Capítulo Doze.

Na tranquila casa do pai de Jinwoo, Ha-ri encontrou um novo capítulo na sua vida ao decidir morar com Kang, o pai do seu filho. O ambiente acolhedor ressoava com risos e o som suave dos passos de Jinwoo, um menino notavelmente inteligente, apesar da sua deficiência visual desde o nascimento.

Kang, emocionalmente investido na nova dinâmica familiar, via nessa convivência uma oportunidade de conquistar novamente o coração de Ha-ri. Seus olhares apaixonados e gestos atenciosos eram uma tentativa de reacender uma chama que ambos compartilhavam. No entanto, para Ha-ri, as cicatrizes de um noivado anterior, que terminou em dor e desilusão, eram sombras persistentes em seu coração.

A noite tranquila testemunhou os esforços de Kang em criar uma atmosfera especial. A mesa estava delicadamente arrumada com pratos coreanos, refletindo não apenas uma refeição, mas uma expressão de cuidado e carinho. A música suave preenchia o espaço, criando uma trilha sonora para as emoções que se desdobravam.

Ha-ri, embora tocada pelos gestos de Kang, hesitava em se entregar completamente ao amor. Seu passado havia deixado feridas profundas, tornando-a cautelosa em relação a novas experiências emocionais. A dor de um noivado desfeito ecoava em sua mente, agindo como uma barreira para as promessas românticas que Kang buscava fazer.

Jinwoo, no entanto, era a luz que permeava essa cena. Sua inteligência brilhava através das trevas da deficiência visual, provando que o amor e o apoio familiar eram mais poderosos do que qualquer desafio. Os momentos compartilhados entre mãe, pai e filho criavam um laço inquebrável que transcendia as incertezas do passado.

À medida que os dias se desenrolavam, a rotina familiar se transformava em um poema cotidiano. O riso de Jinwoo preenchia os cantos da casa, enquanto as refeições compartilhadas se tornavam uma celebração do amor renovado. Kang, persistente em sua busca pelo coração de Ha-ri, encontrava nas pequenas ações cotidianas uma maneira de expressar o seu compromisso.

Ha-ri, gradualmente, começava a perceber que a verdadeira cura residia na força da unidade familiar. A casa que uma vez parecia apenas um espaço físico tornou-se um refúgio emocional. A resistência de Ha-ri começou a ceder, à medida que ela testemunhava a dedicação genuína de Kang e a alegria pura nos olhos de Jinwoo.

Em meio às estações que passavam, a família coreana que se formava ali era uma representação viva do poder do amor e da superação. Kang e Ha-ri descobriram que, juntos, poderiam ser a família que ele sempre sonhara. A casa, antes apenas um lugar, transformou-se em um lar onde corações curados encontraram paz e felicidade.

Na manhã seguinte, o radiante Jinwoo despertou com uma alegria palpável. Seu inseparável amigo, Chingu, embora não humano, irradiava uma felicidade contagiante ao testemunhar a harmonia entre sua criadora e o filho dela.

Após um café da manhã repleto de cumplicidade familiar, Chingu e Jinwoo dirigiram-se à escola. Kang deixou o filho nas dependências educacionais antes de seguir para sua empresa. Ha-ri chegou cedo, determinada a ver o novo projeto em pleno funcionamento. Sua prioridade inabalável era testemunhar o sonho de seu filho se concretizando.

—Bom dia Ha-ri, saiu cedo esta manhã, está tudo bem?—ele  perguntou, mas ela estava totalmente perdida em seu trabalho, lendo algumas anotações.

Absorta em seu trabalho, ela não notou a presença dele nem escutou suas palavras. Kang se aproximou, puxou a cadeira giratória em que ela estava sentada, capturando sua atenção de imediato. Com um toque sutil no lábio dela, a mesma  engoliu  seco , com a proximidade dele e então disse:

—O que deseja?

—O que desejo? Você! Quero a chance de mostrar o quanto merece a felicidade. Sempre fui solitário, mas desde aquela noite no hotel, desde que a conheci, ocupei estes últimos anos a  minha solidão com apenas o  desejo de vê-la novamente, sei que  passou por uma  situação  amorosa difícil, mas eu não sou o Kim, só preciso de uma única chance e nada mais.

Ha-ri sentiu a tensão no ar enquanto ela e o presidente Kang estavam sozinhos na sala da empresa.

Uma troca de olhares intensos revelava a atração que ambos tentavam resistir. O presidente, tomando a iniciativa, se aproximou lentamente, mãos trêmulas alcançando o rosto delicado de Ha-ri.

Ela o encarou por um momento e logo as troca de olhares foram aproximando os dois, até Ha-ri ceder, deixando que o pai do seu filho a beijasse.

Em um momento carregado de emoção, seus lábios se encontraram em um beijo apaixonado, selando um desejo que vinha sendo reprimido.

 O ambiente silencioso da sala foi preenchido pelo suave som do beijo, marcando o início de uma nova fase.

O toque de batidas na porta e a entrada de um funcionário, fez com que o beijo fosse interrompido às pressas.

Os dois se distanciaram e logo um dos funcionários que trabalhava com Ha-ri trouxe alguns dos cálculos, Kang ficou olhando os dois debatendo sobre o novo projeto, movido pelo ciúme, cada olhar que o colega de trabalho direcionava para ela, ele cerrava os punhos.

—Senhor Kang, precisa de algo?—Ha-ri pergunta constrangida, ao ver que ele estava ali, em pé, encarando-a.

— Irei para a minha sala, quando acabar a sua reunião, por favor informe-me—diz ele, encarando o seu funcionário que parecia não se importar com a presença do presidente.

Ele sai e deixa a porta aberta, propositalmente, mas Ha-ri levanta e fecha a porta, fazendo com que ele fique mais irritadiço.

Movido pelo ciúme, pede a sua secretária que leve uma xícara de chá na sala da Ha-ri.

Continua...

Continua...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***