A indecisão de Ryuji?

A luta entre Ryuji e Derek havia terminado, deixando todos ao redor atônitos e em silêncio. A tensão no ar começou a se dissipar quando Alexandre, o Comandante Geral da gangue, se aproximou dos dois lutadores, um sorriso de aprovação se formando em seus lábios.

— Vocês dois foram incríveis — começou Alexandre, sua voz firme, mas amigável. — Essa foi uma das lutas mais intensas que já vi. Parabéns, Derek. Parabéns, Ryuji.

Derek, ainda recuperando o fôlego, assentiu. Ryuji, embora cansado, manteve a postura séria e respeitosa.

— Não tenha pena de mim, não tenho o que comemorar ou ser parabenizado, a mancha desta derrota irá me assombrar até o dia em que nós iremos nos enfrentar novamente — disse Derek, tentando mascarar a dor que ainda sentia dos golpes de Ryuji.

Ryuji ficou sem palavras. Ainda não entendia muito o que havia acontecido. Ele nunca tinha lutado com tanta intensidade assim antes e nenhum outro desafiante lhe assustou mais do que Derek. Muito ofegante, Ryuji buscava forças para se manter de pé.

De repente, um som agudo cortou o ar, seguido por um pequeno impacto. Alexandre fez uma careta de dor, segurando o braço. Todos os olhos se voltaram para ele, vendo uma pequena marca vermelha onde uma pistola de chumbinho o atingiu.

— Mas que diabos... — exclamou Alexandre, apertando o local atingido, uma mistura de surpresa e raiva em seu rosto.

Richard foi o primeiro a se mover, seus olhos frios e calculistas examinando a área ao redor.

— Quem foi o idiota que fez isso? — perguntou Richard com seu tom baixo, mas carregado de ameaça.

Moe, ao lado de Richard, cerrou os punhos e fez crescer seu bastão, claramente irritada.

— Isso é uma falta de respeito! Quem se atreve a atacar nosso Comandante assim? — gritou Moe com seus olhos fervendo de raiva.

Alexandre ergueu a mão, pedindo calma.

— Não adianta perder a cabeça agora — disse ele, olhando em volta. — Vamos descobrir quem foi o responsável por isso. E quando descobrirmos, ele vai pagar.

Ryuji e Derek trocaram um olhar rápido, ambos percebendo a seriedade da situação. Derek conseguiu se levantar e se alongar, ainda ofegante, mas determinado.

"Ele se recupera muito rápido das quedas e das pancadas." — imaginou Alexandre.

"Parece que não está sentindo nada, mesmo com minha mão doendo demais." — pensou Ryuji.

— Vamos cuidar disso, chefe. Vamos achar quem fez isso e garantir que não aconteça de novo — disse Derek com seus olhos brilhando com uma determinação renovada.

Ryuji assentiu, concordando silenciosamente com Derek.

— Sim, estamos juntos nessa. Ninguém ataca nosso líder e sai impune — acrescentou Ryuji num timbre de voz firme.

Alexandre olhou para os dois, satisfeito com sua lealdade.

— Certo. Vamos resolver isso juntos. Mas por enquanto, precisamos manter a calma e a ordem — disse Alexandre, sua voz voltando ao tom autoritário de costume.

A gangue inteira murmurou em concordância, a tensão no ar agora transformada em uma determinação silenciosa.

Breno que estava observando atentamente o ambiente quando notou duas figuras em roupas vermelhas em cima de um dos muros da escola. Seu olhar se estreitou ao reconhecer os símbolos da gangue rival, conhecida por seus ataques traiçoeiros.

— Ei, vocês aí! Desçam desse muro agora! — gritou Breno, avançando na direção dos invasores.

Ele apanhou uma pedra no chão e a arremessou com tanta força, que machucou o invasor que estava encima do muro, o fazendo levar suas mãos ao rosto, deixando o que iria recebê-las sozinho, sem conseguir subir no muro. Eles se encaram sem saber o que fazer. Os dois hesitaram por um momento, mas um deles saltou para o chão, pronto para confrontar Breno.

"Isso é suicídio, não lute sozinho contra Breno, esse cara é um animal." — disse o que estava encima do muro.

— Achou que podiam nos pegar desprevenidos, não é? — disse Breno, com um sorriso desdenhoso. — Bem, não vai ser tão fácil assim.

Ele armou um chute, mas socou o invasor com força. O jovem consegue bloquear o ataque, mas aquilo havia doído de verdade. Enquanto Breno confrontava o primeiro invasor, ele percebeu o movimento rápido de outro membro da gangue se esgueirando pelos muros.

— Cuidado, pessoal! Podem ter mais deles do lado de fora! — alertou Breno.

Os demais membros da gangue, começaram a se mover em direção ao portão, a tensão crescendo à medida que a possibilidade de uma invasão total se tornava real. De repente, um som agudo cortou o ar e Breno sentiu uma dor intensa no rosto. O segundo invasor que estava encima do muro, havia surgido para ajudar seu amigo, acertado Breno com um tiro de chumbinho. Breno cambaleou, mas manteve-se firme, sua expressão endurecendo com a dor. Ele avançou contra o atirador, desferindo um soco poderoso que fez o inimigo desmaiar instantaneamente.

— Pensaram que poderiam nos derrubar facilmente, huh? — murmurou Breno, enquanto os outros membros da gangue se aproximavam.

Vendo a possibilidade de crescer para cima de Breno, o rapaz que antes havia bloqueado o golpe, sorri e o encara. Contudo, a pior dupla de todas havia chegado primeiro para ajudar Breno, a primeira visão que o rapaz teve foi das chamas roxas e vermelhas incendiando as costas de Breno, com proteção extrema. Eram Derek e Ryuji.

Ryuji, contudo, observando a cena, hesitou ao ver o invasor que claramente iria correr de volta para cima do muro. Ele sabia que não deveria atacar com força total, pois não via esses intrusos como inimigos de verdade, diferente do sentimento que sentia em relação ao Derek e o seu trio.

— Ryuji, o que está esperando? — gritou Derek, avançando apesar de seus próprios ferimentos. Ele atacou o imprevisível invasor com contundência, derrubando-o com um golpe brutal.

Ryuji correu para impedir mais violência, mas Derek se virou para ele, furioso.

— O que diabos você pensa que está fazendo, Ryuji? — vociferou Derek. — Eles invadiram nosso território. Não podemos mostrar fraqueza!

— Mas isso não está certo, Derek. Eles já foram derrotados. Não precisamos continuar atacando — retrucou Ryuji num tom bem mais baixo, sem sua voz firme, mas cheia de dúvida.

— Você é um membro de gangue agora, Ryuji. Um líder. Você precisa agir como tal — respondeu Derek, seu olhar duro e intransigente.

— Mas que porra é essa que você pensa que está fazendo? Você é o Líder da Divisão Especial de Ataque, agora. Se não aguenta com a pressão, vai embora desse lugar,agora. — esbravejou Breno, que mesmo pingando sangue, aguentava sem hesitação nenhuma em seu olhar.

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