Capítulo Quatro.

Kang Sung-hoon nem sempre foi tão rico como é hoje. Aos quinze anos, seu pai perdeu a visão, o que mudou a vida da família. O pai perdeu o emprego e a vontade de viver. Kang decidiu então criar um protótipo de lentes de contato com inteligência artificial, capazes de proporcionar a uma pessoa cega a visão do mundo de forma artificial, através de um holograma idêntico ao usuário da lente após colocá-la.

Esse holograma poderia mostrar lugares, cores, paisagens e tudo que existe no mundo real.

Alguns investidores se interessaram pelo protótipo de Kang Sung-hoon, e ele finalmente poderia dar ao pai a chance de sentir a alegria da vida. Contudo, no mesmo dia, seu pai faleceu. Kang desistiu do projeto, os investidores ficaram furiosos, mas ele criou um novo produto, que fez com que todos lucrassem mais e investissem nele. Kang decidiu então criar sua própria empresa, vendendo suas criações com inteligência artificial.

Após três anos, tornou-se o homem mais jovem, rico e poderoso, presidente de sua própria empresa no Japão. Com apenas dezoito anos, abriu outra filial em Seul e pretendia morar na cidade natal de sua mãe.

Kang Sung-hoon buscou por meses pela mulher com quem passou a noite em Seul, mas quanto mais procurava, menos sabia sobre ela.

Ha-ri morava no Japão há meses, desde que foi expulsa da casa do tio. Mudou-se para o apartamento deixado como herança e alugou a casa onde morava com os pais. Conseguiu uma vaga como engenheira robótica na empresa Kang-Gisul e, após um mês no emprego, descobriu que estava grávida.

Apesar de não saber quem era o pai, sentia-se feliz por gestar um bebê que seria sua família. Recebeu apoio dos colegas de trabalho, que fizeram uma linda surpresa com presentes para o bebê.

Quase sete meses após sua mudança para o Japão, numa manhã de sábado, Ha-ri sentiu fortes contrações. Sua vizinha Yuna a ajudou, levando-a para o hospital. Naquele dia, teve um parto prematuro, e seu bebê era um menino.

Devastada e com medo de perder o filho, os dias na maternidade pareciam uma eternidade. O bebê nasceu com baixo peso e síndrome do desconforto respiratório.

Ha-ri enfrentou dores e dificuldades sozinha, compreendendo o amor incondicional de uma mãe. Após a alta do filho, uma notícia mudaria suas vidas para sempre: Jinwoo, devido às condições do nascimento prematuro, adquiriu a retinopatia de prematuridade, uma doença que compromete a vascularização da retina. Apesar dos esforços de Ha-ri, Jinwoo não poderia enxergar.

Anos se passaram, e agora Ha-ri era uma engenheira conhecida no Japão. A empresa Kang-Gisul fez uma proposta irrecusável para que ela se tornasse diretora da equipe de engenharia robótica na filial de Seul.

Ao chegar em casa, Ha-ri foi até o quarto do filho Jinwoo.

— Mamãe! A senhora chegou finalmente — falou o pequeno Jinwoo, que, mesmo sendo cego, conseguia sentir o perfume de sua mãe no ambiente.

— Filho, a mamãe recebeu uma proposta de emprego, mas teríamos que nos mudar para Seul.

— Vamos fazer as malas agora? — Jinwoo perguntou entusiasmado.

O robô criado por Ha-ri para ajudar seu filho a encontrar itens e auxiliá-lo em tudo o que precisasse escuta tudo e então diz:

— Amigo Jinwoo, seus batimentos cardíacos estão acelerados.

Ha-ri não sabia, mas seu filho era fã do presidente Kang. Ele sonhava em conhecê-lo pessoalmente, pois queria pedir para que o protótipo criado por Kang anos atrás pudesse se tornar um produto, permitindo que ele usasse as lentes de contato para descobrir como é o mundo através de uma inteligência artificial.

Continua...

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