Tessa

Tessa se afastou de Túlio e focou nos estudos. Conheceu Eve e ficaram boas amigas. Essa escola era diferente e Tessa conseguiu socializar melhor. Eve era alegre e quando ficou sabendo da história de Tessa, procurou fazer de tudo para que Tessa encontrasse conforto na amizade.

_ Tessa. acha mesmo que está sendo justa com Túlio. Eu conheci Emilly fora das escolas. Ela sempre foi uma peste. Mas Túlio vivia repreendendo a irmã.

_ Eu sei. E também sei que ele não teve culpa de nada. Mas é doloroso vê-lo. Sempre recordo dos nossos passeios com Sam. E aí lembro que se eu não tivesse feito amizade com ele, Sam estaria aqui.

_ Tessa, mas pense bem. Eu entendo você. Mas tinha que acontecer. Não foi culpa sua e nem de Túlio. Se pudéssemos saber o que aconteceria amanhã, seria bom.

_ Você tem razão. Eu vou tentar reaproximar de Túlio.

Tessa o viu sozinho na biblioteca. Era o momento de conversar.

_ Oi, posso me sentar?

_ Oi Tessa_ Túlio fala com um brilho nos olhos _ claro que pode.

_ Está estudando para as provas finais?

_ Estou. As minhas notas precisam ser melhores.

_ Você com dificuldade em alguma disciplina?

_ Para você ver. E você, Tessa? Ainda precisa de ajuda nos cálculos?

_ Ainda. Eu até tento. Mas tem umas regras que não guardo.

_ Se você quiser eu ajudo.

_ Não vai atrapalhar os seus estudos?

_ Não. Na verdade por hoje já encerrei.

Eles ficaram umas horas ali estudando cálculo.

No fim do dia, Tessa olhou para Túlio, com um sorriso.

_ Obrigada Túlio. Eu gostaria muito que voltássemos a ser amigos. Quero pedir-lhe desculpas pela forma que o tratei aquele dia. Fui injusta.

_ Tessa, não precisa pedir desculpas. Eu entendi os seus sentimentos e esperei que voltasse a confiar em mim.

_Que bom. Os seus pais estão bem?

_Nada bem. A minha mãe está histérica com a situação de Emilly ter que viver numa clínica. E toda vez que vai lá, volta arrasada. Emilly está pior a cada dia. Maltrata a minha mãe.

_ Que triste. Quem merece sofrer é a sua irmã.

_Sim. Ela tenta se mostrar boazinha tentando manipular a minha mãe e convencê-la a tirá-la da clínica. Quando vê que a minha mãe não cai na conversa dela, tem ataque de fúria e parte para cima dela. O médico aconselhou a minha mãe se afastar por um tempo.

_ É o melhor mesmo.

_ E os seus pais, Tessa?

_ A situação lá também não é nada boa. O meu pai está afundado na bebida. Não trabalha. A minha mãe está se matando de trabalhar. E a saúde dela não está aguentando. Vive doente. Tenta esconder de mim, mas escuto as suas tosses frequentes.

_ Vou conversar com o meu pai. Tenho certeza que ele não se recusará a conseguir uma vaga na empresa.

_Seria muito bom. Mas eu não sei se o meu pai vai conseguir manter o emprego.

_ O seu pai precisa de ajuda. Vou ver isso primeiro.

_Túlio, não quero que viva em função de ajudar a minha família.

_ Eu faço questão.

Nos dias seguintes, Tessa continuou a conversar amigavelmente com Túlio. Apresentou Eve a ele e formavam um trio inseparável.

Túlio chegou com uma notícia para Tessa. Conseguira uma vaga na clínica mais eficaz para ajudar o pai dela. Tessa só teria que convencer o pai.

Ela chegou em casa, tomou o banho, fez o jantar e esperou a mãe. Contou a ela sobre a clínica.

_Minha filha, eu agradeço muito ao seu amigo. Mas sabe que Tales precisa querer.

_ Mamãe, a senhora precisa convencer o meu pai. Assim que ele se recuperar, já terá um emprego.

_ Eu vou tentar. Eu estou um pouco cansada, vou já deitar querida.

_Mamãe, a senhora está doente. Eu sei que está. Por que não vai ao médico?

_Estou só cansada. Não temos dinheiro para gastos desnecessários.

_ A sua saúde é essencial mãe.

_ Eu estou bem_ ela dá um beijo na cabeça da filha _ boa noite querida.

Ana deitou, mas não dormiu. Ouviu Tales chegando. Desceu e quando ele ia se deitar no sofá, ela o chamou.

_ Preciso conversar com você, Tales.

_ Tem que ser agora?_ Ele fala com a voz arrastada pelo álcool _ estou cansado.

_ Cansado de que?_ Ela pergunta irônica _ de beber?

_ Não quero brigar. Deixe-me dormir.

_ Tessa sente a falta do pai. Ela é a sua filha. Ainda é uma criança.

_ Eu sei. Ela tem você.

_ Ela tem pai também. E é de você que ela está precisando. Pode me ouvir?

_ Está bem. Sei que você não vai me deixar em paz.

_ Tales, até quando acha possível eu aguentar carregar tudo nas minhas costas? Tenho saudades do tempo que você era o meu parceiro.

_ Eu fracassei. Não vou culpá-la se quiser me abandonar. Na verdade, eu até agradeceria.

_ É isso que você quer? Que o abandone?

_ Sim. Porque aí poderia encontrar com o meu Sam e pedir-lhe perdão por ter arruinado a vida dele.

Ana deixou as lágrimas caírem.

_ Tales, eu sei que o culpei na época do acidente. Depois Deus me concedeu o discernimento para entender e perdoar. Você tem que se perdoar.

_ Não consigo. Se eu não tivesse bebido, poderia ter cuidado dele com responsabilidade e não teria acontecido o acidente.

_ Tales, tudo acontece segundo a vontade de Deus. Talvez ele não teria sofrido o acidente aquele dia. Mas poderia acontecer em outro. Não podemos controlar o futuro.

_ Ana, vá dormir.

_ Eu queria que você deitasse comigo. Estou com frio e com saudades de dormir com você.

_ Eu estou fedendo a álcool.

_ Eu não me importo.

Tales olhou para a esposa. Viu o semblante triste, cansado. Notou que Ana emagreceu mais. Foi até ela, pegou a sua mão e subiram para o quarto. Aquela noite, os dois se conectaram novamente. O amor estava forte.

No dia seguinte, Ana aproveitou que o marido estava sóbrio.

_ Tales, se lembra quando conseguiu se livrar do vício na clínica?

_ Sim. Eu lembro.

_Você não pensa em tentar novamente?

_ Eu tinha um motivo. A minha família precisava de mim.

_ Você ainda tem a sua família. Tessa e eu precisamos de você. Precisamos do Tales alegre, amoroso.

_Eu não consigo Ana. A falta do Sam me corrói.

_E você acha que é fácil para mim e Tessa? Ela ainda se culpa. Eu estou doente Tales. Estou com tuberculose. Procuro esconder de Tessa. Mas a medicação é cara. Não sei até quando terei condições de manter

_Ana, eu sinto muito.

_ Não quero que sinta muito. Quero que se esforce. Somos um time. E eu não posso arcar com tudo sozinha.

_ Está bem. Não vou beber mais. Prometo.

_ Sabe que sozinho não consegue. Túlio arrumou uma clínica. É a melhor.

_ Acha que vou aceitar ajuda da família da assassina?

_ Você sabe que Túlio não tem culpa do que aconteceu.

_ Eu consigo sozinho mesmo.

_ Não seja ridículo Tales. Você não quer é se internar. Pois bem, eu o amo. Mas estou cansada. Então pense bem. Ou aceita a ajuda e se interna ou venderei essa casa e vou embora com Tessa.

Ela saiu do quarto. Foi preparar o café. Tessa desceu e viu a mãe abatida.

_ Bom dia mãe. Está tudo bem?

_ Bom dia Tessa. Está filha. Acordou cedo. Hoje não tem aula.

_ Tenho que estudar mãe e trabalhar.

O pai desce, sem falar nada. Vai em direção à porta.

_ Está bem. Aceito a clínica. Vou entregar um currículo e volto.

Tessa olhou para a mãe e as duas sorriram.

A tarde, Ana acompanhou Tales para a clínica indicada por Túlio. Era realmente uma excelente clínica. Tinha muitos programas incluídos. Tales mostrou interesse. Despediu-se de Ana e ela foi para a casa.

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Comments

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

tomara que ele consiga porque a bebida é um vício horrível

2025-01-26

1

Gedalva

Gedalva

Tomara que ele se cure e a mãe dela também 😞😞

2024-12-19

1

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