Zachary

Enquanto observava a mãe costurar numa máquina velha, Zachary jurou para si mesmo que não iria viver na penúria por muito tempo. Estava cansado de ver a mãe trabalhar dia e noite costurando para madames, com dor na coluna, para colocar comida na mesa.

O pai sofreu um infarto fulminante e o deixou quando ele tinha três anos. Mesmo com a pensão razoável que o pai deixou, pois era coronel do exército, eles tinham uma vida dura. A doença do pai condumiu quase todas as economias e ele deixou muitas dívidas de jogo.

Zachary estava com 14 anos e trabalhava entregando jornais de madrugada e depois do colégio, na cafeteria do Senhor João Bosco. Ele era eficiente e muito atencioso com os clientes.

Mesmo sendo muito novo, Zachary ajudava também na contabilidade. Era muito bom com números. Ele economizava cada gorjeta para dar uma máquina de costura automática para a mãe.

Ouviu a porta abrir e um senhor risonho. Nunca tinha o visto na cafeteria.

_ Boa tarde, posso ajudar?

_ Boa tarde. Preciso de um bolo de aniversário.

_ O senhor deu sorte. Um cliente desistiu da encomenda.

O homem sorriu feliz. O bolo era lindo. A sua menina iria ficar feliz.

_ É muito lindo o bolo. Mas acho que está fora do meu alcance. A minha menina merece, mas...

_ Olha, eu dou um desconto para você. Vejo que gostou e a sua filha merece.

Assim o homem ficou com o bolo e Zachary ainda deu a ele um arranjo de balões coloridos que iria jogar fora.

O homem agradeceu e saiu todo feliz. Zachary sentiu um calor no coração. Ficou pensando na alegria da menina.

Zachary estava numa maré de sorte, pois resolveu apostar numa rifa da sua colega de classe e ganhou uma quantia significativa.

Ele foi até a loja de departamentos onde já tinha visto a máquina de costura automática e as batidas do seu coração aceleraram de emoção ao sair da loja com o presente para a mãe.

Chegou em casa feliz. Sentiu o cheiro delicioso da comida e foi até a cozinha. A mãe sorriu para ele.

_ Zachy, chegou bem a tempo querido.

_ Mamãe, vem aqui na sala só um minuto por favor.

Quando ela chegou à sala, viu uma caixa de presente.

_ Zachy, o que está aprontando?

_ Alguém deixou essa caixa para a senhora _ diz ele sorrindo _ vá lá abrir.

Esther abriu a caixa. Quando viu o que era, as lágrimas caíram dos olhos. Ela puxou o filho num abraço apertado.

_ Meu menino amado. Muito obrigada. Eu sou a mãe mais feliz desse mundo.

_ A senhora merece muito mais. Vai chegar o dia que darei joias para a minha rainha.

_ Não preciso de joia nenhuma. O meu bem mais precioso é você.

Eles foram jantar e ficaram conversando animados. Zachy foi tomar o seu banho e estava cansado. Deitou-se na cama, olhando as estrelas pela janela.

Viu uma estrela cadente e imediatamente fez um pedido. Era um pedido simples, queria que a mãe fosse feliz.

Esther olhada a máquina com um brilho de felicidade nos olhos. Ela leu o manual todo para aprender a usar. Finalmente resolveu ir dormir. Fez as suas orações e agradeceu a Deus pelo filho maravilhoso que tinha.

Danilo partiu, levando uma parte do seu coração. Mas Deus a confortou com s bênção do filho amoroso e trabalhador. Ele era ambicioso mas com o caráter já formado, resolveu trabalhar muito para ter sucesso.

Esther sabia que o filho iria brilhar. Era um ótimo aluno, muito inteligente e corajoso. Além de ser educado e honesto.

Ela dormiu com um sorriso nos lábios. Sonhou com o marido que a abraçava dando-lhe parabéns pelo filho deles.

Zachy acordou, tomou o seu banho e desceu para o café da manhã. A mesa estava bonita. A mãe caprichara no café farto. Tinha bolo de laranja, rosquinhas de nata, pão francês, manteiga, leite, café e chá.

_ Bom dia mamãe. Que cheiro delicioso!

_ Bom dia filho. Preparei o seu café com tudo o que você gosta.

_ Estou vendo. Muito obrigado mamãe.

_ Você merece meu anjo.

_Mãe, hoje chegarei um pouco mais tarde. Terei que ajudar na contabilidade.

_ Tome cuidado quando voltar.

Zachy deu um beijo na testa da mãe e foi para a escola. Ele era um garoto popular e chamava a atenção das garotas. Mas Zachy não queria namorar ninguém e deixava claro. Tratava as meninas com respeito e carinho.

Mas isso não impedis os suspiros no corredor quando ele passava.

_Oi Zachy, anda que temos prova hoje _ fala Diogo _ e senta perto de mim por favor.

_ De novo não estudou, Diogo?

_ Ah sabe que estudar não é o meu lema.

_ Mas colar não vai melhorar em nada.

_Vai negar ajuda agora?

_ Não é isso Diogo. Pode colar a vontade . Mas sabe que não é certo e muito menos bom para você. E como o seu melhor amigo, tenho que tentar colocar juízo na sua cabeça.

_ Vou estudar para a próxima. Comprou a máquina?

_ Comprei. Precisava ver a alegria da d. Esther.

_ Eu imagino _ Diogo queria ajudar na quantia para comprar a máquina, ele era rico, mas Zachy não aceitou _ela merece .

Foram para a sala. Novamente Zachy fechou a prova e deu chances para Diogo colar.

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