Capítulo Três.

— Deixem-me a sós com a Ha-ri — diz Yoon.

Yebin e Kana parecem irritadas, mas fazem o que ele pediu. Assim que as duas saem, Ha-ri pensa em contar a verdade ao seu tio, mas sabe que ele não vai ficar do lado dela.

— Seu pai tinha muito orgulho de você. Quando tinha dez anos, ganhou o melhor prêmio por inovar na feira de tecnologia. Você sempre foi muito inteligente. Toda vez que a vejo, lembro dele. Mas o que fez ontem, isso foi algo que ofendeu a nossa família. Quando seus pais faleceram, apesar de não lhe dar o carinho e atenção que merecia, dei a oportunidade de estudar, paguei seus cursos, suas viagens para feiras tecnológicas. Mas depois de desonrar nossa família, terei que pedir que saia da minha casa. Seu pai deixou como herança um apartamento e uma casa no Japão. Já dei seu contato ao advogado, e você pode fazer o que quiser. Mas tem até amanhã para deixar esta casa.

O tio de Ha-ri sai do quarto. Ela tranca a porta e chora. Vai até o banheiro, liga o chuveiro e tenta limpar o corpo como se pudesse apagar o que aconteceu na noite passada.

Ela está exausta, sai do banho, veste a primeira roupa que vê e faz as malas. Depois, deita na cama e cai em sono profundo.

Enquanto isso, na empresa Kang-Gisul...

— Bom dia, Presidente Kang — diz Hyun, seu melhor amigo.

— Obrigado pelo presente. Não esperava que no mesmo dia, ao voltar do Japão para Seul, você mandaria uma acompanhante de luxo para o meu quarto no hotel. A propósito, quem lhe falou onde eu estava hospedado? — pergunta o presidente Kang.

— Do que você está falando? Eu não enviei uma acompanhante de luxo para você. Pensei que estaria cansado da viagem e não iria querer perder uma noite acordado — fala Hyun, sentando na poltrona dentro do escritório do presidente.

— Se não foi você, como aquela linda mulher foi até o meu quarto? Tive a melhor noite da minha vida com ela — ele fala, pensando na noite passada.

— E na manhã seguinte? Não pegou o número dela? — pergunta Hyun, mexendo no celular.

— Fui tomar banho para finalmente dormir, mas quando voltei, não havia rastros dela. Perguntei na recepção, mas ninguém a viu sair do hotel.

— Deve ter sido apenas um sonho. Que mulher sumiria após passar a noite com o presidente Kang? Vi em uma revista que pessoas cansadas acabam sonhando — Hyun fala, olhando as câmeras do hotel.

— Tenho certeza de que não foi um sonho.

— Como pode ter tanta certeza assim? — pergunta Hyun, agora olhando para o presidente.

— Minhas costas estão arranhadas, mas também sei que não foi um sonho.

— Encontrei! — fala Hyun olhando para o celular, as câmeras de vigilância do hotel.

— Quero saber o nome dela, o que ela faz — fala o presidente Kang.

— Pelo que estou vendo aqui, ela entrou nesse hotel com outra mulher. Beberam um drink e depois foram até a porta do seu quarto de hotel. Não consigo entender o que essa outra mulher está falando, mas depois que a mulher com quem você passou a noite entra no seu quarto, a que estava com ela sai.

— Consegue pegar as filmagens a partir das sete da manhã de hoje? — pergunta ele, pensando em Ha-ri.

— As câmeras foram apagadas, estranho. Não há registros das câmeras nesta manhã — Hyun fala confuso.

Hyun era um programador, melhor amigo de Kang Sung-hoon. Ele conseguia resgatar dados de todos os locais, através do seu programa criado pela empresa de tecnologia Kang Gisul.

Continua...

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