Ana estava fazendo o almoço. A campainha soa e ela vai aflita atender, esperando ser Tessa. Mas era Eve.
_Bom dia dona Ana.
_ Bom dia Eve.
_ Eu preciso falar com a senhora. Eu sei que é muito ocupada e que a hora é inadequada. Mas é importante
_ Entre minha filha. Tessa não está. Deve chegar logo.
Ana foi com Eve para a sala. Depois dela recusar e agradecer as ofertas de água, suco.
_ Dona Ana, eu sinto muito por ter que falar com a senhora. Mas eu sou amiga de Tessa e preciso agir.
_ Aconteceu algo com a minha filha?
_ Bem, a senhora deve ter percebido mudanças no comportamento de Tessa. Até ser suspensa três vezes foi.
_ Sim. Foi um choque para Tales e eu. Conversamos com ela todas as vezes e obtivemos respostas vagas.
_ Ela está sob a má influência de Andrew. O rapaz problemático que infelizmente atraiu a atenção de Tessa.
_ Até psicólogo arrumei para Tessa. O filho de uma das minhas clientes é formado e ela contou a ele que se prontificou a atender Tessa gratuitamente.
_ E ela concordou com o tratamento?
_ Ela pareceu entusiasmada e foi uma vez. Mas não compareceu mais.
_ É complicado. Andrew tem um poder grande sobre ela. Túlio e eu tentamos de tudo para afastar Tessa do domínio dele. Mas ele a persuadiu contra nós. Agora ela nem olha mais para nós.
_ Eu estou desolada. A minha menina sempre foi tão dócil, obediente. Era excelente aluna. Agora corre o risco de perder a bolsa de estudos. E vai atrapalhar a faculdade.
_ Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não sei se a senhora sabe, mas Tessa está usando drogas ilícitas.
_ Meu Deus!_ Ana começa a chorar _ eu tinha medo de ver essa realidade e quis acreditar que ela não chegaria nisso.
_ Infelizmente chegou. E está muito perto de ser pega por inspetores da escola. Se isso acontecer, Tessa será expulsa e pior , irá para um centro de detenção juvenil.
_ Por tantos anos lutei contra o vício de Tales. Ela certamente está buscando a válvula de escape.
_ Tessa suportou muita dor e Andrew a domina por saber disso. Ela não é fraca. Apenas está frágil e cansada de tanto sofrer, quer anestesiar a dor.
_Exatamente como Tales fez desde o acidente de Sam. Agora ele está fortalecido e determinado.
_ Isso é bom, pois precisamos de muitas pessoas que amam Tessa para ajudá-la a sair dessa.
_ Com certeza. Você sabe onde ela está agora?
_ Sim. Eu a vi no parque próximo daqui. Se quiser posso ir lá com a senhora.
Ana desligou o fogo, tampou as panelas e saiu com Eve. Andaram uns três quarteirões e Ana viu uma cena que com certeza destruiu mais um pedaço do seu coração.
Tessa estava sentada no chão, com um baseado nas mãos e sorria totalmente alienada. E para piorar, oferecia comprimidos para quem se aproximava.
Enquanto Ana e Eve olhavam , Tales chegou e ficou surpreso ao ver a esposa na praça. Ele estava voltando do trabalho e trazia nos braços sacolas de compra. Ele acompanhou o olhar de Ana e seus olhos se apertaram.
Ele deixou as sacolas com Ana e foi até Tessa. Ela estava tão chapada que não viu o pai de imediato e quando o viu não teve tempo de correr. O pai a pegou no colo. E junto com Ana e Eve foram para casa, com Tessa se debatendo, gritando para o pai a soltar.
Em casa, Tales trancou a porta. Ana e Eve colocaram Tessa no chuveiro e ela se acalmou um pouco. Ana fez um chá, mas quando foi levar para a filha, ela dormia.
Ana chorou muito nos braços de Tales. Eve achou melhor ir embora.
_ Eu estou à disposição para qualquer coisa. Se precisarem de ajuda com uma clínica, por favor, não tenham receio de me falar.
_ Obrigado minha filha. Você é uma boa amiga.
Ana terminou o almoço e eles comeram em silêncio. Tales ajudou Ana a arrumar a cozinha. Depois foram ver Tessa. Ela dormia.
_ Tales, o que faremos?
_ Vamos procurar o padre Diogo. Ele é responsável pelos jovens. Tenho certeza que nos ajudará.
_ Como não vi que Tessa estava indo para o mau caminho?
_ Meu bem, não se culpe. Aprendi esses anos que a culpa é a nossa inimiga. Nós temos que agir. A nossa filha é uma menina muito boa e está pedindo ajuda. Agora é a minha vez de cuidar dela.
_ Fico muito feliz por ver você tão determinado, Tales. Vamos ajudar a nossa Tessa.
Tessa acordou duas horas depois. Estava confusa e quando viu onde se encontrava, levantou correndo e foi até a porta. Estava trancada. Ela bateu e gritou. Ao se virar, viu o pai sentado na poltrona gasta, com a colcha de ursinhos por cima.
_ Está com fome?_ Ele pergunta a ela com a voz macia e os olhos brilhando de amor_ a sua mãe caprichou no almoço. Está quentinho. Vem comer Tessa.
Ela olhou para o pai e viu que ele não estava bravo. Foi até ele, devagar. Sentou-se e começou a comer.
Quando terminou, limpou a boca no guardanapo. Olhou para o pai e sorriu.
_ Não está bravo comigo?
_ Não. Estou bravo com outras pessoas
_ Quem?_ Tessa pergunta, começando a mostrar hostilidade _ com aquela fofoqueira da Eve?
_ Eve é a sua amiga, Tessa.
_ Não sabe de nada papai.
_ Sim, eu sei. Eu sei que é uma pessoa muito especial para mim, para a sua mãe, para Eve e Túlio.
_ Eles são traidores. Os dois me abandonaram.
_ É isso que pensa mesmo, filha?
_ É a verdade. Quando não sou útil mais, sou trocada, deixada de lado. Sou uma inútil que não soube proteger Sam.
_ Minha filha, não foi culpa sua.
_ Tem razão pai. A culpa foi sua. Se não tivesse trocado a família pelo álcool, Sam não iria ser deficiente físico, e talvez o seu organismo conseguisse expulsar o veneno.
_ Por muitos anos carreguei essa culpa. E ela destruiu ainda mais a nossa família. A culpa me cegou a ponto de me tornar um egocêntrico que se vitimizava para anestesiar a dor. Está sendo cruel, não só comigo, pois se fosse eu aceitaria. Está sendo cruel com você, Tessa.
_ Desculpe pai. Eu não queria falar isso.
_ Não tem problema. Fale tudo que sente. Coloque a sua dor para fora. Estou aqui para ouvir. Não para julgar.
_ Por que está sendo tão gentil comigo? Só estou dando desgosto para você e para mamãe.
_ Você está numa fase ruim. E precisa deixar quem te ama ajudá-la a superar.
_ Quem vai querer me ajudar?
_A sua mãe, Túlio, Eve, o padre Diogo e eu. Todos amamos você.
_ Pai, eu sei o que fazer. Prometo que não uso mais nada.
_ Tessa, se lembra de quantas promessas eu não consegui cumprir?
_ Mas agora está conseguindo.
_ Sim, porque entendi que o vício era maior que a minha determinação e não estava forte para lutar. Com o apoio da sua mãe, do padre Frances eu consegui recuperar a força. Mas, Tessa, eu sou nada sem ninguém. O amor de sua mãe é fundamental para que eu continue na luta, que é constante.
_ E o que pretendem fazer para me ajudar?
_ Você terá a mesma ajuda que eu tive e tenho. Mas precisa aceitar.
_ Vão me internar numa clínica?
_ É preciso. Mas não ficará sozinha. Sempre estaremos com você.
_ Não tem outro jeito, pai?_ Ela olha para ele com os olhos marejados _ eu sinto muito.
_ Minha criança _ ele a coloca no seu colo_ não precisa pedir desculpas. Eu sou o maior culpado. Mas agora vou usar a minha culpa para te ajudar a lutar com os seus dragões. Não tenha medo. Você sempre foi e sempre será a minha pequena guerreira.
Eles ficaram abraçados chorando junto. Ana estava entrando e correu para abraçar os dois.
Tessa dormiu com os pais num abraço de amor. No dia seguinte, foram até a igreja. Padre Diogo, Eve e Túlio estavam lá. Eles abraçaram Tessa.
Como estavam nas férias de verão, Tessa foi para uma das melhores clínicas de reabilitação. Eve e Túlio arcariam com as despesas.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Maristela Cuoghi
tomara que Tessa consiga ficar limpa das drogas
2024-12-09
2
Meire
a verdadeira guerreira dessa estória é a Ana, segurou o vício do marido, o acidente e morte do filho e agora o vício da filha!
2025-02-18
4
Erlete Rodrigues
a mãe dela só sofre ‼️ coitada
2025-01-26
1