vindo, o barulho dos carros e o canto distante dos pássaros. Londres, com sua mistura única de tradição e modernidade, mostrava seu charme matutino. Os mercados começavam a abrir, os cafés recebiam os primeiros clientes e a vida pulsava em cada esquina.

Ryuji desceu as escadas e encontrou a cozinha vazia. Seu pai não estava lá, mais uma vez. No entanto, a mesa estava posta com um café da manhã simples, mas cuidadosamente preparado.

— Ele saiu cedo de novo... — disse Ryuji para si mesmo, sentando-se para comer.

Ele pegou uma torrada e um copo de suco, pensando na rotina solitária que sua vida se tornara. Apesar da ausência constante, sentia o carinho de seu pai em cada pequeno gesto.

Ryuji vestia o uniforme do Instituto Imperial: uma camisa branca impecável, gravata azul-escura, blazer cinza com o emblema da escola no bolso, calças cinza e sapatos pretos bem polidos. O uniforme refletia a tradição e a disciplina da escola.

Ele se olhou no espelho, ajustando a gravata. Respirou fundo e pegou sua mochila, pronto para enfrentar mais um dia.

— Vamos lá, Ryuji. — disse para seu reflexo, tentando se animar.

Essas cenas foram escritas para mostrar a complexidade da vida de Ryuji e o contraste entre suas responsabilidades escolares e agora, suas exigências do mundo das gangues. A narrativa foca na clareza e coerência das falas, na caracterização dos personagens e nas transições suaves entre as cenas, conectando-as de forma a aumentar o impacto dos acontecimentos. Afinal, primeiro conhecemos o Ryuji lutador, que mesmo sentindo-se fraco, venceu seus desafios, e agora, precisa continuar vivendo e levando sua vida.

Assim que Ryuji saiu de casa, viu rostos familiares.

— Eu quase bati na porta. Você demora demais. — comentou Ryan Marine, um rapaz alto e musculoso, com um ar de impaciência.

— Queria ter jogado uma pedra, mas não seria de bom tom. — rebateu Jake Red, um jovem esguio, de cabelo bagunçado e expressão maliciosa.

— O que vocês estão fazendo na minha casa? E por quê? — questionou Ryuji, franzindo a testa.

O som barulhento de uma moto antiga rasgou as ruas. Era ninguém menos que Derek, com Rebecca na garupa.

— Ryan e Jake eram os meus guarda-costas, e agora, são os seus. — disse Derek, desligando a moto.

— E por que eu preciso disso? — perguntou Ryuji, cruzando os braços.

— Você ainda não se deu conta, certo? Fique tranquilo, esses idiotas são filhos de pais ricos, então, vocês três estudam na mesma escola. — explicou Derek com um sorriso sarcástico.

— É só manter-se seguro até podermos lhe desafiar novamente, e aí, o Derek será o novo Líder. — debochou Rebecca, acenando desdenhosamente.

Ryuji abriu a boca para rebater com um comentário sarcástico, mas Derek ligou a moto e saiu depressa, deixando-o confuso.

— Hã? — Ryuji estava confuso, observando a moto desaparecer na distância.

Sei que parece confuso, mas Ryuji precisa de guarda-costas por várias razões. Como o novo líder, Ryuji se tornou um alvo potencial para outras gangues rivais que podem querer desestabilizar sua posição ou usar a violência para enviar uma mensagem. Ryuji ainda está se adaptando ao seu papel de liderança e não possui a mesma experiência ou habilidades de combate que outros membros veteranos da gangue, o que o torna vulnerável a ataques. Andar pela cidade sem proteção aumentaria o risco de emboscadas, especialmente em áreas controladas por gangues rivais. E com Ryan e Jake na mesma escola, eles podem protegê-lo durante o horário escolar e garantir que ele não seja atacado em um ambiente onde seria mais vulnerável.

— Onde eu fui me meter... — comentou Ryuji.

— O que disse? — replicou Jake.

— O que estão falando? — triplicou Ryan.

Um dia nada fácil estava tendo início.

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